Malia,

Antes de você começar a ler essa carta (na verdade, eu nem sei realmente se você vai ler essa carta), quero que você saiba que não te falei essas palavras pessoalmente porque não sei se conseguiria. Mas também não sei se vou conseguir escrevê-las. Eu sou uma merda com palavras.

Eu vou sair de Beacon Hills. Vou conseguir o que queria e sair. Acho que é por isso que estou escrevendo essa carta. Para me despedir.

E por que eu me despediria para você, você pergunta. Bem, você foi a primeira pessoa que veio na minha cabeça quando decidi escrever isso. E, querendo ou não, você também é a única pessoa que se importou comigo e que eu realmente me importei. Acho que é por causa desse negócio de coiote, eu não sei...

Em primeiro de tudo, eu sinto muito. Eu sinto muito por enganar seus amigos, as pessoas que você mais ama. Eu sinto muito por te trair daquele jeito. Eu sinto muito.

Como a mulher forte que você é, eu sabia que você iria sobreviver. Eu acho que esse foi o primeiro momento aqui, em Beacon Hills, que eu me arrependi de algo. Porque eu realmente me arrependi. Eu não sei como você está agora, não recebi notícias suas desde aquele dia...

Espero que esteja bem. Eu sinto sua falta.

TR

Ele suspirou e revirou os olhos. Como ele tinha conseguido escrever aquilo? Encarou o papel por um tempo, releu a mensagem que escrevera. Tudo aquilo era verdade. Ele sentia falta da garota, de verdade. Mas ele sabia; Não era admissível sentir sua falta.  

Esqueça-a, ele dizia a si mesmo. Esqueça-a, esqueça-a, esqueça-a.

Ele virou o papel ao contrário, voltou a pegar a caneta nas mãos.

P.S: Eu nunca te contei, mas eu estava me apaixonando.

Balançou a cabeça com o pensamento. Bufou e murmurou consigo mesmo. Ela o odiava, o desprezava. Mostrar essa carta para ela seria uma completa perda de tempo e perca de dignidade.

Ele grunhiu, amassou o papel em uma bola e o jogou no chão molhado.

“Theo?”, Tracy sussurrou de longe ao ver a ação do garoto. “Está tudo bem?”

Ele se virou para a quimera do outro lado da sala e forçou um sorriso, “Sim. Vamos, precisamos falar com Josh”.