Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 23
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Quem está com saudade dos marauders? *moonface*



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— Vem cá, você veio aqui para isso? — perguntou Marlene, fechando a porta com força.

Ian não pareceu intimidar-se pelo som da porta batendo, nem pelo tom perigoso de voz que podia ser sentido em suas palavras.

— Vai me responder ou não? — insistiu.

— Quer saber de uma coisa? Eu não lhe devo satisfações! — ela gritou, irritada.

— Ah! Não me deve? Eu sou o seu irmão! — ele retrucou.

— Agora você quer ser o meu irmão? Agora? — ela começou a rir, debochada — Eu já peguei mais de vinte caras, e você nunca deu os seus ataques. Inclusive, você já pegou mais de vinte mulheres, e eu nunca me meti!

— É diferente! — ele disse.

— Diferente por quê? Por que é um Black? — ela perguntou.

— É! — ele respondeu, virando-se.

— É? — repetiu Marlene, indignada — E qual o problema de ser um Black?

— Você sabe como esse tipo de família é! — retrucou.

— Eu sei me defender sozinha, muito obrigada. E isso não me afeta em nada! — disse.

Quando ela tentou afastar-se, ele puxou-a pelo braço.

— Me solta! — rosnou, irritada.

— Então, me responda! — disse Ian.

— O que está acontecendo aqui? — Lily entrou na sala, seguida por Alice.

— Está fazendo uma tempestade em copo d’água! — disse Marlene.

— Então, por que não me responde? — perguntou o irmão.

— Porque eu gosto de te irritar — ela deu de ombros.

Lily achou melhor ficar no meio deles, já que Ian parecia disposto a pular no pescoço da irmã, de tão irritado que estava.

— O que está acontecendo? — perguntou, cautelosa.

— Aquele garoto que vive grudado na minha irmã — começou Ian.

— Ele é o meu amigo! — interrompeu Marlene, já cansada daquela discussão toda.

— E desde quando você tem amigos? — foi Lily quem perguntou, levantando uma sobrancelha.

Então, quem queria pular no pescoço de alguém era Marlene, pelo olhar fuzilante que lhe lançou.

— E eu pensei que você acreditava em amizade entre homem e mulher — retrucou, provocante.

As duas mantiveram-se olhando por um tempo, até que Alice interviu.

— Ouviu a sua irmã. Agora vai embora daqui! — disse, empurrando a Ian, que já estava mais relaxado.

— Mandarei lembranças a Frank — ele disse, antes de abrir a porta, saindo.

— Sai! — gritou Alice, fechando a porta.

O clima entre Marlene e Lily estava bem tenso, por causa da aposta, e nenhuma das duas daria o braço a torcer.

Marlene sabia que era capaz de qualquer coisa para vencer, e ela conseguiria.

— Vamos! Vamos voltar a comer! — disse Alice, querendo acabar com aquele silêncio todo.

Elas voltaram para a cozinha, sem dizer uma palavra.

— Que dia você vai começar o trabalho? — perguntou Lily, depois de um tempo.

— Amanhã eu vou lá — respondeu Alice, sem olha-la.

Os celulares de Alice e Lily tocaram ao mesmo tempo, e podia se escutar o som do celular de Marlene, vindo do quarto.

— Eita! — exclamou a última, jogando o garfo no prato, fazendo o som metálico contrastar com os toques de celular — “A” resolveu nos mandar uma mensagem?

Muito à contragosto, Lily riu, pegando o seu celular para ver o que era, ao mesmo tempo que Alice.

 

Número desconhecido

Festa de início de ano segunda à noite, na casa de Emmeline Vance (14:12)

 

— Eu não acredito — disse Marlene, pausadamente, ao ler a mensagem, por cima do ombro de Alice.

— Não é quem eu estou pensando, não é? — Alice virou-se para ela.

— Quem é Emmeline Vance? — perguntou Lily, franzindo o cenho.

— É uma vadia — respondeu Marlene — Uma vadia pior do que eu.

— Você não se mete com as outras pessoas — retrucou Alice.

— Quando eu quero me vingar, eu sei me vingar — ela disse, dando de ombros.

— O quê? Ela se meteu no seu caminho? — perguntou Lily.

— Ela pegou aquele babaca que estava aqui há alguns minutos — disse Marlene, apontando para a porta — Fez ele sofrer. Nunca o vi daquele jeito.

— Vai ver, é por isso que ele está preocupado contigo, Lene — disse a ruiva — Ele não quer que você sofra.

— Eu não sofro. E não faço ninguém sofrer — ela deu de ombros, voltando a sentar-se.

— Há exceções! — retrucou Alice.

— Eu só quero me divertir, sem me relacionar a alguém — disse Marlene — Se tem garotos que se apaixonam, a culpa não é minha. Ficar com a pessoa, sem sentir algo, seria iludir.

— Vai visitá-lo hoje? — perguntou Alice, referindo-se ao Sirius.

— Eu não sei... Talvez — respondeu, sorrindo levemente.

Depois de terminar o almoço, Marlene escapou das tarefas de recolher a mesa e lavar a louça, como sempre fazia, deixando o trabalho a Alice e Lily, enquanto ia pegar o seu celular.

 

Sirius Black

Você vai na festa? (14:31)

 

Marlene McKinnon

Não vou faltar aos trotes (14:34)

 

Sirius Black

Não parece muito empolgada (14:34)

 

Marlene McKinnon

É só que não tenho um bom histórico com a Vance (14:34)

 

Sirius Black

E quem é que tem? (14:35)

 

Ela riu, já deitada em sua cama, imaginando os motivos pelo qual ele não teria um bom histórico com a sua arquiinimiga (se bem que preferia não imaginar).

 

Sirius Black

Mas vai ser mesmo divertido ver os trotes (14:35)

Vai contar para as suas amigas? (14:35)

 

Marlene McKinnon

É claro que não! (14:36)

Elas tem meio que fobia de trote (14:36)

Se eu contar, ela jamais irão (14:36)

 

Sirius Black

Que amiga má! (14:36)

 

Marlene McKinnon

Nunca disse que não era (14:37)

 

— Amiga, para de mandar nudes! — ela ouviu Alice gritar, do corredor.

— Sabe de nada, inocente... — murmurou Marlene, rindo baixinho.

Ela mordeu o lábio, olhando para o celular, quase entrando no modo de espera. Por fim, levantou-se e saiu do quarto.

— Aonde você vai? — perguntou Lily, desconfiada, quando viu-a ir para a sala.

— Não pergunte se você sabe a resposta — disse Marlene, sorrindo maliciosamente, antes de deixar o apartamento para trás.

— Lene está com uns princípios eruditos... — ela ouviu Alice dizer.

“Essa menina com Divergente...” pensou, revirando os olhos.

Ia tocar a campainha, mas virou a maçaneta, e viu que a porta estava destrancada.

— Não me desobedeça! — ela ouviu uma voz de mulher dizer, e paralisou, com a porta entreaberta — Não quero que você se relacione com esses sangues ruins, Órion.

— Se fosse assim, deveria ter me colocado em uma universidade apenas com “sangues puros” — o sarcasmo era percebido a distância.

— Essa garota se relaciona com sangues ruins, é uma traidora do sangue — continuou dizendo a, possível, mãe dele.

— E eu moro com um! Também estou um traidor! — ele disse, irritado.

O silêncio foi cortado por um ofego ofendido e, logo depois, o barulho indiscutível de um tapa.

— Nunca mais diga uma coisa dessas! — disse a mulher, parecendo horrorizada — Você vai cortar qualquer contato com essa gente! Se for colocá-lo para fora, ou trocar de apartamento, já é decisão sua!

— Ou o quê? — ele perguntou.

— Você verá o que te acontece, se me desafiar — respondeu.

Marlene percebeu que passos se aproximavam, e subiu as escadas, apressadamente, escondendo-se na curva.

— É melhor você escutá-la — disse uma voz masculina, mas era infantil demais para ser a do pai.

— Meta-se em seus assuntos, Regulus! — disse Sirius, irritado, empurrando-o para fora do apartamento.

Ela esperou até que eles tivessem descido pelo elevador para descer e entrar.

— O que é agora? — perguntou Sirius, pensando que eles tinham voltado, mas abrandou a expressão ao vê-la — Ah! É você!

Ela pensou em dizer várias coisas, mas aproximou-se dele, dando um abraço apertado.

— Ei! Ei! Ei! O que houve? — murmurou, preocupado.

— Nada — respondeu, balançando a cabeça — Você vai ter problemas...

— Eu já aguentei muita coisa calado... — ele disse — Não esquenta! Nem toda maçã da minha família é podre.

James e Remus atrapalharam o que seria um momento constrangedor para Marlene: quando se afastasse de Sirius, já que ela estava realmente comovida pelo jeito como ele agiu com a mãe.

— Padfoot, não! — gritou James, correndo atrás do pequeno filhote.

— Volte aqui! — gritou Remus, indo atrás dos dois.

A distração de Sirius permitiu que ela passasse as mãos pelos olhos, limpando algumas lágrimas que tinham descido.

— O que aconteceu? — perguntou o moreno, curioso.

— O trabalho do professor Kettleburn! — James não parou de correr — Padfoot conseguiu pega-lo de cima da mesa!

Sirius arregalou os olhos, empalidecendo, e ajudando os outros três a correr atrás do pequeno filhote, com os papéis na boca.

— Esperem! Esperem! Assim, ele vai pensar que estão brincando com ele! — gritou Marlene, por cima de toda a bagunça.

— E se o perdermos de vista, já era trabalho! — retrucou James.

— Precisamos encurralá-los! — disse, em vão.

O filhote foi na direção contrária, e ela pulou, puxando-o pelo tronco. Os outros três agacharam-se, derrapando.

— Pads, solta! — resmungou James, puxando as folhas, mas o cachorro mantinha os dentes fortemente presos.

Sirius começou a apertar levemente as bochechas dele, para que ele fosse obrigado a abrir a boca.

À contragosto, ele acabou soltando.

— Droga! — choramingou James, olhando para os papéis molhados — Passamos a semana toda fazendo isso!

— Não tem como...? — perguntou Marlene.

— Não dá mais tempo! Estamos ferrados! — Sirius lamentou-se.

— Estão ferrados, amigos — disse Remus, seriamente.

Padfoot ainda balançava o rabo, feliz pela correria que causou.

— Cachorro sem vergonha — disse Marlene, rindo.

— Ah! Tenho como ficar com raiva de você? — resmungou Sirius, cruzando os braços — Eu estou ferrado! Sabe o que é isso?

O cachorro respondeu lambendo-o na boca.

— Padfoot! — gritou Sirius, levantando-se com a mão na boca — O que já falamos sobre isso?

— Nada de demonstrar o seu amor na minha frente? — brincou Marlene, acariciando atrás das orelhas do peludo — É apenas um filhote, Six!

— Eu vou lavar a boca, a não ser que curta o gosto — disse Sirius, afastando-se.

— Vai lá! — gritou a castanha.

James pegou o pequeno no colo, abatido, deixando as folhas no chão.

Marlene puxou a parte seca, e leu o título escrito à caneta: “empreendedorismo”.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acham? James e Sirius vão virar purê de Kettleburn?