Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora
— O quê? — Lily levantou-se, confusa — Não! Não! Isso é impossível!
— Senhorita Evans, estou apenas dizendo o que me foi passado — a professora Sprout não incomodou-se com sua perplexidade — Há algo de errado com sua transferência. As provas aproximam-se, e você não poderá fazê-las sem tudo correto. Não temos as suas notas de trabalhos e comportamento, por exemplo.
— Mas eu estou aqui há dois meses! — disse Lily.
A mulher deu de ombros, dando a entender que não poderia fazer nada, com um sorriso de desculpas.
— Eu não posso... — a ruiva mexeu no cabelo, nervosa.
— Escute, você pode pedir para os seus pais irem até lá — sugeriu a diretora — Ou a sua irmã. Sei que está ocupada com o balé, mas talvez...
— Não, tudo bem — interrompeu-a — Eu vou... Dar um jeito. Com licença.
Ela deu a volta na cadeira, indo até a porta, e saindo, no mesmo instante em que a sineta de fim das aulas tocava.
— Eu não acredito nisso! — ela murmurou para si mesma, jogando o cabelo para trás.
Ela já estava acostumada a brincar com o cabelo, mas isso lhe machucava, lhe lembrava de James. Fazia dois meses desde que a confraternização aconteceu. Dois meses desde que ela reencontrou a carta da Ilvermorny, e resolveu voltar para casa.
Nada tinha mudado com Marlene e Alice, embora ela soubesse que sua decisão tinha as magoado.
— Está tudo bem, meu anjo? — Doralice perguntou, quando ela entrou em casa.
— Tudo — mentiu Lily — Eu vou subir, mãe.
— Está bem! — ela disse, não convencida, mas a filha já estava subindo as escadas.
— Nossa! Mas isso é muito estranho! — Petúnia dizia.
— Eu sei! — a voz de Marlene soava eletrônica, indicando que elas conversavam pelo notebook.
— Olá — disse Lily, jogando-se ao lado da irmã, cansada — O que foi?
— Nada — a castanha disse, mas não convenceu.
— Lene... — começou Lily.
— James e Sirius saíram de Hogwarts — ela olhava para as suas unhas — Quero dizer... Isso já faz um tempo.
— Ah! — o estômago da ruiva embrulhou-se.
O silêncio constrangedor foi cortado por Alice.
— Frank parou de cursar engenharia — anunciou.
— O quê? — perguntaram Petúnia e Lily, de cenho franzido.
— Gente! O que está dando nesses meninos? — perguntou Petúnia, surpresa.
— Estão se descobrindo — brincou Alice.
— Cuidado, dona Petúnia — disse Marlene — Daqui a pouco, você perde o boy.
A loira apenas revirou os olhos, ignorando as risadas da garota.
Para qualquer pessoa, Marlene estava perfeitamente bem, mas Lily sabia que ela não estava. A sua risada podia ser espontânea, mas seus olhos permaneciam com a mesma tristeza desde a confraternização, uma tristeza que Lily via todos os dias no seu espelho.
— Estávamos dizendo — continuou Alice — que Frank está fazendo algum curso, mas ele não quer me falar sobre o que é. Ele fica a tarde toda fora, e a noite e manhã...
— Contigo — completou Petúnia.
— Menos mal. Trabalho à noite não dá em boa coisa — disse Marlene, recebendo um tapa da amiga mais próxima.
— Eu confio no meu namorado — disse Alice, orgulhosa.
— Gente... — Lily hesitou — Vocês poderiam falar com a professora McGonagall? Deu algum problema na minha transferência.
— Estranho! Já faz dois meses — Marlene comentou.
— É, eu sei, mas foi o que a professora Sprout disse — ela deu de ombros.
— Ela e a professora McGonagall são amigas, estudaram juntas, então não teria o porquê de ela mentir — Alice deu de ombros.
— Elas são amigas? — perguntou Petúnia, curiosa — Parecem tão diferentes.
Alice ergueu as sobrancelhas, olhando de soslaio para Marlene, propositalmente.
— Entendido! — Petúnia riu, tirando o notebook de seu colo, e colocando ao seu lado, na cama.
— Tuney, está tudo bem? — perguntou Lily, preocupada, quando ela levantou-se.
— Estou sentindo um pouco de dor — Petúnia apoiou-se nas paredes, respirando lentamente.
— Meninas, esperem um pouco — a ruiva levantou-se também, correndo para fora do quarto, e gritando — Mãe!
— Deixe, Lils! Ele só está chutando — sua irmã disse, de olhos fechados — Ele só vai nascer no próximo mês.
— Bebês nem sempre obedecem — observou Marlene, incrédula.
Doralice subiu as escadas correndo. Assim que ela entrou no quarto, o chão molhou-se.
— Ai, meu pai amado! A bolsa estourou! — a mulher disse, pousando as mãos nas bochechas — Manda o seu pai tirar o carro, e pega a bolsa dela, precisamos ir agora para o hospital.
— Vejo vocês depois — Lily despediu-se, desligando o notebook, deixando a imagem de olhos arregalados de Marlene e Alice congelar na tela.
***
— Eu vou adotar — declarou Lily.
Ela estava encostada na parede da recepção. Petúnia já tinha ido para a sala de parto, preferindo ir sozinha.
— Você diz isso agora — disse Doralice, sorrindo — Dói, mas vale a pena.
— É, tanto que você resolveu fazer isso duas vezes! — observou Lily — Tem coragem para tudo...
A mulher apenas riu. Carver foi para perto delas, levando um pouco de comida.
— Obrigada, querido! — disse Doralice, pegando a sua parte.
O parto já levava horas, e não parecia ter fim.
— Lily!
A ruiva olhou para o lado, incrédula, acreditando ter escutado errado.
— Quem é...? — Carver se pôs na pose “pai ciumento”.
— Onde ela está? — perguntou Ian, preocupado.
— Ela já... — Lily começou, mas foi cortada quando ele afastou-se.
— Doralice! — Carver virou-se para a mulher.
— O que foi? — ela perguntou, mordendo um pedaço do pão de queijo.
— Não vai falar nada? — ele indignou-se.
— Ele vai assumir o nosso neto, deixe-o em paz! — ela ordenou, despreocupada.
Ele bufou, sentando-se ao lado da filha.
— Descobrimos a identidade do The Flash — brincou Marlene, aproximando-se dela — Oi, amiga.
— Você o avisou? — admirou-se Lily.
— É lógico! — ela deu de ombros, agachando-se em sua frente.
— Acho que todo homem precisa de uma responsabilidade para amadurecer — declarou Doralice, olhando de soslaio para o marido — Com licença, meninas. Sente-se, Marlene, vai ficar com dor nos joelhos.
Ela levantou-se, afastando-se deles. Carver olhou incrédulo para a filha, que estava de olhos arregalados, e levantou-se.
— Com licença! — ele disse, indo atrás da esposa — Dora!
— Tenso — Marlene assobiou, ocupando a cadeira ao lado dela.
Elas ficaram em silêncio por um tempo, até que Marlene virou-se para ela.
— Eu acho que você deveria resolver as pendências — ela disse.
— As pendências já foram resolvidas — retrucou Lily — A única coisa que ainda devo é resolver a minha transferência... E Alice?
— Tentando convencer Frank a lhe contar o que anda fazendo — ela revirou os olhos, sem sorrir.
***
Depois de mais algumas horas, uma enfermeira apareceu pelo corredor.
— Parentes de Petúnia Evans — ela chamou.
Quando Lily levantou-se, Marlene bateu a cabeça na cadeira, acordando assustada.
— Somos nós! — Doralice aproximou-se.
— O médico está permitindo as visitas — a mulher sorria — Parabéns! É...
Lily e Marlene não esperaram que a enfermeira terminasse de falar, seguiram pelo corredor, atrás dela.
— Muito traumatizado? — perguntou Marlene, entrando no quarto, e bagunçando o cabelo do irmão.
— Certeza de que você é mulher? — Ian retrucou.
— É o que os meus atributos dizem — ela deu de ombros.
Eles calaram-se quando perceberam o olhar furioso de Petúnia na direção deles.
— Vocês vão acordá-lo! — ela sussurrou.
— Esse daí vai ser dorminhoco — disse Lily.
— Qual vai ser o nome? — perguntou Marlene.
Quando Ian abriu a boca, Doralice e Carver entraram no quarto.
— Você! — Carver apontou o dedo para ele.
— Ai, meu Jesus Cristinho... — murmurou Ian, encostando na parede.
— Carver Evans! — Doralice intrometeu-se entre os dois — Você não vai deixar o meu neto órfão!
— Darren — disse Petúnia, olhando para Marlene — Aquele hipopótamo humano queria colocar um nome horroroso.
— E você vai continuar mesmo assim? — preguntou Marlene, erguendo as sobrancelhas.
— Quem sugeriu o nome fui eu! — ofendeu-se Ian.
— Odiei, escolha outra — disse Carver, olhando de forma assassina para ele.
— Eu não saio vivo daqui — Ian murmurou para Marlene.
— Posso ficar com o seu skate? — ela perguntou, sorrindo debochadamente.
— Mãe, ele já mamou, pode leva-lo para a enfermeira? — Petúnia estendeu o bebê para a mãe, que apressou-se para levar o neto para fora do quarto, prevendo o que aconteceria — Eu acabei de enfrentar seis horas de parto normal sem anestesia, minhas juntas estão me matando... Um cara aparece para assumir o meu filho, e você quer mata-lo?
— Eu vou ajudar! — Marlene apressou-se para sair do quarto.
— Mas, Tuney... — Carver tentou argumentar.
— Sem “mas”! — ela gritou, já estressada — Vocês dois vão para o cartório registrar o meu filho como duas pessoas... Pessoas.
Eles saíram do quarto como duas crianças repreendidas.
— Você virou a mamãe — declarou Lily, olhando assustada para Petúnia.
A loira suspirou forte, jogando a cabeça para trás, de olhos fechados.
— Opte pela cesariana — aconselhou — Ou tome anestesia.
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