Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 45
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser narrado na base dos flashbacks (que serão identificados pela fonte itálica). Portanto, não estranhem se não entenderem nada no começo do capítulo, vocês não pularam nada, e eu não postei errado.



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— Eu não quero que você o veja mais, Marlene!

— Mas, mãe... — a garota tentava argumentar.

— Eu não quero saber! — Susan interrompeu-a — Ele não é uma boa influência para você.

— Porque eu sou um amor de pessoa — retrucou Marlene, ignorando as lágrimas que desciam, e o nó que a sufocava em sua garganta.

— Se você não me obedecer... — começou Susan, ameaçadora.

— Senão o quê? — perguntou Marlene, irritada.

— Eu te tiro de Hogwarts, e você nunca mais o verá.

Dito isso, a mulher saiu do apartamento, batendo a porta com força.

Marlene McKinnon nunca tinha sentido uma dor como aquela, o seu chão tinha sumido completamente. Se ela soubesse que isso aconteceria, jamais teria ido na confraternização.

— Pensando em trocar de vestido no banheiro da faculdade, amiga? — provocou Lily.

Alice e Frank estavam ajudando a arrumar a mesa com salgados e doces, que foram encomendados pela diretora para a recepção da festa.

— Eu troco aqui sem problemas, sabe disso — retrucou Marlene, lembrando-a das fotos do anuário — O fotógrafo deve aparecer por aí...

— É, deve... — respondeu Lily, olhando ao redor.

— Procurando pelo James? — perguntou a castanha, colocando algumas garrafas dentro da caixa de isopor com gelo, para mantê-las geladas até a noite cair.

— Estava me perguntando se o pessoal das outras escolas viriam antes para ajudar — disse Lily, voltando a atenção para a sua tarefa.

— Até parece! — zombou Marlene — Você iria?

— Sim, as pessoas estão me recebendo — retrucou a ruiva, afastando-se dela.

— Eu não — ela deu de ombros.

— Eu sei! — disse Lily.

O seu celular vibrou, e ela viu o nome “Sirius Black” aparecendo.

Ela passou as costas da mão por baixo de seus olhos, e atendeu, jogando-se no sofá.

— Oi — ela sussurrou, sua mãe já tinha ido embora, mas ela não ousava falar mais alto.

— Oi — ele sussurrou, de volta — Como você está?

— Eu não posso mais te ver — ela disse, passando a mão pelo rosto.

Sirius suspirou, do outro lado da linha.

— Eu acho que... As coisas também se complicaram aqui — ele disse.

Marlene mordeu o lábio, sentindo como a irritação chegava.

— Já entendi! Não precisava me dizer mais nada — ela rosnou — Eu já sei muito bem o que você vai dizer. Não se preocupe, não pode se dar ao luxo de perder o dinheiro da mamãe, não é mesmo? Mesmo que você a odeie.

— Do que você está falando? — ele perguntou, começando a irritar-se também.

— O que você ouviu! Em vez de se... Se... — ela enrolou-se — Se... Antecipar dos seus pais.

— Emancipar — ele corrigiu.

— Dane-se! — ela retrucou, levantando-se — Em vez de se emancipar dos seus pais, ou pedir aos pais de James para que lhe adotem, você já os considera seus pais, você simplesmente fica parado. Aguenta calado como Regulus fica te vigiando sempre como pode. Você é um idiota, Sirius Black!

— Queria ver como você se vira, também, sem o dinheiro dos seus pais — Sirius disse, tão irritado quanto ela.

Ela arranhou o braço com força, angustiada.

— Se eu soubesse que vale a pena, eu o faria — ela cospe — Eu a desobedeceria.

O outro lado da linha fica silencioso.

— Eu não valho a pena, então? — ele perguntou, magoado.

Ela não responde, afasta o celular do ouvido, e pressiona o botão de “desligar”. Sentia-se bem pior do que antes.

— Você fica linda de vestido floral, Lice! — disse Lily, revirando os olhos para Marlene.

— Eu quero diferenciar por hoje! — decidiu Alice, pegando o vestido que Marlene a estendia.

— Essa não é você! — insistiu a ruiva.

— Você deveria tentar também, Lils! — disse Marlene — Não ser você por uma noite. Agir como qualquer universitária normal!

Em um momento de indecisão, Lily pegou um dos vestidos estendidos da cama, fazendo com que o sorriso de Marlene se ampliasse.

— Se você tirar foto ou gravar, eu te mato — ameaçou.

— As minhas memórias bastam — disse a castanha, sorrindo.

Lily afastou-se para se vestir, antes que se arrependesse de sua escolha.

— Está planejando algo contra Emmeline? — perguntou Alice, temerosa.

— Não vou perder a minha noite com aquela lá — disse Marlene, começando a se vestir também.

— Vestido e calça? — observou Alice, incrédula — Eu nunca te vi com...

— Como eu disse: não ser eu por uma noite — ela sorriu — Ser menos sexy, por uma noite, não vai me matar!

Alice gargalhou.

— Convencida! — cantarolou.

— O seu cabelo está crescendo! — disse Marlene, puxando as mechas.

— Eu deixo crescer? — perguntou Alice, indecisa, olhando-se no espelho — Eu gosto dele curto...

— Tente deixa-lo na altura do ombro. Se não gostar, volte a cortar — aconselhou Marlene — Mas, sinceramente, você é o tipo de garota que fica linda com qualquer corte.

— Punk não — ela respondeu.

— Nenhuma mulher fica bem de punk — concordou.

— Talvez a Tonks. Vem cá... A parte do não ser você inclui a maquiagem? — provocou Alice.

— Entendi o recado — replicou Marlene, largando o batom vermelho.

— Só uma pergunta! — defendeu-se Alice, rindo.

A porta do apartamento abriu-se, e Lily entrou, também chorando.

— Lene! — ela percebeu a sua presença, fechando a porta.

— Lily, o que houve? — perguntou Marlene.

— Acho que está sendo uma péssima noite para nós duas — ela deu um meio sorriso triste.

Marlene afastou-se, dando um espaço para que a amiga sentasse, ao seu lado, no sofá.

— Minha mãe proibiu o meu namoro com Sirius — disse Marlene, tentando não chorar, sem sucesso.

Lily abraçou-a e as duas começaram a chorar.

— Mesmo quando tenta não ser provocante... Você fica muito sexy — disse Sirius, levantando uma sobrancelha.

A castanha apenas riu, enquanto James fingia que vomitava.

— Lene... — Lily cutucou-a, indicando o outro lado do salão com a cabeça.

Elas trocaram um olhar cúmplice, vendo a cabeleira azul inconfundível, dançando com Remus.

— É, você tem habilidade para juntar possíveis casais — disse Sirius, olhando na mesma direção.

Na mesma hora, Lily ficou séria.

— Eu vou dar uma volta — declarou, dando as costas.

— Disse algo de errado? — ele perguntou, confuso.

— Não se preocupe! — Marlene sorriu — É apenas uma menina que não quer admitir os seus sentimentos...

— O que acha de sairmos um pouco desse ambiente? — ele sugeriu, dando de ombros — Dar uma volta pela cidade.

— Mas por que disso? — perguntou Lily, depois que se acalmaram.

— Nós saímos da confraternização — começou Marlene.

— É, eu percebi — disse Lily, dando um leve sorriso.

— Nós fomos andar com a moto dele, e... Digamos que estávamos bem bêbados. Eu sei, a festa tinha acabado de começar, e eu tenho uma ótima resistência ao álcool, mas... — ela sacudiu a cabeça — Eu não sei. Acho que pichamos um muro... Bancamos dois adolescentes doidos. E a polícia nos pegou.

As paredes de pedra e a cela iluminada tiraram qualquer vestígio de álcool que ela poderia ainda ter, naquele momento.

O barulho dos saltos foram o indício de que ela enfrentaria algo bem pior do que uma pena naquela pequena prisão. A cela abriu-se, com um rangido metálico forte.

— Levante-se! — a voz dura de sua mãe fez com que ela reagisse.

Não levantou o rosto durante todo o caminho.

— Minha filha está fazendo direito em Hogwarts. Por favor, não deixe que uma noite como essa estrague a carreira dela — Susan pedia ao delegado.

O homem observou atentamente as duas, antes de suspirar.

— Muito bem — ele disse, por fim — Isso não será registrado, mas que não se repita. Você ganhou uma nova chance, menina, não a desperdice!

Ela mal teve tempo de agradecer, antes que sua mãe a arrastasse para o carro.

No meio do caminho, passaram por Walburga Black, seu rosto também não pressagiava coisa boa.

— As coisas vão ficar bem — prometeu Lily.

— Minha mãe nunca vai perdoá-lo — ela fechou os olhos — Ou me perdoar.

— Talvez seja hora de tomar suas próprias decisões, Lene — disse Lily, colocando a sua mecha castanha para trás da orelha, deixando à mostra o seu rosto molhado.

— Eu não posso ser a única a me esforçar nesse relacionamento — disse Marlene — Eu tentei não ligar para esse jeito dele, mas... Não dá mais! Eu o amo, mas... Não se trata de dinheiro. Eu amo a minha mãe, e não quero que ela me odeie.

— Ela não vai te odiar. Ela vai te entender, só quer o seu melhor! — disse a ruiva — Você quase manchou o seu histórico como advogada. Nem é ela quem quer isso, é você! Se você não quisesse, era só falar...

— Eu sei! É complicado — ela fechou os olhos, apoiando a cabeça no sofá.

A porta abriu-se novamente, e Alice era a única que não entrou chorando.

— Oi — ela disse, tímida.

— Compartilhe suas alegrias — disse Lily, melancólica — Talvez melhore um pouco o nosso humor.

— Prefiro ouvi-las! — ela disse, sentando-se na ponta da mesa, na frente delas, e colocando os dois lados do cabelo para trás das orelhas — Me digam o que aconteceu.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo não terá flashback, voltará para a festa de confraternização, no momento em que Marlene e Sirius saíram, e mostrará o que aconteceu para a Lily estar chorando (embora eu tenha certeza de que vários de vocês já desconfiam do motivo).