Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 39
Capítulo 38




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— Eu não sei o que faria sem você — disse Alice, girando o batom rosa.

— Provavelmente estaria gastando a sua mesada em um salão de beleza — respondeu Marlene.

— Você podia levar as coisas para um outro lado — ela fez careta, ajeitando os borrões em torno da boca.

— Não sei para quê tanto drama. Todo ano tem essas festas — a castanha deu de ombros.

— Sim, mas agora é diferente! — disse Alice, guardando o batom em uma das gavetas.

— Diferente por quê? Por que o Frank vai estar lá? — Marlene virou-se para ela — Vai ver ele sempre esteve, mas você nunca reparou. E, se reparou, não deu importância. Ah! Fala sério, Lice! É o melhor amigo do meu irmão, já o conhecia desde o colégio.

— Sim, mas agora é na casa dele. Além do mais, lembra que éramos cada um em um canto? — ela revirou os olhos — Você não suportava ficar no mesmo ambiente que Ian.

— Continuo não suportando — retrucou.

— Sua casa é enorme! Sempre me senti desconfortável.

— Falou a garota da casa de bonecas.

Ela resolveu rir, controlando o impulso de mostrar a língua para a amiga.

A campainha interrompeu a leitura silenciosa, que Marlene fazia de seu WhatsApp.

— Aproveita enquanto pode! Daqui a pouco congestiona — disse Alice, saindo do quarto.

— Não é ano novo, mon amour! — respondeu Marlene, sem desviar o olhar do aparelho.

Assim que abriu a porta, Alice não esperou, voltando para dentro.

— E se eu fosse um estuprador? — brincou Ian.

— Tenho um vaso de flores posicionado estrategicamente — retrucou.

— Onde está o Longbottom? — Marlene apareceu na sala.

— Mamãe disse que “nada de celular” — disse Ian, pegando da mão dela.

— Ela não vai saber, se você não contar — rosnou a irmã, pegando-o de volta.

— A mãe dele pediu ajuda — ele disse, mas parecia estar escondendo algo.

— Tá! Vamos logo! — disse Alice.

— Modos, senhorita Piperwood! — disse Ian, pomposamente.

— Eu enfio o “senhorita” na sua cara — retrucou.

— É oficial! Está andando tempo demais com a minha irmã — ele murmurou.

— Não posso fazer nada, se ninguém te suporta — Marlene deu de ombros.

Em vista do nevoeiro, eles tiveram que ir de carro, apesar da casa não ser tão longe daquela região. Mesmo com as reclamações de Marlene, quem dirigiu o carro emprestado foi Ian.

— E os seus namorados? — ele perguntou.

— Não vão — disse Marlene, cortante.

— Pena que a Lily também não vai... — ele continuou dizendo.

— Ian, supere! Ela não quer nada com você! — ela interrompeu.

— Não é por mim que estou falando — ele deu um sorriso malicioso.

Antes que ela pudesse responder, o carro parou.

— Chegamos — Ian abriu a porta.

— Não precisa dar uma de cavalheiro... — ela resmungou para si mesma, empurrando a porta, assim que viu o irmão dar a volta.

— Teimosa — ele riu entredentes, tremendo de frio — Vamos logo com isso!

Alice não estava muito a fim de sair daquele lugar quente, mas seguiu-os.

— Vamos logo, Lice! — reclamou Marlene, empurrando-o para dentro.

— Não me empurre... — ela murmurou, a voz diminuindo de som conforme as palavras saíam.

Alice podia ver a Frank, do outro lado do salão, junto com uma mulher mais velha, que ela identificou como a sua mãe.

A batida da porta, embora leve, assustou-a. Sem a ventania do lado de fora, estava bem mais cômoda. O calor do vestido, as pessoas andando pelo lugar, e o fogo da lareira eram fatores para que os três logo se acostumassem.

— Já posso sentir meus dedos novamente! — dramatizou Ian, tentando tirar um sorriso de Marlene, que ignorou-o completamente, de braços cruzados, observando o ambiente.

— Meu detector de vadias não apitou. Ótimo! — a garota murmurou para si mesma.

— Venha! Vamos dar uma volta... — Alice sugeriu.

— Nada de nos seguir! — Marlene disse a Ian, antes de afastar-se.

— Tenho coisas melhores a fazer — ele devolveu a provocação, olhando fixamente para uma das convidadas.

— Dou todo o apoio. Se ele começar a namorar, me esquece — disse Marlene.

— Será que é isso que ele pensou, quando começou a namorar com o Sirius? — brincou Alice.

Por fim, elas decidiram ir ao banheiro, com a desculpa de retocar a maquiagem.

— Acho que ele gostou mesmo foi da desculpa para me atormentar — ela respondeu.

Assim que a porta fechou-se, ela tirou o celular do sutiã.

— Nenhuma mensagem... — murmurou.

— Isso aqui parece banheiro de restaurante — comentou Alice, olhando ao redor.

— Eles sediam muitas festas! O que queria? — perguntou Marlene, o olhar fixo na tela.

A porta abriu-se, e ela escondeu o celular atrás de si.

— Aqui estão vocês! — disse Susan McKinnon — Pensei que fosse nos cumprimentar, Marlene. Olá, Alice!

— Olá, senhora McKinnon — respondeu Alice, sem tirar os olhos do espelho.

— Desculpe, mãe. Estávamos retocando a maquiagem — disse Marlene — Esse nevoeiro todo não me fez bem.

— Entendo — respondeu a mulher — Vamos? Quero lhe apresentar algumas pessoas. Inclusive, gostaria que me falasse mais sobre esse rapaz.

— Que rapaz? — ela perguntou, franzindo o cenho.

— Sirius Black — disse Susan, fazendo Alice abaixar a cabeça, com uma careta.

— Certo — disse Marlene, assim que se recompôs — Só um minuto.

Ela dirigiu-se a um dos boxes, ainda escondendo o celular.

— Alice, querida, creio que ouvi lhe chamarem — Susan dirigiu-se a ela, sorrindo gentilmente.

— Quem? — ela perguntou.

— A dona da casa. Augusta Longbottom — o nome a fez gelar.

— Certo... — ela murmurou, nervosa — Estou indo, então!

Essa última frase foi mais para Marlene do que para a mulher.

Agora ela estava sob própria conta e risco.

Sem saber para onde ir, ela simplesmente foi caminhando por entre a multidão, procurando nas mesas.

— Alice!

Quando virou-se, não viu nada, pois foi abraçada fortemente. Retribuiu, quando sentiu o cheiro do perfume.

— Mãe... — suspirou.

— Querida, que saudades que estive de você! — disse Clarigan, afastando-se para observá-la melhor — Como se sente?

— Estou ótima! — ela respondeu, sorrindo.

— Venha! Vamos conversar melhor — sua mãe arrastou-a.

Quem observasse de longe, pensaria que se tratava de irmãs, por tanta semelhança física que havia entre elas. Na personalidade, acontecia o mesmo, apenas Alice que era mais tímida do que a mãe, que já estava acostumada a ir aos eventos sociais, dos quais a filha sempre fugia.

— Seu pai deve ter ido falar com alguns sócios — Clarigan negou com a cabeça, ao ver que seu marido não estava ali — Vamos! Sente-se! Me conte tudo!

Elas sentaram-se, a mãe segurando suas mãos.

— Não há o que contar! — Alice soltou uma de suas mãos para colocar um fio de cabelo atrás da orelha.

— Como está indo a faculdade? — perguntou Clarigan.

— Está indo bem... Tem uma menina do meu curso que é um pouco louca, mas gente boa — ela deu de ombros — Além do mais, não sei se te falei, mas tem essa nova menina morando com a gente, uma antiga amiga da Marlene...

— Com licença — um garoto apareceu — Sabem onde posso encontrar Marlene McKinnon?

— Ela está namorando, então acho melhor deixa-la em paz! — respondeu Alice, séria.

— Alice! — Clarigan apertou levemente a sua mão, em repreensão.

— Não, não é isso! — o garoto riu, sem parecer incomodado — Na verdade, eu queria saber se ela ainda tem contato com uma pessoa... Estudamos juntos.

— Ah! — exclamou Alice, um pouco constrangida — Faz um tempo desde que a vi. Da última vez, ela estava no corredor principal.

— Ah! Obrigado, de qualquer forma! — ele afastou-se.

Alice ficou observando como ele se afastava.

— Amos Diggory é um ótimo partido! — Clarigan olhou a filha com um sorrisinho.

— Mãe — ela disse, voltando o olhar para ela — Não.

— Está bem! — ela riu, levantando as mãos, em rendição.

— Eu já ouvi esse nome de algum lugar... — disse Alice, pensativa.

— Ah! Aí está o seu pai! — Clarigan ajeitou-se na cadeira.

Contudo, ele não vinha sozinho.

— Boa noite, senhora e senhorita Piperwood — disse Augusta Longbottom, olhando fixamente para ela.

— Boa noite, senhora Longbottom — respondeu Alice, sem olhá-la diretamente.

— Podemos ter uma conversa particular por um minuto? — perguntou Augusta, assim que cumprimentou a Clarigan.

Alice pôde sentir o olhar confuso e preocupado de seus pais, mas levantou-se mesmo assim.

— Oi, pai! — ela abraçou-o rapidamente — Eu já volto!

Dizer que estava sentindo-se intimidada era pouco.

Augusta caminhou até um lado mais vazio e tranquilo do salão. E o fato de Frank estar lá não ajudava muito na sua situação.

— O que houve? — perguntou, tentando controlar o estremecer das pernas.

— Deixo-lhes conversando — disse Augusta, afastando-se rapidamente.

— Temos um pequeno problema — Frank não mantinha os olhos parados em apenas um lugar, parecia estar procurando algo — Pequeno, verde e gordo problema.

— Se puder me explicar melhor... — disse Alice.

— O meu sapo sumiu — ele disse.

— Você tem um sapo? — perguntou, risonha.

— Pare de rir de mim! — ele reclamou, infantil — Estou falando sério! Soltar um sapo aqui é como soltar um rato. Não vão curtir muito!

— Está certo! — ela disse, ficando séria — O que poderia atraí-lo?

— São atraídos por água parada, plantas, luz atrai insetos... — começou a citar.

— Que tal a gente começar pelo seu quarto? — interrompeu Alice.

— Meu... O quê? — ele perguntou, perdido.

— Quero dizer, você vai conferir no seu quarto — corrigiu a garota, corada — A gente vê no andar de cima. Lá fora, ele não estará.

Eles correram até o andar de cima, tentando passar despercebidos.

Ouviu-se um grito do lado direito. Entreolhando-se, eles seguiram naquela direção.

— Trevor! — gritou Frank, abaixando-se para pegar o sapo.

— Encontraram? — Augusta surgiu, indo na direção deles.

— Sim! — disse Frank, levantando-se já com o sapo em mãos.

Querida, está tudo bem? — Augusta colocou a mão no ombro de Alice, que estava quieta.

— Posso vê-lo? — ela perguntou, olhando para o sapo — É tão fofo!

Augusta desviou o olhar, retirando sua mão.

— Claramente, nossas opiniões de “fofo” são divergentes — murmurou a mulher.

— Claro! — Frank ignorou a mãe, entregando Trevor para ela.

— Preciso ver quem encontrou-o, com licença — Augusta afastou-se, indo na direção de onde tinha vindo o grito.

— Se quer saber, a minha mãe amava usar esse método para afastar as minhas amigas — disse Frank, bufando.

— Que frescura dessas meninas... — murmurou Alice, acariciando a pele oleosa de Trevor.

Augusta não demorou a voltar.

— Está tudo ótimo! — disse, parecendo aliviada — Guarde-o, Frank. Por favor! Não podemos nos dar ao luxo de outro incidente.

— Engraçado, tenho a impressão de que o guardei muito bem em meu quarto — respondeu Frank, pegando o sapo das mãos de Alice.

— Vou descer. Meus pais devem estar preocupados — Alice despediu-se, sorrindo levemente.

Enquanto descia as escadas, no entanto, escutou algo que a fez congelar.

— Moça pura. É esse tipo de moça que eu quero para você, meu filho!


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