Trevas escrita por kevin henri


Capítulo 11
XI - Entre pais e filhos.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, e sim, eu sou muito fã de Legião Urbana, vou mostrar um pouco mais da relação entre Naruto e Reya.

Boa leitura



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  Estava escuro, eles nada enxergavam, sua única luz eram suas tochas sendo seguradas por suas mãos firmes, uma para cada um dos quatro soldados que ali andavam, eram soldados de Konoha, caminhando pela floresta a noite não descansariam, ou talvez descansariam, mas não em área aberta, tão fácil de ser achada por uma fera, ou algo pior.
  Andaram por mais alguns minutos, até acharem o local ideal, perto de um rio, havia certa vegetação ali,  havia. Alguns frutos nas árvores, que seriam colhidos e examinados afim de constatar se eram venenosos ou não.
  O vento soprou frio, o único barulho no local era o dos soldados armando suas barracas, as cordas sendo amarradas, as tochas sendo fincadas no chão enquanto erguiam o local de descanso, enquanto um ia subindo na árvore, afim de pegar os frutos desta, risadas foram ouvidas, alguns, comentários aqui, outros ali, piadas de vez em quando, mesmo sendo soldados, ainda eram pessoas.
  Pessoas estas agora que escolhiam no pedra-papel-tesoura quem seria o primeiro da vigília, o perdedor acabou por bufar irritado,  enquanto os outros riam.
  O soldado com a armadura mais leve, este que subia na árvore para pegar seus frutos, ouviu um pássaro cantar, uma melodia fraca e serena, fazendo-o sorrir um pouco, os amigos riam, enquanto um deles terminava de arrumar sua barraca.

  - E então, quando vai dizer pra ela ?  - A voz era de provocação, o tom alto, para que todos escutassem, um deles o olhou, sem entender o que se passava ali,  o responsável pelos frutos queria pega-los logo apenas para descer e ver o que acontecia lá em baixo.

  -Não se faça de bobo - Continuou - Eu sei que você vive olhando pra Asami lá do bar, seu bocó - Seu rosto, de pele clara tomou um tom avermelhado, baixou a cabeça, escondendo o rosto envergonhado atrás dos cabelos castanhos que alcançavam sua nuca.

  Os outros dois riram, enquanto aquele que estava na árvore se preparava para desce, pois não escutava direito, o vento bateu frio, enquanto um deles tratava de pegar alguns galhos para fazer uma fogueira para aquecê-los durante a noite, e afastar qualquer animal que pudesse viver por aquelas redondezas.

  Depois de feito isso, ele tirou duas pedras de sua mochila e as bateu uma contra outra, criando fagulhas e ascendendo a fogueira, então finalmente se pronunciou.

 

  -Ah, então era por isso que ele vivia lá, mas nunca ficava bêbado - Ele riu, enquanto o colega ainda armava sua barraca, tentando ao máximo evitar aquela conversa embaraçosa, ambos riram mais alto ainda.

 

  -Vamos Alan, você precisa falar com ela, sabe o que aconteceu há dez meses não é ? Imagina se você tivesse morrido naquele ataque do Orochimaru, você precisa tentar, ou vai morrer antes - Sua voz parecia descontente, mas na realidade era de diversão pura, era sempre assim não era ?  

 Eles ouviram um ruído vindo da floresta, ambos os três olharam para sua direção, apenas para ver que se tratava de um esquilo que corria por cima das árvores, se entreolharam e riram divertidos, enquanto um deles começava a ficar nervoso com o local ao seu redor.

 

  -Se você não disser que gosta dela, eu vou dizer, vou roubar ela de você, e você vai estar lá pra...- Ele levou um soco no rosto, caindo em seguida, os segundos a seguir foram de dor, pois o golpes havia quebrado seu nariz, gemeu de dor, baixinho, pois ainda tinha o orgulho de ser o "mais macho" do grupo e aguentar tudo.

  Ele se levantou lentamente, enquanto levava a mão direita até o nariz quebrado, respirou fundo, fechando os olhos lentamente, apenas para depois, mentalmente, contar até três, se preparar para a dor e colocar de volta o nariz no lugar, fazendo-o apertar os dentes de dor, por mais que fizesse isso, várias vezes, sempre seria doloroso, a menos que você se acostumasse com a dor.

  Ele olhou para seu atacante, o tal "Alan", que tinha marcas de sangue em seu punho direito e um olhar irritado em seu rosto.

 

 - Fique longe dela! - Exclamou, enquanto via o golpeado olha-lo com um olhar desafiador, parecia pronto para uma briga, se levantou lentamente com um sorriso no rosto, aquele que não tinha se envolvido não havia se pronunciado em nada, até aquele momento, que apartou a briga, fazendo seus pés serem rodeados de rochas, imobilizando-os sem poderem andar.

 

  -Suas crianças nojentas, lembrem-se da nossa missão, temos que achar o esconderijo daquele monstro, de acordo com fontes confiáveis eles vivem no meio da floresta, foi só por isso que o Stein veio, porque ele é um sensor que detecta grandes massas de energia - Sua voz foi baixando, enquanto ele soltava ambos, ele era um pouco mais alto do que eles, olhos azuis, cabelos negros, vestindo uma armadura prateada assim como todos os outros três, apesar de não ser uma comum, esta era mais leve, assim como todo o resto de suas armas, eles eram Rangers

  Os Rangers tinham uma posição de destaque entre as fileiras de homens do exército de qualquer reino, eles eram responsáveis pela exploração dos terrenos, da fauna, flora e dos animais que ali habitavam, além dos vários perigos que sempre existiam.

  Estavam a procura de um esconderijo, um a qual não fora especificado, tanto por Minato Namikaze, seu rei, quanto Danzou, que pareciam desesperados em encontrar algo, junto com alguém, fora-lhes mandado que voltassem imediatamente assim que achassem algo e relatassem, e que não enfrentassem qualquer um que vivesse ali.

  Ambos pararam de se encarar, logo foram libertados ao sinal de que não lutariam, costumavam ser infantis as vezes, e isso criava muita confusão para ele.

 

  - Por favor, cuidado com suas palavras Hox, e você Alan, se controle ok ? - Ambos assentiram, e depois voltaram ao que faziam, enquanto Hox aplicava um curativo no nariz, ele riu.

 

  -Foi um bom soco, finalmente está virando homem de verdade - Sua provocação não surtiu efeito, uma vez que o tal Alan ainda estava irritado com ele e decidiu ignora-lo.

 

  -Ei, alguém ai viu o Hunson? - Agora que ele tinha falado, ambos os outros dois haviam olhado ao arredores, buscando-o, aquele que havia se auto encarregado de buscar os frutos das árvores havia desaparecido.

  Em seguida, algum tipo de fio enlaçou Hox, que tentou desembainhar sua espada, mas sem sucesso, pois o laço também havia pegado sua mão direita, imobilizando-a, em seguida o puxou rapidamente, desaparecendo na escuridão da floresta, ele se quer teve tempo de gritar.

  Os dois que restavam sacaram suas espadas e ficaram de costas, um cobrindo o outro, alguns segundos se passavam, o medo tomava conta de ambos, a escuridão parecia aumentar à medida que o fogo da fogueira lentamente se esvaia, ambos suavam frio, por mais que tivessem treinado a vida inteira para momentos assim, quando eles realmente acontecem, são completamente diferentes do que eles aprenderam.

  Não sabiam o que enfrentavam, cogitavam a idéia de ambos seus companheiros já estarem mortos, Alan era o que mais sentia medo, visto que era o mais novo do grupo, temia por tudo o que n]ao conseguiria realizar em sua vida, em tudo o que deixaria de fazer, não teria netos, filhos, não veria sua mãe de novo, não ouviria o quão orgulhoso o pai ficaria pelo sucesso em sua primeira missão no grupo, pelos deuses, não veria mais Asami, nem nunca falaria com ela, sentiu seu coração bater mais rápido à medida que ele olhava ao seu redor, atento.

 

  -Ei, fique perto de mim… - Girou o olhar, apenas para ver seu ultimo companheiro ser tragado pelo fio vindos de cima, desaparecendo entre as árvores, pelos deuses, ele era o ultimo que restava, pegou a tocha com a mão esquerda, mantendo-a acesa, enquanto não baixava a guarda e mantinha sua arma empunhada com a mão direita.

  Morreria ali ? Sem nunca ter dito à mulher que amava o que sentia ? Se fosse para morrer, então morreria, mas não sem lutar, ouviu um zumbido, enquanto os laços vinham de diversas direções ao mesmo tempo, imobilizando seu corpo e todos os seus movimentos, a tocha caiu, enquanto o fogo ia se apagando, ele fechou os olhos, à essa altura estava desesperado, sentiu sua respiração forte, seu coração mais forte ainda, ouviu uma risada feminina, depois disso, a ultima coisa que se lembrava era a de uma sombra, claramente não humana, com exceção da única semelhança que ele conseguiu perceber antes de abagar, que era a sobra de uma cabeça com cabelos longos.

  Ouviu novamente a voz feminina, talvez até em um tom um pouco sádico.

 

  ”-Está feito...”



[...]

 

  Foram mais do que algumas semanas de viagem, ele olhava a todos, felizes, finalmente se instalando, enquanto tiveram a sorte de encontrar aquele local ainda inteiro, no final tudo o que precisaram fazer fora levar suas coisas.

  Era muito arriscado ficar naquele lugar por muito mais tempo, uma vez que podiam descobrir sua localização e ir atrás de todos, e como o “líder”, ele precisava tomar a responsabilidade de manter todos seguros

     Estava escurecendo, a noite estava chegando, junto com o vento frio e gélido, alguns uivos de animais famintos e sons que alguns não ousavam se quer imaginar o de que tipo de animal eram.

  As nuvens davam lugar para a lua que lentamente se erguia no céu, enquanto que uma jovem vampira, apenas na aparência, saia da casa para aproveitar a bela noite que se formava, fazia tempo que simplesmente não saia para passear.

  Aspirou o ar, sentindo o cheiro das árvores, de seus frutos e de alguns animais, alguns perigosos, outros nem tanto, fechou seus olhos, relembrando tudo o que havia ocorrido até então.

  Olhou a garotinha em seu colo, com as costas apoiadas em seu peito, sonolenta depois de um dia exaustivo de aprendizado, desde o amanhecer até essa hora, onde a lua estava alta no céu, Naruto acariciou sua testa, atraindo sua atenção, ela olhou-o, com aqueles olhos azuis, frios e quase sem sentimentos, olhos que nenhuma criança deveria ter, cada vez que ele a olhava, ele sentia raiva, raiva de Konoha, pelo que eles fizeram, e raiva de si mesmo, por permitir, mesmo que não pudesse fazer nada, se você quisesse deixar Naruto furioso (e, consequentemente morrer), que fizesse coisas assim com crianças.

  Quando Naruto via algo assim feito com uma criança, sendo tratada como se fosse um objeto, era como arrancar sua própria alma, era tão ruim ao ponto de Naruto tornar-se um animal, furioso e sedento por sangue, incontrolável, imparável, implacável, como uma força da natureza.

  Naruto nunca tivera uma vantagem elemental, ou técnicas diferenciadas, mas seus sentimentos eram muito mais fortes do que as das pessoas normais, e por ser mais forte, ele conseguia sentir as emoções ao seu redor, era como agora.

  Ele estava feliz, por poder ter encontrado Reya, lhe ter adotado como uma filha, praticamente, ela nunca saia do seu lado, e raramente isso acontecia, ela apenas conseguia sorrir quando Naruto estava presente, ela se sentia confortável com ele, por mais que nunca pudesse ser uma criança, como realmente deveria ser, Naruto conseguia a fazer feliz, ele se importava com ela, beirando o amor paternal.

 

  - Uma vez eu cai em um poço… -  Ele começou, atraindo a atenção da mais jovem, que por mais exausta que estivesse, prestava completa atenção, ela abriu seus olhos azuis, mais azuis do que os de Naruto costumavam ser, eram como gelo, frio e intolerável, mas não para ele, ali havia um brilho que apenas ele conhecia, um que apenas ele tinha sua permissão para ver.

 

  -Eu fiquei alguns dias preso lá, tentei várias vezes escalar, até meus dedos sangrarem e eu perder as unhas… - Ele acariciou novamente a cabeça da menor, brincando com seus cabelos, fazendo um cafuné, ela parecia aproveitar aquilo, aquele momento a sós junto daquele que era um pai pra ela.

 

  - Quando eu achava que iria morrer, eu perdi uma coisa, lá, naquele buraco escuro, perdi a minha inocência, percebi que o mundo não me queria, que as pessoas eram todas ruins, que me odiavam, e tentavam me matar e só paravam quando eu estava quase morto… -Suspirou, olhando a lua, Reya se sentiu triste, apesar de não entender direito as emoções, o sentimento frio que sentia em seu peito, tão forte quanto as batidas de seu coração e o ar que entrava em seus pulmões naquele momento.

 

  -... Quando eu saí de lá, uma parte minha se perdeu naquele buraco, mas eu ganhei algo em troca… - Ele olhou a própria mão direita, como se fosse algo que não era dele, como se tentasse tocar alguma coisa invisível.

 

  -... Para tudo que se perde, ganhamos algo em troca, eu perdi a inocência, mas, em troca, ganhei a vontade de lutar, de seguir em frente sozinho, mesmo que todos me odiassem, como eu acreditava, mesmo que eu fosse rejeitado, eu seguiria em frente, sem amigos, sem sonhos, apenas vivendo, então conheci você… - Ele a olhou, com os olhos vermelhos brilhantes, a pupila em fenda que lhe trazia arrepios, mas que a deixava confortável, era como se ela estivesse frente a frente com um animal terrível e horrendo em aparência, mas que sabia ser amável e gentil, uma fera monstruosa mal vista pelas pessoas e caçada pelos caçadores como se fosse um monstro.

 

  - Você pensa que eu te “tirei” de lá apenas por pena, mas não foi, quando eu olhei em seus olhos, e vi o que eles estavam tentando fazer com você, eu vi… - Ele fechou os olhos, enquanto afastava sua cabeça da dela, que ainda o olhava, curiosa sobre suas palavras, ele suspirou, daquela maneira que suspiramos quando queremos segurar um choro.

  Lembrar de sua infância  era extremamente difícil para ele, mas imaginar mais alguém passando por ela, o fazia ficar com vontade de chorar, não de tristeza, mas sim de raiva, de um ódio infinito por aquele maldito lugar que rodeava seu coração.

 

  -Eu vi a mim mesmo naqueles olhos - Quando ele a olhou, com os olhos azuis, de uma maneira que ninguém nunca havia visto sua respiração parou, surpresa, seus olhos pareciam mais emotivos do que o normal, ele sorria para ela, da maneira que os pais fazem com os filhos quando estão felizes.

 

  -Todos os dias eu agradeço por ter ido lá, e por ter te encontrado, foi uma chance de eu mostrar ao “mundo que me odeia”, que ele não é único que existe, e que eu poderia seguir um novo caminho… - Ele ainda a olhava, com aqueles olhos mais humanos do que ela estava acostumada a ver, ela ainda estava completamente surpresa, mas nem por isso desviou o olhar.

 

  -... Eu escolhi um caminho que abre caminho para os outros, por isso eu te dei o nome que você tem -  Ela se quer ousou interrompê-lo, se quer uma vez, nunca pensou em falar, apenas em ouvir o que ele tinha a dizer para ela, preferia escutar, nunca gostou de falar muito, a menos que fosse com Naruto, que tirava suas duvidas de como eram as emoções, ele estava ensinando-a o que quase tiraram dela.

 

 -Eu me sinto estranha… - Ela sentiu seu peito quente, seu coração acelerar um pouco, enquanto seu rosto estava quente, queria correr dali, mas ficar sem o conforto da presença de Naruto não a agradava, então não o fez, sentia um frio pequeno na barriga, ela levou sua mão direita até o local, enquanto percebia que sua respiração estava um pouco acelerada, Naruto sorriu

 

  -Isso se chama amor Reya… - Ele riu baixinho, enquanto Reya tratava de relacionar a palavra à sensação que sentia naquele momento, as estrelas pareciam mais brilhantes para ela, o frio menos intenso, o vento mais ameno e manso, a lua no céu mais brilhante.

 

  -Eu também te amo, com todo o meu coração, filha - Ele a abraçou com força, enquanto o rosto desta ficava vermelho, isso Naruto já a havia ensinado, chamava-se vergonha, se sentia ridícula, além de que a diferença de idade era muito pequena para considera-lo um pai, mas era o que sentia, pois Naruto era maduro demais para a idade, via as coisas muito mais a frente dela, ela  sentiu um calor no peito, crescendo, a medida que seus braços rodeavam os braços dele, que rodeavam o pequeno corpo da criança mais nova.

 

  - Uma vez eu quis ter uma familia, agora eu tenho uma irmã e uma filha - Naruto sorriu enquanto apertava o abraço ainda mais, aproximando seus rostos, colando bochecha com bochecha.

  Estava tarde, depois de certo tempo Naruto e Reya voltavam, caminhando a passos lentos, a temperatura do ambiente baixava rapidamente, mas ela nunca conseguiria baixar o calor que Reya sentia em seu coração naquele momento.

  Naruto virou seu olhar para o lado escuro da floresta, vendo, ao longe, uma pequena luz, uma chama azulada que flutuava no ar, como um fantasma, ele enxergou dois brilhos, que interpretou como sendo seus olhos, cravados nele, era pequena, do tamanha da palma de uma mão adulta, ele, por dentro, ficou sério, sabia o que diziam daquelas luzes, dizem as lendas que essas luzes mostram o caminho e seu destino, que muitas vezes está interligado com a sua terra natal, mas ele não acreditava em destino, ou algo do gênero, e, na situação dele, não o agradava nada, mas logo disfarçou e olhou para sua “filha”.

 

  Reya, naquela noite, aprendeu a definição de felicidade, da verdadeira felicidade.



[...]

 

  A manhã era turbulenta, agitada e cheia de adrenalina, quando foi até a floresta dos arredores de Uzushio fora recebido por uma saraivada de golpes de Chiaoyu, ágil e precisa, que facilmente o catapultaram para trás, fazendo-o atravessar uma árvore inteira, enquanto Zabuza supervisionava o treino de Kiba.

  Ele demorou um segundo inteiro para se levantar, quando percebeu, Chiaoyu já caia sobre ele, rolou para o lado, desviando dos golpes da garota gato, eram golpes rápidos e precisos, que não lembravam em nada o que Zabuza o havia ensinado.

  Se esquivou de um chute, mas não de um forte soco nas costelas, que o fez perder o ar, em seguida Chiaoyu saltou sobre ele, enlaçando suas pernas em sua cintura, arqueando seu corpo para trás, levantando-o com as mãos apoiadas no chão, em seguida o levou ao chão, batendo-o com força no chão, em seguida, com a força dos braços, girou, com Naruto ainda preso em suas pernas, lançando-o para o alto, rodopiando sem equilíbrio.

  Saltou, alcançando-o em segundos enquanto no ar, agarrando seu braço e mantendo-o assim, até cair de barriga para baixo no chão, fazendo-o perder ar, em seguida ela girou seu braço esquerdo com força, deslocando o osso deste.

  Ela sorriu malignamente enquanto via o olhar frenético em seu rosto, mas o que queria ouvir não veio…

 

  … Ele não gritou…

 

  Em seguida, mesmo com o braço deslocado, girou, desequilibrando a garota, firmando seus joelhos no chão e armando um soco com o braço direito ele armou um soco em seu rosto, ela o girou para o lado, desviando do soco, que acertou o chão abaixo de si, porém ela não contava que, a força do soco ergueria poeira, estes que entraram em seus olhos, cegando-a. momentaneamente.

  Ele  agarrou a gola da sua camisa e a erguei com força, prensando-a contra uma árvore, acertando uma joelhada em seu estômago, com tanta força que rachou o tronco grosso da árvore, depois curvou o corpo desta, enlaçando seu pescoço com o seu braço em um “mata-leão” e se impulsionou contra a árvore, fazendo-os ir contra o chão com força, ele ainda tentava imobiliza-la,Chiaoyu, por outro lado, enrolou o pescoço do garoto com sua cauda, com força, Naruto abaixou seu queixo rapidamente, impedindo parcialmente que o movimento dela se encaixasse, não acabaria ali, ah não.

  Em um giro de rosto ele alcançou a ponta de sua cauda e a fez a única coisa que veio à sua mente naquele momento, ele a mordeu.

  O miado de dor dela foi alto, agora ela tinha motivos para pegar pesado, posicionou suas mãos no solo,encaixando suas pernas no pescoço, depois disso girou o corpo, fazendo Naruto ficar por baixo, ela imobilizou seu corpo, restringindo seus movimentos, enquanto segurava seu braço ainda bom com as pernas, ameaçando quebra-lo, Naruto se ajoelhou no chão, levantando-se e correu até uma árvore, girando com toda a sua força, fazendo Chiaoyu bater nela, quebrando metade da árvore, fazendo-a voar para longe dele.

  Naruto rapidamente olhou o braço esquerdo, em seguida se ajoelhou, colocando o braço entre os joelhos, em seguida empurrou o osso descolado, o som do estralo foi ouvido por Chiaoyu, que se aproximava dele, que estava de olhos fechados, incomodado.

  

   - Se a intenção era me fazer sentir dor, vai ter que se esforçar mais - Ele fechou o punho esquerdo, foram ouvidos todos os ossos da mão serem estralados, a sorriu, um sorriso inocente e perigoso, ela estava começando a ficar animada.

  Eles trocavam socos, golpes rápidos e precisos por parte de Chiaoyu, fortes e imprevisíveis por parte de Naruto, a cada golpe, a cada movimento ele via e aprendia a mover seu corpo, imitando-a nos mínimos detalhes, ele era perspicaz, mas ela também era.

  Suas unhas se alongaram, longas e finas como as de um gato, em seguida começou uma saraivada de golpes e cortes, cortando a pele de Naruto onde podia, o arranhando profundamente, cortes finos e rápidos, donos de uma dor agora que faria um ser humano comum gritar de dor.

  Mas Naruto não era normal, e não gritava, em uma rápida reação ele segurou o pulso de Chiaoyu, depois o outro, sorriu brincalhona, em seguida saltou e chutou o peito dele com violência, fazendo-o se lançado para trás, ainda preso ao chão, ainda de pé.

  Ela lambeu os lábios, enquanto o olhava, ainda em posição de luta, ela viu seu corpo mais detalhadamente, os músculos já começando a tomar formas delineadas e curveas, provas de que seria um homem com um corpo invejável pelas mulheres e desejável pelos homens, a calça com alguns cortes, descalço, com os pés firmes no chão, cortes nas coxas, braços e busto, mas o que a deixava curiosa era que os cortes não sangravam, ele fechou os olhos por um segundo, e as feridas se fecharam, mas não se curaram, apenas se mantinham fechadas para começarem a se curar naturalmente, com o tempo e um bom descanso.

   Ele fechou os punhos, estralando seus dedos no processo, estralou o pescoço, enquanto respirava fundo, Naruto se concentrou, relembrando os passos que fizera para atingi-la, tentando achar os pontos fracos dela, e dele mesmo, cada movimento, cada evasão, cada salto, ele tinha que achar um jeito de atingi-la e de não ser atingido.

 

  -Vamos, me acerte, me bata, acabe comigo, eu quero uma brincadeira de verdade gatinho, miau! - Sua voz exalava diversão, uma diversão brilhante que escondia uma escuridão das mais terríveis que podiam existir.

  Ele se colocou em posição de luta novamente, observando a postura de Chiaoyu, respirando calmamente.

 

  -Talvez você possa me derrotar com a ajuda de Kurama gatinho - Ela disse gostosamente, enquanto rebolava de um lado para o outro, como se estivesse brincando.

 

  - Se eu fizer isso estarei sendo um fardo, ela me ensinou todo um caminho para me tornar forte por mim mesmo… - Ele olhou para as próprias mãos, os punhos antes fechados estavam abertos novamente, enquanto ele se lembrava do sentimento quente e acolhedor que ela o ensinara a sentir, o vento soprou, parecendo chamar seu nome, o céu parecia ter se tornado mais azul, o sol parecia mais perto, ele se sentia quente, queimando, em chamas, seu corpo queria avançar, queria descarregar toda a adrenalina insana que ele tinha, mas sua mente estava clara, estava limpa.

  Chiaoyu o olhava, ciente de que ele avançaria a qualquer segundo, colocou-se em posição de luta rapidamente, armando os punhos  frente do corpo enquanto afastava suas pernas sensuais, sua cintura fina a mostra faria muitos homens lhe olharem, apesar da idade dela, um corpo tão bem trabalhado daquele jeito, adquirido com anos de treinamento árduo, o transformaram em uma arma mortal, o que ela não sabia, era que o de Naruto era mais mortal ainda.

 

  -... Então tenho que honrar esse caminho - Quando ele a olhou, com aquele olhar, ela hesitou, sentiu seu corpo petrificado, enquanto o via chutar o chão, erguendo uma pedra grande, e, em um giro, chuta-la em sua direção.

  Alguns segundos antes de atingi-la, recobrou o controle de seu corpo e a segurou, sendo arrastada pela pedra, com os pés fincados no chão,usando toda a força de seu corpo, mas o que não esperada era o braço de Naruto atravessar a pedra, socando-a no estômago, fazendo-a perder o ar.

   E mais outro, e outro, enquanto a erguia no ar, socando sua barriga, não a deixando respirar, em seguida segurou seu pulso e a puxou, saltando no mesmo lugar e chutando-a com os dois pés para o alto enquanto executava um salto mortal para trás, enquanto ela subia, ele saltou, com toda a sua força.

   Ele a agarrou pela gola de sua roupa, enquanto no ar, e girou, arremessando-a para o chão em uma queda livre e insana, atingindo o chão com uma potência que mataria qualquer outra pessoa.

  Ele caiu em cima dela, acertando as suas costas com os seus pés enquanto ela se levantava lentamente, zonza, tonta, desnorteada.

  Em seguida ele saltou para trás, dando tempo para que ele recobrasse a energia que seu corpo gastou, respirando depois desse ataque de adrenalina, ele a viu se levantando, com o corpo sujo de terra, o cabelo bagunçado, o olhar feroz em seu rosto com um sorriso em seus lábios.

  A cauda se agitou, com os pelos sujos de terra, ela estava agitada, o ar entrava rápido por suas narinas e saia igualmente rápido por sua boca, suas pupilas em forma de uma fina e negra fenda ameaçadora.

  Naruto havia provocado um oponente ao qual ele não tinha como saber reagir, mas estava pronto, para dar tudo o que ele realmente tinha, sem a ajuda de Kurama, ou de seu outro lado, apenas ele, ele e ele, se ele não pudesse ser forte sozinho, então por quê tudo aquilo ? Por quê toda a dor e o ódio que suportava e carregava consigo?

 

  -Vou ter que me esforçar mais você disse… Pois bem, você tem a minha TOTAL atenção -    Ele a viu avançar sobre suas quatro patas, ele não sabia ela o faria quase gritar…

 

  [...]

 

  Kurama se ajoelhou no chão, enquanto dentro de si sentia as dores do corpo de Naruto, respirava forte, enquanto ela gradativamente diminuia, ele estava dando duro para que ele ficasse forte, isso a deixava orgulhosa, mas também preocupada.

  Entendia o que ele havia se tornado, mas vários viriam atrás dele, e ela temia o pior, sempre, mas, se dependesse dela, isso nunca aconteceria, mesmo quando a morte em pessoa viesse busca-lo, mesmo que ela exigisse, ela não o entregaria, e se ela o levasse, teria que leva-la também.

  Ela olhava o céu, enquanto que com seus sentidos aguçados, conseguia ouvir os golpes sendo trocados, árvores sendo quebradas e, de vezem quando, um ou dois grunhidos femininos de dor, Kurama estava orgulhosa de Naruto, ela podia sentir os feromônios de seu corpo, as reações dele frente as adversidades que ele enfrentava, existia uma certa química no corpo de todos os seres, uma em especial, exala um odor diferente, é um odor peculiar que apenas os narizes mais perspicazes e afiados podem sentir.

  A fragrância da dor e do medo, esse era o cheiro de uma fragrância peculiar que o corpo exalava sob uma forte tensão, tanto física quanto psicológica, e ela sabia, que Naruto não a tinha, nem mesmo o melhor torturador do mundo tiraria algo dele, nem mesmo uma palavra, em sumas palavras, Naruto não sentia dor, e a dor que era necessária para ele poder dizer que estava sentindo de verdade, deveria ser insana ao ponto de matar um ser humano comum.

  Ela olhou o sol, ela sentia a natureza, ainda mais do que Naruto, pois está a mais tempo conectada com ela, olhou para o lado, vendo Reya sentada ali, sem sequer fazer barulho chegou ali, como fora treinada para fazer, ela lhe olhou de volta, a ruiva sorriu, enquanto fazia um cafuné na menor.

 

   -  Deixa eu te contar uma história sobre o por quê de ele ter aquelas olheiras -

 

  [...]   

  

 

  “   Naruto, com cinco anos, andava pelas ruas, não morava em casa, com sua família, ou com como se chamavam aquelas pessoas, com cinco anos fora expulso do lugar que deveria ser seu lar, foi negado ao amor que deveria ser dele por direito, era o herdeiro legítimo do trono do reino, crescera até os quatro anos, dizendo que queria ser o melhor rei daquela terra, que queria fazer as pessoas sorrirem.

  Ele dormia em qualquer lugar que encontrasse, caixas de papelão, em baixo de jornais, as vezes até mesmo na floresta enquanto fugia dos aldeões, ele fechou os olhos lentamente, esperando o cansaço consumi-lo por completo e rezava para que ele o levasse parta algum lugar melhor, pena que ele seria terrivelmente desapontado…



[...]

 

  Naruto acordava lentamente, olhando o local ao seu redor, muito diferente do local onde havia adormecido, era escuro, frio e úmido, um porão, tentou se mexer, apenas para perceber que estava suspenso por uma corrente presa em seus pulsos, ouviu passos e uma porta e abriu, iluminando o local um pouco melhor do que as velas que o rodeava, os passos se tornavam mais altos e próximos, logo um homem se aproximou dele, com uma faceta sombria, seus olhos negros, o cabelo curto e castanho escuro, vestimentas de um simples camponês, ele puxou uma cadeira do interior da escuridão e alcançou uma vela, virando-a em cima das mãos de Naruto, que grunhiu de dor, e de novo, mais uma ver, e outra vez, até seus pés e mãos ficarem completamente vermelhos, o homem sorriu ao ver seu sofrimento.

  O porão pareceu se tronar mais escuro e sombrio, a medida que seus grunhidos aumentavam gradativamente, ouviu latidos de cachorros de fora, tentava se soltas, apenas para falhar em todas as vezes.

  - Sabe, garoto-raposa, eu tinha uma familia, pais, esposa, irmão, você tirou tudo de mim - O homem o olhou  com certa felicidade em seus olhos por vê-lo naquele estado, em seguida arregaçou as mangas longas e brancas de sua camisa e aumentou a altura na qual Naruto estava suspenso, então começou a soca-lo, várias e várias vezes, por todo o seu corpo, ele ainda se perguntava por quê,  o mundo gostava tanto assim de fazê-lo sofrer? De lhe causar dor ? Com esses pensamentos em mente ele apagou, indo para outro lugar, pena que não era o lugar a qual ele queria.

 

  [...]

 

  O corredor escuro lhe rodeava, ambos os caminhos, a sua frente e  costas pareciam não levar a lugar nenhum, já estivera ali muitas vezes durante as surras, andando sem parar, mas sem ir a lugar alguém, queria chorar, mas sabia que isso não mudaria nada, não mudaria as pessoas, nem como o mundo o via, não o faria ser mais gentil, nem conseguiria o amor que sua familia já devia a ele por obrigação.

  Estava fadado a viver como um monstro a vida inteira, sentiu raiva, raiva das pessoas, raiva de todos, dos guardas, da familia, do homem que o torturava, dos Hyuuga, de todos eles, seu coração começou a dor e ele se ajoelhou, respirando fortemente, socou a parede como um ato quase desesperado de raiva, e depois gritou, com toda a sua força, com todo o ar que tinha em si, com toda a raiva que conseguia expelir de seu minusculo ser.

  Foi então, e só então, que marcas começaram a surgir nas pareces, marcas de guarras e unhas, dentes e arranhões, juntamente com pelos alaranjados.

  Começou a correr, com todo o seu fôlego, não sabia por quê, apenas queria chegar a algum lugar o mais rápido possível, minutos pareciam horas, horas pareciam dias, que pareciam semanas, que pareciam meses, correndo e correndo, sem chegar a lugar algum, mas não parou, mesmo que todas as forças de seu corpo se esvaíssem, mesmo que tivesse que se arrastar, ainda assim continuaria, sem parar, e enfim chegou a algum lugar.

  Chegou em um grande portão de madeira vermelha, madeira que parecia queimar com um fogo escarlate que nunca parava, nunca estivera ali, por mais que tivesse andado, jamais chegou a lugar algum.

  Ele ouviu o respirar pesado de algo grande e gigantesco, se assustando ao ver dois olhos malignos e vermelhos o olhando, com as pupilas em fenda de um negro infinito e sombrio, mais sombrio do que o coração de qualquer humanos, o ser lhe mostrou seus dentes brancos e afiados, lhe causando terror em seu interior.

 

  -Você sente medo ? - Sua voz era como um grande trovão no céu, fazendo sua mente quase se quebrar apenas com o seu sussurro

Ela enxergava seu medo, sentia sei cheiro, mas também via o garoto domina-lo dentro de si, sem muito esforço, ela via seu olhar pousar sobre cada aspecto da, analisando a majestosa raposa de pelos laranja-avermelhados, seus olhos azuis quase sem brilho voltaram a vida, brilhando como estrelas, viu ele também começar a andar até a jaula dela, adentra do, com as pernas quase bambas se tanto mesmo, mas ele sentia como se precisasse toca-la.

  - Sim, eu sinto medo de você - Sua voz saiu fraca, trêmula e exalante de medo, mas ainda assim ele continuava a andar em sua direção, aumentando o passo, firmando-os.

  - Se você está em minha mente, então está dentro de mim, significa que você é parte de mim. - Ele finalmente para a frente dela, encarando seu pelo grosso e brilhante, que não estava manchado pela podridão que era aquele lugar imundo.
  Ela o olhava curioso, enquanto ele a encarava com seus olhos curiosos e temerosos, ela poderia mata-lo sim, com um simples pisão, ou dentada, isso seria a salvação do pequeno loiro da crueldade daquele mundo, mas ela queria saber o que o motivava a fazer aquilo.

  - Eu tenho medo de você sim, mas eu quero te entender, para que eu não tenha mais medo - Essas palavra se cravaram em sua mente profundamente, mais fundo do que qualquer espada ou lança jamais perfuraram-nas seu corpo.

  - Para se conhecer alguém, primeiro precisa conhecer sua história - Naruto olhou para o chão, fecha do os olhos, em seguida, da escuridão de sua sombra surgiu uma cadeira negra, na qual ele se sentiu, a raposa, antes sentada, se abaixou, deitando-se, escorada em seus longos e poderosos braços, olhando-o.

  - Me conte, eu quero ouvir - Aquelas palavras despertaram o interesse da raposa no peque o humano que ha muito perderá sua inocência, ele sabia que ficaria muito tempo ali, coisa de, no mundo real, algumas horas, que ali, eram dias, o tempo corria diferente ali, a raposa sorriu.

  - Pois bem, eu sou Kyuubi no Youko... -

  - Errado - Ele falou, interrompendo-a, sendo alvo de um olhar irritado dela, ele tremeu diante de seu olhar, fechou os olhos reunindo sua coragem e continuou.

  - Não me importo com como te chamam, eu quero saber seu nome de verdade, e eu sei que você deve ter um - Sua voz saiu firme, mesmo que não quisesse, a raposa o olhou longamente, não esperava por isso, apesar da pouca idade ele já era maduro o suficiente para confrontar aquele como dito o monstro mais poderoso do mundo.

  - Meu nome de verdade é Kurama, alegre-se, pois apenas um ser na história soube o meu nome - Sua voz saiu mais mansa do que nas vezes anteriores , fazendo Naruto não se arrepiar tanto, mas ainda assim era muito amedrontador.

  - Eu sou muito velha, vi a criação deste mundo, o crescimento da raça humana , seu desenvolvimento, seu potencial para a guerra, sua crueldade, até que, há muito tempo, eu acabei sendo selada, junto de meus irmão, em ocasiões difere tes, todos eles estão como você, selados, presos no interior de algum humano, isso foi feito pelo primeiro rei de Konoha ,que podia nos controlar graças a uma singularidade especial deste, e, antes disso, lutei contra ele sendo controlada por Madara Uchiha, aquele que, junto do primeiro, fundou Konoha, desde então venho sendo presa, usada como arma de guerra - Sua voz exalava raiva, mas, acima de tudo, tristeza, ela ainda se lembrava da sensação de ser livre, de poder ter escolhas próprias, de ser chamada pelo seu nome por seu pai.

 

  -Minha vida é longa demais, sou muito antiga, muito mais do que você imagina, eu vi os humanos podres se destruírem, intrigas, traições, mortes, e estava entretida com isso, pois eu sou a encarnação da raiva e do ódio, tanto,que foi por isso que você veio parar aqui, seu ódio te trouxe até mim, te mostrou o caminho até aqui - Suas palavras ecoavam no vácuo que era sua mente, povoada apenas por um labirinto de corredores tão sombrios e escuros que trariam arrepios a qualquer homem ou mulher, mas havia uma pergunta que não queria calar, como Kurama foi parar dentro dele ?

 

  -Eu sei qual é sua duvida, a culpa é dele, o grande idiota e imbecil Minato Namikaze - Ela esboçou um sorriso ao ver o olhar de Naruto se tornar surpreso, e depois, aquelas orbes tão azuis quanto o céu se tornaram reluzentes e sombrios com o brilho da raiva e da ira, tanto, que Kurama poderia jurar ver seu olhar se tornar tão vermelho e ameaçador quanto o dela por alguns instantes, ele se levantou rapidamente, agarrando a cadeira e a arremessando em direção a parede, a estilhaçando cem mil pedaços, desaparecendo logo em seguida, depois ele gritou, levando as mãos até a cabeça, se ajoelhando e socando o chão com toda a força, fazendo seu punho sangrar, ele não sentiu dor, nenhuma dor, apenas aquela que se apossou de seu coração, que dois a cada batida, lágrimas de ódio percorreram sua face.

  Depois de alguns minutos ele estava cansado, não se sentia triste, não mais, apenas com raiva, estava irado, Kurama o olhou, acompanhando cada movimento seu com os olhos.

  Começou como um sussurro, um cintilar pequeno e insignificante, como um pequeno brilho na escuridão, como um vaga-lume, sussurro que se transformou em um eco, um eco de emoções que Naruto aprendeu a controlar naquele instantes, uma onda massiva de ódio, uma mistura de ressentimento, tristeza, e, sobretudo, um ódio inumano que se apossava de todo o seu ser, todo o seu corpo parecia gritar, em raiva e revolta, em ira e ódio, de todas as maneiras possíveis.

  Isso se transformou em um tornado, um vento violento, incontrolável e turbulento, que arrastaria todas as terras do mundo, que mudaria o curso de tudo, que alteraria e afetaria a tudo e a todos, um vento de raiva, de ira, e, sobretudo, um vento de vingança.

  Aquela sensação parecia ter sido sentida por ele por anos, anos e anos, nunca se sentira igual, nunca chegara nem perto, foi quando percebeu que aquilo era parte dele, e que, acima de tudo, que chegara o tempo de parar de simplesmente apanhar, de sofrer e ser machucado, sem que ele trouxesse consequências para aquele povo infeliz, e, principalmente, para aquele miserável rei, que se achava tão poderoso a ponto de fazer tudo o que quisesse com ele, inclusive fingir que ele não existia.

  Naruto olhou para Kurama, que estava surpresa com aquele humano, aquele simples… Filhote, ele a alcançou, a passos lentos, e deixou o seu corpo cair sobre seu pelo, queria descansar, deixou-se afundar no pelo macio e denso da grande raposa, até adormecer.

 

[...]



  Ele voltou para aquele porão, apenas para ver que aquele homem não estava mais ali, deveria ter se cansado de esperar ele acordar e foi embora, para qualquer outro lugar, isso daria tempo para Naruto pensar, olhou as correntes em seus pulsos, já vermelhos por causa de tanto tempo suspenso por elas, seu corpo inteiro tava dolorido, a frente, em uma mesa, haviam várias ferramentas, desde facas até alicates, e isso não agradou Naruto, mas logo tratou de controlar seu medo e olhar para cima.

  Se balançou um pouco, tentando alcançar alguma ferramente, conseguindo pegar o alicate na terceira tentativa, em seguida levou o pé até a boca, segurando o alicate e mantendo-o na boca com toda a força que podia colocar nos dentes, em seguida olhou para cima.

  Levou seus pés até as correntes, se curvando, em seguida os prendeu na corrente, os enrolando no próprios tornozelos, em seguida fez o mesmo com os braços, em seguida enrolando sua cintura na mesma, isso doía, mas não tanto quanto doeria ficar sem fazer nada.

  Quando chegou no pedaço de madeira subiu nela, conseguindo cortar a corrente que o prendia, tanto nos pulsos quanto na própria madeira, quando se viu livre das correntes, viu seu trabalho feito pela metade, agora bastava fugir.

  A sensação de ser pego, a adrenalina de, a qualquer momento, ser obrigado a correr, ou a lutar, ou a morrer o pegou, a medida que começava a ouvir passos rápidos, sorte a sua que as velas, em algum momento, se apagaram, ele viu a porta se abrir, por pouco a luz não o pegou, pois se escondeu em um dos pilares de sustentação do telhado.

 

  -Maldito seja! - Ouviu a exclamação de raiva do homem, enquanto descia para averiguar o que havia acontecido e como seu prisioneiro havia fugido, foi até a mesa, pegando uma faca, esse havia sido seu erro.

   Seu coração estava acelerado, para uma criança de cinco anos, fazer o que ele havia feito, deixaria qualquer um perturbado, mas diante das circunstâncias, era completamente aceitável.

  Seu corpo pareceu se mover sozinho, seu fôlego estava controlado, seu olhar parecia morto, sua expressão séria, completamente desinteressado pelo que acontecia ao seu redor naquele momento, focando apenas no momento, apenas na sensação.

  Saltou, sentindo a gravidade puxando seu pequeno corpo sobre o homem, golpeando sua cabeça com o alicate rapidamente, fazendo o homem cair no chão, desnorteado, enquanto sentia a dor do golpes, Naruto mais do que rapidamente, cravando-a em seu ombro, fazendo-o gritar enquanto voltava ao chão, tentando alcançar Naruto, porém o mesmo o imobilizou-o no chão, sentando em cima dele, dobrando sua perna e se apoiando na mesma, perfurou o outro ombro, fazendo-o gritar de dor.

  Naruto bateu sua cabeça no chão com força, fazendo sua testa sangras, em seguida cortou cortou seus pés, que, graças as suas leituras sobre anatomia, sabia onde cortas, e o corte, em cada pé foi certeiro para fazê-lo perder os movimentos dos pés, el gritou, a dor era sempre intensa.

  Depois cortou as duas veias principais dos braços, que ficavam localizadas abaixo das axilas, ele grunhiu de dor, em seguida Naruto o virou, queria ver seus olhos reprimidos em ódio e raiva para com ele.

 

   - Agora, imagine isso todos os dias de sua vida, eu não sou o monstro aqui, vocês me transformaram em um monstro - Ele olhou-o, enquanto aproximava a faca de sua gargante, seu olhar foi tomado pela raiva enquanto tentava de todas as maneiras que podia se livrar de Naruto, mas não era possível, sem os movimentos dos braços e das pernas, não havia escapatória.

 

  -Alguém matou sua familia, não fui eu, nem a Kyuubi, mas eu vou descobrir quem foi, e como ele foi responsável pelo que eu vivo, tanto ele quanto Minato, e eu terei a minha vingança - Ele virou a lâmina, golpeando sua cabeça com o cabo desta, em seguida se levantou, havia-o desacordado.

  Ele levou as mãos até os ferimentos e os pressionou, simplesmente não sabia explicar, era como se soubesse o que fazer, mas não soubesse ao mesmo tempo, uma névoa vermelha começou a ser expelida pela sua mão, curando misteriosamente os ferimentos, em seguida, com o corpo dolorido, Naruto saiu, cambaleante, enquanto tomava cuidado para não ser visto enquanto saia.

  Logo ele teria que sair dali, mesmo não conhecendo nada do mundo ora o que viu nos livros, permanecer ali poderia ser pior do que sair dali, depois daquilo, durante a caçada contra ele, contra o monstro que torturara um homem, Naruto não dormiu mais, no maxi trinta minutos por dia depois daquela tentativa de mata-lo, por causa de todas as perseguições contra ele, tentativas de assassinatos, de esfola-lo e fazê-lo sofrer, com o tempo, seus olhos criaram olheiras fracas, mas ainda assim estavam lá, para lembra-lo daqueles tempos.”

 

  [...]

 

     Reya olhava para a floresta enquanto mentalizava o que Kurama lhe contava, quem visse ambos hoje, não imaginaria que esse foi o primeiro encontro deles, a pequena criança não imaginava o quão ruim deveria ter sido para Naruto, viver naquele lugar por mais dois anos, depois do que fizera, sendo caçado, procurado até ter uma oportunidade de fugir.

  Quando fugiu Kurama lhe ensinou tudo, a caçar, se esconder, a matar, a comer, respirar, a suportar ainda mais daquilo que havia passado, no inicio, teria tentado ser livre, mas ela não podia simplesmente matar uma criança, ainda mais uma que ela estava ensinando, com o tempo, passou a vê-lo como um pequeno filhote, que fazia tudo o que ela lhe mandava fazer, quando lhe mandava fazer, mesmo que fosse morrer, se fosse um pedido dela, ele faria.

  Mas nunca teria coragem de pedir tal barbaridade, ainda mais se tratando dele, Naruto, com o tempo, desenvolveu sua própria moralidade, uma que parecia ser ainda mais justa do que o de qualquer reino, porque, acima de tudo, Naruto tinha um coração bom, ele apenas era amargo.

  Reya se levantou rapidamente, iria averiguar se estava tudo bem com Naruto, porém Kurama segurou-a pela manga da camisa longa e negra que vestia, mesmo que Naruto pudesse fazer qualquer coisa para que ele usasse, ela sempre usava o mesmo tipo de roupa, uma roupa de mangas longas, calças negras, sandálias feitas aparentemente de borracha negra, junto com um cachecol cinza e escuro.

  Kurama por si só podia criar qualquer coisa para vestir, mas sempre optava pelo mesmo estilo, uma vestimenta branca, semelhante a um kimono, com mangas longas, deixando amostra apenas a ponta de seus dedos, kimono esse que ia até seus joelhos,junto com uma calça avermelhada e sandálias de madeira, que se quer faziam barulho, suas caudas amostra estavam agitadas, enquanto suas orelhas estavam em estado semelhante.

 

  -As coisas estão feias lá, fique, eles logo vão voltar - Kurama parecia calma demais por fora, mas por dentro estava quase indo lá ela mesma, mas sabia que Naruto precisava disso

 

  [...]

 

  Ao mesmo tempo, no castelo, Aya abandonou as vestimentas reais de princesa, deixando claro que se dedicaria completamente a apenas um caminho, o caminho que a aproximou de seu irmão outrora tão distante, ela escolheu o caminho da luta, da caça e da guerra, ela escolheu o caminho da guerreira.

  O antes vestido branco que geralmente usava, se transformou em uma camisa negra, cujo braço direito não tinha mangas, e o esquerdo tinha uma que alcançava seu antebraço, a mão esquerda enfaixada até o pulso, deixando os dedos de fora,  a calça justa em seu corpo, feita de um tecido flexível para não restringir seus movimentos, botas decano alto, cujas solas eram firmes para dar ao seu usuário uma excelente fixação em qualquer que seja o solo, assim aumentando as chances do tiro da flecha alcançar seu alvo.

  Em sua cintura,  uma aljava, que estava concentrado um numeroso grupo e flechas, e , em suas costas, o arco feito por seu irmão, que parecia não condizer com ela, criando um contraste rústico junto com suas vestimentas, ainda mais com o seu cabelo, dourado assim como o do pai, mas preso em um rabo de cavalo, assim como o da mãe para não atrapalhar em seus movimentos, em sua cintura havia uma adaga, feita a mão, não era de aço, nem de ferro, era um adaga feita de um dente, afiado em uma pedra de amolar, seu cabo era um pedaço de madeira que foi adornado e trabalhado com uma simples e afiadíssima faca, enrolada no osso com um tipo de corda que nunca se quebrava, Kurama lhe disse que o dente foi uma lembrança, de uma das primeira criaturas que Naruto abateu enquanto treinava, e que era um presente particular dela, para simbolizar a amizade que tinham, apesar de toda e qualquer referência que tinha sobre as caudas e orelhas de Kurama, ainda assim a imagem da garota ruiva de olhos vermelhos lhe veio a mente.

  Isso era algo que Minato não aprovava muito, já que todos esses anos ela veio sendo preparada para superar Neji em algum momentos, e, agora, todo esse esforço havia culminado em uma súbita mudança de caminhos, mas aceitaria, por hora.

  Aya chegou ao campo de treinamento, sob a supervisão da mãe, de Kakashi e de Yugao, que, por mais que fosse apenas a aprendiz de Kushiha, ela estava se aproximando se seu nível rapidamente, de todos ali, apenas perdia para Kushina e Kakashi.

  Aya olhou todos os alvos, ela estava completamente cercada, fechou os olhos, posicionando seu corpo, o pé direito a frente do esquerdo, as costas levemente curadas, o braço direito um pouco para trás, apenas esperando o sinal.

  Os alvos estavam no chão, na parede e suspensos por cordas e correntes, os alvos eram apenas círculos ocos de madeira pintados em branco, com um ponto vermelho em seu centro.

  Aya se lembrou de Naruto, de tudo o que sentiu naquela caverna, junto com ele, sentiu seu coração arder e seus olhos se iluminarem com um brilho que sabia que nunca os havia rodeado, mesmo em meio ao terror que ali havia passado, mesmo com a tensão de estarem cercados, mesmo com todo o cuidado e esforço para não ser um fardo para seu irmão, ali naquela caverna nasceu uma promessa, feita em seu mais íntimo ser, a promessa de não ser um fardo para ninguém, nunca mais.

  Ela se preparou, respirando fundo, controlando suas emoções, assim como Naruto a ensinara, eram apena alvos, apenas pontos que deveriam ser acertados, era fácil para quem já fizera o que ela fez com Naruto, lembrou-se dos treinos, que se tornaram intensos nos últimos três dias em que esteve ao lado dele.

  Com um estalar de dedos de Kushina seu treino teve inicio, não que iria ser levado a sério, mas ela precisava mostrar o quanto sabia manusear o arco, sua mão alcançou duas flechas, posicionando-as no arco e disparando, em seguida girou o corpo, acertando mais uma, logo alcançou mais três, que lançou para os alvos mais distantes, mudou a direção do arco, enquanto alcançava mais uma flecha, a cada disparo ela ouvia nitidamente o som da madeira se partindo, rolou para frente, desviando de dois alvos que caíam, presos em correntes, passando um a frente do outro simultaneamente, tornando a precisão difícil.

  Kushina estava impressionada com o quanto a filha havia aprendido em apenas uma semana, seu domínio do arco, apenas para o disparo era quase perfeito, enquanto sua mira não falhara uma vez se quer, se perguntava que tipo de homem a havia ensinado de forma tão eficiente.

  Viu a filha acertar mais dois alvos, mas se imaginava como Aya iria reagir ao saber que tinha uma flecha a menos em seu arsenal, improvisação em uma batalha, mesmo em um treino é importante e vital, e, enfim chegou o momento.

  Notou que Aya havia deixado os dois alvos em movimento por ultimo, o que era totalmente lógico, mas o que viu a filha fazer a surpreendeu.

  Quando alcançou a ultima flecha, colocou-a no arco, tensionando-o ao máximo, mantendo-o assim por algum tempo e, antes de simplesmente solta-la, girou os dedos, mantendo o arco tensionado com o terceiro dedo, e soltou, fazendo com que a flecha fosse disparada enquanto girasse, a flecha alcançou a parede atrás dela, batendo em uma corrente e desviando seu curso, acompanhando a trajetória da parede de pedra e tijolos do mesmo material.

  A flecha acompanhou todo o movimento circular da parede, que parecia uma versão menos de um coliseu, perdendo um pouco de força, quando a flecha alcançou a mesma corrente ela mudou sua direção foi em direção a Aya, Kushina chegou a ficar preocupada com a filha, ela se quer se mexeu, apenas em um giro, ela sacou a adaga feita de dente e corou a flecha em duas, no sentido vertical.

  As metades das flechas, partidas em duas, giraram, se distanciando uma da outra, e apenas o som da madeira sendo perfurada foi ouvida.

  Alguns segundos depois os alvos pararam de se mover,, apenas para se possível ver as metades da flecha em seu centro, não havia som além daquele de Aya guardando a adaga e o arco em seus respectivos lugares, além de ela se virar para sua mãe, ambos, ela, Kakashi e Yugao estavam estupefatos, se quer sabiam o que dizer, Yugao estava com o queixo caído, enquanto olhava todos os alvos, com uma flecha em seu centro, alguns a flecha atravessou, mas mesmo assim acertou.

  Aya ficou parada, enquanto se lembrava de algo que seu irmão lhe ”deu”, de alguma maneira, Naruto lhe passou algumas lembranças, apesar de nunca ter lido sobre nada a respeito de arco e flecha, ele aprendeu a manusea-lo observando os treinos de vários professores enquanto ele viajava, tudo o que ele aprendeu ele “duplicou” com a ajuda de Aeryn para a mente de Aya, e foi ali que ela teve uma conversa mais íntima com o seu irmão, foi um pequeno elo mental, foi ali que a verdadeira despedida foi feita.

 

  [...]

 

  "Aya estava em um lugar escuro, parecendo flutuar, não via o chão, mas o sentia, tanto que sentia-se pesada ali, e logo uma pequena presença se formou a sua frente, era como ver o passado ganhar vida, ao ver uma versão de Naruto criança, toda machucada, com arranhões, inchaços e queimaduras por todo o seu corpo, ela se quer se moveu, pois não sabia o que estava havendo, mas o viu sorrir para ela.

 

   - Bem, é aqui que nos despedimos, mas antes, tem algo que quero te mostrar - Sua voz, apesar de infantil, soou séria para ela, que assentiu, ele se virou e começou a andar, até desaparecer na escuridão, o mesmo foi para ela.

  Eles desapareceram, apenas para reaparecer em um outro local, escuro, com marcas de garras, unhas e dentes, rodeado de pelos alaranjados pelo chão, as paredes pareciam antigas, tão antigas quanto o povo que as construiu, tudo se abriu, era um templo, parecia até mesmo que o tempo o havia esquecido.

  Ele olhou para o céu, onde havia um grande buraco no telhado.

 

—Quando todos me negaram liberdade, ela me destes a chave de minha jaula, quando me negaram uma janela, ela derrubastes uma muralha para que eu passasse… - Ele se virou para ela,se aproximando, quase que com cuidado, enquanto sorria.

 

—Quando me negaram a oportunidade de trilhar meu caminho, ela me deste um mundo inteiro, um mundo de possibilidades, de objetivos e sonhos - “ Ele não parecia estar falando com ela, parecia uma lembrança, uma memória importante, ela sentiu a presença de mais alguém ali, ao seu lado, era Naruto, a versão mais atual deste, assim como ela vira, ele ficou ao seu lado, enquanto olhava o garoto, a versão mais nova de si mesmo.

 

  - Eu comecei assim, machucado, ferido, com raiva - Suas palavras eram pesadas, e Aya sentiu isso, em cada uma delas, em cada movimento de seus lábios, em sua respiração e em seu olhar, o garoto sumiu, dando espaço a outro Naruto, que lia alguns pergaminhos, sentado em uma pedra alta.

  Ele pareceu olhar para ela, e, naquela rápida troca de olhares, que nunca existiu, ela viu um olhar morto, foi então que a terra começou a tremer com o que pareciam passos, e , em seguida a lembrança sumiu.

 

  -Tem algo que eu quero te dar, é uma lembrança importante, eu vou ter que sela-la, é, tanto uma parte importante dos meus planos, quanto para encobrir pistas, mesmo com Aeryn selando suas lembranças sobre todos nós, ainda assim eles podem descobrir para onde vamos, não podemos ficar aqui por muito mais tempo - Suas palavras eram sérias, enquanto ele a encarava, com olhos profundos, ela assentiu, e em seguida ele tocou seu rosto, acariciando-o.

  Ele fez um cafuné nela, enquanto ela desviava o olhar, não acostumada com demonstrações de carinho ou afeto, quem poderia culpa-la? Era uma princesa, deveria ser tratada como uma.

  Naruto virou o olhar, enquanto o cenário se transformava em uma imensa floresta, e Naruto, em torno de nove anos, olhava atentamente um capitão de um acampamento militar ensinar sobre arco e flecha.

  Naruto achava que teria sido pego facilmente, mas não acontecera, pois eles estavam com poucos soldados naquela ocasião, ele olhava tudo atentamente, memorizando cada palavra que ele gritava, pois estava perto o suficiente para ouvir, e seus sentidos iam além dos de humanos comuns, chegou a fazer um arco para que ele mesmo praticasse, nunca se sabia quando habilidades como aquelas poderiam ser úteis, ele enxergava cada flecha, cada dedo, cada postura, sua mente parecia um livro, na qual ele fazia anotações, sua memória era desenvolvida ao ponto de conseguir memorizar perfeitamente a posição de corpo e de luta de alguém.

  Ficou alguns meses, junto com o acampamento, que logo se locomoveu, aprendeu muito sobre combate armado e desarmado, lutas com adagas, facas, arco e flechas, cajados, bastões e armas brancas, no fim de cada dia, o pequeno jovem sempre repetia tudo o que faziam, movimento após movimento, para ter certeza de crava-las bem fundos em sua mente, e, no fim, a lembrança desapareceu, e Aya parecia em transe enquanto as informações eram passadas para ela, elas não iria aprender tudo instantaneamente, demoraria certo tempo para ela assimilar tudo, mas, quando conseguisse faze-lo, faria tudo o que Naruto tinha aprendido a fazer quase que normalmente, com prática, podia ser que ela chegasse perto de alcança-lo algum dia, mas ela nunca o superaria, além de ter energia para praticar dias e noites sem descansar graças a Kurama, Naruto era um lutador nato, apenas treino não supera alguém que enfrentava a morte todos os dias de sua vida para sobreviver.

  Depois de algum tempo Aya voltou ao normal e o olhou, sem entender o que havia acontecido, ele novamente acariciou seu rosto, de maneira gentil.

 

  -Se você decidir me seguir, então considere isso o meu presente, pra compensar tudo o que eu não pude te ensinar - Ela o olhou, enquanto ele sorria levemente para ela, seu coração palpitou mais forte naquele momento, era a primeira vez que ele sorria pra ela, sorriu em imensa alegria e o abraçou, com toda a força de seu “corpo e se sentiu anda mais feliz ao sentir seus braços a rodearem de forma carinhosa e protetora.

 

  -Se cuida, irmãzinha -”

[...]

  Logo vieram as perguntas, tanto de Kushina quanto de Kakashi, surpresos pela súbita mostra de habilidade da lourinha, que os deixou abismados com o tipo de treinamento que ela deveria ter tido,e era para isso que ela havia recebido o treino de caça, Naruto havia preparado seu corpo para poder assimilar aqueles movimentos, de que adianta você ter o conhecimento sem seu corpo poder executa-lo?

  Aya sorriu envergonhada com tanta atenção, enquanto Kushina se sentia orgulhosa da filha e Kakashi meio encabulado, ele não era bom em arco e flecha, demoraria mais de uma vida para chegar até aquele nível

 Apesar de Kushina estar curiosa sobre como ela chegou até aquele resultado tão rapidamente, sabia que teria que esperar, ela queria saber até onde Aya conseguia chegar até o momento, o quanto ela havia aprendido.

 

  [...]

 

  -Você está levando a sério ? - Perguntou Chiaoyu, enquanto arfava m pouco, o corpo exausto elo esforço, enquanto colocava o braço no lugar, antes deslocado pelo seu adversário, em um pequeno miado de dor, ela o empurrou, fazendo-o retornar para seu devido lugar, mexendo o braço logo depois para se certificar de que estava apropriadamente no lugar, sua cauda estava agitada, seu cabelo bagunçado, suas orelhas frenéticas, enquanto ouviam cada ruido ao seu redor, inclusive as batidas descompassadas e loucas de Naruto.

  Demorou alguns minutos para que a dor passasse, dor essa que era forte e fina no braço, não o conseguiria mover direito mais tarde.

  

  -E você não está ? - Naruto, antes ajoelhado, agora já de pé, enquanto fazia os seus dedos, indicador e mindinho de sua mão direita no lugar, sem esboçar ou sentir qualquer tipo de dor ou mesmo desconforto, depois a fechou, estralando seu pescoço, enquanto olhava para Chiaoyu, que esboçava um sorriso.

  Naruto sabia reconhecer um perigo, mas Chiaoyu era especialmente perigosa, por que ele achava isso ? Porque ela sabia disfarçar toda a intenção assassina que ele sentia, era tão brutal que chegava a se equiparar com a de Zabuza, mas Naruto estava ali, quieto e inabalável, o psicológico de Naruto aguentava o que poucos suportariam, Naruto já passou pelas mais severas torturas, físicas e mentais, não era Chiaoyu que iria fazê-lo ceder.

  Ele a viu correr, enquanto ele permaneceu parado, saltou em sua direção, mirando seus pés em seu peito, ele girou o corpo, desviando da trajetória mortal do golpe e armou um soco em sua barriga, a garota gato segurou seu punho e girou o corpo, trazendo seu oponente junto com ela, lançando-o com o giro.

  Naruto caiu a alguns metros dela, de pé, enquanto ela alcançava o solo, apenas para correr até ele.

 

  -Vai ficar na defensiva agora gatinho ?- Sua voz parecia doce, mas ele sentiu a sede de sangue, ela queria machuca-lo, fazê-lo sangrar, fazê-lo gritar, e ela estava levando isso muito a sério.

 

   - Ririsu! (Liberar) - Seu corpo foi coberto por uma pelagem azulada, quase negra, seus braços mudaram, ganhando asas presas a eles, garras longas e grossas, quase negros como seu pelo, ela cresceu enquanto corria, seu corpo mudava de forma, criou uma cauda longa, cujos pelos pareciam espinhos.

   Ganhou marcas avermelhadas ao redor dos olhos, um pescoço longo, um bico semelhante ao de um pássaro, mas todo o seu corpo tinha feições felinas, os olhos se tornaram amarelos, com a pupila em fenda quase brilhando, suas pernas traseiras se tornaram patas poderosas e potentes, com a pele se tornando escamas por debaixo do pelo.

  Ele ainda estava em choque, enquanto via a criatura avançar em câmera lenta contra ele, nunca suspeitou disso, nem conhecia o calibre das habilidades dela, já chegou a suspeitar que ela não era completamente humana, talvez uma híbrida de alguma espécie de monstro, ou algo do gênero, mas nunca cogitou a hipótese de ela possuir um dragão em seu interior, ou o que quer que fosse aquilo.

  Culpou-se por conhecer tão pouco seus aliados, ele tinha pleno conhecimento do que Kurama, Aeryn e Zabuza eram capazes de fazer, mas quando a Reya e Chiaoyu, estava longe de conhecer todo o seu potencial, o próprio Itachi se encaixava nisto tudo.

  A besta rugiu contra Naruto, que foi lançado para trás, batendo contra uma árvore, saltando rapidamente para cima para não receber a investida do oponente, que carregou a árvore junto com ele.

  Naruto viu a criatura, mais de duas vezes o tamanho dele, dar meia volta e saltar em direção a ele, usando suas asas para ganhar impulso, ao cair, girando seu corpo, tentando acertar Naruto com um golpe de cauda, este rolou para o lado, desviando do golpe, que ergueu poeira.

  Naruto aproveitou a oportunidade para saltar nas costas da criatura, que começou a se debater, o menor acertou um soco em sua garganta, fazendo-o ficar desnorteado, em seguida acertou suas orelha esquerda, mais precisamente seu tímpano, fazendo-a perder o equilíbrio, em seguida se colocou de pé nas costas dela, e, com toda a sua força, acertou um soco em sua cabeça, fazendo-a bater contra o solo com força, em seguida Naruto saltou, desviando de um golpe de sua cauda, enquanto ela voltava ao normal.

  Ela rugiu em sua direção, lançando uma rajada de fogo em sua direção, um fogo esbranquiçado, quase transparente, rolou para o lado, saindo apenas parcialmente queimado e um pouco chamuscado, o fogo queimou completamente dezenas de árvores por ali, até se extinguir.

   Naruto ainda continuava surpreso com Chiaoyu, ela era como ele, e não era ao mesmo tempo, mas ele sabia, através do conhecimento drenado do velho dragão, que cada tipo de dragão guardião tinha um fogo com um efeito específico, Naruto ainda não sabia que tipo de dragão ela era, mas percebeu que eu fogo queimou apenas aquilo que tocou, sem se espalhar pela floresta criando uma queimada, além de que, depois disso, as árvores voltaram ao normal, enquanto ele continuou queimado, nada que Kurama não pudesse curar depois, sua preocupação era se ela era tão descontrolada quanto ele.

  Ela avançou contra ele, tentando mordê-lo, ele segurou suas presas com as mãos nuas, sendo empurrado com força para trás, aguentando o quanto conseguisse, e, no ultimo segundo, saltou para o lado, fazendo-a bater sua cabeça na árvore.

  Nesse pouco tempo de combate contra ela, percebeu que não tinha o pleno controle sobre sua outra forma, o que não a tornava muito mais inteligente do que uma besta como era naquele momento.

  Suspirou, enquanto corria rapidamente enquanto ela se recuperava da batida, saltou sobre seu pescoço.

 

  -Por hoje chega! - Em seguida rodeou seu pescoço com seus dois braços, por pouco não conseguindo fechar o aperto, mesmo deitado sobre seu pescoço, a fera começou a se debater sem conseguir respirar, tentava de librar de todas as maneiras, até sentir o ar finalmente lhe faltar, sua visão ficou embaçada, ajoelhou-se, sem poder respirar, estava perdendo a consciência aos poucos.

  Seu corpo estava se tornando fraco, até finalmente desmaiar e se dar por vencida, aos poucos seu corpo voltava ao normal, com suas roupas um pouco rasgadas, completamente inconsciente, ela era osso duro, que nem ele, e agora entendia essa sede de sangue que ela naturalmente emanava, e escondia por trás de um sorriso fofo e um olhar adorável.

  Ele sentiu um arrepio tomar conta de si ao pensar nisso, imaginou se ela tivesse pleno controle de sua besta interior, ela não era descontrolada como ele era, mas não havia o controle de Chiaoyu plenamente, parecia haver conflito em sua mente, os instintos da fera contra as tentativas de controle de Chiaoyu, isso a confundia e deixava vulnerável.

  Naruto se abaixou, pegando-a em seus braços gentilmente, no estilo noiva popularmente conhecido, em seguida rumou de volta para sua casa para que ela se recuperasse.

  Ele não queria admitir, mas ela foi um dos adversários que mais deu trabalho para ele....

 


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Notas finais do capítulo

Eu chorei escrevendo todo o momento do Naruto com a Reya, não sei se eu viajei, acho que um pouco sim, mas calma que eu arrumo uma explicação boa pra isso tudo ok ?
Atualizo o mais rápido possível ok ?
Até a próxima o/