Proibido Amar escrita por nywphadora, nywphadora
— Eu não me importo! É claro que não!
Lily olhava incrédula para o monólogo de Marlene.
As duas voltavam sozinhas para casam, já que Alice foi ver o lance do emprego na sorveteria, junto com Pandora, a colega de psicologia dela.
— Não é o que parece — retrucou Lily.
— Não comece! — interrompeu Marlene — Eu sei que estou há bastante tempo com Sirius, mas... Sempre foi por WhatsApp, só agora estamos nos vendo oficialmente.
— Você nunca preparou terreno — disse Lily.
— Porque eu nunca conheci alguém fora de uma festa — ela disse.
— Pode até ser — disse, não muito convencida.
— O que esperavam? Eu não tenho amigos homem, e muito menos namorados.
Elas chegaram no prédio, sem esbarrar com algum conhecido.
— Você sempre fala a verdade na cara das pessoas, e agora a Alice resolveu retrucar, como eu disse — disse Lily, ignorando a presença de Filch, nem esforçava-se mais para cumprimentar o rabugento, que nunca devolvia a gentileza.
A outra apenas bufou, entrando no elevador.
— Esse seu estilo de vida é ridículo — disse Lily, insistindo — Como assim não tem amigos homens?
— Eu acabo pegando eles! — exclamou Marlene, como se fosse inocente.
O elevador abriu-se, e elas caminharam até a porta da casa.
— A chave está contigo? — perguntou Marlene, procurando a sua na bolsa.
Lily não respondeu, apenas encaixou na fechadura, girando e abrindo a porta.
— Não existe! Sinceramente, isso não existe! — disse a castanha, jogando a bolsa em cima do sofá.
— Não existe o quê? — perguntou Lily, cansada, enquanto trancava a porta.
— Amizade entre homem e mulher, na moral!
A ruiva virou-se para ela, incrédula.
— O que está dizendo? É claro que existe! — exclamou, dando uma risada incrédula.
— É claro que não! — disse Marlene, rindo.
Elas pararam de rir, trocando um olhar.
— Eu já tive amigos homens, Lene — disse Lily, lentamente.
— Quem? — ela perguntou, divertida.
— Snape! — disse, quase se xingando por precisar nomear a ele.
— Friendzone — disse Marlene, indo até a cozinha.
— Ele não... — ela parou de falar — Amos Diggory!
— Foi uma linda amizade, que terminou em uns amassos...
Ela xingou-se mentalmente por esquecer desse detalhe.
— Pode até ser, mas ele não começou uma amizade com esse pensamento — disse Lily, tentando sair por cima, de alguma forma.
— Ele dava bronca em todos que olhavam as suas pernas — ela disse, abrindo a geladeira, e tomando um gole de suco.
— Um amigo avisaria que tem caras depravados atrás de ti!
— Um amigo não olharia para as suas pernas, para começo de conversa.
“Eu não vou deixar ela ganhar mais uma discussão” o lado orgulhoso de Lily disse.
— Se fosse um amigo gay, tudo bem — continuou Marlene.
— Eu e Remus somos amigos — retrucou Lily.
— Eu tenho certas dúvidas sobre a sexualidade dele — murmurou Marlene.
Lily revirou os olhos, enquanto a amiga fechava a geladeira, jogando o copo de suco na pia, não quebrando-o por milagre.
— Eu aposto que vocês ficariam — disse Marlene, cruzando os braços.
— O quê? — ela engasgou.
— Vocês estão no mesmo curso, tem opiniões e gostos iguais... — ela disse — Por enquanto, não tem uma amizade tão profunda, mas...
— Nem se tivéssemos! — interrompeu.
— Alguma coisa muito importante acontece contigo. Sei lá! Você leva um fora do seu namorado! Eu e Alice estamos viajando. A quem você recorreria? — perguntou a castanha.
— À minha mãe! — respondeu Lily.
Marlene deu um barulhento tapa na própria testa.
— Você não está ajudando... — murmurou.
— Ou Petúnia! A quem mais eu recorreria? — retrucou Lily.
— Ao seu melhor amigo! Os dois estão carentes, você se pegam. As coisas acontecem assim! Ou você tem uma tensão sexual com o seu amigo, e vocês se pegam naturalmente.
— Em nenhum momento você pode considerar uma amizade verdadeira? Sem pegações?
— É claro que posso! A garota é lésbica, ou o garoto é gay.
Lily deixou um riso incrédulo sair, enquanto Marlene movia-se para a estante dos seus remédios.
— Você é impossível! — desabafou, sentando-se em uma cadeira.
— Só digo a verdade! — disse Marlene, de costas para ela, procurando por entre os frascos — Tem outro caso para não haver relacionamentos. Quando também é o melhor amigo do seu namorado.
— Eu acredito que existe — disse Lily.
— Encontrei! — exclamou a outra, parecendo não escutá-la.
A ruiva esperou, enquanto ela pegava os seus comprimidos, e engolia-os com água. Quando não voltou a falar, repetiu:
— Eu acredito que existe.
— O quê? — perguntou Marlene, confusa.
— Amizade entre homem e mulher. Acredito até que me prove o contrário — disse, levantando-se.
— É confiante? — perguntou.
— Do que está falando? — perguntou Lily, estranhada com a mudança de assunto.
— Sabe como eu resolvo as coisas, quando resolvem me contrariar — disse Marlene, dando um sorriso malicioso — Apostas.
— Apostas? — repetiu Lily, sem entender.
— Parece que você não é tão confiante assim... — ela virou-se de costas, parecendo decepcionada.
Lily sentiu o sangue ferver, como sempre sentia ao ser desafiada.
— Eu aceito a aposta — disse, irritada.
— Tem certeza? Não é melhor... — Marlene murmurou, sorrindo.
— Diga logo! — exigiu — Eu aceitarei o que for! E você terá de engolir as suas palavras.
— Certo, então — disse Marlene, virando-se bruscamente — Se eu ganhar, você vai ter que admitir que eu estou certa.
— Digo o mesmo — ela retrucou — Se eu ganhar, você terá que dizer que eu estou certa.
— Não vale voltar atrás! — advertiu a castanha, de sobrancelha levantada.
— Eu não descumpro minhas palavras — disse Lily, estendendo a mão para ela.
Marlene apertou sua mão com força, sorrindo vitoriosa.
— Como vamos fazer isso? — a ruiva começou a preocupar-se, quando viu o sorriso dela.
— Lembrando que você não pode voltar atrás! — avisou Marlene — É melhor sentar-se! Estou inspirada hoje!
— Pare de enrolação! — protestou Lily, começando a ficar nervosa — Diga de uma vez!
— Não podemos pegar uma amizade já iniciada para provar esta teoria. Então, façamos o seguinte: você vai precisar ficar amiga de alguém.
— Não tenho problemas com isso!
Marlene segurou o riso por um momento, até que começou a gargalhar escandalosamente.
— Você acha mesmo que eu vou deixar você escolher quem vai ser? — ela disse, tentando se recuperar do riso — Não mesmo! Eu já tenho o garoto perfeito.
— Lene... — murmurou Lily, temerosa.
— Você não pode voltar atrás! — lembrou-lhe Marlene, voltando a ficar séria — Prometeu que não o faria, concordou!
— Sim, mas...
— Palavra é palavra.
“Maldita hora em que fui concordar com esse plano” pensou a mulher, completamente arrependida.
— Quem é? — saiu mais como um respiro.
A porta da sala abriu-se, anunciando a chegada de Alice.
— James Potter — disse Marlene.
Quando Alice entrou na cozinha, estava um silêncio, que podia ser cortado por uma faca.
— O quê? — o grito foi escutado por todo o prédio.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Deixo-lhes com este final, declarando o começo definitivo da melhor parte da história: a aposta *moonface*
Sim, sou má. A melhor sensação de uma autora é ver a reação dos leitores em momentos de tensão hahaha