Mulher escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 1
Semana Da Mulher


Notas iniciais do capítulo

Essa ideia me veio à cabeça duas semanas atrás. Eu quis fazer algum drama, como a violência doméstica. Porém, eu decidi que criaria algo descontraído pois esse temas mais pesados nos desgastam demais. Sério! Leiam até o fim, apesar do começo ser clichê.



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08 DE MARÇO, DIA DA MULHER. MAS NESSE DIA MILHÕES DE MULHERES VIVEM ENFURNADAS DENTRO DE CASAS COMO DONAS DE CASA. DONAS DE CASA TAMBÉM É PROFISSÃO E OS MARIDOS DEVIAM PAGAR UM SALÁRIO À SUAS ESPOSAS QUE PRATICAMENTE SENTEM-SE OBRIGADAS COM A BARRIGA NO FOGÃO— Vicky Lionel

Choro, soluços, angústia, sentimento de culpa sem ter a culpa. A mulher, dona de casa, que trabalha em casa para um marido machista e que sofre humilhações. Não eram raros os dias em que o “homem da casa” abusava física e psicologicamente.

Lucy, uma jovem de classe média baixa e que tem um filho de 3 anos, sente-se traída por sua sorte. Encontrou no caminho, um homem generoso, galanteador e cheio de belas palavras. Após o casamento e 5 anos de convívio, a Lua de Mel virou Lua de Fel. A moça antes sorridente agora está com o semblante triste, aparência desleixada... não porque ela não queira, mas a pessoa que devia apoiá-la e incentivá-la não está dando a mínima.

Lucy, relembra uma foto com as amigas quando tinha seus 19 anos, no auge da faculdade de artes em que trancou para viver o seu amor com uma pessoa hipoteticamente carinhosa.

Lucy, ainda guardava a sua recordação. Seus belos cabelos negros que escorriam além dos ombros, ondulados; lábios enfeitados com o mais cintilante batom; além de assessórios que as jovens adolescentes usam. Os olhos azuis inchados observam o espelho do banheiro. O reflexo de uma covardia sem tamanho. Olhos avermelhados de tanto chorar, a face roxa pelo espancamento, os cabelos desgrenhados e sua baixa estima revelam a safadeza do animal em que ela convive.

O garotinho está na creche e o... aquela “Coisa” trabalhando pra trazer sustento e passar na cara todos os dias. Lucy já não aguenta mais tanta humilhação e de se sentir culpada. Pensou em até pedir ajuda psicológica ou da justiça, porém o “homem” a dissuadia dizendo que “iria embora de casa e levaria o filho junto”.

A moça, caucasiana, ainda tem pontos “positivos” por assim dizer perante à sociedade. Se fosse uma negra, com certeza sofreria racismo, e se fosse uma lésbica, homofobia. Mesmo assim, o patriarcado/ machismo é o pior preconceito, justamente porque é o que está mais longe na história (quem acredita na bíblia, tem o patriarcado dos antigos profetas/ quem acredita na evolução, vai lembrar do homem das cavernas em que levava a sua propriedade pelos cabelos).

Depois de gastar muita lágrima, a mulher arrumou os cabelos, colocou um óculos e foi buscar o filho.

Horas depois, o marido chega estressado do trabalho. Neste dia haverá uma partida importante de futebol americano e ele não perderia por nada nesse mundo. A mulher, como sempre, com a barriga no fogão e não saía da cozinha. Depois de preparar o jantar, foi chamar o marido. Este gritou pedindo para não atrapalhá-lo. Foi a gota d’água para ela também gritar. O homem levantou-se do sofá, enfurecido e a humilhou mais uma vez. Em seguida deu-lhe um tapa no rosto de Lucy que a fez cair no chão.

─ Vai pro fogão!

A resposta de Lucy deveria ser não. Contudo, ela não poderia enfrentá-lo naquela circunstância por causa do medo. E o pior é que o filho de vez em quando assistia ao show de horror. Pobre mulher, pobre vítima. Vítima. Por mais que venha um argumento: ela aguenta por que quer, ela é uma vítima e ponto final.

Portanto, não caiam no mesmo erro de Lucy em achar que uma relação assim vai melhorar, porque não vai. Levou o primeiro tapa, denuncie. Denuncie a agressão. Tenha amor a si própria antes do seu amor pelos outros.

Campanha contra a violência doméstica.

COLOCAR A BARRIGA NO FOGÃO, NÃO POR OBRIGAÇÃO— Vicky Lionel.

Um grito foi ouvido nos bastidores.

─ Corta! ─ um homem por trás das câmeras foi quem disse isso.

Era um estúdio de gravação de um comercial educativo contra a violência. Os produtores e o diretor aplaudiram a atuação dos atores.

─ Vicky, Robert, foram espetaculares. Meus parabéns.

─ A Vicky aqui, a esposa de mentirinha. Desculpa amore, eu só dou na cara do meu namorado.

Robert, o ator que fez o papel do marido violento era gay assumidíssimo e melhor amigo de Vicky.

─ Arre, bicha. Você foi espetacular. Dá um abraço no John pra mim.

A atriz foi até o seu camarim a poucos metros dali. Retirou a maquiagem do seu rosto, que era o “machucado" da personagem. Retirou a peruca preta revelando ter os cabelos loiros bem curtos. A porta abriu revelando ser a seu agente.

─ Vicky querida, é o Romney. É sobre o seu Reality do dia das mulheres.

─ Passa pra cá, Sarah. Oi, Ron, querido...

Vicky Lionel é uma atriz e apresentadora de uma reality show norte-americano. Vivia em Los Angeles em que revezava papeis em seriados e apresentava um programa anual sobre as mulheres. Feminista nata, ela não media esforços para apoiar as causas das mulheres em todos os campos da sociedade. Era a pior inimiga do machismo naquele país.

O HOMEM PODE SER FEMINISTA, PORÉM O PROTAGONISMO DA CAUSA DEVE SER DAS MULHERES - Vicky Lionel.

SEMANA DA MULHER

Vicky Lionel sempre ficou à frente das causas das mulheres. Conhecida muito em Hollywood e nos estúdios de Los Angeles, ela era a mais conhecida entre as feministas famosas. Casou-se com um diretor de cinema e possuem 1 filho de cinco anos. O relacionamento dos dois foi se tornando saudável, já que o homem também apoiava causas de minorias.

Ela lançou numa rede de TV a cabo, um reality show na semana do dia da mulher. O programa fazia com que Vicky recebesse emails de telespectadoras para uma semana maravilhosa longe da monotonia de suas vidas. Exemplo, uma dona de casa que sempre ficava em casa poderia participar do programa e ganhar tratamento estético, guarda-roupa novo e 1 semana longe da família para dedicar-se a si própria. Portanto, foi o estopim para o programa explodir na audiência.

Em um estúdio branco com detalhes de variadas cores, a apresentadora chegou. Iniciaria como todos os anos: com um breve discurso.

─ Passamos a semana passada nos dedicando a três lindas mulheres que de certa maneira são vítimas de preconceito. Uma é dona de casa, outra é lésbica e a última uma prostituta. E mesmo sendo mulheres distintas uma das outras, elas têm algo em comum como todas as outras pessoas, são seres humanos. Ficamos a semana útil, cinco dias, em Las Vegas, aproveitando tudo do bom e do melhor.

1º DIA: SEGUNDA-FEIRA/ A SURPRESA

Participante Sarah Jane

─ Fomos à casa da nossa primeira participante. Ela mora numa residência de classe média baixa, é dona de casa e tem uma filha adolescente.

A equipe do Programa da Mulher parou em frente a casa simples, da periferia de Los Angeles. Vicky Lionel foi quem tocou a campainha e uma mulher aparentemente de 40 anos atendeu.

─ Meu Deus. É a moça da televisão. Ai meu Deus! Filha, corre!

─ Você deve ser Sarah Jane Parker?

─ Sim, sou eu.

─ Você foi premiada a participar do Programa da Mulher.

Sarah Jane era caucasiana, mas não trabalhava. Sua filha, Rute, foi quem mandou o email e consequentemente este foi sorteado. O maridão estava de férias do trabalho. A apresentadora conversou com os três a respeito do reality que a esposa iria participar. O homem ficou um tanto relutante, mas topou depois que soube que teriam um prêmio de dez mil dólares. A filha e o marido se despediram de Sarah.

─ Sarah, quanto tempo que você não troca o guarda-roupa?

─ Acho que uns dez anos.

─ Vou recolher as demais participantes, depois disso iremos a Las Vegas.

─ Nossa, eu nunca pensei que um dia iria pra Nevada.

─ A cara de Jane era de alegria. Sim, mesmo acostumada com a vida de dona de casa no fundo ainda era uma menina que precisava se divertir um pouco.

Participante Jéssica Lopez

Jéssica era uma filha de imigrantes mexicanos. A moça não sabia que ia ser sorteada, pois quem havia feito isso foi a sua amiga. A moça era negra e lésbica. Quando viu Vicky na sua frente quase cai pra trás.

Participante Anna Lion (Anne Windsor)

Anne Windsor era uma garota de programa que ficou acostumada a servir outras pessoas. Porém, neste dia, ela seria servida. Sob a alcunha (nome de guerra) de Anna Lion, a moça era uma prostituta de luxo que ganhava muitos milhares de dólares em uma semana. Era loira de olhos claros.

─ Juntei três mulheres bastante diferentes e com formações distintas. Saímos de suas casas sem que elas tenham levado bagagens, apenas os documentos. Fomos para um hotel aqui mesmo em Los Angeles, e elas se arrumaram com roupas mais adequadas para uma viagem de avião até Nevada. As três ficaram encantadas com as roupas. Fomos ao aeroporto e pegamos o primeiro voo até Las Vegas. Quando chegamos, a nossa limusine estava à espera. Elas ficaram encantadas com o luxo.

LAS VEGAS

A limusine chegou à noite. A cidade brilhava intensamente com suas luzes de neon. As três mulheres ficaram encantadas.

Ficaram hospedadas no hotel chiquérrimo com direito a massagistas.

2º DIA: GUARDA-ROUPA

As participantes dormiram na mesma suíte. Vicky fez uma surpresa quando acordou as três de manhã bem cedo.

─ Surpresas? Hoje nós iremos às compras. Aqui está o cartão de crédito do programa.

─ Eu já estou acostumada a me acordar a este horário ─ disse Sarah Jane.

─ Eu tô acostumada a começar a dormir neste horário ─ disse Anna Lion.

─ Meninas, hoje vamos para as lojas mais badaladas da cidade.

As quatro saíram para as lojas mais caras de Las Vegas. O dinheiro que cada uma torrariam era de equivalente 15 mil dólares.

Jéssica não gostava de nada pomposo, simplicidade era a sua cara. Sarah também, mas Anna apostou nos vestidos mais decotados.

─ O que você achou das participantes deste ano? ─ perguntou Vicky para a atendente.

─ É incrível como são diferentes uma da outra.

─ No começo este reality abordava mais donas de casa, mas este ano resolvi inovar e escolher grupos maiores de mulheres.

3º DIA: SALÃO DE BELEZA/ MANICURE/ MASSAGEM

Quarta-feira. As meninas adoraram as roupas novas. Agora o dia seria dedicado ao cabelo e corpo. O dia no spa seria longo, mas recompensador.

Jessica foi a única que dispensou massagem feita pelos homens e preferiu uma mulher.

Depois o trio foi ao salão de beleza dar um trato nos cabelos.

TODA MULHER É VAIDOSA DO SEU JEITO, NÃO PRECISA IMPOR PADRÕES DE ESTÉTICAS— Vicky Lionel

4º DIA: ÁLBUM DE FOTOGRAFIA

─ Nossas queridas guerreiras tiraram a quinta para posarem para uma revista feminista de Las Vegas. A princípio ficaram acanhadas, mas logo se soltaram e sorriram para a câmera. Enquanto isso, o marido de Sarah Jane era educado por uma socióloga a fim de não cometer atitudes machistas com Sarah. Parece que está dando resultado.

ULTIMO DIA: FESTANÇA

O carro limusine estava nos esperando em frente à porta do hotel. Vicky foi até o motorista e pediu para ele colocar músicas ao longo do percurso. Ele desceu do veículo e abriu para as quatro. Dentro do veículo, elas podiam comer caviar e beber espumante de boa qualidade. Enquanto isso músicas da Cher passavam como melodia de fundo. Além da Cher, outras músicas pop antigas e atuais.

─ Abri a garrafa de champanhe e brindamos. A Semana da Mulher foi um sucesso, mas não havia terminado. O carro parou em frente a uma boate-cassino. Ficamos sentadas em frente a uma mesa com pole dance. A stripper chegou vestida de freira e logo começou a se despir. Sarah ficou assustada com a moça só de lingerie abrindo as pernas na frente dela. O bom que aquela noite era só das mulheres e quase não havia homens. Sorrimos, brincamos, colocamos dinheiro na calcinha da dançarina, bebemos o que tínhamos de direito, jogamos na roleta e apostamos nas cartas. Gastamos muito, mas foi uma boa experiência. Ver a cara de três mulheres se divertindo, era uma satisfação. Que pena que não posso trazer todas as mulheres, mas eu faço a minha parte. E ano que vem tem mais. Feliz dia das mulheres!

Enquanto isso...

─ Filha, você pode fazer o almoço pra mim ─ disse o marido de Sarah Jane.

─ Não, eu não sou a sua empregada. Sou a sua filha. Vem, eu te ensino a colocar a barriga no fogão.

O homem fez uma cara de desgosto...


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Notas finais do capítulo

Acho que ficou horrível, mas foi isso que saiu da minha cabeça. Mesmo assim gostei da minha protagonista, mas nem penso em escrever outras histórias com ela. Enfim, resolvi postar hoje porque eu parei de escrever outras fanfics e vou retomar agora em março. Um abraço para todos que leram, e se você gostou mas não gosta de comentar, deixa no seu favorito. Ajuda muito. Boa noite.



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