Trevas escrita por kevin henri


Capítulo 3
III - O poder de meu ódio


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, estou de volta, peço perdão pela demora, tive alguns problemas, qualquer erro de português, me avisem por favor.

Boa leitura.



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  Quando conheci o ódio pela primeira vez, eu tinha sete anos, não foi por minha família, ou por qualquer outro, mas, meu ódio, pela primeira vez, despertou, por causa de um civil, um único civil, que me provocou, de maneira baixa, de maneira rude, pela primeira vez, eu quis me banhar em sangue, no sangue dele.
  

  "A criança, com roupas sujas, de lama, terra e sangue, caminhava na chuva, forte e fria, de um dia escuro e sombrio, uma tempestade chegará, a frente, ele viu um grupo de homens,  bêbados, não deu bola e continuou seu caminho, até que...

—Ora, vejam... -soluçou ele- é o... Garoto-raposa... Eu vou matar ele  -

  O homem quebrou a garrafa em uma parede e avançou contra o loiro, que nada fez, apenas rezou para que acabasse rápido, e não pudesse mais sentir nada.
  Por um tempo o bêbado o cortou, cortes fundos, fatais para qualquer um, mas, aquele garoto, não era qualquer um.
  - revida... Moleque-raposa... Já sei... Um... Incentivo... - disse ele, enquanto uma outra criança passava por perto, aquele homem, de cabelos curtos e escuros, olhos perdidos em álcool a alcançou, puxando-a, uma garotinha, pele clara, cabelos curtos em negro-azulado, olhos perolados, apavorados pelo choque

 

—Se não revidar, essa garotinha vai ter sua linda pele marcada, por sua causa…

 

—Solte-a! Ela não tem nada haver comigo, solte-a! - Disse ele, irado, tentando se levantar enquanto o homem, por volta de cinquenta anos, pisava em seu peito, prensando-o no chão, ele, nada podia fazer, a não ser ver o homem fincar a garrafa quebrada na mão direita da garota, que gritou de dor, lágrimas correram por seu rosto enquanto se ajoelhava, o homem sorriu.

 

—Seu desgraçado! - O garoto, usando suas pernas, chutou-o, acertando “naquele” lugar, o homem gritou e se ajoelhou de dor, soltando a garota e a garrafa, se colocou a correr, carregando a garota, que parecia não ter mais do que sua idade, levou-a pela mão esquerda, enquanto esta chorava.

O bêbado, irado, alcançou a garrafa e lançou-a em sua direção, ele gritou “Cuidado!” e puxou-a, colocando-a em suas costas, virando-a, protegendo-a da garrafa, que se ficou no lado esquerdo de seu peito, próximo ao seu coração, ele cuspiu sangue e se ajoelhou, tamanha era a dor que não conseguia levantar, logo, um apito foi ouvido, e guardas chegaram, reconhecendo a garota como Hinata Hyuuga, herdeira do clã Hyuuga, uma das familias nobres mais poderosas daquela terra, eles afastaram Hinata dele, preocupados

 

—Senhorita Hininata…! Mas o que significa isso! - Disse o guarda, irado, olhando o loiro, que tirava a garrafa quebrada de seu corpo, ele foi novamente prensado no chão



—Demônio! O que fez à ela !?- Gritou este, enquanto Hinata o olhava, com medo

 

"Demônio", eles ainda o chamavam assim, mesmo sem saber o por que, sem saber o motivo,Hinata se escondia atrás do guarda, ainda um pouco assustada.

  -Não fui eu! Foi aquele bêbado! - Ele tanto apontar, mas, ao tirar a mão do ferimento, um pouco de sangue esguichou no chão, obrigando-o a coloca-la de volta, os guardas olharam o homem se levantando aos poucos, cambaleando.

—Voltem aqui... - soluça - ... Eu ainda... Não acabei... - ele alcançou um caco de vidro e andou em sua direção, os guardas logo o imobilizaram no chão, amarrando suas mãos e o levando dali para aguardar julgamento.

  - Está bem...? - Ele a olhou, enquanto segurava sua mão, sangrando, o guarda rasgou um pedaço de suas vestes e fez um curativo, sorrindo, indo em seguida, notificar seus pais, ela olhou para o loiro.

— Não é como se eu te devesse algo, mas... Obrigada por ter tentado fazer algo a respeito, como gratidão, não direi que foi por sua causa que fui machucada e eles não te caçarão e matarão,  mas não confunda as coisas, não serei amiga de algo como você -

  Aquilo doeu, aquilo machucou, muito, muito mesmo, a primeira vez que ele sentiu ódio, foi uma sensação de que seu coração explodira, que queimava de dentro pra fora, foi o primeiro dia em que chorei de raiva, uma noite inteira..."

  Nunca mais vi ninguém, depois que descobri sobre Kurama, sobre sua história, sobre ser usada como arma de guerra desde que havia sido conhecida, apenas fez meu ódio crescer, então, eu vivi um inferno todos os dias por causa de ânsia de poder? Esse pensamento me fez estourar, foi a gota d'agua, foi quando decidi fugir, para nunca mais voltar, a menos que fosse para destruir esse lugar.
  As coisas que eu podia chamar de " minhas" podiam ser levadas no bolso, peguei-as, roubei algumas frutas e fugi, na calada da noite, para o mais longe possível daquele lugar, com o auxílio de Kurama, que me guiava, só o tempo poderia me dizer se tinha tomado a decisão certa ou não...


[...]

 

  Naruto tinha que comparecer em algo, algo importante, ele ja sabia o que era, todos já sabia, até mesmo o ar gélido e arenoso  que corria o exército.

 

“Como alguém de fora matara um escorpião daqueles apenas com uma lança?”

 

  Ele estava a frente da corte, onde havia um homem, com marcas vermelhar no rosto, sento que metade dele era tampado por um pano, talvez por um ferimento feio ou algo do tipo, usava uma camisa preta sem mangas, calças negras e longas, junto de botas longas e marrons, olhos firmes, expressão séria, esse era o homem ao qual descobrira se chamar Baki.

  Junto dele, estavam o tal Gaara e Temari, que descobrira ser sua irmã mais velha, dona de uma beleza diferente, tinha o gênio forte, personalidade atrevida, irritadiça, um verdadeiro desafio para qualquer homem disposto a conquista-la, mas não ele, ele não tinha tempo para isso.

 

  -Ajoelhem-se perante vossa majestade, Rasa-

 

  Todos os três se ajoelharam, enquanto um ruivo mais velho entrava, com marcas em seus olhos, alto, aparentava ter quarenta anos, sério, uma enorme pressão surgiu no ar, ele vestia trajes finos, um manto branco, com um chapéu verde com uma escritura que dizia “Kazekage” Sombra do vento, o título do líder do reino, o mais forte habitante dele.

  Ele se sentou no trono, que fazia parte de uma sala ampla, com paredes marrons, com areia que circulava as paredes e pilares, ele se sentou, não desviando o olhar de Naruto nem por um minuto,que não havia se ajoelhado

  A areia que estava nas paredes o atacaram, rápidas como flechas, alcançaram seu pescoço em segundos, porém, sem toca-lo, Naruto, não se mexeu.

 

  -Eu não me curvo perante ninguém - Disse ele, com a voz fria, fria o suficiente para surpreender todos no local, era ainda mais frio do que Gaara.

 

  -Eu apenas aceitei falar, para que vidas pudessem ser poupadas, já que aqueles não era o único por ai - Disse ele, enquanto que as lâminas de areias sumiam no ar.

 

—Fale - Disse o líder ali, enquanto os outros três permaneciam calados, observando o garoto com curiosidade.

 

  -Ele tinha uma rachadura, no meio de sua cabeça, entre os olhos, proveniente de uma batalha contra outro, maior ainda, ele protegia os filhotes,e, pelo que vi, ganhou, mas tudo tem um custo, a armadura pode ser impenetrável, mas a única coisa que a atravessa, é ela mesmo, o combate de antes criou uma brecha na armadura, ele viria para a cidade mais cedo ou mais tarde, eu apenas acelerei o processo e o matei, a propósito,  obrigado, Temari, Gaara - Ele olhou-os, e sorriu, Temari desviou o olhar, por algum motivo, não gostara dele, já Gaara, o devolveu

 

  -Aposto que seu professor deve ter orgulho de você, assim como seus companheiros, ou até mesmo ao reino que pertence, mesmo que você seja de Konoha, e mesmo que tenhamos nossas desavenças, estou feliz e e grato que você estava aqui- Disse Rasa para o garoto, que o olhava firmemente, com olhos sérios

 

  -Agradeço majestade, mas não estou com Konoha, nem tenho companheiros, sou uma pessoa solitária desde o nascimento, sem familia e sem amigos, eu só fiz o que julguei ser certo

 

  -Entendo, então, aceite esse presente como símbolo de minha gratidão - A areia nas paredes foram até sua mão, moldando uma adaga dourada, de cabo reto e lâmina curva, com vários símbolos ao seu redor, ao solta-la, ela flutuou em direção à Naruto, que a segurou, era leve, e parecia muito afiada

 

  -Assim como sempre lhe serei grato, a lâmina desta adaga nunca ficará cega, e caso algum dia procure um local para se instalar, lhe concederei o direito de comprar uma residência neste reino - Raza olhou para ele, olhos aos olhos, Naruto se curvou um pouco, em reverência

 

  - Eu agradeço vossa alteza, e prometo cuidar dela com minha vida, assim como sei que ela cuidará de mim - Rasa sorriu, um sorriso mínimo, ele gostara do garoto, de forma que conseguia sentir seu espírito opressor, dono de uma determinação e destreza sem iguais

 

  -A propósito, de onde você veio ? - Perguntou o líder, curioso sobre os detalhes da vinda de Naruto

 

  -Eu vim das montanhas ao sul, onde neva, onde vivo, apenas vim conseguir algum dinheiro e mantimentos para conseguir me manter e completar meu treinamento - O rei olhou-o, entendendo-o, por mais que insistisse, o jovem não ficaria por muito mais tempo.

 

—Com sua licença majestade, tenho que voltar, obrigado por esses momentos, e pelo presente - Disse ele, prestando uma reverência e, com a permissão de Rasa, saindo da sala rapidamente, queria logo voltar, mas antes, precisaria passar em um lugar.




  [...]

 

  Era dia ainda, o sol começava a  se por, o olhar das pessoas parecia mudar, assim como a luz do sol, mais serenas do que o normal, e, ao longe, ele viu uma pessoa, que queria não ver, era loira, cabelos cumpridos, olhos azuis como o céu, vestida de preto, um tecido simples, mas fino, do jeito que apenas os nobres tem, estava acompanhada de um homem, cabelos prateados, um olho esquerdo coberto por uma bandana, olhar entediado, olho negro, o rosto coberto por uma máscara, usava uma camisa de mangas longas, com algumas placas de metal em suas mãos e pés, em cima das botas negros, calças escuras e um coleto esverdeado, com uma espada em suas costas.

  Ele não queria tê-la visto, não agora, manteve a compostura, ela olhou-o, profundamente, por apenas uma virada de olhar, em seguida, passou por ele, ignorando-o, junto do homem que a acompanhava.

 

...Ela não havia o reconhecido…

 

  Por dentro, Naruto sorriu, mesmo depois de tudo, ela não o reconheceu, nem ela, nem aquele homem, Kakashi Hatake, que no tempo em que vivia em Konohagakure, era da guarda particular de Minato.

 

  Ele queria dizer, queria que percebessem, queria que tentassem trazê-lo de volta, mas nem mesmo o reconheceram, se tivessem, ele teria sentido o turbilhão sentimental que teria se formado dentro deles, sim, ele teria sentido a força de seus sentimentos, e quais seriam estes.

  Naruto era um dos poucos que não tinha uma particularidade de combate, a maioria dos outros guerreiros tinha algum tipo de domínio entre os vários elementos da natureza, ele não, porém, com seu treinamento, conseguiu desenvolver uma técnica própria, baseada na força daquilo que ele mais tinha, ódio.

  Além do mais, ele sabia que Minato e Kushina o procuravam, se mantinha informado sobre o mundo lá fora, tinha seus meios de conseguir informações, o procuraram por anos, e ainda não desistiam, queriam a arma deles de volta, mas não a teriam, não mesmo.

  Naruto foi até Sari, pegar sua espada, fez questão de pagar, por isso, e por um colar, um colar de pedra verde que Sari havia esculpido, ela ficou feliz por ele querer compra-la, ela o abraçou, por mais que não dissesse, sabia que era uma despedida.

 

  -Vou te ver de novo? - Perguntou ela, quase chorando, apesar de estar sorrindo, ele secou suas lágrimas, sorrindo.

 

  -Ah sim, iremos, não sei quando, mas, até lá viva, ame, alcance seus objetivos, e lembre-se de mim, porque eu vou me lembrar de você - Disse ele tocando o colar, com um sorriso em seu rosto, enquanto caminhava para fora da cidade, sob o olhar de Sari, que sorriu ainda mais.

 

[...]

 

  Ele andava havia algum tempo, carregava uma sacola grande, com alimento, voltava para as montanhas, para sua casa, porém, havia percebido há algum tempo, que estava sendo seguido, soltou a grande sacola, ao seu lado, pegou um pequeno punhado de areia no chão, esfregando-as nas mãos lentamente, olhando o céu, agora escuro, o vento soprava rapidamente, a areia levantava, suas pegadas desapareciam, a lua ao longe, olhando pra ele, sorriu, apenas por dentro.

 

  -Eu sabia que esse dia chegaria, e torcia para que fosse logo, porque estava cansado de esperar você me alcançar, “princesa” Namikaze - Ele cerrou o punho direito, de forma que os ossos da mão estralassem, ele se quer a olhou, apenas continuou de costas.

  E, de dentro do vento, ela surgiu, a mesma garota loira de antes, com o olhar diferente, mais sério e determinado do que antes

 

  -Você foi descuidado, não imaginou que acabaria chamando a atenção, você ainda se sacrifica pelos outros, não acha que já é hora de voltar para casa? - Perguntou ela, com a voz fria, olhando-o.

 

  -Duvido que tenha sido você, sem qualquer peculiaridade de um guerreiro, volte para sua casa, por mais que em batalha seja um soldado comum, ainda é o herdeiro do trono por direito, é…-

 

  -Cala a boca! -

 

  Calou-se, surpresa, já que ele nunca fora contra ela, nem nunca se revoltou, era completamente submisso, ele a olhou, pela primeira vez em anos, a olhou nos olhos, e ela viu, viu um mar de ódio sem fim, viu suas pupilas negras lentamente se tornarem fendas escuras e sombreias, rodeados pelo escarlate de raiva e ódio feroz que havia em sua alma.

  -Casa? Eu não tenho casa! Não tenho família! E não quero um trono nem nada que venha dela! -

  Aquele olhar a arrepiou por completa, até que, em segundos, ele estava à sua frente, e, com a palma aberta, a empurrou, lançando-a fortemente para trás, colidindo com os montes de areia, porém, misteriosamente, começou a flutuar no ar, assim que parou de ser empurrada, surpresa pela força do rapas, apontou-lhe a mão.

   De seus dedos, várias setas surgiram, feitas de ar, foram disparadas em sua direção, habilmente ele desviou, enquanto corria em sua direção, porém, ele foi envolto por um tornado, ela sorriu, por mais que sua força física fosse alta, ele ainda era apenas um humano comum, e a areia em alta velocidade rasgaria sua pele, assim que o levasse para casa, poderia cura-lo com facilidade, porém, uma grande pressão de ar surgiu, desfazendo o tornado, revelando o louro mais velho, intacto.

  Ela “voou” até ele, com sua mão coberta por vento, tendo uma grande pressão sobre esta, tentando soca-lo, quando estava prestes a fazê-lo, ele moveu a cabeça para o lado, um pequeno tufão se desprendeu da mão direita da garota, e assim sucessivamente, tentava soca-lo, ele desviava, ele pisou fortemente na areia, fazendo uma núvem de areia subir, cegando-a.

  Moveu os braços, dissipando a cortina de areia, apenas para ver que não o localizava, olhou para todos os lados, até sentir sua intenção assassina, olhou para cima, vendo-o vindo em sua direção, girando, acertando seu pé no chão, seria sua cabeça caso não houvesse saltado para trás.

  -Então “princesa”, já domina a herança dos Namikaze? aos treze anos? impressionante, mas não para o “gênio” da familia real não é? - Disse, com a voz neutra, se controlando ao máximo, não queria nenhum deslize de sua parte, se qualquer ocorresse, os acompanhantes da “princesa” seriam obrigados a agir, e as coisas poderiam ficar complicadas.

 

  -Por que usa o título de princesa como uma ofensa… Irmão? - Ele fechou a cara, ficando com uma expressão irritada ao ouvi-la chamando-o de irmão, ele levantou o braço esquerdo, com força, e uma grande núvem de areia se formou atrás de si por conta da grande pressão de ar que deslocou pelo movimento, surpreendendo sua “irmã”

 

  -Herança esta, que tive a sorte de não herdar, pois eu tive a benção, de ter outra, e o fato de usar isso para ofendê-la, é porque nunca mais quero pronunciar seu nome - Dito isso  estralou o dedo indicador, ela investiu novamente, sendo encoberta por uma esfera de ar, indo em sua direção, comprimindo o máximo de ar que podia, e o liberando próximo de Naruto, explodindo.

  Naruto foi lançado para trás com violência, parando após mais ou menos vinte e cinco metros, porém, sem nenhum ferimento, já ela, estava ofegante, quase ajoelhada, mover uma massa de ar tão grande exigia grande concentração e esforço, ele limpou a sujeira por cima de seu manto, e, lentamente, andou.

 

  Ela, olhando-o, levantou-se, juntando as mão em uma pequena esfera sua frente, tão concentrada ao ponto de faíscas serem lançadas dela ao seu redor, em cinco segundos, ela lançou-a, com toda a sua força, parando a frente de Naruto, em seguida, se expandindo, formando um ciclone, que subia até os céus, liberando faíscas, formando nuvens de chuva, que descarregavam relâmpagos ao chão, que, por tal temperatura do relâmpago, se tornava vidro.  

  Ela sentia sua mana diminuir, mana, é a essência da magia, a energia que alimenta os poderes mágicos dos magos, é a junção de anos de treinamento, e meditação, é o domínio completo do poder da mente sobre o corpo, apenas os mais fortes de mente conseguem se tornar magos.

  Por parte de konoha, existe um que supera as expectativas, o grão mestre mais jovem da história da vila, e, por acaso, ou não, professor da Namikaze mais jovem, seu nome? Neji hyuuga.

 

  -Essa tempestade é a mais forte que posso criar no momento, não tem como ele… mas o que... -

 

  De dentro do ciclone, uma luz avermelhada surgia, dissipando-o com facilidade, uma grande pressão de vento o estraçalhou como se fosse um pedaço de papel, até revelar o loiro, com os cabelos avermelhados, cujas pontas ainda continuavam louras, até aquela energia sumir, junto com o cabelo vermelho, que regredia ao dourado aos poucos.

 

  -Estou cansado de jogos, “princesa”, você não pode me derrotar no nível em que está agora, eu treinei, desde que sai daquele lugar maldito, dia e noite, sacrifiquei meu sangue, meu corpo e minhas lágrimas para obter o poder que eu tanto quero, para ir atrás do homem que me fez viver o inferno que vivi…- Enquanto falava, andava em sua direção, ela estava ofegante, frágil naquele momento, estava sem energia para manipular o vento novamente, ela estava com medo, nunca o havia sentido antes, as pernas tremiam, os movimentos de seu corpo estavam travados, estava apavorada com a força do louro, que deveria apenas ser um humano comum.

 

  -Por mim mesmo, por meu ódio e por minha vingança, eu atravessarei qualquer um que fique a minha frente, você não é minha familia! Nunca foi minha familia! E eu não irei ter compaixão ou piedade para com você! Se me atacar de novo, ou ficar em meu caminho…- Ele sorriu, um sorriso ferino, um sorriso de raposa, enquanto aquela energia avermelhada o rodeava levemente forte , a areia a sua volta, aos poucos se tornava vidro lentamente, seu coração acelerou, ela deu um passo para trás, recuando, enquanto o olhava, ela tinha vontade de cortar sua própria garganta do que sentir aquela pressão, porém, em um instante, ele estava ao seu lado.

 

  -...Eu a matarei - Sussurrou, com uma voz maligna, ao primeiro segundo em que ele dissipou sua intenção assassina, ela se ajoelhou, conseguindo respirar normalmente, ela olhou-o, enquanto o mesmo andava para longe dele, indo até sua sacola.

 

  -...Avise para que seus guarda-costas não me sigam, se não, irei envia-los de volta, em partes, uma de cada vez.. - Disse ele, segurando o saco e colocando-o entre suas costas, começando a caminhar, depois de alguns minutos, um buraco foi feito na areia, revelando Kakashi, sendo acompanhado de mais um outro, que usava uma máscara e uma vestimenta igual a dele, correram ambos para socorrerem a loira, ainda ajoelhada, sem nenhum arranhão, ele tocou seu ombro, tirando-a do transe, em seguida, ela desmaiou, tamanha era sua exaustão.

  O companheiro de Kakashi vistoriou o local, enquanto observava os passos de vidro do jovem Naruto, era um vidro avermelhado, de cor sangue, o que o intrigava, se aproximou deles, tentando pegar um pedaço para estuda-los, porém, ao primeiro toque, se despedaçaram, todos eles, e sumiram no vento, suspirou, frustrado, vendo Kakashi carregar a princesa Namikaze em seus braços para de volta ao buraco, por onde ele poderia voltar para Suna, ele viu, já longe, o jovem desaparecer na escuridão, mas não antes de olhar para trás, e encara-lo, com aqueles olhos vermelhos amedrontadores que o fizeram se arrepiar, olhos que ele nunca esqueceria, nem mesmo em seus sonhos…

 

  -Vamos Tenzou, não temos tempo …-

 

[...]

 

  Uma semana se passou desde o encontro dos jovens louros, ambos os dois se encontravam no mesmo lugar, naquele mesmo templo, ele acabara de chegar, descarregando a grande sacola, e aquela mesma ruiva apareceu, porém, sem o brilho de antes, usando um vestido branco, descalça, destacando seu cabelo ruivo, assim como seus olhos, sorriu ao ver o louro, que sorriu de volta.

 

  -Eu disse que voltaria pra você - Disse ele, se aproximando dela, ela o abraçou, com um grande sorriso no rosto, ele envolveu-a em seus braços, um pouco envergonhado sim, mas mesmo assim o fizera, fora mais de uma semana separados, não era mais um cumprimento, era um necessidade.

  Logo se afastaram, e ele tirou algo de seu bolso, uma pedra, com várias raízes vermelhas entrelaçadas nela, e, misteriosamente, as raízes começaram a pingar sangue, a ruiva sorriu e se afastou, Naruto colocou a pedra no chão, se afastando depois, a pedra brilhou, em seguida e liberou uma forne névoa negra, que cobriu todo aquele templo, até mesmo o sol parecia ter enegrecido, quando a névoa negra desapareceu, revelou uma jovem garota, de aparentemente dezesseis anos, pele alva, cabelos negros, corpo bem moldado, completamente nua, seios modestos, de tamanho médio, grossas coxas, atlética, Naruto não olhou muito, apenas retirou seu manto e a cobriu, em seguida, fechou todas as aberturas do templo, inclusive rachaduras…

  

  ...Vampiros não gostavam da luz do sol, principalmente sua raínha…

 

  Com seu dedo indicador, cuja unha havia se tornado uma afiadíssima garra, cortou seu pulso, deixando o sangue fluir, pingando por nos lábios da jovem, ela abriu seus olhos assim que o sangue percorreu sua boca, lambendo os lábios, Naruto tocou o ferimento, que, em segundos, se fechou, passando um lenço por cima deste, em seguida, manchando-o com o sangue que veria do ferimento, agora estancado até se fechar naturalmente, as habilidades de Naruto eram muito incomuns.

  Demorou alguns segundos até esta perceber onde se encontrava, porém, ao reconhecer Naruto, rapidamente se levantou, assimilando o lugar onde estava com o estado atual, completamente nua se não fosse o manto, que agora estava no chão.

 

  -Então, finalmente irá me tomar para si, meu querido Naruto? Aqui? Agora? Eu não me importo, apenas venha - Dito isso ela o abraçou, completamente nua, mais alta do que ele, que foi obrigado mais velha a se sentarem um bloco de pedra, em seguida, o deitando nela, com a garota por cima, mesmo estando completamente escuro, ela enxergava claramente, como se fosse dia, uma especialidade dos vampiros, como o esperado.

  Ela chegou perto, mais perto, cada vez mais perto, ameaçando beija-lo, mas qual foi sua surpresa ao sentir os lábios dele tocarem os seus primeiro, depois de tanto tempo, havia esquecido do sabor deles, mesmo tendo apenas 14 anos, aquele garoto, não, aquele homem, a havia enfeitiçado de maneira devastadora, de maneira que a fizera renunciar sua posição como líder do clã mais poderoso de vampiros, apenas para poder estar ao seu lado, com suas almas ligadas, ela sentia seu coração bater,  a temperatura de seu corpo subir, o beijo se aprofundar, até ele a separar de si.

 

  -Como posso tomar para mim algo tão belo como você ? - Disse ele, sorrindo, há muito não sorria, mesmo ela sabendo de sua história, de sua vida e lembranças, adquiridas ao beber seu sangue.

 

  -Ouvi uma vez que, quando alguém entende o que é ódio, também entende o que é amor, pois ambos são opostos - Ele disse, acariciando seu rosto.

 

 Ao dizer isso, a mesma ruiva irradiou uma pequena chama de seu dedo indicador, iluminando o local, agora se podiam ver os olhos azuis e brilhantes dela, estava feliz, mesmo que tivesse centenas de anos, nunca estivera tão feliz, até aquele momento, em que reencontrara o loiro, ela se levantou, alcançando o manto novamente.

  Uma pequena núvem negra a rodeou, formando roupas, uma camisa negra sem mangas, calças negras e botas de cano alto, prendeu seus cabelos em um rabo de cavalo baixo, a ruiva abaixou sua mão, porém, a chama continuou flutuando no ar, se intensificando um pouco.

 

  -A propósito, quando eu for “toma-la”, vai ser quando menos esperar - A voz tinha uma malícia que alguém da idade dele não deveria ter, um sorriso brotou nos lábios da “jovem” vampira, que quase conseguiu sentir seu coração voltar a bater de novo, nem parecia ter quatorze anos.

  Mas não foi apenas isso que chamou sua atenção, aquela criança possuía uma sede de sangue incomum, muito mais voraz do que a dela, e, admitia sem qualquer vergonha, foi isso que a fez se apaixonar por ele, perdidamente

Mas não foi apenas isso que chamou sua atenção, aquela criança possuía uma sede de sangue incomum, muito mais voraz do que a dela, e, admitia sem qualquer vergonha, foi isso que a fez se apaixonar por ele, perdidamente
  Quando se conheceram, tentou mata-lo, transforma-lo em um escravo, até mesmo em seu marido, porém, seu espírito era indomável, e sua alma livre de qualquer corrente deste mundo, quando sentiu sua sede de sangue pela primeira vez, chegou até mesmo a ficar excitada, muito excitada, quase sentia-se viva novamente, foi a primeira vez que o sangue dela foi derramado, quando ocorreu, todos queriam o sangue do louro, e todos avançaram, mas, ainda assim, não recuou, sem fugir ou se esconder, lutou, lutou e lutou, até não aguentar mais e cair inconsciente, mas isso era outra história, para outro dia, em outro tempo.

 

  -Encontrei minha “irmã”... -

  

  Essa frase fez as duas o olharem, uma já sabia sua história, a outra não sabia quase nada dela

 

  -E sabe… eu pensei em mata-la ali mesmo, já que parecia estar contaminada pelo pensamento medíocre daquele povo ganancioso e nojento, mas sabe, mais prazeroso do que mata-la lá, sozinha, seria mata-la, na frente de Minato e Kushina, para que pudessem ver o monstro que me transformaram  - Seu sorriso, como há muito não viam, mostrou todos os seus dentes, os olhos, presos em um ilusão de caos, fogo e morte, agora, com a pupila sempre em fenda, mergulhava cada vez mais em seus objetivos sombrios.

  Uma delas sorriu, a ruiva estava feliz em ver que o seu “aluno” estava levando tudo tão a sério, já a de cabelos negros, sentiu sua intimidade se molhar rapidamente, suspirando enquanto seu rosto permanecia corado, quase tão vermelha quanto os olhos do louro, ela suspirou, gemendo de leve, ambos a olharam.

 

  -Desculpem, não resisti - Disse ela, se recompondo

 

  -Pois bem, vamos ao próximo passo, os Uchihas estão quase entrando em guerra com Konoha, por causa da posição de seu clã, gananciosos por poder, sempre atrás de mais, fiquei sabendo de uma ordem interessante, vinda de Danzou…-

 

  O clima ficou pesado, Naruto ficou sério, ambas perceberam e o acompanharam em seu semblante

 

—... Ele mandou Itachi Uchiha matar todo o clã…- Disse ele, sua voz exalava um desgosto, não queria admitir alguém mais além dele eliminando os Uchihas, aqueles que mais o humilharam depois de seus “pais”, ele mesmo queria ter o prazer de elimina-los

 

  -Vou investigar mais a fundo, na próxima semana, que será inverno, irei para Konoha…-

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Então? Ainda estou definindo o nome dessa "namoradinha" do Naruto, por isso nem mesmo a citei, então, curiosos para o próximo capítulo? Espero que sim, deixem comentários, quanto mais comentários, mais rápido o capítulo sai, atualizo assim que eu puder Ok?
Até a príxima.