Grupo “estudar é para trouxas”.

[547 mensagens não lidas]

Frankenstein

Toe studs do fish a (17:03)

*Tô estudando física (17:03)

Marlene McKinnon

Olha, gente! Uma nova língua (17:04)

Qual é? (17:04)

Quero aprender! (17:04)

Ian viado

É o celular dele que tá configurado para o inglês (17:06)

Frankenstein

Celular bugado (17:07)

Número desconhecido

Ei! Qual é a matéria? (17:08)

Frankenstein

Viu ney pear (17:08)

Marlene McKinnon

*emoji de risadas* (17:08)

Frankenstein

Vou ver pera* (17:09)

*emoji de cara irritada* (17:09)

— “Frankenstein”, por um acaso, seria o Frank? — perguntou Lily, olhando por cima de seu ombro.

— É! — respondeu Marlene, rindo da conversa.

Alice tinha ido para a sorveteria (finalmente) trabalhar. Então, só Lily e Marlene estavam em casa, desfrutando da tranquilidade de uma tarde de quinta-feira.

— É tão estranho ver você tão legal com o Jimmy — disse Marlene, na hora em que Lily ria do nome “Ian viado”.

— Eu fui injusta com ele — disse, simplesmente.

— Foi mesmo — murmurou.

— Obrigada pelo apoio moral — retrucou Lily.

— De nada, amiga! — respondeu, sem se abalar.

O celular vibrou novamente, mas não era mensagem do grupo. Era mensagem de Petúnia.

— Faz tempo que não nos falamos... — comentou Marlene, estranhando.

— O que será que ela quer? — perguntou Lily, sentando-se ao seu lado.

Tuney

Está ocupada? (17:12)

— O Sirius é o único que você não coloca apelidos — observou Lily.

— Tem apelidos, mas são impróprios, caso alguma de vocês encontre o meu celular desbloqueado — disse Marlene.

— Seu celular desbloqueado — debochou Lily — Você só não coloca senha na calcinha!

Vendo a expressão indignada da amiga, Lily não aguentou e começou a gargalhar.

Tuney

Eu preciso da sua ajuda (17:15)

Ela voltou o olhar para o celular, que voltou a vibrar.

Marlene McKinnon

Calma! (17:15)

Estou aqui! (17:15)

O que houve? (17:15)

Tuney está digitando...

A frase perdurou por alguns segundos, antes de parar e voltar novamente.

— Parece que é sério! — comentou Lily, franzindo o cenho — Por que ela não veio falar comigo?

— Talvez seja algo que só eu possa fazer — disse Marlene, não muito segura.

Tuney

Quando vocês vão voltar para cá? (17:17)

Marlene McKinnon

Eu não sei, amiga... (17:17)

A faculdade está bem tensa (17:18)

Tanto para mim quanto para Lily (17:18)

Tuney

Tudo bem, então... (17:19)

Sem problemas (17:19)

Lily inclinou-se, pegando o celular das mãos de Marlene, e começando a digitar.

Marlene McKinnon

Petúnia (17:20)

Está tudo bem mesmo? (17:20)

Tuney

Sim, Lils! Não se preocupe (17:20)

Só estava com saudades mesmo... (17:20)

Marlene McKinnon

Você falou de “ajuda” (17:21)

Tuney

Já resolvi (17:21)

Mas obrigada, meninas ♥ (17:22)

Embaixo do nome dela, apareceu a mensagem de “online há 1 minuto”.

— Estranho — disse Lily, depois de um tempo.

— Muito — concordou Marlene — Ela deve ter pedido ajuda para falar contigo!

— Nunca pensei que ficar longe de Tuney fosse fazer tanta diferença na minha vida... — murmurou Lily, sorrindo levemente.

— As consequências de se dar bem com uma irmã — ela disse, trocando novamente para o grupo dos veteranos.

— Você deve ter pulado de felicidade quando Ian disse que se mudaria — brincou a ruiva.

— É, você me conhece perfeitamente bem!

A verdade era que, apesar da implicância, ela sentiu muito a falta do irmão.

Jamais admitiria, é claro.

Grupo “companhia Eileen Prince”.

Amy

E aí? (17:25)

Qual a ideia brilhante que você teve, Marley? (17:26)

— O apelido perfeito para a cadela perfeita — debochou Lily, afastando o rosto do ombro dela.

— Eu já pedi para elas pararem, mas isso só piorou — bufou Marlene, começando a digitar.

O sorriso de Lily congelou no rosto, e ela ficou olhando para o nada, por alguns instantes.

— Qual é o nome da companhia de teatro? — perguntou, lentamente.

— Eileen Prince — respondeu Marlene, sem desviar o olhar do celular.

A ruiva virou o rosto lentamente.

— Você é lerda, ou se faz de? — perguntou.

— Ué! Por quê? — ela desviou o olhar, confusa.

— Eileen Prince é o nome da mãe do Snape! — ela surtou, por fim — Como assim você não percebeu? Ah! Meu Deus! Eu pensei que, finalmente, conseguiria me livrar dele, mas não!

— Ei! Ei! Ei! — interrompeu a castanha, deixando o celular de lado — Ele não faz teatro!

— Eileen sempre quis que ele fizesse! Era o sonho dela! — retrucou a garota, irritada — E é o curso perfeito para entrar para a faculdade. Assim como eu, ele não tem habilidade para nada mais.

— Você tem habilidade — disse Marlene, revirando os olhos — Ginástica olímpica!

— Que de nada adianta quando não se tem onde treinar — reclamou.

Marlene McKinnon

Eu estava pensando em algo diferente (17:31)

Vai dar trabalho, mas nunca fizeram isso antes (17:31)

Eileen Prince

O quê? (17:32)

Marlene McKinnon

A gente podia fazer uma peça que evoluísse de acordo com as escolhas do público (17:33)

Chega um momento da cena que, tipo, terão duas ou três escolhas de continuação (17:33)

A gente coloca um telão atrás de nós, com as opções, e o público vota, de alguma forma (17:34)

Ela esperou, nervosa, pela resposta.

Eileen Prince

Vou ver o que posso fazer (17:35)

— Já é algo! — murmurou para si mesma, feliz.

— Tipo Life is Strange? — perguntou Lily.

— É... Mais ou menos — ela deu de ombros — Vamos ter que treinar muito... São milhares de possibilidades, mesmo que sejam apenas duas opções. E teremos que montar um roteiro...

— Relaxa! — a outra riu, divertida — Vocês têm tempo.

— E verba? — retrucou.

— Você não é exatamente pobre, senhorita McKinnon — disse Lily, sorrindo.

A porta da frente abriu-se, e Alice jogou a bolsa em cima da poltrona, sentando-se em outra.

— Estou... — começou, o olhar fixo no teto.

— Não diga que está morta — interrompeu Lily, lançando-lhe um olhar mortal — Você estuda psicologia e trabalha em uma sorveteria.

— Levemente cansada — completou Alice, arregalando os olhos, assustada.

Lily deu um sorriso dócil, erguendo-se para pegar o celular.

— Olhe! Você ainda sabe o que significa celular — debochou Marlene — Lembra o que é “Twitter”, ex-viciada?

— Céus! Nem me fale! — resmungou a ruiva — Estou há mais de um mês sem tweetar.

— Fez a diferença de muitas pessoas — Alice murmurou, levantando-se — Vou me trocar.

— Isso é tweetar na vida real — provocou Lily.

Marlene bateu na mão de Lily, mas as duas foram ignoradas.

Com o silêncio, a ruiva resolveu acessar o seu abandonado Twitter, já com notificações.

Marlene McKinnon @enelraMarlene • 16 min

Você.

Lily Evans @LilyMary Evans

Quem precisa de psicólogo quando se tem o Twitter?

— Engraçadinha! — Marlene ouviu Lily reclamar, e riu, mesmo sem entender o motivo.

O celular dela deu um toque de notificação, e ela entendeu o motivo da reclamação.

Lily Evans @LilyMaryEvans • agora

Hahahaha

Não.

Marlene McKinnon @enelraMarlene

Você. twitter.com/LilyMaryEvans/...

— Falta de humor — brincou Marlene.

— Você se mete nos meus tweets! — reclamou Lily, fazendo biquinho.

— Quando se posta no Twitter, está suscetível a qualquer coisa — ela retrucou.

Logo depois, Marlene começou a receber várias notificações no Twitter.

— Bye bye, WhatsApp — murmurou para si mesma.

Lily Evans @LilyMaryEvans • agora

@enelraMarlene Amiga... Não é copo de whisky na capa do Twitter.

É chá. Dá para ver a cordinha do saco...

Marlene ficou olhando fixamente para o tweet.

— Não — murmurou, irritada.

Pressionando o dedo contra um canto da tela, ela chegou ao seu perfil, e viu a foto do cachorro de óculos do lado do copo de...

— Tá de brincadeira com a minha cara — reclamou.

Depois de momentos de indecisão, ela decidiu deixar a capa, e fingir que era whisky mesmo. Ninguém acessava o seu Twitter mesmo...

Marlene McKinnon @enelraMarlene • agora

Potter dog.

*imagem do cachorro de óculos*

— Pelo amor de Deus, Marlene! Não dá ideia! — Lily exclamou, do seu lado — Se Sirius ou James virem isso... Pobre Padfoot!

— Mas é uma ótima ideia! — os olhos de Marlene brilharam, e ela levantou-se — Já volto!

— Lene! — disse a ruiva, em tom perigoso, sendo ignorada — Marlene! McKinnon! Leninha!

A batida da porta foi sua resposta.

Sirius Black

Está ocupada? (17:59)

Marlene McKinnon

Abre a porta (18:00)

Ela ouviu barulho de algo caindo, e logo depois a porta se abriu.

— Quero fazer uma coisa! — disse, sem deixa-lo falar — Traga Padfoot! E um bom copo de whisky!

Sirius riu, confuso, mas deixou-a entrar, indo atrás do que pediu. O celular estava jogado em cima da mesa.

— A tentação de ver o celular dele? — brincou James, entrando na sala.

— Preciso dos seus óculos — disse Marlene, tirando-os.

— Ei! Devolve! — ele reclamou, já sem enxergar.

— Desculpe, amigo! — ela riu — Remus tem uma câmera, não tem?

— Por qual motivo? — ele entrou na sala, olhando cautelosamente para ela.

— Já vai ver! — ela sorriu, pulando feliz.

— Pelo amor de Deus, não deixe essa louca quebrar os meus óculos — pediu James, piscando.

Sirius entrou, segurando a Padfoot por um braço.

— O que vão fazer com Pads? — perguntou Remus, confuso.

— Ai, gente! Só quero tirar uma foto! — ela exclamou — Não vou fazer nenhum ritual!

Depois de alguns minutos de enrolação, Padfoot estava com os óculos de James, tentando escapar das mãos de Sirius, ao lado de um copo de whisky.

— Você não bate bem — Remus gargalhava.

O cachorro escorregou, derrubando o copo no chão.

— Vou pegar jornal, esperem! — disse Sirius, saindo de perto dele.

— Padfoot, não! — gritou Marlene, afastando o cão do whisky, que ele resolveu lamber.

— O cachorro é bêbado igual aos donos — disse James, que conseguiu adivinhar o que tinha acontecido.

Remus apenas gargalhava. Por fim, Sirius e Marlene também riram.

A noite já tinha caído, e Marlene resolveu ficar por ali mesmo, sem importar-se com Lily ou Alice. Elas moravam logo ao lado, era só lhe chamar.