Trevas escrita por kevin henri


Capítulo 9
IX - Aquilo que existe no coração de cada um.


Notas iniciais do capítulo

Acharam que eu tinha parado né? Bem, demorou, mas está ai.

Boa leitura



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     “A vida é cheia de desafios e problemas, é como escalar um muro, as pessoas que chegam ao topo do muro, são as vitoriosas, mas outras, nasceram para escalar uma muralha e chegar ao seu topo, os que conseguem, são gênios, mas, existem alguns, mais raros ainda, que, quando chegam ao topo, olham o horizonte, e atravessam a muralha, e começam a cavar, apenas para, depois de um tempo, escalarem o buraco, e criarem outro, e assim sempre continuando, sempre, e mais outro, e outro, e outro, infinitamente.

 

  …. Esses, são chamados de monstros…”

 

 




  A lâmina alcançou seu destino, decepando a garganta de Glitch, como se fosse faca quente na manteiga, porém, quando chegou ao chão, em uma virada de braço, ele arremessou Naruto, fazendo-o atravessar uma árvore inteira.

 Depois de alguns segundos Naruto se levantou, olhando para o adversário, cujo ferimento na garganta se fechava rapidamente, uma risada sombria predominou o local.

 

  -Vou te esmagar como o inseto que é - Ele andou vagarosamente até Naruto, que ainda empunhava sua adaga dourada, sabia que ela não o protegeria de golpes daquela grande espada, pois não era simples metal, mas ela conseguia romper sua armadura e sua pele.

 

  Ele se levantou, a touca de lobo se desprendeu de sua cabeça, olhou suas mãos, trêmulas, mas não era medo que ele sentia, apenas a alta percepção das coisas.
  Ele viu o ser a sua frente mover os braços, e, junto com eles, deslocar uma massa de ar gigante, Kurama olhava para ele, curiosa, Aeryn estava preocupada, nenhum humano antes havia derrotado um vampiro, ainda mais um do alto escalão.
  Naruto olhou em sua direção, com um olhar intenso, decidido e furioso, em seguida encarou novamente o ser.

  -A resposta é não, ela NÃO vai - Ele apertou a adaga em sua mão, em posição de combate, pronto para dar tudo de si a qualquer momento.

  Glitch avançou, a passos pesados que tremiam o chão, ele erguei a grande espada, pronto para dar-lhe uma estocada no peito, porém, Naruto saltou, a espada se ficou na árvore atrás dele, atravessando-a.
  Quando caiu, em cima da espada, correu a frente, empunhando sua lâmina dourada curta, escapou de um possível agarre de sua mão esquerda grande, e, em seguida, cortou-lhe na altura dos olhos.
  A cegueira demorava a se curar em seus olhos, ele grunhiu em dor, finalmente havia achado um ponto fraco.
  O golpeara várias vezes, causando golpes profundos ao redor de pontos vitais de seu corpo.
   Acertou seus joelhos, em suas articulações, fazendo-o se ajoelhar, sua adaga, por mais que não bloqueasse os golpes da espada, conseguia atravessar a armadura, que era abastecida com o poder das vidas que ele tinha, todo aquele poder não vinha sem um preço.
  Em seguida, cortou-lhe mais uma vez a garganta, em um giro rápido, sentiu o braço dele tentar alcança-lo em suas costas, porém, cortou sua axila, fazendo-o perder os movimentos deste braço.
  Cortou-lhe a garganta mais uma vez, e outra vez as cartilagens dos joelhos e braços, fazendo demorar ainda mais para se regenerar, ele riu.

  -Não é tão ruim assim, não é um inseto, apenas um animal pequeno - A voz soou ameaçadora, como um sussurro, de sua armadura, varias mãos negras, como se fossem de animais, empurrada Naruto para uma nova árvore, rachando-a.
  Glitch se levantou, recuperando os movimentos do corpo, porém, com a garganta ainda sangrando.
  Ele tentou tirar a espada da madeira, mas seu corpo simplesmente não tinha a força para isso.

  - Sabe... - Naruto começou, com um riso baixo

  -O corpo, para produzir energia, consome o oxigênio que respiramos, eu cortei o abastecimento - Naruto correu até ele, que tentou se mover, apenas para ter mais um corte feito em sua garganta.

  - Consegue curar antes de desmaiar? Morto ou não, vocês vampiros respiram - Seu sorriso entregara tudo, havia ocorrido como o planejado, desde o início é o que ele queria.
  Glitch ficou irado, usando toda a sua força moveu a espada em sua direção, podia ser mais forte, mas Naruto era mais rápido e ágil, tentou separar seu torso da sua cintura, mas Naruto se abaixou, tentando atacar suas pernas, Glitch levantou as pernas, evitando o golpe.
  Naruto parou e saltou sobre suas costas, cravando a adaga dourada nelas, segurando-se enquanto ele tentava solta-lo de si, tentou prensa-lo na árvore, Naruto saltou enquanto ele se colidia contra ela, alcançando sua cabeça e, com todo o seu peso e toda a sua força, agarrou-a, levando-a junto consigo.
  Desequilibrou-se, sendo levado ao chão, sua espada ficou fincada no solo, seu corpo jogado, enquanto tentava recuperar a ferida no pescoço, Naruto rapidamente criou mais um, ele não aguentaria muito mais.
  Novamente as mãos negras surgiram de seu corpo é tentaram agarrar Naruto, que rapidamente saltou, cortando-as com sua adaga, evitando quaisquer ferimentos.
  Glitch se levantava, curando as feridas rapidamente, conseguindo um pouco de ar, Naruto acertou uma joelhada em sua cabeça, fazendo-o ficar zonzo, depois agarrou seus chifres, porem, ele se levantou, agarrando Naruto e o lançando com força contra as árvores, Naruto atravessou uma com facilidade, porém, as outras duas foram mais difíceis, parando na quarta, com esta rachada.

   -Você... é bom - A escuridão de seu rosto mostrava seu contorcido sorriso, suas feridas já curadas, podendo respirar normalmente, andou até Naruto, pegando sua espada novamente.
  Quando estava a sua frente ergueu seu braço, preparando o golpe, mas Naruto foi mais rápido, rolando para o lado, escapando do golpe, alcançando sua adaga dourada, sua única arma no momento.
  Levantou-se rapidamente, apenas para receber um chute em seu peito e ser catapultado mais a dentro da floresta.
   Tentou se levantar, mas cuspiu sangue e ficou de joelhos. Glitch ficou a sua frente, olhando-o

  -Eu vou matar todos vocês, começando pela mais jovem, gosto de destruir a expressão fria do rosto das pessoas antes de... - O som do que veio a seguir assustou a todos, que já não viam mais os dois dentro da floresta.
  Um soco, e o som dele colidindo contra o chifre direito de Glitch foi semelhante a ossos se partindo, Naruto alcançou o outro, e , com a mão nua, o quebrou, como se fosse um simples graveto.
  O punho que acertou em cheio o rosto do vampiro estava carregado de uma força inacreditável, catapultando o ser para trás em alguns metros, chocando-o contra uma árvore, ele largou a espada e olhou para Naruto, surpreso.

 

  -Você ameaça minha “familia” com morte! - Naruto foi até ele, que tentou soca-lo, ele desviou e acertou um soco em seu estômago, fazendo-o perder o ar e cair, Naruto subiu em seu peito.

 

  -Você me deixou zangado! - Naruto acertava sua cabeça com uma saraivada de socos, furioso, seu olhar transmitia ódio, uma raiva infinita que abastecia sua força, seus sentidos e sua mente, os olhos começaram a ficar mais vermelhos, brilhando com intensidade, até que, em um intervalo de tempo entre os socos, Glitch lançou Naruto contra as árvores com o braço, usando a força, Naruto segurou um galho, sendo lançado para cima, a uma altura superior a vinte metros.

 

  -Eu vou mata-los e você irá ver - Glitch se levantou, enquanto suas feridas e seus chifres se curavam, enquanto corria em direção a todos os outros, derrubando as árvores, a primeira que ele viu foi Kurama, pegando sua espada e cortando as -arvores, ele levantou a lâmina em sua direção, e quando estava prestes a acertar o golpe, foi levado ao chão por Naruto, que caiu a cima de sua cabeça, fazendo-a afundar no solo, Naruto agarrou seu pé direito, lançando-o de volta para a floresta.

 

  -Como ousa seu bastardo! - Sua voz soou demoníaca, naquele momento, Naruto parecia mais do que um humano, a aura vermelha que rodeava seu corpo se tornou forte, cada vez mais visível, até que seu corpo começou a mudar, seus cabelos pareciam levitar, a pressão do ar se tornou pesada, o oxigênio parecia rarefeito.

  Naruto olhou para Kurama rapidamente, para ver se esta não estava ferida, fez o mesmo com todos os outros, em seguida avançou novamente para a floresta em um grito de raiva e ira que arrepiou os ossos de todos os outros, até mesmo os moradores da vila ouviram isso, e já se amontoavam para ver o que acontecia.

 

  -Sua cabeça é minha!! - Naruto gritou, acertando um soco em seu rosto, desviando da espada e de seu fio afiado, saltando para trás para não ser pego pelas mãos negras.

 

  -Ela voltará para nós! - Ele se levantou, acertando Naruto com um chute em sua barriga, fazendo-o ser lançado para trás em vários metros, e avançou, correndo a passos pesadíssimos, deixando sua espada para trás para golpear o adversário até que ele cedesse, mas isso não aconteceria.

  Nas sombras, Naruto olhava-o, recuperando seu fôlego, ele avançou, se ajoelhando, passando por baixo das pernas de Glitch, que se virou e tentou chuta-lo, porém, Naruto se agarrou em sua perna, escalando seu corpo como se fosse um animal, arrancando partes da armadura e rasgando-a com a adaga dourada, até que ele perfurou sua mão, e, então, Glitch segurou seu punho, com a lâmina passando por ela.

  -Eu vou arrancar seus braços - Com o outro braço, ele agarrou a outra mão de Naruto, ele iria parti-lo em dois, Naruto chutava seu rosto com força, o suficiente para matar um humano, seja ele quem fosse, porém, Glitch continuava exercendo força sobre seu corpo.

  Naruto recolhia seus braços com força, sentia seus ossos estralarem, e quando Glitch pensou que teria sucesso em mata-lo, foi golpeado por uma cauda, como um chicote, que abriu um grande corte horizontal em sua barriga, perdeu o ar, ajoelhando-se e arremessando Naruto, que caiu de pé.

 

  -Eu não vou perdoa-lo…- Sibilou, enquanto seus olhos, sempre vermelhos, voltavam ao azul, seus cabelos se tornaram brancos, enquanto chifres começavam a crescer em sua cabeça, sua pele ficou azul, pelos cresciam em seu corpo, assim como escamas.

 

  -Você ameaçou eles… - Sua voz soou como algo que não podia ser compreendido, seu ódio estava  no limite do suportável, apenas uma coisa superava-o, e essa coisa era Konoha, quando um se misturou com o outro, algo abominável nasceu, seus dentes eram presas, afiadas como espadas, suas unhas eram longas e afiadas como lanças, o corpo se mudava constantemente, a dor se assemelhava á aquela do seu encontro com o dragão ancião.

  

  -Eu vou te mostrar o poder da tempestade que você criou em mim - Foram as ultimas palavras antes dele se transformar em uma besta, uma verdadeira fera selvagem, com instintos além da compreensão.

  Ele rugiu fortemente, enquanto crescia, até ficar maior do que Glitch, o dobro de sua altura, em uma braçada, lançou Glitch para a floresta, arrastando várias árvores.

  Completamente recuperado de cortes e dos chifres quebrados, levantou-se e pegou sua espada, tentando cortar-lhe a cabeça, porém, com uma mão, a fera agarrou a lâmina, com um aperto, quebrou-a, a lâmina, afiadíssima, se quer arranhou as escamas poderosas da besta, cujo olhar poderia matar qualquer homem, ele grunhiu, mostrando suas presas, seu focinho, busto, braços, pernas e cauda rodeada de escamas, pelagens sobre seu torso, pescoço e cabeça, incluindo as costas, várias marcas azuladas em suas escamas.

 

  -Seu…! - A besta agarrou sua cabeça, quebrando seus chifres novamente, levantando-o, levando-o ao chão com extrema facilidade, batendo-o contra o solo, tentou reagir, mas era inútil, sua cauda havia se enrolado em seu braço esquerdo, enquanto que a outra pata mantinha o braço direito imobilizado.

  Por mais que fosse morto, ainda sentia dor, e a dor, naquele momento, o fazia querer gritar, mas não daria á fera esse gosto, até que uma voz sombria surgiu da boca da agora besta.

 

  -Como tinha dito…? “Eu vou arrancar seus braços”? - Foi a primeira vez, em sua longa vida como um morto-vivo, um ser “imortal”, que Glitch sentiu medo, além disso, ele sentiu os ossos de seus braços se esmigalharem até se tornarem migalhas, em seguida, o direito se fora, não existia mais um braço direito colado em seu torso, gritou em dor, apenas para alongar o sorriso na face da fera, que parecia em êxtase ao ver seu sofrimento.

  Mãos negras surgiram de seu corpo, desesperado para se libertar, porém, a mão livre, a fera as agarrada se uma vez, arrancando-as, literalmente, de seu corpo, separando-os, levou sua mão até seu pescoço, enquanto o braço direito começava a se regenerar, lentamente devido ao ferimento, apertou sua garganta, privando-o do ar.

  Glitch chutava a barriga do ser, mas de nada adiantava, já que nem ao menos dor fazia-o sentir, sua boca se iluminou em vermelho, e, mirando seu peito, ele vomitou chamas escarlates, queimando sua armadura, fazendo-a ferver, e Glitch junto com ela, alguns minutos depois a fera parou, e deslizou lentamente as garras pelo metal negro, arranhando-a como se fosse uma árvore.

  Foi tão fundo que quase sentiu suas garras em seu coração, Glitch cuspia sangue, olhando para a fera com terror, ele liberou uma névoa negra, Glitch se tornou uma nuvem, escapando do agarre da fera, que olhava-o, curioso, esperando.

  O vampiro olhava o braço, indignado, pena que não foi rápido o suficiente para escapar do porrete que levou, enquanto era arremessado, a criatura agarrou-o com a cauda, batendo-o violentamente contra o solo diversas vezes, ele cuspiu sangue, quase perdendo a consciência junto com ele, chutou sua cauda, escapando do agarre.

  Levantou-se rapidamente, porém, a criatura foi mais rápida, posicionando-se a cima dele, mordendo seu ombro esquerdo, o vampiro gritou se dor, e, em seguida, sentiu seus braço restante ser separado de si rapidamente, enquanto a criatura, depois de feri-lo mortalmente mais uma vez e soltar o pedaço dele, lamber os dentes com seu sangue.

  Com seu dedo indicados, semelhante a mãos humanas, arranhou sua armadura com a guerra, criando um arranhão em seu peito, teria desmantelado-o ali mesmo, se não fosse uma voz que gritou.

 

  -Naruto! - A fera olhou, vendo Aya ali, com lágrimas em seus olhos, ainda com bandagens cobrindo a maior parte de seu corpo, olhando para a fera em que havia se transformado seu irmão, ela sentiu medo, e a fera parecia ter farejado o cheiro dela, logo em seguida, todos os outros chegaram, incluindo alguns dos habitantes da vila, junto de alguns Uchihas, incluindo Itachi, olhando descrentes e surpresos, quase impressionados pelo rastro de destruição que aquilo se tornara, olharam a fera, sentiram medo, mas Itachi os acalmou e os orientou a não se moverem, com a cauda, arrancou as pernas do adversário imobilizado, seus gritos arrepiaram os moradores, os Uchihas e Aya, que estava quase  que apavorada.

  Ele socou o vampiro com força, desacordando-o, enquanto a armadura lentamente desaparecia, fazendo-o voltar ao normal, parecido com um ser humano, faltando-lhe as pernas e os braços, que lentamente eram reconstruídos, Aeryn foi até ele, dizendo palavras incompreensíveis, seus olhos brilharam e marcas negras surgiram no corpo de Glitch, que acordara rapidamente.

 

  -Ora seu maldito! O que você fez!? - Girtou, enquanto não conseguia se mover.

 

  -Eu selei os movimentos de seu corpo, você irá se recuperar, mas não vai se mover tão cedo, levou tempo, mas consegui romper sua barreira mental, posso ter abandonado o posto de "imperatriz", mas ainda assim não devo ser subestimada - Disse ela, enquanto a fera ainda o olhava, grunhindo, em seguida, sentiu um cheiro familiar, e ele olhou para sua direção.

  Ele viu seus cabelos e olhos escarlates, que tanto lhe fascinavam, seu olhar estava preocupado, estava temerosa, ela sentia tudo, todo o seu ódio e descontrole, todo o seu lado animal aflorando, toda a dor, toda a emoção, ele sentiu culpa, sentiu raiva, não gostava de preocupa-la, de fazê-la achar que não estava preparado para nada.

  Ela havia escondida suas caudas e orelhas, estava acima do galho de uma alta arvore, com a lua atrás de si, ele recobrou seus pensamentos aos poucos, enquanto parava lentamente de ofegar, já nem escutava as vozes de Aeryn, Glitch, ou qualquer outro, estava concentrado nela e apenas nela.

  Sentiu um sentimento quente em seu peito, forte como as batidas de seu coração, sentiu seu corpo se cansar, seus olhos arderem, sentiu o cheiro dela misturado com o cheiro dos pinheiros, o frio da neve, o ar gélido sobrando em seus ouvidos longos, sentia cada pelo de seu corpo, que formava algo como uma juba, mexer, acompanhando o vento em várias direções.

  Sentiu seu corpo doer, enquanto ele diminuía, parecendo-se cada vez com um humano, até voltar ao normal, demorou cerca de um minuto completo até voltar ao normal, todos olhavam para Naruto, assustados, surpresos, Naruto olhava-os, com medo, medo de ser rejeitado de novo, medo de ser tachado como monstro, demônio, Itachi foi o primeiro a se aproximar, quando ele se ajoelhou, o Uchiha foi o primeiro a erguê-lo.

  Alguns olhavam para ele como se fosse louco, até Aeryn começar a falar.

 

  -Você disse que mataria a todos - Todos olharam para ela, assustados - Você não matará ninguém hoje, eles são protegidos por um monstro, maior que você, e esse monstro irá lutar por eles quantas vezes forem necessárias - Ela andou até a multidão, arrastando seu corpo imóvel, Naruto se soltou do braço de Itachi, agradecendo-o, olhando para todos.

 

  -Quando eu os reuni aqui... - Ele arfou, mantendo-se de pé com esforço, e consciente com mais esforço ainda.

 

  -... A vida inteira eu fui visto como um demônio, e entendo se todos quiserem me tratar assim novamente, mas hoje, aqui, eu protegi todos vocês contra ele - Sua voz exalava autoridade, mesmo a beira da exaustão, mantinha-se firme, com um verdadeiro líder.

 

  -... Farei quantas vezes forem necessárias, para tira-los de uma vida de guerras e conflitos, para  dar um futuro melhor do que o presente que temos, confiem em mim! É apenas o que peço - Ele se ajoelhou, enquanto abaixava sua cabeça, quase que implorando, aos poucos, todos os moradores da vila que ali estavam, começavam a sentir o peso das palavras de Naruto, o quanto ele ansiava salva-los, o quanto ele queria protegê-los, Itachi olhava-o.

  Ele se levantou, olhando para Kurama, que retornava o olhar, ela sentia tanto medo quanto ele, medo de ele ser trejeitado de novo, ela não suportaria mais uma vez, vê-lo sofrer por causa dela, tudo começou com ela, Naruto permitiu-se, apenas naquele dia e apenas naquele dia, chorar, ela sentiu isso, sentiu toda a mágoa, toda a tristeza de ter a certeza de que seria rejeitado novamente, tanto ela quanto Aya sentiu, ela correu para socorrer o irmão, que pouco antes de receber a ajuda dela, caíra inconsciente no chão, sendo que a ultima coisa que viu, foram os cabelos cor de fogo da raposa.

  Aos poucos, as pessoas foram se aproximando, enquanto que Aya pedia por ajuda, pouco a pouco, depois disso, várias vieram ver o estado do jovem Naruto, e vários ajudaram a leva-lo de volta para a vila, e sua casa, Zabuza e os outros olhavam estupefatos para aquilo, ele acabava de voltar da forma de um monstro, e as pessoas o ajudaram, nunca tinha visto tal coisa, era o instinto do ser humanos que o faziam rejeitar pessoas como Naruto, mas eram pessoas como Naruto que mudavam as pessoas.

  Reya se sentia culpada, isso tudo começara quando o vampiro a atacara, Chiaoyu, de longe, olhava para o “gatinho”, surpresa por ele ter superado alguém de tamanha força, ela estava gostando de ficar ali, e, se tivesse uma oportunidade, mostraria a sua real força.

   Ela olhou Naruto mais uma vez, lambendo os lábios, suas orelhas se moviam, escutando alguns ruídos na floresta, decidiu deixar para lá e seguir as pessoas que ajudavam Naruto, Kurama desapareceu entre os galhos



  [...]

 

  Naruto abria os olhos, e, quando recobrou os sentidos, e superou a dor de cabeça forte, levantou-se rapidamente, apenas para perceber que estava em casa, em sua cama, olhava para a frente, estático, depois olhou para uma cadeira ao seu lado, vendo Kurama com olheiras, olhando-o, ele sentiu novamente a culpa arder em seu peito, levou a mão até seus olhos, apertando os dentes, respirando pesadamente, e depois, se permitiu chorar.

  Chorou baixinho, quase silenciosamente, Kurama olhava-o triste, não gostava de vê-lo chorar, ela sentou-se ao seu lado na cama, depois disso o abraçou, com as mãos e com as caudas, ele sentiu seu toque quente, amenizando sua dor, se sentiria melhor se ela não compartilhasse as emoções dele.

  Ele se sentia culpado por fazê-la sentir tudo o que ele sentia, todo o ódio, toda a dor, sofrimento, raiva, sentiu raiva de si mesmo, mas, depois, sentiu seus lábios em sua cabeça, beijando-o calorosamente, sentiu uma leve fagulha de paixão nela, carinho, afeição, tudo de bom que ele já sentira na vida vinha dela, ele abraçou-a com todo o carinho que se permitia ter, enlaçando sua cintura, mergulhando sua cabeça na curva do pescoço.

  Apenas ela sabia o quanto Naruto a amava, e ela ficava imensamente feliz, e cogitava tentar ama-lo, mesmo que fosse de sua natureza não amar, se fosse para ter certeza, tentaria, com todas as suas forças, tentaria ama-lo, por que? Por que tentar, valia a pena.

  Depois de cinco minutos, ele percebeu mais alguém ali, Aya estava ajoelhada ao lado da cama, com ferimentos enfaixados, curativos em seu corpo, ainda com lágrimas em seus olhos, do outro lado estava Reya, dormindo, da mesma maneira que Aya estava, com a cabeça sobre os braços, a frente, estava Reya, mesmo na luz do sol, ela estava ali, seu corpo ardia, Naruto podia sentir, ainda assim ela permanecia ali, ao seu lado, Naruto alcançou a cortina, fechando-a completamente, livrando Aeryn daquele incômodo, Glitch era vigiado por Zabuza, que mantinha seu olho nele, naquele noite, poucos aldeões dormiram tranquilos, já outros, estavam com medo da visão que tiveram de Naruto, mas, ainda assim, confiavam nele.

  Aliviado de sua dor, ele olhou para Kurama, acariciando sua face com sua mão enfaixada, assim como seu torso e seu braço direito, ela olhou-o, quase perdida naquele momento, ela estava feliz por ele estar bem, e ele sentia essa felicidade, era tão bom alguém se importar com ele que não tinha como não ficar feliz.

  Ele beijou-a, com vontade, surpreendendo-a, ela se permitiu desfrutar daquele beijo, sentiu-se quente, suas caudas se arrepiaram e se tornaram nervosas, assim como suas orelhas, perdeu-se na luxúria que se tornara aquele beijo, até algo separa-los e tomar os lábios de Naruto com voracidade, e, quando percebera, Aeryn estava ali, tomando-lhe os lábios como se sua vida dependesse disso, até perder o ar, quando perdeu, afundou sua cabeça em seu peito.

 

  -Me desculpa… - Disse com a voz chorosa, enquanto ele sentia suas lágrimas molharem seu corpo.

 

  -...Eu sabia que eles viriam atrás de mim… Mas eu não queria abandonar você - Disse ela, enquanto ele sentia sua culpa, sua vergonha e sua tristeza, ele levantou-a, fazendo-a olhar para ele, e se perder no vermelho escarlate de seus olhos.

 

  -Eu faria tudo de novo por você - Sua voz soou tão doce, tão acolhedora que, se fosse em outro momento, ela teria um orgasmo, bem ali, mas, naquele momento, ela apenas queria ficar perto dele, ele a aconchegou em seu peito, abraçando-a e sorrindo, sem perceber o bico de Kurama, e o sorriso muito bem escondido de Aeryn, em seguida, Reya acordava, sonolenta, olhou para Naruto, se aproximou dele lentamente e o abraçou também, abraçou aquele que aprendera a ver como um quase pai.

  Empurrou Aeryn, que foi ao chão, abraçando-o, um abraço forte que mostrava que, por trás daquela expressão sempre séria e voz baixa e fria, havia uma pessoa que ainda tinha sentimentos, Aeryn deixou passar daquela vez, a única que faltava acordar era Aya, que ainda estava um pouco debilitada pelos ferimentos e precisava descansar.

  Naruto afastou Reya gentilmente, em seguida se levantou, indo até uma cadeira próxima, vendo sua pele ainda ali, vestiu uma camisa negra, sem mangas, depois a pele, viu sua adaga dourada acima da mesa, prendeu-a em seu cinto, arrumou Aya em sua cama para que ficasse mais confortável, olhou-a, tinha sido duro demais, descarregando sua raiva de anos por ela apenas para se sentir melhor, ajeitou seu cabelo, tirando uma mexa de seu rosto, em seguida ele, Aeryn, Kurama e Reya, saíram.

 

  [...]



  Kurama se divertia em sua mente, ela criava vários tipos de coisas lá, inclusive uma pequena cabana, no meio de uma floresta, era aconchegante, ela achava sua firma humana mais confortável do que a grande e majestosa forma de raposa de nove caudas completa, se sentia a vontade, o que ela fazia? Geralmente cozinhava e limpava a mente de Naruto, para que ele pudesse ser mais focado, enquanto que as mas lembranças trancava dentro de um armário, ela praticamente vasculhava o coração de Naruto.
  E sempre gostava de saber que ele a amava, amava demais, ela sempre ficava um pouco triste por não poder corresponder, mas ela era a maior motivação de Naruto, seu amor por ela começou quando ela mostrou seu lado pra ele da primeira vez, quando ele se machucara fatalmente em uma sessão de treino.
  Ela não tinha como saber que, curando aquela ferida, começava a curar, lentamente, seu coração.
  Naruto as vezes passava muito tempo com ela, ouvindo suas histórias, algumas tristes, mas reveladora, não é preciso dizer que isso os tornou íntimos, demais, e Naruto amava aquilo, amava tudo naquela raposa tão dócil que, com a motivação certa, podia ser pior do que um monstro.
  Ele adentrou ali, usando apenas uma bermuda cinza e una camisa sem mangas, gostava das coisas simples assim, o clima ali era quente, poucas vezes chuvoso.
  Ele viu Kurama, enquanto cozinhava em um fogão a lenha, usando uma camisa de mangas curtas branca, uma bermuda preta e chinelos, usando um avental branco, Naruto segurou um riso e enlaçou sua cintura com seus braços, mexendo seus dedos, fazendo-a sentir cócegas, ela riu, contorcendo-se em seus braços, enquanto suas caudas se enrolavam nele.
  Virou a cabeça, esfregando rapidamente suas bochechas, Naruto gostou daquele toque.

  -Eu já não me imagino sem você - Sua voz soou mansa e gentil, ela levou suas mãos Até seus braços, acariciando-os, arranhando-os levemente com suas garras afiadas.
  - Me desculpa - Kurama se virou para lhe perguntar"por que?", mas quando o fez, sentiu seus lábios serem tomados de uma maneira a qual ela não teve como resistir, a única coisa que fez foi fechar seus olhos e se entregar a ele sem resistir.
  Ela sempre gostou de brincar um pouco, mas, cada vez mais ficara mais seria, querendo apenas desfrutar do momento.
  Ela sentiu suas mãos adentrarem no avental, acariciando sua barriga definida, ela se encolheu e segurou um riso, sentia cócegas, ele intensificou o beijo, acariciando seu corpo com toques suaves e cuidadosos, como se ela fosse a coisa mais preciosa e frágil da vida dele.
  Realmente era, ela sabia disso, sabia que, para ele, ela era uma mãe, uma irmã mais velha, uma amiga, uma confidente, e, recentemente, algo mais, algo que ela não conhecia, mas estava disposta a conhecer, mesmo que um pouco.
  Ele parou, tomando ar, em seguida se desfrutando da raposa, que sentiu seu corpo reclamar um pouco pela distância.

  -É bom brincar com os outros não é?- disse ele, com um sorriso sinistro e sádico no rosto, Kurama fez um beiço, em seguida voltou a cozinhar.

  -Sabe... parecemos casados assim - Naruto corou, Kurama também, casamento, para os humanos, era algo sagrado, um voto de amor, uma promessa de vida.
 
  -Eu tenho apenas quatorze anos e já estou falando disso... Não, não é pra mim - Disse ele, mais para si do que para ela, mas o que veio a seguir quase a chocou.

  -Se bem que... se fosse com você, eu não me importaria - Sentiu seu rosto se avermelhar e seu coração acelerar, ela se virou, vendo Naruto sentado na cadeira, pensativo, ele não podia estar sério sobre isso, não é?

  -Existem pessoas melhores no mundo para isso, você tem a Chiaoyu, poderia tentar com ela, não parece ser má pessoa, aquela ruiva tambem, irmã daquela garota que você salvou... Ah! Também tem a...-

  A frase morreu quando ela viu o olhar dele, um olhar sério, onde ele pensava em tido e em nada, onde ele decidia que caminho seguir e que escolha fazer.

  -Nenhuma outra é como você - Aquelas palavras se cravaram fundo em seu coração,  prendeu a respiração, prendendo um sorriso.

  -Eu não sou pra você Naruto, apesar de não gostar disso, sou muito mais velha do que aquela vampira pervertida, sou caçada todos os dias para ser usada como uma arma... -

  -Acha que é diferente pra mim? - Aquela frase a calou, ela sabia que não, nunca seria.

  -Toda a vez que eu olho pra você, eu vejo tudo pelo que eu passei, e tudo o que eu conquistei, porque eu acreditei em você - Ele se aproximou, cada vez mais, até suas testas se encostarem.

  Ela sentia seu coração quente, um sentimento acolhedor em seu peito, um sorriso tão amável em seus lábios que ela corou, muito, tão forte que parecia até mesmo uma adolescente a frente do garoto pela qual era apaixonada.
  Ele acariciou seu rosto, chegando mais perto, enquanto ele ainda tentava entender o que acontecia consigo.

  -Eu acho que... estou apaixonado por você - Sua voz saiu rouca e incerta, como se em algum momento duvidasse disso, mas seus olhos mostravam um fogo completamente novo, um fogo apaixonante.
  Kurama queria desviar o olhar por causa da vergonha, mas não conseguia se quer piscar enquanto olhava para ele.
  Ele enlaçou sua cintura novamente, com carinho e cuidado, enrolou sua mão direita em uma de suas caudas, a outra usou para puxa-la ainda mais para ele.

  -Você é a que mais amo Kurama - Depois disso ele tomou seus lábios, com voracidade, como se sua vida dependesse disso, cada toque, cada olhar, cada palavra excitava Kurama de um jeito inimaginável, depois de certo tempo, Kurama o afastou de si.

  -Não Naruto... Não agora -Disse, se segurando para não fraquejar, aquilo doeu nele, uma dor fina no coração, prendeu a respiração, depois sorriu.

  -Se você quer assim... - Sorriu, não para engana-la, mas para enganar a mágoa dentro dele, se virou, puxando uma cadeira e se sentando.

  -Não sei porque gosta tanto de imitar os humanos... - Sua voz saiu provocadora, com um pouco de sarcasmo, Kurama fez um beiço irritado.

  -Se bem que... você fica muito gata assim - Kurama corou pelo elogio e rapidamente se virou, tomando cuidado com a panela, Kurama apenas parecia maliciosa, parecia, mas antes de qualquer coisa, ainda era uma garota.

  -... Idiota... - Disse irritada e envergonhada de costas para ele, que sorriu levemente enquanto fechava os olhos, sentindo o cheiro, a mente dele era o que ele quisesse que fosse, e essa permissão foi dada á Kurama por ele.


  -As pessoas que nos dão aquilo que não temos são preciosas não são ? - Disse ao vento enquanto ele virava o rosto, olhando para janela, vendo um céu azul limpo, vegetação viva, um lago cristalino e azul.

  -Eu sempre quis ter uma vida assim com você - Brincou, mas uma brincadeira com um fundo de verdade.
   
   -Vivendo juntos ? - Perguntou Kurama, enquanto virava a panela em um prato para que a comida esfriasse mais rápido.

   -Aham, vida de casados - Kurama soltou um riso forçado, enquanto suas caudas se agitavam.

  -Viveríamos juntos longe de todo mundo, isolados, onde ninguém poderia fazer qualquer coisa com você - Sua voz soou séria, mas queria testar Kurama, que virou o rosto.

  -Então, só você pode fazer algo comigo ?- Sua pergunta parecia retórica, mas ela estava muito interessada na resposta

  - Com certeza, apenas eu - Pronunciou com um sorriso no rosto, sorriso provocador e olhos desafiadores, até que Kurama teve uma ideia, um pouco malévola, mas poderia acabar com a conversa.

  -Inclusive tirar a minha virgindade ? - ela se virou, apoiando-se no fogão, deixando os braços junto ao corpo, as caudas enroladas em si, as orelhas baixas e o olhar manso, era tão sexy que poderia fazer qualquer um sangrar pelo nariz.
  Naruto sempre foi fraco em relação a assuntos tão íntimos quanto esses, mas o que veio a seguir surpreendeu Kurama.

  -Certamente - Respondeu tão rápido que se quer pensou, e depois de perceber o que tinha dito apenas sorriu, como se estivesse feliz por tê-lo feito.

  -Idiota!- Kurama corou fortemente enquanto gritou, insultando-o, o feitiço havia virado contra o feiticeiro, Naruto riu.

  -Na minha mente eu sou realmente outra pessoa minha querida raposa - Ela riu, isso era verdade, eles não tinha o que esconder um do outro, nem como, foi quando Naruto se lembrou de algo, se despedindo de Kurama e saindo de sua mente, deixando Kurama aproveitar a sua “imitação” da vida humana, era legal e ela gostava, que mal havia ?

 

  [...]

 

  -Acorde - A voz soou séria, Aya acordou, vendo que estava na cama, olhou para Naruto, sonolenta, enquanto que ele acariciava sua face levemente

 

  -Que horas são ? Sua voz era baixa, sonolenta, um pouco intimidada pelo olhar do irmão, ele se virou, enquanto ela levantava.

 

  -Hora de treinar, vou te ensinar adequadamente dessa vez - Ele saiu sob o olhar dela, questionando-o, ela rapidamente se levantou, ele havia aceso algo dentro dela que a fizera sorrir.

 

  [...]

 

     Naruto estava sentado do lado de fora da casa, na parte de trás desta, ainda não estava completamente recuperado, com algumas dores em seu corpo e alguns arranhões, mas fora isso tudo bem, conseguia se mover e pensar normalmente, por isso achou que seria a hora certa para ensinar Aya, que estava em pé a sua frente.

 

  -O que vai me ensinar hoje ? - Sua pergunta era embargada de curiosidade, ele a olhou como se ela fosse uma criança, pegou um graveto e começou a rabiscar o chão, desinteressadamente.

 

  -O que você vai APRENDER  hoje, é a identificar os pontos fracos do inimigo e como contra-ataca-los da melhor maneira possível - Aya olhou-o, não entendendo, ele suspirou fracamente, se levantando.

 

  -Qual é a área onde as escamas da armadura de um dragão da terra são mais fracas ? Qual cabeça de uma hidra do pântano cortar? Como se matar um imortal ? - Aya olhava para Naruto com um incógnita em seu olhar, ela estaria disposta a prender desde que Naruto estivesse disposto a lhe ensinar, Naruto desenhou na terra, um desenho representando um lagarto de cinco cabeças.

 

  -Quando se luta contra uma hidra do pântano, nunca é a cabeça do meio, a cabeça do meio recebe mais sangue do coração, se você a cortar, não nascerão duas, e sim três cabeças, lagartos como esse possuem uma alta taxa de cura e cicatrização de ferimentos - Naruto cortou a cabeça do meio, e depois desenhou mais três por cima, não era um desenho bom, mas dava pra entender.

 

  -Por isso é bom que você tenha domínio do fogo, com uma espada quente, o corte será logo cicatrizado pelo metal quente e então não nascerá nenhuma cabeça, apenas se tornará uma cicatriz, a menos que a hidra fuja e corte um pouco abaixo do corte, então assim as cabeças nascerão - Naruto olhou o céu, o tempo estava bom, um pouco nublado, nevava um pouco.

 

  O tempo passou, Aya aprendia rápido na teoria, mas a prática é sempre diferente, ele pensou em leva-la para caçar, mas não se sentia bem o suficiente para isso, as dores o incomodavam, e outros como Glitch poderiam aparecer.

 

[...]

 

  Aya ainda estava pensativa no que seu irmão lhe ensinara, era muita informação para ela, e ela tinha que aprender a reconhecer tudo em questão de segundos, enquanto isso Naruto puxara uma cadeira e se sentara, a cadeira estava acima do corpo atirado de Glitch, que ainda não conseguia se mover, apenas mover sua cabeça e falar, todos estavam ali, inclusive Aya, que fora informada por Kurama do que havia acontecido na noite anterior.

 

  -Eu conheço bem tipos como você, serviçal “ao pé da letra”, até a morte dizem ? Seu tempo acabou, teve a chance de ir pacificamente, mas teve que ficar e me enfrentar - Naruto sorriu, enquanto Glitch o encarava, Naruto estava sentado na cadeira de maneira leve, com seus braços encostados no encosto desta, com a cabeça sobre ela, olhando Glitch de cima com um sorriso nos lábios, nesse tempo em que estivera com seu corpo selara, aprender que Naruto podia ser extremamente sádico quando lhe convinha, e aprendeu que existe algo pior o que a dor.

 

  -Leve essa mensagem pro seu “chefe” seja ele quem for, ela não voltará, ela está comigo, foi uma escolha dela, e se eu te ver de novo - Naruto levantou da cadeira e a arremessou na parede, a fazendo em mil pedaços, depois pisou em sua cabeça.

 

  -Eu vou te matar tão rápido que você não vai ter tempo de se curar, mas vou ser lento o suficiente para você sentir cada corte - Ele chutou o chão ao seu lado, de tal maneira que o corpo de Glitch foi suspenso, em seguida Naruto o chutou, fazendo-o bater contra a parede, ele cuspiu sangue, seus orgãos internos haviam sido prejudicados na luta, e estes demoravam mais para se curar.

 

  Aeryn disse algumas palavras indescifráveis e o corpo de Glitch começou a desaparecer em um enxame de morcegos, mas não antes de olhar para Naruto, com um olhar irritado, em seguida desapareceu, mandado para o local de onde viera, para seus superiores, Naruto tinha a intuição de que eles não desistiriam tão facilmente, as dessa vez, se certificaria de que estaria pronto.

 

 [...]

 

  Naruto olhava o horizonte, enquanto Aya ainda tentava se conectar com a Natureza, era difícil na primeira horas, mas depois da primeira fagulha, a chama seguiria a pólvora  até o barril, e explodiria, Naruto olhava para o próprio braço, ainda se lembrando da dor de se tornar uma fera tão abominável, ele teria que aprender a controlar aquilo, mas queria apelar para aquele método apenas em ultimo caso, ou quando tivesse certeza que poderia lidar com o poder e a insanidade que aquilo lhe levava.

  Notou algo nele, pequenas marcas em seu braço esquerdo, como se fossem marcas de escamas, que se estendiam até seu antebraço, marcas negras e quase claras, perto do tom de sua pele, visível apenas para olhos afiados, Naruto se concentrou e as marcas se tornaram mais densas, até que em sua mão, cresceram escamas pequenas, suas unhas se tornaram garras levemente afiadas, sua pele começou a se tornar azul.

  Ele  sentiu adrenalina, vontade de se aprofundar mais, até que, no meio do caminho, ele parou, e tudo voltou ao normal, inclusive seu corpo, ele sentiu medo e nervosismo, o que poderia acontecer se ele se rendesse á tentação? Ao poder? Ele poderia matar alguém com aquele poder, Aeryn, Reya, todos na aldeia, ou pior, Kurama.

  Ele jamais se renderia á esse poder, se o fizesse, não seria melhor do que qualquer outro, principalmente Minato, perguntaria para Kurama se ela não poderia ajuda-lo com isso.

  Naruto olhava Aya, enquanto ele acertava sua posição, posicionando seu braço direito a frente do rosto, o braço esquerdo estava mais atrás, como se estivesse armado para um soco, a perna direita a frente dá esquerda, pronta para se mover, o corpo curvado, pronto para se esquivar de qualquer golpe, Naruto acertará levemente com um galho fino seu tornozelo esquerdo, o trazendo mais para trás, ajustando sua postura.
  Mais tarde, Aya estava fazendo flexões, enquanto que Naruto passava um graveto enquanto to ela saltava com a força dos braços, hora o graveto passava por baixo dela, hora não, nessas horas ela usava tudo o que ainda tinha, apenas pra aprender que, para a próxima vez, estaria fraca demais para levantar de novo.
  Girou para o lado, caindo no chão, cansada, exausta, Naruto a olhou enquanto ela respirava, deitada de costas no chão.

  -O jeito mais fácil de matar um inimigo é um golpe certeiro na garganta ou coração, isso é óbvio, mas, como matar algo com a pele invulnerável ? - Ela olhou-o, pensando em uma resposta,as nada lhe convinha.

  -Uma pele invulnerável significa que nada pode atravessa-la não é? - Naruto assentiu, confirmando seu pensamento, ela pensou mais um pouco, até que Naruto viu que aquilo não daria em nada.

  - Porcarias de livros te ensinam a pensar, mas a prática violenta te ensina a pensar mais rápido - Disse ele com certa raiva na voz, ele agradecia hoje em dia por ter fugido de Konoha, caso contrário, podia ser tão mole quanto a irmã era.

  - Se a pele de um animal é invulnerável, então faça-o se ferir - Aya não entendeu o que ele quis dizer, Naruto suspirou.

  -No caso de um leão com pele invulnerável, ele não irá se auto ferir por vontade própria, então, dê um jeito de arranha-lo com as próprias garras, apenas uma garra invulnerável para cortar uma pele invulnerável - Naruto matou sua charada, ela havia entendido seu pensamento.

  -Pensar, improvisar, superar, essa é a regra da minha vida, e, nessa próxima semana, será a sua também, irá caçar comigo, irei fazer um arco pra você, assim como arrumar uma faca, você tem o corpo pequeno, é perspicaz mas lhe falta movimento, por isso terá o arco e flecha, atuará de longe, "quanto mais profissional você é, mais perto da vítima você atua" - Disse como um coro, uma regra, uma lei, ele se levantou, olhando para o céu, enquanto Aya ja se levantava.

  - Tudo fora daqueles muros quer te matar, você tem que aprender a ficar forte e revidar, eu vou te ensinar o básico, você irá trilhar seu caminho sozinha depois disso - Ele virou o olhar, encarando-a com olhos duros e ferozes, ela assentiu, concordando, enquanto Naruto ia até uma árvore.

  - Antes de irmos, terá que aprender a ouvir o inaudível... abrace essa árvore- Aya a abraçou, sem entender nada, olhando-o.

  -Esqueça tudo, Konoha, seu corpo. O vento, os insetos, pássaros, sol, chuva, noite, dia, quente, frio, torne-se uma com a natureza, ouça-a falar, entenda, permaneça assim até ouvir o coração da árvore bater, até ouvi-la respirar - Naruto se inclinou na árvore ao lado dela, enquanto ela não entendia, o vento soprou, como se acabasse seus cabelos agora negros como a noite.
  Ela ouviu os pássaros cantarem, as folhas sendo sopradas, o céu estava mudando, estava escurecendo, passaram-se trinta minutos, e Aya não conseguia sentir nada, até que ouviu um pio, olhou lentamente para Naruto, apenas para ver um passarinho em sua cabeça.
  Com o tempo mais surgiam e pousavam em seus ombros, ele estava tão sereno que parecia morto, os pássaros bicavam sua cabeça mas ele nada fazia, se quer sentia, Aya teria que se esforçar mais.
   Consequentemente ela foi progredindo, Naruto não falava mais, geralmente ficava em silêncio, era pensativo, sério, apenas sabia que Kurama tinha o conhecimento completo e pleno sobre a vida de Naruto, perguntaria a ela mais tarde, o que ela perdeu de seu irmão, e se havia alguma maneira de conseguir seu perdão.
     No final do segundo dia, Aya conseguiu sentir o coração, ela sorriu para Naruto, feliz por seu sucesso, pela primeira vez em dois dias, Naruto falou com ela.
  
  -Sabe porque não teve êxito antes ? - Sua pergunta pegou-a de surpresa, enquanto observava Naruto, sentado em posição de lótus, abriu seu olho direito em sua direção, seu olho azul, como ela se lembrava, tira do a frieza insana e a loucura do ódio que tiraram seu brilho vivo.
  O olho se tornou vermelho novamente te, intrigando Aya um pouco,  mas se focou em sua pergunta, não achou a resposta que ele queria.


     - A mana não é uma energia compartilhada pela natureza, é quase inorgânica, o que tem de orgânica, é apenas 1%, que é sua vontade e seu pensamento, o resto, não é seu, mas sim uma alteração daquilo que é da natureza - Suspirou, enquanto se levantava.

  -Você demorou quase dois dias completos, eu, demorei apenas uma hora - Aya estava chocada, essa era apenas uma das diferenças entre eles.

  -A mana repele todas as outras energias naturalmente, são opostas, é assim que acontece, você não é formada completamente, por isso ainda não é impossível pra você... Aquele garoto Hyuuga, percebi que ele não se move direito, por que ? - Seu interesse no grão mestre a surpreendeu, ela se sentou a frente dele, olhando-o.

  - Neji tem uma doença em seus ossos, chamada de "ossos de cristal", qualquer impacto, mesmo que de média força, os quebra, devido a falta de cálcio em seu corpo, ele tinha o sonho de se tornar o maior dos guerreiros, por isso se focou em ser um mago, por isso é o que é hoje - Naruto se tornou pensativo, enquanto seu olhar se voltava para o céu.

  -Magos não são guerreiros, são apenas manipuladores da natureza, a contorcem, a agridem, e sua fraqueza é óbvia, ainda mais comigo - Naruto levantou sua mão, olhando para ela, olhou suas unhas, elas se alongaram rapidamente, enquanto as marcas em seu braço se fortaleciam, e desapareciam em sua pele, voltando ao normal.

  -Desde que eu mudei, desde muito antes, eu aprendi que meu corpo foi criado para ser o que eu quisesse que fosse, pprque eu sabia que o que matava não eram as armas, era o homem, que controlava o corpo, por isso pedi para Zabuza me treinar, o mais duro possível, eu tinha oito anos - Sua voz soou longínqua, sua mente estava distante, enquanto uma certa raposa se aproximava, Naruto sorriu.

  -Por isso odeio magos, eles distorcem apenas para benefício próprio, sem se importar com os outros, por mais que esse "Neji" seja diferente, ele é igual, ele visa no futuro ser o melhor guerreiro, mas ele não sabe o que é treinar até a exaustão de seu corpo, não sabe o que é suportar a dor, nem mesmo se defender quando está sem mana, posso estar equivocado mas, eu chuto que esse cara é tão desprezível quanto todos os outros que conheci - Ele se levantou, sendo acompanhado de Aya.

  -Você tem três dias antes que eu te mande de volta, ainda falta muito para a cerimônia ? - O ritual, como eles chamavam, consistia em fortalecer ainda mais o fluxo de mana em seu corpo, através de um ritual de "purificação", compartilhando e absorvendo a energia de dez magos selecionados a dedo, pois tinham que se compatíveis, caso contrário, o resultado não seria muito bom.
  O ritual confirmava uma vida, e abandonava outra, para se tornar um mago, o corpo sofre uma mudança tão severa que fica incapaz de se readaptar à movimentos físicos ofensivos ou defensivos, ou seja, se você passa por esse ritual, você nunca mais poderá lutar fisicamente, era uma escolha difícil.
  Para o ritual ter sucesso, tinha que ser feito até no limite de 14 anos, depois disso, se o ritual ocorresse, ela morreria, por o corpo já estaria maduro demais para tal mudança.


  - Faltam dois meses, ainda não estou bem com isso -

  -Então trate de fazer esses quatro dias restantes valerem a pena - Naruto andou rapidamente para a floresta, enquanto a loira, e certa ruiva, os seguiam, Naruto sabia que Kurama estava ali, por isso não foi muito longe.
  Naruto alcançou um arco no chão, feito por ele na noite para que o tempo precioso não fosse gasto, pegou um punhado de flechas e as entregou para Aya.
 
  - Encontrei uma trilha fresca mais cedo, siga-a e cace, suponho que conheça a teoria - Aya testou a tensão do arco, Pereira, para depois assentir, Ela foi na frente, procurando a trilha, Naruto olhou para trás, enquanto as orelhas de Kurama se abaixavam, ela avermelhou um pouco, Naruto sorriu em seguida seguiu Aya.

  [...]

  - Ora seu sarnento, saia de perto de mim! Seu cheiro me da nojo! Criatura patética que só serve como saco de pancadas do Zabuza - Aeryn estava furiosa, ainda odiava a companhia do "sarnento" que grunhiu enquanto socava a árvore, de acordo com o conversado com Zabuza, ele treinaria por um mês inteiro, e, no final de cama mês, ele enfrentaria Zabuza, até conseguir derrota-lo, e cumpriria sua palavra

  - Não me enche o saco sua sangue suga de merda, que tipo de vampiro de apaixona por um vivo? Sua doente ! - Seu punho atravessou a árvore neste último soco, enquanto Aeryn se segurava para não ataca-lo e o desmembrar ali mesmo.

  - Como ousa seu cachorro vira-latas! - Seus cabelos se tornaram brancos e suas unhas e presas cresceram, porem Reya surgiu a sua frente, evitando o possível combate, ela segurava uma kunai, apontada para Aeryn, que se acalmou um pouco, mas ainda ameaçava avançar.
  Ela voltou para dentro do casa, sendo acompanhada por Aeryn, deixando Kiba sozinho para treinar.

  -Sangue suga nojenta - Sussurrou com raiva enquanto acertava mais alguns socos na árvore, que estava prestes a cair, ele só não sabia que Zabuza o observava, enquanto o vilarejo se mantinha calmo.
  As várias famílias que foram para la acabaram se dando bem,  alguns até mesmo convidaram outras famílias para jantar em suas casas, como uma festinha, os moradores ainda se habituavam ao lugar, alguns construíam muros com roncos de árvores, o próprio Zabuza ajudava com a construção do muro.
  Itachi passava o tempo com sua família, ou seja, mãe, Mikoto Uchiha, namorada, Izumi Uchiha e seu irmão mais novo, Sasuke Uchiha, um ano mais velho do que Naruto.
  Ele era habilidoso no uso do Sharingan, muito bom em genjutsus, a habilidade de criar ilusões e prender seus adversário, tinha afinidade com o elemento relâmpago, mas ainda faltava muito para alcançar Naruto.
  Sasuke o conheceu, não dói muito com a cara dele, era arrogante e frio, o tipo de pessoa que Naruto não gostava muito de socializar, por isso mantinha distância.
  Ele tinha grande admiração por Itachi, por quem ele era e por suas habilidades, despertando seu Sharingan aos sete anos de idade, e aos quinze anos sendo um guerreiro formidável em batalha.
   Sasuke tinha pele clara, olhos negros, cabelo negro azulado, estava treinando com a espada, sob tutela de seu irmão mais velho, enquanto Mikoto e Izumi os observavam da saca de sua casa, sempre intrigadas com o desenvolvimento de ambos.
  Sasuke aprendia rápido e Itachi era um bom professor para ele, isso ao ver de Zabuza, que encontrou com o garoto uma ou dias vezes, em seguida deu uma “espiada” em seu treinamento

 

  [...]

 

  Aya seguia o rastro de algo grande, com um tipo de pegada que Naruto sabia que já havia visto, mas não se recordava, Aya antinha o arco preso ao corpo, o rastro era longo, inclusive nas árvores, o que indicava que acaça tinha a habilidade de subir rapidamente em árvores.

  Naruto farejou o ar, sentindo um cheiro podre nele, alguns metros a frente, Aya sentiu também, mas muito depois, quando já estavam perto, abriram uma moita, apenas para Aya quase vomitar com o que viu.

  Era um braço esquerdo de alguém, já em decomposição, com algum líquido por cima, o decompondo, Naruto não gostou daquilo, ele conhecia a criatura que se alimentava assim, muito bem até.

 

  -É melhor voltarmos, não está preparada para o que está a frente, vamos para outro lugar - Disse Naruto, enquanto fazia a moita voltar, escondendo o braço mutilado, enquanto Aya se segurava para não vomitar.

 

  Antes de algo pudesse ser feito, algo semelhante a uma rede agarrou Aya e a puxou para dentro da flotesta, foi tão rápido que Naruto não teve tempo de reação, apenas um segundo depois ele começou a correr atrás da loura

  Viu-a ser levada para a caverna por algo grande, em seguida, sem pensar, entrou.



  [...]

 

  Aya estava zonza, havia sido uma mudança brusca de velocidade, tão grande que ficou enjoada, olhou para onde estava, reconhecendo uma caverna, ou uma gruta, algo do gênero, viu-se também de cabeça para baixo, enrolada em algo grudento e branco, foi quando viu grandes olhos negros olhando-a, estudando-a.

  Ela não sabia o que era estar apavorada, agora sabia exatamente, pois era como estava, viu as grandes presas, batendo umas nas outras, o abdômen grande e peludo, as oito patas longas, estava apavorada.

 

  -Ora ora o que achamos ? - Uma voz surgiu na escuridão, ecoando na caverna, agora que Aya havia percebido, estava certada porém aranhas grandes, quase do seu tamanho, com a voz, todas pararas e se afastaram, até ver uma silhueta surgir nas pedras, e, de lá, enxergar o corpo de uma mulher, escorada na pedra, tinha grandes cabelos castanhos e espetados, olhos verdes, quatro marcas em sua testa.

 

  -Calma crianças, não mordam - Por alguns segundos, Aya se acalmou, apenas para sentir o pavor ataca-la mais forte do que antes, vendo a mulher sair de trás das pedras, enxergando claramente a parte debaixo de seu corpo como o corpo de uma grande aranha, duas vezes o tamanho dela, seu busto apenas coberto por uma fina seda de teias.

 

  -”droga droga droga droga droga droga” Aya se debatia, tentando se desprender, apenas para perceber que estava muito bem presa enrolada pelas teias fortes e brancas das aranhas gigantes, ela viu a “mulher” sorrir com seu esforço para libertar-se

 

  -Você está apavorada querida ? Não se preocupe…- A mulher abriu sua boca, como presas de uma grande aranha, as marcas em sua testa se tornaram olhos negros e brilhantes, suas mãos viraram garras como as de m caranguejo.

 

  -Vai ser rápido pequeno filhote - Ele esticou sua longa língua e lambeu o rosto de Aya, que  sentiu nojo e quase vomitou, a criatura lambeu os beiços.

 

  -Muito bom… Vai ser uma refeição saborosa pequenina - Esticou sua garra direita, levantando-a, prestes a decapitar a loura.

 

  -Vou fazer ser rápido para que não sofra, uma boa morte é em si uma recompensa - E, concentrando todo o seu esforço em um ultimo ato de resistência, Aya tentou se soltar novamente, apenas conseguindo libertar sua mão direita, quase seu braço inteiro, mas não daria tempo.

  Ela forçou seu corpo para trás, desviando do golpe, lembrando-se das lições de Naruto na floresta, depois forçou seu corpo para frente, acertando uma cabeçada contra a mandíbula da criatura, fazendo-a levantar a cabeça, ela sorriu.

 

  -Danadinha você não é ? Eu gosto daqueles que reagem - Ela lambei seus lábios, enquanto olhava para Aya, que ainda tentava se soltar, até que uma voz a interrompeu, interrompeu todos ali dentro.

 

  -... Então você vai me adorar…- A voz soou fria, com um senso de matar que ela nunca havia sentido, mexeu sua cabeça e seus olhos, procurando a origem da voz, apenas para perceber que ninguém enxergava, moveu suas aranhas ao redor da caverna, procurando-o, mas não o achou, depois de trintas segundo inteiros de procura, nada.

  Algum tempo depois uma pressão inimaginável se fez presente no ar, era tanta que matou metade das aranhas havia se retorcido e morrido, seus olhos explodiam, suas presas quebravam, seus abômens se estilhaçavam em pedaços.

  Segundos depois, olhos vermelhos e raivosos brilharam em vermelho no teto, Naruto saltou para baixo, rodeado pelas aranhas, que recuaram perante sua presença, agora percebida.

 

  -”Uma boa morte é em si uma recompensa”... - Sibilou ele, repetindo o que ela tinha dito momentos antes.

 

  - ...Me desculpe, mas não costumo dar uma morte rápida, você vai morrer devagar, enquanto eu arranco cada uma das suas pernas, Aracne - Ele estralou os dedos da mão, aquilo não seria uma luta, seria um massacre…

 

  {...}

 

  -Ei, onde está o gatinho e a Aya - Perguntou Chiaoyu, enquanto Aeryn a olhava, raivosa

 

  -De onde tirou toda essa intimidade com ele? - Seu tom era venenoso, como se estivessem invadindo seu território

 

  -Por que ? É a namorada do gatinho ? - Seu questionamento era válido.

 

  -Não, sou a esposa dele - Disse ela, de peito estufado, com orgulho em sua voz



  [...]

 

  A porta foi aberta lentamente, o sol se ponto atrás da figura que a abriu a fazia ser um pouco misteriosa, até sta se ajoelhar desviando da luz, revelando ser Aya, com alguns arranhões, segurando seu arco, com apenas uma flecha, tinha alguns arranhões em seu corpo, ela arfava, cansada, exausta, parecia que havia lutado por horas.

  Ela trazia uma sacola em suas costas, que parecia seda, mas era resistente coo aço, ela abriu e jogou-a para frente, revelando assim algumas garras de arso, assim como alguns dentes, em seguida desmaiou nos braços de Kurama

  Enquanto era amparada por Kurama e Aeryn, outra figura surgiu atrás delas, embargado de sangue, que definitivamente não era seu, alguns arranhões em suas roupas, alguns ferimentos de queimaduras em sua pele, que já começavam a se curar.

  Seus cabelos negros, assim como a sua pele de lobo, pingavam pequenas gotas de sangue, sua mão direita, envolta por pequenas e finas placas de escamas, as garras longas, as presas afiadas, os olhos predatórios repletos pelo furor da caçada, adrenalina e sua ânsia por caçadas.

  Aeryn gemeu baixo ao vê-lo daquele jeito, não se segurando em pé, se ajoelhou, enquanto tinha um orgasmo ali mesmo, por mais que ninguém estivesse prestando atenção em nada além dele, em suas mãos, ele trazia uma uma sacola pequena, e amarrado nas costas, várias patas de aranhas, inclusive oito delas gigantes, do tamanho de lanças , seu sorriso era tão selvagem que ele parecia ainda querer sangue.

 

  -Desculpem, ela se dedicou hoje - Sua voz soou baixa, enquanto tirava a pele de suas costas, alcançou Aya depois de desprender as patas e soltar a sacola de seda, pegou-a com carinho, levando-a até a cama, deixando um rastro de sangue a cada pegada sua, quando voltou, sem camisa, usando apenas sua calça, segurando um balde de água e um pano, olhou Aeryn, ajoelhada no chão.

 

  -Ei, se levanta - Disse ele com a voz baixa, tocando-a em seu ombro, ela gemeu

 

  -Não...Eu tô muito sensível agora… - Naruto tocou seu braço, a levantando, enquanto ela ainda estava com as pernas trêmulas, se apoiou nele, enlaçando seu pescoço com suas mãos, trazendo seu rosto para mais perto do dela, com seus lábios quase se tocando.

 

  -Vamos querido… Me faça sua, não me importo que seja aqui e agora… - Ela disse, começando a se despir, enquanto todos olhavam para ela, indignados com a cena, ainda mais Kurama, que rangia os dentes, Chiaoyu olhava com diversão, se segurando para não entrar na brincadeira também, Reya já estava a ponto de agir quando Naruto o fez.

  Ele virou um pouco do balde de água fria em cima da cabeça dela, fazendo-a gemer com ela.

 

  -Agora não, tenho coisas a fazer - Ele se ajoelhou, enquanto colocava o balde no chão, limpando o sangue que não era seu, em seguida mergulhando o pano no balde e torcendo-o, enquanto repetia o processo, Aeryn voltou para o seu caixão deprimida, enquanto as outras riam.

 

  -Ei gata, o que houve por aqui ? - Perguntou Naruto, tentando desviar o assunto

 

  -Ah, nada demais gatinho, apenas essa mandona sendo chata - Ela inflou as bochechas em um ato fofo, Kurama agarrou suas bochechas, quase as beliscando como uma titia chata enquanto sibilava “você é fofinha, quero você pra mim”, Naruto sorriu vendo as duas se darem tão bem, enquanto olhou para a janela, vendo Zabuza, sentado na sacada, enquanto observava Kiba treinar, ele era esforçado sem duvidas, mas ele era limitado pela sua visão de luta, ele nunca havia enfrentado alguém com a capacidade de pensar e reagir a altura de outra maneira, tudo o que conhecia era a luta contra feras, teria um caminho longo, muito longo, apara superar Zabuza.

  

  [...]

 

  Itachi e Sasuke cruzavam lâminas agilmente, com leveza sem igual, as lâminas quase eram perdidas da visão do olho nu, ainda mais para o hora que era, quase noite, o céu ficava cada vez mais escuro, mais dificil de se enxergar, mas ainda assim ambos lutavam olhando nos olhos do outro, seus sharingans se conectando, um lendo a mente do outro, prevendo seus movimentos, Sasuke saltou para trás, escapando do alcance de uma estocada em seu peito, em seguida tentou um corte lateral, Itachi desviou, girando para o lado e se afastando de Sasuke, dando-o tempo para tomar fôlego.

 

  -Por hoje chega Sasuke, já está ficando tarde, descanse, amanhã o treino será dobrado - Sasuke assentiu, confirmando, em  seguida, assim como Itachi, baixou a espada, se permitiu respirar calmamente agora, enquanto relaxava o corpo e abandonava a postura de combate, visto que não precisaria mais mantê-la.

  Em seguida, eles ouviram o som de várias árvores se quebrando, em seguida um garoto de cabelos negros ser arremessado da floresta, até cair de costas no chão, a frente de Sasuke, ambos cruzaram os olhos, Naruto olhava os olhos negros com seriedade por alguns segundos, Sasuke olhava-o com superioridade, enquanto viam uma figura monstruosamente forte surgir da floresta, era Zabuza, segurando sua grande espada, olhando Naruto com um olhar mortal.

 

 -A raiva te dá motivação sem um proposito - Ele disse, levantando Naruto pelos cabelos e o arremessando contra a árvore com violência, Naruto bateu de costas, caindo de pé, olhando Zabuza, com um olho inchado e sangrando, enquanto ainda segurava a sua adaga dourada.
  - Você aprendeu a controla-la, mas não sabe como se fortalecer dela, eu vou te ensinar, nem que para isso eu tenha que partir todos os seus ossos. - Zabuza avançou rapidamente, acertando um soco em seu estômago, fazendo-o cuspir sangue, ele se abaixou, desviando de outro soco e saltou, encaixando um forte gancho em Zabuza, que foi catapultado para trás com tamanha força, girando no ar, acertando um chute na testa de Naruto, que voltou para a árvore, arfando.
  Sasuke olhava Naruto, sentindo pena de um garoto ser terrivelmente espancado assim, pensou em interferir, mas foi impedido por Itachi.

  - Não pense se quer em se mexer- Sua voz soou séria, como se sua vida dependesse de obedecer aquelas ordens, Sasuke viu Naruto se levantar aos poucos, encarando Zabuza com olhos ferozes.
  Rápido como um flecha ele se lançou contra ele, mirando sua gargante, tentando perfura-la, porém Zabuza ergueu a espada, fazendo o braço do louro passar pelo buraco desta, depois girou-a, prendendo-o, Sasuke ainda se perguntava quem era o garoto, que parecia tão medíocre aos seus olhos, tentando incansavelmente acertar Zabuza, que ele sabia muito bem ser muito habilidoso.
  Zabuza torceu o braço de Naruto, aproximando-o dele.

  -Seu tempo de reação é bom, mas pode ser melhor - Naruto girou, acompanhando seu braço, jogando a adaga para o alto, em seguida segurando a mão de Zabuza e puxando-a com os pés em cima da espada, enquanto Zabuza o mantinha no ar, sua mão passou pelo buraco da espada, até mesmo seu antebraço, Naruto agarrou a adaga enquanto ela caia, posicionando-a perto do braço de seu mentor, ameaçando corta-lo.

  -Muito bom, excelente reação - Disse Zabuza analisando a situação é sorrindo por debaixo das bandagens de seu rosto, porém, seu braço direito, que estava preso da espada, se tornou mais difícil de se segurar, se tornou água, em seguida ele escapou do agarre de Naruto, fazendo-o cair no chão.
   Naruto ficou no chão, arfando, respirando fundo, estava cansado, olhou para Zabuza, este estava satisfeito.

  -Você foi bem no treino de hoje, mesmo não estando recuperado de sua luta anterior, venha - Zabuza lhe cedeu a mão, ele aceitou a ajuda para levantar, em seguida girou o pescoço, o estralando alto.

  -Eu não levava uma surra assim fazia um tempo... - E ambos saíram, com Naruto sorrindo.

  - Como ele pode continuar sorrindo depois que foi espancado assim ?- A pergunta de Sasuke soou impertinente, mas Itachi sorriu ao responde-la.

  - O líder é o que mais se esforça, para proteger aqueles que ele ama, para que ele seja uma inspiração para aqueles que o cercam - Itachi olhava Naruto com carinho e um pequeno sorriso na face, enquanto Sasuke ainda não entendia direito, ele via Naruto mancando um pouco, enquanto ria com o homem mais alto, que carrega a grande espada.

Sasuke não sabia quem era o garoto, pensou em perguntar, mas quando desviou o olhar por um mísero segundo e o retornou em direção a eles, ambos haviam sumido.

Por mais que não soubesse quem ele era, estava disposto a descobrir...

 

 


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Notas finais do capítulo

E então? Aya seguirá a tradição da familia e se tornara uma maga? Ou dará as costas para ela por causa da nova porta que Naruto a ajudou a abrir? Não sei, verei outra hora
E ai, a luta ficou muito forçada? Eu queria que tivesse saído melhor, mas tive um baita bloqueio, bem, faço melhor na próxima, prometo.
Então ficamos assim, atualizo assim que puder, o próximo capítulo já esta em produção ok ?

Comente, e até a próxima o/