As gotas começaram a cair e aos poucos chovia fortemente por toda New Orleans. Todos estavam na sala, uns sentados nos sofás e outros no chão, em cima do tapete.

—Mamãe. –Chamou Hope sonolenta, Isabella a olhou. –Estou com sono. –Disse escorando a cabeça no braço de Isabella.

Isabella sorriu e a pegou no colo, rapidamente ela ajudou Hope no banho e logo a menina já estava deitada na cama.

—Mamãe, o tio Finn pode contar uma história? –Perguntou surpreendendo Isabella.

—Por que seu tio? Não quer que a mamãe conte?

—Não mamãe, depois você conta, hoje é a vez do tio Finn.

Rebekah e Davina conversavam entretidas sobre o casamento da bruxinha e de Kol.

—Hope já dormiu? –perguntou Klaus vendo Isabella descer as escadas.

—Não, ela quer que o tio conte uma história para ela...

—Aquela baixinha me ama. –Comentou Damon se levantando.

—Não é você Damon, é Finn. –Ela se virou para ele.

—Eu?

—Sim, ela pediu para você contar uma história para ela.

—Qual história você quer ouvir?

—Eu não sei... Qual é a sua história predileta tio Finn?

Ele pensou.

—Acho que não tenho uma história preferida.

—Por quê? –Ele suspirou, Hope fazia muitas perguntas.

—Porque só ouvi histórias com fins tristes.

—Todo mundo já ouviu uma história boa tio Finn, às vezes só não lembramos.

Ele riu.

—Então tudo bem, deixe-me pensar...

Ele fechou os olhos e tentou lembrar de algo, mas nada veio, então quando ele abriu os olhos se deparou com os olhos de Hope o olhando atentamente. Aqueles olhos eram tão familiares que o trazia boas lembranças... Boas histórias.

—Era uma vez 6 irmãos, eles se amavam e vivam em harmonia, pela manhã ajudavam a mãe e o pai, a tarde brincava e a noite dormiam tranquilamente. Eles eram felizes, certo dia o pai deles decidiu ensinar os filhos a lutar com uma espada, mas a filha não ficou nada feliz...

—Por que só eles podem? –Perguntou com os olhos cheios de lagrimas.

—Porque são meninos!

—Não é justo! –Exclamou contrariada.

—O pai não ligou e deixou a menina com a mãe foi para o campo com os meninos e lá deu a cada um uma pequena espada de madeira, os mais velhos logo aprenderam, mas um não conseguia nem segurar a espada.

—Kol, basta você segura-la assim. –Demonstrou. –E com força.

—Isso é tão chato papai. –Disse contrariado.

—É preciso, todo homem precisa saber manusear uma espada, você é um homem ou um rato?

—Nenhum dos dois, sou um menino!

Mikael olhou-o serio.

—A menina ficava aborrecida com isso, ela sabia que podia segurar uma espada, sabia que conseguiu, então ela pediu a dois dos seus irmãos que a ensina-se.

—Isso Rebekah, é assim mesmo. –Dizia Elijah contente. –Você aprende mais rápido que o Kol.

—Kol não aprende nada que preste.

—Não fale isso. –Defende-o Niklaus.

—É a verdade Nik, vamos treinar alguns golpes?- Pediu animada.

Os dois irmãos se entreolhando e sorrisos surgiram em seus rostos. Logo estavam os três brincando de lutar no campo, sem perceber que eram observados por seu pai, Mikael, que olhava a cena orgulhoso das suas crianças.

A noite logo chegou e todos se reuniram para comer e logo se recolheram, Mikael chamou Rebekah.

—Sim papai.

—Eu sei o que você está aprendendo. –Rebekah arregalou os olhos assustada. –Estou muito orgulhoso de você querida, mas tenha cuidado, brincar com armas não é para mulheres, você pode se machucar!  

—Ela aprendeu cada golpe e logo sabia tão quanto os irmãos, o pai dela descobriu e mesmo tendo ficado zangado por ela ter o desobedecido ficou orgulhoso. –Finalizou.

Hope estava com os olhos fechados e Finn pensou que ela tivesse dormindo.

—Espero que você esteja tendo sonhos tão bons quanto o que tínhamos. –Desejou.

Ele saiu do quarto. Quando abriu a porta do quarto da menina deu de cara com Kol, Rebekah, Klaus e Elijah, Rebekah chorava, Kol tinha o rosto molhado e Klaus e Elijah estavam sérios.

—Sinto muito irmão, sinto tanto. –Desculpou-se Finn, ele tinha lagrimas nos olhos, como Klaus e Elijah.

Klaus o abraçou como se nada tivesse acontecido, como se ainda fossem aquelas crianças que só se preocupavam em serem felizes. Elijah abraçou Rebekah que o apertou, Kol estava bem ao lado da irmã e logo foi abraçado também.

—Eu não era tão mal assim com as espadas.

—Tão razão, você era péssimo! 

Eles riram. 

Aquilo era o um capitulo a mais. O começo para Finn. O capitulo que narrava à volta dos irmãos Mikaelson. Narrava o perdão e o amor, que até nas piores famílias existe.

Dentro do quarto Hope abriu um sorriso travesso ao ver pela porta seus tios e pai se abraçarem.  

◊

Davina, Damon, Isabella,Katherine e Marcel estavam na sala, eles sabiam que aquele era o momento dos irmãos. Davina, Katherine e Marcel jogavam cartas e Damon falava com Isabella; A atenção dos quatro foi atraída quando ouviram um barulho e a grande porta se abriu fazendo um grande barulho.

Isabella e Damon se levantaram rapidamente e viram alguém na porta.

—Sinto muito pela porta. –Desculpou-se.

A mulher estava toda molhada e parecia chorar.

Isabella se aproximou.

—Tudo bem, quem é você?

—Eu não me lembro, só lembro que preciso vê-lo, por favor, me levem até ele! –Suplicou.

Damon observou melhor aquela mulher e se surpreendeu ao lembra-se dela.

No andar de cima os irmãos ainda se abraçavam.

—Por favor. —Ouviram alguém pedir com a voz chorosa.

—Quem será essa hora?

Eles desceram as escadas e Finn travou ao avista-la.

O olhar dela caiu nele e uma pequena lagrima desceu dos seus olhos.  

—Finn. –Sussurrou e correu para ele, que a pegou e abraçou logo a beijando.

—Sage! –Exclamaram Damon e Rebekah.

A mulher se soltou de Finn e olhou Damon.

—Eu lembro-me de você... Damon. –Ela o abraçou.

—O que aconteceu com você?- Perguntou Klaus serio.

—Não sei, me lembro de ver o Finn morrer, em Mystic Falls e depois querer me vingar... E me lembro de morrer. –Falou assustada. –Acordei a poucas horas num cemitério e algo me dizia para procurar o Finn.

Todos a encaravam desconfiados, Rebekah não confiava nela, mas Isabella sentiu algo estranho vindo da mulher, estranho bom, isso fez com que ela se aproxima-se dela.

—Olá Sage, meu nome é Isabella e você é bem-vinda.  

Sage sorriu agradecida.

◊

Sage estava cansada e foi deitar-se no quarto do seu amado, ela fechou os olhos e...

—Sage? Sage? –Chamava-a uma voz. –Escute-me Sage, eu sou Freya Mikaelson, eu lhe salvei, salve-me, salve-me dela, Dahlia está vindo... Salve-me Sage... Procure uma bruxa Bennett e salve-me. –A voz adquiriu um tom choroso. –Estou tão cansada... Salve-me Sage, por favor.

Sage acordou gritando e com Finn a sacodindo, o quarto foi invadido por Isabella, Klaus, Rebekah, Elijah, Kol, Davina e Damon.

—O que está acontecendo aqui?

—Não sei Nik, ela estava gritando e se debatendo...

—Lembro-me como voltei. - Sussurrou.

—O que?

—Eu me lembro de como voltei, foi ela.

—Ela quem?

Sage encarou Finn.

—Foi Freya...

—Freya está morta.

—Quem é Freya?

—Nossa irmã, ela morreu antes de vocês nascerem, na praga.

—Não, não Finn, ela está viva, ela precisa de ajuda... Da nossa ajuda.

—Pra que? Se estiver viva por que não vem aqui?

—Ela está presa, precisamos de uma bruxa.

—Bruxa? Temos Davina.

—Não, é preciso uma bruxa com uma linhagem especial... É preciso uma bruxa Bennett.

—Só conheço uma bruxa Bennett e ela está sumida. –Disse Damon.

Klaus foi até Sage e olhou no fundo dos seus olhos.

—Está mentindo?

—Não. –Disse hipnotizada.

—Sabe onde ela está?

—Não.

—Sabe como salva-la?

—Sim.

—Como?

—Uma bruxa que tenha poderes e força para acabar com uma mulher, Dahlia.

—Quem é essa mulher?

—Irmã de Esther.

—Minha mãe não tem irmãs!

—Sim, ela tem, ela abandonou Freya com ela pro algo, ela trocou Freya por algo... Por vocês.

Isabella se aproximou de Sage, ainda hipnotizada.

—Para onde devemos ir?

Sage fechou os olhos e uma voz sussurrou no seu ouvido: Alasca.

—Alasca.

Isabella se virou e encarou toda a família.

—Não sei quem é Freya, mas vamos salva-la, por um único motivo: ela é da família e não abandonamos a família... –Ela olhou Rebekah.- Prepare os casacos Baby, pois vamos ao Alasca.