Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 47
Capítulo 46




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— O quê? — Lily levantou-se, confusa — Não! Não! Isso é impossível!

— Senhorita Evans, estou apenas dizendo o que me foi passado — a professora Sprout não incomodou-se com sua perplexidade — Há algo de errado com sua transferência. As provas aproximam-se, e você não poderá fazê-las sem tudo correto. Não temos as suas notas de trabalhos e comportamento, por exemplo.

— Mas eu estou aqui há dois meses! — disse Lily.

A mulher deu de ombros, dando a entender que não poderia fazer nada, com um sorriso de desculpas.

— Eu não posso... — a ruiva mexeu no cabelo, nervosa.

— Escute, você pode pedir para os seus pais irem até lá — sugeriu a diretora — Ou a sua irmã. Sei que está ocupada com o balé, mas talvez...

— Não, tudo bem — interrompeu-a — Eu vou... Dar um jeito. Com licença.

Ela deu a volta na cadeira, indo até a porta, e saindo, no mesmo instante em que a sineta de fim das aulas tocava.

— Eu não acredito nisso! — ela murmurou para si mesma, jogando o cabelo para trás.

Ela já estava acostumada a brincar com o cabelo, mas isso lhe machucava, lhe lembrava de James. Fazia dois meses desde que a confraternização aconteceu. Dois meses desde que ela reencontrou a carta da Ilvermorny, e resolveu voltar para casa.

Nada tinha mudado com Marlene e Alice, embora ela soubesse que sua decisão tinha as magoado.

— Está tudo bem, meu anjo? — Doralice perguntou, quando ela entrou em casa.

— Tudo — mentiu Lily — Eu vou subir, mãe.

— Está bem! — ela disse, não convencida, mas a filha já estava subindo as escadas.

— Nossa! Mas isso é muito estranho! — Petúnia dizia.

— Eu sei! — a voz de Marlene soava eletrônica, indicando que elas conversavam pelo notebook.

— Olá — disse Lily, jogando-se ao lado da irmã, cansada — O que foi?

— Nada — a castanha disse, mas não convenceu.

— Lene... — começou Lily.

— James e Sirius saíram de Hogwarts — ela olhava para as suas unhas — Quero dizer... Isso já faz um tempo.

— Ah! — o estômago da ruiva embrulhou-se.

O silêncio constrangedor foi cortado por Alice.

— Frank parou de cursar engenharia — anunciou.

— O quê? — perguntaram Petúnia e Lily, de cenho franzido.

— Gente! O que está dando nesses meninos? — perguntou Petúnia, surpresa.

— Estão se descobrindo — brincou Alice.

— Cuidado, dona Petúnia — disse Marlene — Daqui a pouco, você perde o boy.

A loira apenas revirou os olhos, ignorando as risadas da garota.

Para qualquer pessoa, Marlene estava perfeitamente bem, mas Lily sabia que ela não estava. A sua risada podia ser espontânea, mas seus olhos permaneciam com a mesma tristeza desde a confraternização, uma tristeza que Lily via todos os dias no seu espelho.

— Estávamos dizendo — continuou Alice — que Frank está fazendo algum curso, mas ele não quer me falar sobre o que é. Ele fica a tarde toda fora, e a noite e manhã...

— Contigo — completou Petúnia.

— Menos mal. Trabalho à noite não dá em boa coisa — disse Marlene, recebendo um tapa da amiga mais próxima.

— Eu confio no meu namorado — disse Alice, orgulhosa.

— Gente... — Lily hesitou — Vocês poderiam falar com a professora McGonagall? Deu algum problema na minha transferência.

— Estranho! Já faz dois meses — Marlene comentou.

— É, eu sei, mas foi o que a professora Sprout disse — ela deu de ombros.

— Ela e a professora McGonagall são amigas, estudaram juntas, então não teria o porquê de ela mentir — Alice deu de ombros.

— Elas são amigas? — perguntou Petúnia, curiosa — Parecem tão diferentes.

Alice ergueu as sobrancelhas, olhando de soslaio para Marlene, propositalmente.

— Entendido! — Petúnia riu, tirando o notebook de seu colo, e colocando ao seu lado, na cama.

— Tuney, está tudo bem? — perguntou Lily, preocupada, quando ela levantou-se.

— Estou sentindo um pouco de dor — Petúnia apoiou-se nas paredes, respirando lentamente.

— Meninas, esperem um pouco — a ruiva levantou-se também, correndo para fora do quarto, e gritando — Mãe!

— Deixe, Lils! Ele só está chutando — sua irmã disse, de olhos fechados — Ele só vai nascer no próximo mês.

— Bebês nem sempre obedecem — observou Marlene, incrédula.

Doralice subiu as escadas correndo. Assim que ela entrou no quarto, o chão molhou-se.

— Ai, meu pai amado! A bolsa estourou! — a mulher disse, pousando as mãos nas bochechas — Manda o seu pai tirar o carro, e pega a bolsa dela, precisamos ir agora para o hospital.

— Vejo vocês depois — Lily despediu-se, desligando o notebook, deixando a imagem de olhos arregalados de Marlene e Alice congelar na tela.

***

— Eu vou adotar — declarou Lily.

Ela estava encostada na parede da recepção. Petúnia já tinha ido para a sala de parto, preferindo ir sozinha.

— Você diz isso agora — disse Doralice, sorrindo — Dói, mas vale a pena.

— É, tanto que você resolveu fazer isso duas vezes! — observou Lily — Tem coragem para tudo...

A mulher apenas riu. Carver foi para perto delas, levando um pouco de comida.

— Obrigada, querido! — disse Doralice, pegando a sua parte.

O parto já levava horas, e não parecia ter fim.

— Lily!

A ruiva olhou para o lado, incrédula, acreditando ter escutado errado.

— Quem é...? — Carver se pôs na pose “pai ciumento”.

— Onde ela está? — perguntou Ian, preocupado.

— Ela já... — Lily começou, mas foi cortada quando ele afastou-se.

— Doralice! — Carver virou-se para a mulher.

— O que foi? — ela perguntou, mordendo um pedaço do pão de queijo.

— Não vai falar nada? — ele indignou-se.

— Ele vai assumir o nosso neto, deixe-o em paz! — ela ordenou, despreocupada.

Ele bufou, sentando-se ao lado da filha.

— Descobrimos a identidade do The Flash — brincou Marlene, aproximando-se dela — Oi, amiga.

— Você o avisou? — admirou-se Lily.

— É lógico! — ela deu de ombros, agachando-se em sua frente.

— Acho que todo homem precisa de uma responsabilidade para amadurecer — declarou Doralice, olhando de soslaio para o marido — Com licença, meninas. Sente-se, Marlene, vai ficar com dor nos joelhos.

Ela levantou-se, afastando-se deles. Carver olhou incrédulo para a filha, que estava de olhos arregalados, e levantou-se.

— Com licença! — ele disse, indo atrás da esposa — Dora!

— Tenso — Marlene assobiou, ocupando a cadeira ao lado dela.

Elas ficaram em silêncio por um tempo, até que Marlene virou-se para ela.

— Eu acho que você deveria resolver as pendências — ela disse.

— As pendências já foram resolvidas — retrucou Lily — A única coisa que ainda devo é resolver a minha transferência... E Alice?

— Tentando convencer Frank a lhe contar o que anda fazendo — ela revirou os olhos, sem sorrir.

***

Depois de mais algumas horas, uma enfermeira apareceu pelo corredor.

— Parentes de Petúnia Evans — ela chamou.

Quando Lily levantou-se, Marlene bateu a cabeça na cadeira, acordando assustada.

— Somos nós! — Doralice aproximou-se.

— O médico está permitindo as visitas — a mulher sorria — Parabéns! É...

Lily e Marlene não esperaram que a enfermeira terminasse de falar, seguiram pelo corredor, atrás dela.

— Muito traumatizado? — perguntou Marlene, entrando no quarto, e bagunçando o cabelo do irmão.

— Certeza de que você é mulher? — Ian retrucou.

— É o que os meus atributos dizem — ela deu de ombros.

Eles calaram-se quando perceberam o olhar furioso de Petúnia na direção deles.

— Vocês vão acordá-lo! — ela sussurrou.

— Esse daí vai ser dorminhoco — disse Lily.

— Qual vai ser o nome? — perguntou Marlene.

Quando Ian abriu a boca, Doralice e Carver entraram no quarto.

— Você! — Carver apontou o dedo para ele.

— Ai, meu Jesus Cristinho... — murmurou Ian, encostando na parede.

— Carver Evans! — Doralice intrometeu-se entre os dois — Você não vai deixar o meu neto órfão!

— Darren — disse Petúnia, olhando para Marlene — Aquele hipopótamo humano queria colocar um nome horroroso.

— E você vai continuar mesmo assim? — preguntou Marlene, erguendo as sobrancelhas.

— Quem sugeriu o nome fui eu! — ofendeu-se Ian.

— Odiei, escolha outra — disse Carver, olhando de forma assassina para ele.

— Eu não saio vivo daqui — Ian murmurou para Marlene.

— Posso ficar com o seu skate? — ela perguntou, sorrindo debochadamente.

— Mãe, ele já mamou, pode leva-lo para a enfermeira? — Petúnia estendeu o bebê para a mãe, que apressou-se para levar o neto para fora do quarto, prevendo o que aconteceria — Eu acabei de enfrentar seis horas de parto normal sem anestesia, minhas juntas estão me matando... Um cara aparece para assumir o meu filho, e você quer mata-lo?

— Eu vou ajudar! — Marlene apressou-se para sair do quarto.

— Mas, Tuney... — Carver tentou argumentar.

— Sem “mas”! — ela gritou, já estressada — Vocês dois vão para o cartório registrar o meu filho como duas pessoas... Pessoas.

Eles saíram do quarto como duas crianças repreendidas.

— Você virou a mamãe — declarou Lily, olhando assustada para Petúnia.

A loira suspirou forte, jogando a cabeça para trás, de olhos fechados.

— Opte pela cesariana — aconselhou — Ou tome anestesia.


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