Maps escrita por Paulie


Capítulo 2
Capítulo II - Ser para Sentir.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda do meu coração!

Sim, vocês já me conquistaram completamente com um só capítulo.
Eu quero agradecer assim, de coração, a todos vocês que deram uma chance à fic e mais ainda àqueles que tiraram um tempinho para mandar um review. Amei cada um deles.
Espero que gostem - e atenda às expectativas.



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Capítulo II - Ser para Sentir.

So, baby, why did you run away?

—Maps (Maroon 5)

Um profundo penhasco. Chegando perto da beirada – tomando certo cuidado ao firmar os pés no chão – não conseguia avistar o fundo. E ali, Lily finalmente compreendeu a frase de um de seus livros favoritos: “Nós somos infinitos”.

Ali, diante da imensidão do mundo, se sentiu tão pequena e insignificante e, simultaneamente, se sentiu parte daquilo tudo. O vento, tão forte, entrava por sob sua blusa e a fazia inflar, ao mesmo tempo que espalhava seus cabelos por seu rosto.

Abriu os braços, e respirou fundo. Bem ali, no que parecia ser o topo do mundo, Lily Evans percebeu que agora ela podia ser a verdadeira Lily Evans. E, também, que é preciso ser para sentir.

***

James olhou assustado para a tela do computador, olhando para o perfil do Facebook de uma pessoa que não conhecia – e não tendo a mínima ideia de como chegara ali. Havia começado a dar uma olhada no perfil de Lily, tentando encontrar alguma indicação do paradeiro da ruiva e o nível de stalker foi tão alto que chegara ali.

Fechou o notebook com força. Não havia encontrado nada, absolutamente nada, na sua busca. O perfil da ruiva se resumia a muitos posts de livros, séries, filmes, músicas e fotos com as amigas. Nenhuma viajem planejada, nenhuma foto de paisagens com legendas “Ainda irei conhecer” – ao menos que Nárnia conte.

Seu telefone tocou o toque familiar de Eight Days a Week dos Beatles, sabendo que era Remus – Deus abençoe o ser que inventou toques diferenciados.

—E aí? – ele atendeu.

—James – era a voz de Dorcas que invadiu o telefone, seguida por uma Marlene gritando “Me deixa falar também” ao fundo – Vou colocar no viva voz, ok?  

—OK.

—Oi James – era Marlene agora.

—Prongs. – desta vez era Moony.

—Descobriu algo? – Dorcas estava apreensiva.

—Nada. Não tem nada no Facebook dela, e no Twitter nada além de “Estou morta com essa season finale” ou “Volta logo do hiatus, não aguento mais esperar #FraryForever#”.

—Típico de Lily – podia quase sentir Marlene revirando os olhos do outro lado da ligação. – Mas enfim, a única coisa que achamos no quarto da Lily foi um monte de nada.

—Além da irmã super chata dela ter custado a nos deixar entrar.

—Ela estava sozinha em casa com o namorado – a voz de Moony apareceu no fundo.

—Vejo o porquê. – Prongs riu. – Tem mais alguma ideia, garotas?

—No momento quero um copo bem grande de chocolate quente – Dorcas comentou – Porque Lily sumiu desse jeito?

—Quer dizer, nós somos ótimas amigas. Tudo bem que a irmã dela é uma filha da puta...

—Elas são irmãs, você não pode xingar a mãe delas. Sra Evans é super legal conosco – Dorcas lembrou.

—Okay – Marlene bufou – Tudo bem que a irmã dela é uma merda, melhorou Dorc?, mas ela tem a gente e...

—Tenho outra chamada na linha, esperem aí – James disse, trocando a chamada – E aí?

—Pode me agradecer depois, Prongs. – era a voz de Sirius.

—Por...?

—Eu consegui ingressos de graça para a melhor festa do ano.

—Ah, legal.

—James, você ouviu direito? DE GRAÇA. – ele praticamente gritou.

—É que eu, Remus e as meninas estamos tentando achar Evans, sabe. E, bem, realmente estou ficando preocupado com ela, Pad. Já faz uma semana e meia que ela não dá notícias. E se foi sequestrada? Ou...

—Ou foi raptada por alienígenas? – ele ironizou – Se você quer achar ela, seria mais fácil simplesmente criar um mapa mágico que diga onde estavam todas as pessoas.

—Claro, Pad. Até porque mapas mágicos estão espalhados por aí.

—Podíamos chamá-lo de Mapa do Maroto e... – a voz do garoto tinha se animado, parecendo que ele estava mesmo cogitando a ideia.

—E a Lily ainda não voltou com essa sua ideia.

—E você está se tornando um imbecil. Ela deixou um bilhete dizendo que estava bem, não deixou? Pelo que conheço dela, provavelmente está em algum evento nerd desses que tem no verão e...

—É isso! Sabe que te amo né? – James ria – Hoje a noite, Três Vassouras, Marlene vai estar lá.

Desligou a chamada, sem se despedir, e atendeu a que estava em espera.

—Tudo bem que James pode ser um idiota, mas se a Lily visse o que ele está fazendo por ela com certeza cairia na real e... – Marlene tagarelava.

—Primeiro, eu não sou idiota. Segundo, Lily já me ama, só não admitiu ainda. E, terceiro, Padfoot teve uma ideia.

Black teve uma ideia? Sério? – a incredulidade na voz da morena era palpável.

—Acredite ou não. Já olharam eventos dessas coisas que Lily gosta? Livros, séries, não sei... Talvez ela tenha ido.

—Isso! – Dorcas praticamente gritou – Bem provável que possa dar certo.

—Vamos começar a procurar, olhe aí também.

—A propósito... Todo mundo hoje no Três Vassouras, ok? Até – ele desligou o celular antes que alguma delas pudesse contestar.

Pelo menos, agora, tinham uma mínima ideia, uma mínima direção. Poderiam, agora, tentar fazer algo.

***

—Oi gente – Dorcas disse ao chegar no bar, onde James, Remus e Peter já estavam.

—E aí – responderam (exceto Lupin, que estava muito ocupado limpando a baba que lhe escorria pela boca).

—Cadê a Marley? – ela perguntou, ajeitando a bolsa no encosto da cadeira.

—Adivinha? – Peter cinicamente disse – Se adivinhar por que somente ela e Pad não chegaram, te dou até um beijo.

—Hey – Remus reagiu – Acho que ela acabou de chegar.

—Oi pessoal – uma Marlene que ajeitava os cabelos loucamente apareceu – Como vão?

—Não adianta retocar o batom agora – Peter comentou, brincalhão.

Menos de cinco minutos depois (como todos já haviam previsto) Sirius adentrou o bar.

—Vocês sabem que não adianta mais irem se pegar ali na esquina, certo? Todo mundo sabe sobre vocês – Dorcas mexeu as mãos, enfatizando.

—Não temos nada. – Sirius deu de ombros.

—Até parece que eu ficaria com esse cachorro do Black. – a morena seguiu o gesto do garoto.

—Aqui – Dorcas estendeu alguns papeis impressos sobre a mesa – O que achei de todos os programas possíveis num raio de 200 quilômetros.

—Até aqui vamos ficar falando sobre a Evans? – Peter resmungou, sendo devidamente ignorado.

—Vamos ver – Marlene pegou todos os papéis que a loira havia lhe dado. - Feira de livros?

—Talvez. – Sirius deu de ombros, bebericando seu copo que a garçonete havia acabado de lhe trazer.

—Existe Submarino, Saraiva, LeLivros para isso – James disse.

—Okay, ela não iria tão longe por livros. – Dorcas concluiu.

—Só se fossem raros.

—Tipo edições originais ou especiais – Remus continuou.

—Mas não tem nada chamativo aqui. – Marlene disse, passando para o próximo – Exibição especial Star Wars. Ela não foi ver esse filme na estreia?

—Sim, ela até comprou uma máscara do mestre Yoda supercara, lembra? – a loira comentou.

—Lembro dela comentar comigo algo sobre ir com coques iguais aos da Princesa Leia – Remus também assentiu.

—Ok, próximo – James apoiou os cotovelos na mesa, já perdendo as esperanças.

“Lily não faria todo esse alvoroço por programas tão simples como esses...”, pensava initerruptamente, enquanto mais umas sete ocasiões foram devidamente analisadas e rejeitadas.

—Mas que garota complicadinha ein – foi o comentário final de Sirius, ao terminar de beber mais um copo.

—Como se você fosse um santo, Black – Marlene respondeu, já também depois de seu sabe-se-lá-quanto copo.

—Sabe – Dorcas disse, um pouco risonha – Sempre quis saber de onde veio os seus apelidos. Prongs, Padfoot, Wormtail e Moony...

Os quatro se entreolharam, com um sorriso maroto escapando-lhes dos lábios e um olhar de cumplicidade, rindo internamente.

—Não – responderam em uníssono, prolongando bastante a palavra.

—Okay, mais um. Roteiro Star Wars. Pelo visto existe um museu enorme da saga aqui nos Estados Unidos. E acaba de chegar mais uma ala inteira de novos artigos.

—Bem, aí está uma coisa que Lily poderia ter em mente.

—Como destino final, ou algo assim – James se empolgou.

—Fica na Califórnia – Marlene leu.

—Bem, acho que temos um lugar para procurar, pelo menos, não? – Dorcas sorriu feliz.

—Até porque – Sirius comentou – faz muito sentido sairmos em um museu perguntando se viram uma garota ruiva dos olhos verdes, já que os guardas de lá devem ficar por conta de olhar garotas ruivas dos olhos verdes e....

—Eu ficaria – Peter comentou ao fundo.

—Estamos indo amanhã, se quiser ficar, Black, não fará falta – uma Marlene convencida lhe disse (apesar de seu olhar para ele ter sido mais algo como: “se você não for, nada de Marlene por muito, muito tempo”).

—Então vamos lá, Califórnia não pode ser tão ruim. – ele disse erguendo o copo.

Os outros o seguiram, mas, na cabeça de James, ele simplesmente sentia que havia algo errado.

***

—Tchau mãe – James disse dando um beijo na bochecha de Euphemia – Devo voltar amanhã, ou depois, ok?

—Onde o senhorzinho pensa que vai? – Sra. Potter disse pondo a mão na cintura teatralmente.

—Eu e os meninos vamos... A um lugar. – ele comentou evasivamente, de propósito.

—Em qual lugar? – o pai, Fleamont, adentrou a cozinha se inserindo na conversa.

—Vamos a uma... Espécie de exposição. – James sabe que, uma hora ou outra, acabaria encurralado.

—Exposição de...? – a mãe puxou sua língua.

—Star Wars. – ele admitiu, derrotado.

—NÃO ACREDITO! – a mãe gritou, olhando animada para o pai.

—Deus atendeu nossas preces! – o pai respondeu de volta – Estamos esperando por esse dia a séculos.

—Já até compramos o seu sabre de luz. Escolhemos com muito carinho e amor e... Vá pegá-lo, querido.

—Eu preciso mesmo ir agora, sabe. Volto em breve – ele sorriu amarelo.

—Que a força esteja com você, meu filho! – o pai disse, balançando o sabre de luz que tirou do armário da copa bem no alto.

—Nós sempre soubemos que esse dia chegaria. Amamos você! – a mãe completou, com água nos olhos, enquanto James saia de casa apressadamente.

Atravessou o gramado da casa praticamente correndo, entrando no carro de Remus – lógico que Moony não seria maluco de deixar qualquer um deles dirigir na estrada – onde as duas garotas e Sirius também já estavam.

—Eu esperei anos para ver essa cena. A-N-O-S – Black enfatizou, com lágrimas nos olhos de tanto rir e a mão na barriga.

—Cala a boca, Black – James ralhou. – Vamos logo Moony.

Lupin acelerou o carro, contando ao Potter que Peter não viria à viagem – algo relacionado à uma gripe repentina, que com toda certeza não passava de uma desculpa esfarrapada.

—E então... – Dorcas disse debruçando-se sobre Marlene, que estava no meio dela e de James para alcançar o som – Que música vocês querem ouvir?

***

A primeira meia hora de viajem foi tranquila: alternando entre os estilos musicais de todos, venceram sem – muitas – discussões. Entretanto, após isso, a convivência no carro podia ser tudo, menos pacífica.

—Sai pra lá, Black. – Marlene disse, dando um tapa na mão do moreno que tentava mudar a música que ela acabara de escolher.

—Olha, eu estou tipo com muita vontade de mijar e, se você não ficar na sua, McKinnon, serei obrigado a fazer isso bem em cima de você.

—Seu nojento – ela gritou – Sai daí, já tá na hora de alguém sentar na frente e...

—Remus será que não dá pra pararmos um pouquinho? – foi Dorcas quem disse agora.

—Não tem nenhum posto aqui perto – ele respondeu.

—Eu estou mesmo com vontade de vomitar – ela pôs a mão em cima da boca.

—Toma! – James estendeu uma sacolinha plástica que achou no carro para a loira, esperando que ela simplesmente não vomitasse em tudo.

—Come chocolate, Dorcas, chocolate sempre ajuda – Remus repetiu seu quase mantra.

—PELO AMOR DE DEUS – Marlene gritou – Alguém diz para Black simplesmente parar de peidar aqui?

—A gente não sai desse carro a o quê? Oito horas? – ele disse.

—Quarenta minutos – Lupin respondeu.

—Justamente. Tanto tempo assim, eu estou todo doído, não faça drama morena.

—É McKinnon para você.

—Ontem a noite não me lembro de você dizer isso – ele deu um sorriso de lado para ela, recebendo um dedo do meio de troco. – Eu sei que você não vive sem mim.

—Seu ego está invadindo meu espaço pessoal – ela disse, cruzando os braços e fazendo beicinho, como uma garotinha pequena.

—Eu realmente não estou bem – Dorcas repetiu, e o rosto já com uma aparência verde confirmava.

—Vou parar no acostamento, ok? – Remus disse – Só, por favor, não vomite no meu carro, custei a limpá-lo. James, me ajuda aí.

—Eu? – Potter acordou do devaneio em que se encontrava olhando pela janela. – O que eu tenho de fazer?

—Tenta cantar, com essa sua voz maravilhosa com certeza vai virar uma Rapunzel do Enrolados – Marlene ironizou, voltando logo a sua posição emburrada.

—Brilha linda flor? – ele começou, arrancando uma risadinha da garota loira.

—Embora tenha futuro como Rapunzel, James, ainda quero vomitar em todo o carro lindo de Remus – ela concluiu.

Nisso, Lupin parou o carro no acostamento, de um jeito que ficassem visíveis para os outros carros – tudo, menos um acidente, certo? – e Dorcas correu para a beirada, onde parecia estar vomitando o próprio estômago.

Os demais, aproveitando a parada forçada, saíram do carro para esticar as pernas. Marlene, com as mãos na cintura, estalou as costas em um audível “crec” e Lupin foi ver se Dorcas estava bem.

—Você realmente acha que Evans está lá, Prongs? – Sirius veio conversar com o amigo.

—Acho que estamos deixando passar algo... – ele respondeu – Só não sei o quê.

—Você já considerou a possibilidade que ela não quer ser encontrada?

—Sim, Pads, muitas vezes. E sempre prefiro rejeitá-la. – ele apoiou-se no carro, olhando para o asfalto.

—Hey, Prongs, anime-se cara. – o amigo deu-lhe um tapa no ombro – Veja pelo lado bom da coisa. Estamos indo para Califórnia. Sabe? Garotas loiras e bronzeadas, praias.

Riu pela tentativa de graça do amigo e, não muito depois, Dorcas disse que já estava melhor.

—Pé na estrada então – Sirius disse sentando-se no banco do passageiro novamente.

—Hun... Padfoot? – Remus chamou – Será que Dorcas poderia ir na frente agora? Sabe como é, para evitarmos essa situação novamente.

Os ombros de Sirius curvaram-se, ele assentiu e sentou-se tristemente no banco de três, juntamente com James e Marlene.  

—É o seguinte, sem ficar relando em mim, ok Black? – a morena disse antes mesmo do carro dar partida.

—Não poderia dizer que seria uma má ideia – ele sorriu de lado.

Mas James só podia pensar em duas coisas: um, seria uma longa viagem com os dois sentados lado a lado brigando como cão e rato; dois, ele estava esquecendo algo.

Fechou os olhos e apoiou a cabeça no vidro, tentando dormir para o tempo passar mais rápido. E, assim que começou a cochilar, ouviu a conhecida voz de Lily.

“Vamos lá, Potter, não seja tão covarde. “ Ela dizia. “Mostre-me que juntos podemos ser infinitos”  


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Notas finais do capítulo

E então?
Espero que tenham gostado.
Em breve sai o próximo - creio que ele será um pouco maior, tem problema?

Aguardo vocês nos comentários

Beijinhos

Paulie



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