Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora
Notas iniciais do capítulo
Quem está com saudade dos marauders? *moonface*
— Vem cá, você veio aqui para isso? — perguntou Marlene, fechando a porta com força.
Ian não pareceu intimidar-se pelo som da porta batendo, nem pelo tom perigoso de voz que podia ser sentido em suas palavras.
— Vai me responder ou não? — insistiu.
— Quer saber de uma coisa? Eu não lhe devo satisfações! — ela gritou, irritada.
— Ah! Não me deve? Eu sou o seu irmão! — ele retrucou.
— Agora você quer ser o meu irmão? Agora? — ela começou a rir, debochada — Eu já peguei mais de vinte caras, e você nunca deu os seus ataques. Inclusive, você já pegou mais de vinte mulheres, e eu nunca me meti!
— É diferente! — ele disse.
— Diferente por quê? Por que é um Black? — ela perguntou.
— É! — ele respondeu, virando-se.
— É? — repetiu Marlene, indignada — E qual o problema de ser um Black?
— Você sabe como esse tipo de família é! — retrucou.
— Eu sei me defender sozinha, muito obrigada. E isso não me afeta em nada! — disse.
Quando ela tentou afastar-se, ele puxou-a pelo braço.
— Me solta! — rosnou, irritada.
— Então, me responda! — disse Ian.
— O que está acontecendo aqui? — Lily entrou na sala, seguida por Alice.
— Está fazendo uma tempestade em copo d’água! — disse Marlene.
— Então, por que não me responde? — perguntou o irmão.
— Porque eu gosto de te irritar — ela deu de ombros.
Lily achou melhor ficar no meio deles, já que Ian parecia disposto a pular no pescoço da irmã, de tão irritado que estava.
— O que está acontecendo? — perguntou, cautelosa.
— Aquele garoto que vive grudado na minha irmã — começou Ian.
— Ele é o meu amigo! — interrompeu Marlene, já cansada daquela discussão toda.
— E desde quando você tem amigos? — foi Lily quem perguntou, levantando uma sobrancelha.
Então, quem queria pular no pescoço de alguém era Marlene, pelo olhar fuzilante que lhe lançou.
— E eu pensei que você acreditava em amizade entre homem e mulher — retrucou, provocante.
As duas mantiveram-se olhando por um tempo, até que Alice interviu.
— Ouviu a sua irmã. Agora vai embora daqui! — disse, empurrando a Ian, que já estava mais relaxado.
— Mandarei lembranças a Frank — ele disse, antes de abrir a porta, saindo.
— Sai! — gritou Alice, fechando a porta.
O clima entre Marlene e Lily estava bem tenso, por causa da aposta, e nenhuma das duas daria o braço a torcer.
Marlene sabia que era capaz de qualquer coisa para vencer, e ela conseguiria.
— Vamos! Vamos voltar a comer! — disse Alice, querendo acabar com aquele silêncio todo.
Elas voltaram para a cozinha, sem dizer uma palavra.
— Que dia você vai começar o trabalho? — perguntou Lily, depois de um tempo.
— Amanhã eu vou lá — respondeu Alice, sem olha-la.
Os celulares de Alice e Lily tocaram ao mesmo tempo, e podia se escutar o som do celular de Marlene, vindo do quarto.
— Eita! — exclamou a última, jogando o garfo no prato, fazendo o som metálico contrastar com os toques de celular — “A” resolveu nos mandar uma mensagem?
Muito à contragosto, Lily riu, pegando o seu celular para ver o que era, ao mesmo tempo que Alice.
Número desconhecido
Festa de início de ano segunda à noite, na casa de Emmeline Vance (14:12)
— Eu não acredito — disse Marlene, pausadamente, ao ler a mensagem, por cima do ombro de Alice.
— Não é quem eu estou pensando, não é? — Alice virou-se para ela.
— Quem é Emmeline Vance? — perguntou Lily, franzindo o cenho.
— É uma vadia — respondeu Marlene — Uma vadia pior do que eu.
— Você não se mete com as outras pessoas — retrucou Alice.
— Quando eu quero me vingar, eu sei me vingar — ela disse, dando de ombros.
— O quê? Ela se meteu no seu caminho? — perguntou Lily.
— Ela pegou aquele babaca que estava aqui há alguns minutos — disse Marlene, apontando para a porta — Fez ele sofrer. Nunca o vi daquele jeito.
— Vai ver, é por isso que ele está preocupado contigo, Lene — disse a ruiva — Ele não quer que você sofra.
— Eu não sofro. E não faço ninguém sofrer — ela deu de ombros, voltando a sentar-se.
— Há exceções! — retrucou Alice.
— Eu só quero me divertir, sem me relacionar a alguém — disse Marlene — Se tem garotos que se apaixonam, a culpa não é minha. Ficar com a pessoa, sem sentir algo, seria iludir.
— Vai visitá-lo hoje? — perguntou Alice, referindo-se ao Sirius.
— Eu não sei... Talvez — respondeu, sorrindo levemente.
Depois de terminar o almoço, Marlene escapou das tarefas de recolher a mesa e lavar a louça, como sempre fazia, deixando o trabalho a Alice e Lily, enquanto ia pegar o seu celular.
Sirius Black
Você vai na festa? (14:31)
Marlene McKinnon
Não vou faltar aos trotes (14:34)
Sirius Black
Não parece muito empolgada (14:34)
Marlene McKinnon
É só que não tenho um bom histórico com a Vance (14:34)
Sirius Black
E quem é que tem? (14:35)
Ela riu, já deitada em sua cama, imaginando os motivos pelo qual ele não teria um bom histórico com a sua arquiinimiga (se bem que preferia não imaginar).
Sirius Black
Mas vai ser mesmo divertido ver os trotes (14:35)
Vai contar para as suas amigas? (14:35)
Marlene McKinnon
É claro que não! (14:36)
Elas tem meio que fobia de trote (14:36)
Se eu contar, ela jamais irão (14:36)
Sirius Black
Que amiga má! (14:36)
Marlene McKinnon
Nunca disse que não era (14:37)
— Amiga, para de mandar nudes! — ela ouviu Alice gritar, do corredor.
— Sabe de nada, inocente... — murmurou Marlene, rindo baixinho.
Ela mordeu o lábio, olhando para o celular, quase entrando no modo de espera. Por fim, levantou-se e saiu do quarto.
— Aonde você vai? — perguntou Lily, desconfiada, quando viu-a ir para a sala.
— Não pergunte se você sabe a resposta — disse Marlene, sorrindo maliciosamente, antes de deixar o apartamento para trás.
— Lene está com uns princípios eruditos... — ela ouviu Alice dizer.
“Essa menina com Divergente...” pensou, revirando os olhos.
Ia tocar a campainha, mas virou a maçaneta, e viu que a porta estava destrancada.
— Não me desobedeça! — ela ouviu uma voz de mulher dizer, e paralisou, com a porta entreaberta — Não quero que você se relacione com esses sangues ruins, Órion.
— Se fosse assim, deveria ter me colocado em uma universidade apenas com “sangues puros” — o sarcasmo era percebido a distância.
— Essa garota se relaciona com sangues ruins, é uma traidora do sangue — continuou dizendo a, possível, mãe dele.
— E eu moro com um! Também estou um traidor! — ele disse, irritado.
O silêncio foi cortado por um ofego ofendido e, logo depois, o barulho indiscutível de um tapa.
— Nunca mais diga uma coisa dessas! — disse a mulher, parecendo horrorizada — Você vai cortar qualquer contato com essa gente! Se for colocá-lo para fora, ou trocar de apartamento, já é decisão sua!
— Ou o quê? — ele perguntou.
— Você verá o que te acontece, se me desafiar — respondeu.
Marlene percebeu que passos se aproximavam, e subiu as escadas, apressadamente, escondendo-se na curva.
— É melhor você escutá-la — disse uma voz masculina, mas era infantil demais para ser a do pai.
— Meta-se em seus assuntos, Regulus! — disse Sirius, irritado, empurrando-o para fora do apartamento.
Ela esperou até que eles tivessem descido pelo elevador para descer e entrar.
— O que é agora? — perguntou Sirius, pensando que eles tinham voltado, mas abrandou a expressão ao vê-la — Ah! É você!
Ela pensou em dizer várias coisas, mas aproximou-se dele, dando um abraço apertado.
— Ei! Ei! Ei! O que houve? — murmurou, preocupado.
— Nada — respondeu, balançando a cabeça — Você vai ter problemas...
— Eu já aguentei muita coisa calado... — ele disse — Não esquenta! Nem toda maçã da minha família é podre.
James e Remus atrapalharam o que seria um momento constrangedor para Marlene: quando se afastasse de Sirius, já que ela estava realmente comovida pelo jeito como ele agiu com a mãe.
— Padfoot, não! — gritou James, correndo atrás do pequeno filhote.
— Volte aqui! — gritou Remus, indo atrás dos dois.
A distração de Sirius permitiu que ela passasse as mãos pelos olhos, limpando algumas lágrimas que tinham descido.
— O que aconteceu? — perguntou o moreno, curioso.
— O trabalho do professor Kettleburn! — James não parou de correr — Padfoot conseguiu pega-lo de cima da mesa!
Sirius arregalou os olhos, empalidecendo, e ajudando os outros três a correr atrás do pequeno filhote, com os papéis na boca.
— Esperem! Esperem! Assim, ele vai pensar que estão brincando com ele! — gritou Marlene, por cima de toda a bagunça.
— E se o perdermos de vista, já era trabalho! — retrucou James.
— Precisamos encurralá-los! — disse, em vão.
O filhote foi na direção contrária, e ela pulou, puxando-o pelo tronco. Os outros três agacharam-se, derrapando.
— Pads, solta! — resmungou James, puxando as folhas, mas o cachorro mantinha os dentes fortemente presos.
Sirius começou a apertar levemente as bochechas dele, para que ele fosse obrigado a abrir a boca.
À contragosto, ele acabou soltando.
— Droga! — choramingou James, olhando para os papéis molhados — Passamos a semana toda fazendo isso!
— Não tem como...? — perguntou Marlene.
— Não dá mais tempo! Estamos ferrados! — Sirius lamentou-se.
— Estão ferrados, amigos — disse Remus, seriamente.
Padfoot ainda balançava o rabo, feliz pela correria que causou.
— Cachorro sem vergonha — disse Marlene, rindo.
— Ah! Tenho como ficar com raiva de você? — resmungou Sirius, cruzando os braços — Eu estou ferrado! Sabe o que é isso?
O cachorro respondeu lambendo-o na boca.
— Padfoot! — gritou Sirius, levantando-se com a mão na boca — O que já falamos sobre isso?
— Nada de demonstrar o seu amor na minha frente? — brincou Marlene, acariciando atrás das orelhas do peludo — É apenas um filhote, Six!
— Eu vou lavar a boca, a não ser que curta o gosto — disse Sirius, afastando-se.
— Vai lá! — gritou a castanha.
James pegou o pequeno no colo, abatido, deixando as folhas no chão.
Marlene puxou a parte seca, e leu o título escrito à caneta: “empreendedorismo”.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que vocês acham? James e Sirius vão virar purê de Kettleburn?