Trevas escrita por kevin henri


Capítulo 1
I - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Tive cuidado para ser detalhista nesse prólogo

Boa leitura.



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—Você é um traste, um lixo, um fraco, como ousa se chamar de lutador, de guerreiro, se é tão patético? -

Dizia uma voz horripilante, com raiva e ódio carregadas em si, olhando um garoto, de não mais treze anos, os cabelos, como o sol, manchados pelo rubro do próprio sangue que escorria por sua face, os olhos, azuis cristalinos, pareciam chorar sangue, ajoelhado e, mesmo assim, com um olhar desafiador, implantaria indignação nas mentes mais céticas e lógicas.
      Ele se levantou, as roupas, rasgadas, usando o que havia sobrado de uma calça escura, cujas extremidades desta, que terminavam antes nos tornozelos, estavam rasgados, as botas negras, repletas de sangue, a camisa, inexistente, em fiapos, dava lugar a várias cicatrizes de cortes, no busto, costas, braços, e um na testa em vertical, bem em seu centro.
   O ambiente escuro e sem vida, úmido e molhado, com a água no chão, levando seu sangue para longe enquanto seu corpo e as feridas abertas derramavam mais dele.

   —Um homem que não acredita em nada não merece uma oportunidade de lutar. -

A voz do jovem saiu fraca, porém convicta, perante uma figura luminosa, com um brilho vermelho, que era como o contorno de um corpo feminino, cujo brilho aumentava.

—No que você acredita ? -

Perguntou a figura, o brilho baixou, e ele conseguiu ver um pouco melhor o lugar, paredes fortes, feitas de pedra grossa, com marcas de garras e dentes, como se uma batalha houvesse acontecido ali, há muito tempo.
      Ele viu um olho vermelho, com a pupila em fenda, o esquerdo, sempre se mantendo fechado, mesmo assim, ele sentia aquele olho fechado o encarando, como se, com um pouco mais de força naquele olhar, sua alma seria arrancada de seu corpo.

   —Eu não sei, tudo me foi arrancado, tão rápido, tão doloroso, eu procuro no que acreditar, mas não consigo...-

—Então acredite em mim -

A pronúncia da voz foi tão rápida que o arrepiou

— Você conhece o ódio das pessoas, a tristeza, a raiva, a ira, você provou tudo de ruim que os humanos tem a oferecer, e aquilo que eles tinham de bom, você apenas provou um gostinho, quando a tiraram de você, então você mergulhou no ódio, mas não foi corrompido por ele. -

Ele a olhou, pensativo, receioso, ela percebeu, a luz diminuiu ao ponto de a ver sorrir, mas não era um sorriso de bondade, ou misericórdia, era um sorriso ferino, sorrateiro, assassino.

— Se você passou por tudo isso, e não foi corrompido pelo ódio da humanidade, então me suportará, eu sou raiva, sou ira, sou ódio, a encarnação do desespero, da amargura, você suportou tudo isso-

Ele permaneceu quieto, seu semblante, sem vida, sem sentimentos, aos poucos foi sumindo de sua face, dando lugar á algo novo, como se algo dentro daqueles olhos de céu queimasse intensamente, como as estrelas do céu, ele permaneceu encarando-a, até que seus lábios se afastaram, apena para sussurrar um fraco, porém libertador ’’Sim’’

(...)

Ele se encontrava em um local antigo, tão antigo que o próprio tempo o esquecera, e seu nome se perdera na eternidade sem fim que é a imensidão do esquecimento, várias poças de água existiam ali, poças que, apesar do chão extremamente sujo e empoeirado, continuavam tão cristalinos que era possível se ver neles, o jovem garoto de cabelos louros se abaixou em frente a uma poça profunda, enchendo seu cantil ali para, quem sabe, seguir viagem.
    Porém, algo nele se recusava a partir, como se aquele local lhe fosse familiar, como se já tivesse sido fonte de várias alegrias suas, alegrias essas que ele mesmo não conhecia, alegrias que, realmente, nunca tivera.
      Ele olhava o céu por um buraco no teto algo, contemplando o brilho das estrelas, junto da lua, iluminando a imensidão obscura, sombria e mórbida que era a noite naquele local.
      Se sentara no chão, em uma pedra alta, em posição de lótus, fechando seus olhos lentamente, ouvindo o sussurro do vento em seus ouvidos, lhe trazendo palavras gentis, que afastavam seu cansaço e sua dor.
      Permitira-se sorrir, mesmo que um pouco, fracamente, um sorriso quase vazio, se não fosse a expressão serena em seu rosto, ele quase conseguia ouvir as areias do deserto lá fora sendo levados pelo vento, que insistia em ser sempre forte na noite fria que sempre tornava as noites naquele lugar congelante.
     Abriu seus olhos novamente, encarando a lua, sorrindo, um sorriso inteiro, alegre e feliz, então, ele se permitiu deitar e adormecer de maneira tão tranquila que  mesmo o mais feroz dos animais teria pena de acorda-lo

(...)

Ele abriu seus olhos, sendo acordado pelo forte brilho do sol, esfregou seus olhos com leveza par não machuca-los, abrindo-os aos poucos, acostumando-se com a claridade que o rodeava, seu olhar logo alcançou aquele mesmo buraco de noite passada no teto, ficou alguns minutos olhando-o, até sentir uma ligeira presença atrás de si, ele sentou-se

—Foi tão lindo-

Disse ele, enquanto que sentia a presença sorrir e se aproximar, o abraçando por trás gentilmente, os braços finos, característicos de uma garota, o cheiro de morango em seus cabelos, o sorriso ferino em seus lábios sedutores, os braços rondando-o de forma possessiva, quase que apaixonadamente
      Garota esta de cabelos escarlates, caídos em cascata e, mesmo assim um pouco bagunçados, sobrancelhas um pouco grossas, os cabelos presos no final por uma pequena fita prateada, vestia uma camisa vermelha, calças negras, botas de cano alto, luvas pretas, cujos dedos ficavam de fora, e um sobretudo de mangas curtas.
       O louro levou sua mão direita sobre uma das mãos da garota, sorrindo ainda mais

—Quando todos me negaram liberdade, tu me destes a chave de minha jaula, quando me negaram uma janela, tu derrubastes uma muralha para que eu passasse… - Ele se virou para ela, acariciando o seu rosto com leveza, quase que com cuidado, enquanto a mesma sorria

—Quando me negaram a oportunidade de trilhar meu caminho, tu me deste um mundo inteiro, um mundo de possibilidades, de objetivos e sonhos -

Uma lágrima percorreu seu rosto, pingando em cima da pedra, sendo rapidamente absorvida por ela

—Eu jamais vou poder agradecer-te apropriadamente - Disse ele, com a voz embargada pelo choro, enquanto que a garota sorria, em seguida, aproximando seus rostos.
      Aos poucos, seus olhos se fechavam, ele sentia seu hálito quente e doce, seu rosto avermelhou, ele estava desesperado, nunca nem mesmo tivera um contato tão íntimo com alguém, ainda mais uma garota.
    Porém, confiando em seus instintos, jogou a cabeça levemente para frente, tocando os lábios, chegando a assustar a ruiva, porém, esta tocou a mão dele com a sua, entrelaçando seus dedos com os dele, o sol brilhou, iluminando-os perfeitamente, como se tudo convergesse para aquele momento único e lindo para ambos.
      Aquele momentos ficaria para sempre na mente e no coração do jovem louro de olhos de céu, mal ele suspeitava que, algum tempo depois desse dia, quando lhe questionassem sobre o sua meta, seu objetivo, seu sonho, sua resposta seria

" Quero ser como as estrelas..."

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu deixei muito vago mesmo, quero ver o quão curiosos vocês ficam, encarem isso como um teste.
Deixem reviews para que eu saiba o que acharam, ok?

Até a próxima.



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