Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 41
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Apenas uma palavra: Frankalice *--*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682866/chapter/41

— O que você está fazendo aqui?

A porta da sorveteria tinha sido aberta, e o dono, Florean, mostrou-se muito surpreso ao encontrar Alice na frente da loja, pronta para trabalhar.

— Ninguém compra sorvete nessa época do ano! — ele avisou, entrando.

— Então por que você abre a loja? — retrucou Alice, colocando o avental rosa na frente de sua roupa.

— A esperança é a última que morre — ele deu de ombros, suspirando derrotado.

— Eu só preciso ocupar a minha mente... — ela disse.

— Certo... Já sabe como são as coisas por aqui. Boa sorte! Eu vou olhar no estoque — ele despediu-se, deixando-a ali.

Em toda a loja, o único a trabalhar era Florean (e, agora, ela). Cuidava do caixa sozinho, anotava os pedidos sozinho, fazia os pedidos sozinho, entregava os pedidos sozinho, e cobrava os pedido sozinho. Sem contar a parte da limpeza da loja, entre outros...

Era muita coisa para duas pessoas, quem dirá apenas uma.

Não era um exemplo de atendente, mas, como não tinha ninguém por ali (já era de se imaginar), Alice começou a ver vídeos pelo celular.

Sentiu que alguém tinha chegado, pois sentou-se na sua frente. Apesar disso, continuou olhando para o celular.

— Morango, por favor.

Ela levantou o olhar, cruzando com o de Frank.

— Um momento... — ela murmurou, guardando o celular na parte de frente do avental.

Antes que ela pudesse se afastar, ele segurou o seu pulso.

— Por quê? — perguntou.

— Eu pensei que... Eu... — ela disse, sem conseguir explicar.

— Que nenhum homem prestava? — ele retrucou, afastando a mão — Mesmo depois de ter me conhecido. Quero dizer, eu não digo que eu sou o homem mais decente do mundo, mas...

— Você é — ela interrompeu-o — É só que... O estrago já estava feito.

— Não, não estava. Você quem fez isso na festa do começo do ano — Frank retrucou — Isso foi depois de nos conhecermos. E eu não liguei para isso. Eu não liguei! O que eu não entendo é o porquê da mentira!

— Eu queria que um cara não ligasse — ela respondeu, dando uma risada sem humor.

— É a sua ideia de testar o caráter de alguém? — ele perguntou — Porque você prejudicou muito o Edgar, ele é uma ótima pessoa.

— Eu nunca disse que tínhamos feito — Alice defendeu-se.

— Mas nunca negou! Omitir é o mesmo que mentir! — ele replicou.

A porta do estabelecimento abriu-se novamente, e Alice conteve um gemido de desgosto.

— Frank! Alice! — Emmeline disse, sorrindo falsamente — Não vi que estavam aí!

— Querida, não diga como se não tivesse quase esmagado a cara na vitrine — retrucou Alice, sorrindo do mesmo jeito.

— Alice! — exclamou Frank.

— Vou fazer o seu sorvete, senhor — disse Alice, afastando-se do balcão que separava a loja.

— Limão, flor — disse Emmeline, sentando-se ao lado de Frank — Então, como você está? Deu uma sumida!

— Estou sempre na faculdade — respondeu Frank, cortante.

Alice conteve seu sorriso, enquanto pegava as duas bolas de sorvete do refrigerador, e colocava nos potes.

— Aqui — ela colocou-os em cima do balcão — Era de se esperar que alguém tão amarga fosse pegar algo mais doce. Gosto não se discute...

— Para uma atendente, você é bem grossa! — disse Emmeline, olhando de cara feia para ela.

— Está com fome? Come! — retrucou Alice.

— Que nem aquela música da Lily Allen... “It’s hard out here for a bitch” — ela cantarolou.

— Coitadinha! — ela disse, fazendo cara de pena.

— Pelo menos, não estou trabalhando em uma sorveteria — retrucou a garota — Incrível como, mesmo tendo dinheiro, você ainda se rebaixa a tanto... Deve se sentir confortável com o lixo.

— Não, quero fazer algo de útil em meu tempo — disse Alice.

— Claro! Nada mais útil do que vender sorvetes em pleno inverno — ela revirou os olhos.

— Falou a que compra — isso deixou Emmeline com a palavra na boca.

Frank tentava fingir que não estava acontecendo nada, comendo o seu sorvete, tranquilamente. A cena era tão cômica que Alice, por um momento, sentiu vontade de rir, mas não daria esse gostinho para a garota.

— Tome! — Emmeline levantou-se, jogando uma nota de cinquenta em cima do balcão — Você está precisando!

— Ganhou rodando bolsinha? — Alice perdeu a paciência.

A garota parou no meio do caminho, virando-se lentamente.

— O que você disse? — ela perguntou, lentamente.

— Perguntei se ganhou esse dinheiro rodando bolsinha — repetiu Alice.

— Deus, me socorra... — Frank murmurou, cobrindo a cabeça com os braços.

— O que está acontecendo aqui?

Alice virou-se ao mesmo tempo que Emmeline.

— Deveria tomar cuidado com os seus empregados! — disse Emmeline.

— Não foi nada, senhor Florean. Foi apenas uma discussão entre colegas de classe — Frank tentou remediar a situação.

— Em um nível extremamente baixo. Esperava qualquer coisa de você, Alice, menos isso — disse Florean, sério.

Alice tirou o avental, jogando-o em cima do balcão, já sabendo o que viria.

— Eu vou pegar... — ele começou.

— Não precisa! — interrompeu Alice.

Ela levantou a “porta” do balcão, esbarrando propositalmente no ombro de Emmeline.

Estava caminhando, já fora da sorveteria, quando a porta abriu-se.

— Lice, espere! — gritou Frank.

Ela continuou caminhando, ignorando o chamado. No entanto, ele acelerou e alcançou-a, pegando o seu pulso.

— O que foi? — perguntou de mau jeito.

— Esqueceu isso dentro do seu avental — ele colocou o seu celular em sua mão.

— Obrigada — disse Alice, desbloqueando a tela.

— Eu fiquei realmente chateado. Você não precisava ter mentido para mim — ele retornou o assunto, mais calmo.

— Desculpe! — ela disse — Eu gosto de você. Só que o estrago já estava feito. Se eu dissesse a verdade, seria confessar que eu menti antes. Se eu contasse a verdade, você poderia pensar que eu estava mentindo naquela hora...

— Não, eu não faria isso — ele interrompeu.

— Como pode ter tanta certeza? — Alice manteve os olhos no wallpaper do celular.

Frank posicionou o dedo embaixo do queixo dela, fazendo com que ela levantasse o olhar.

— Porque eu também gosto de você — ele disse.

— Frank! — o grito de Emmeline fez com que os dois bufassem, irritados.

— Ah! Quer saber? Que essa garota vá para o inferno, junto com a birra dela com a Marlene! — disse Alice.

Surpreendendo até a si mesma, ela colocou-se na ponta dos pés, puxando a Frank pela gola da camiseta, e unindo os seus lábios.

Os passos pararam, e ela ouviu um som de exclamação vindo de Emmeline, mas ela não estava nem um pouco interessada naquilo naquele momento.

Outro impulso tomou-lhe, e ela afastou-se rapidamente de Frank.

— Vai procurar outro, esse aqui é meu, sua vadia — ela disse para Emmeline, por cima do ombro.

— Pode ficar! — a outra respondeu com sua voz enjoada, mas Alice não estava mais prestando atenção nela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como se a Alice precisasse da sua permissão. Nojenta!