Early Sunsets Over Suna escrita por gaara do deserto


Capítulo 9
Early Sunsets Over Suna


Notas iniciais do capítulo

Quem será que vela por nós?
As pessoas que já se foram não se foram totalmente. O perdão não é o unico remedio para o mal. O amor pode ser mal-interpretado...



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Cap 9 - Early Sunsets Over Suna.


Já fazia dois dias desde que o Time Kakashi se estabelecera em Suna. Kakashi, Sai, Naruto e Sakura detinham um considerável conhecimento de como proceder com os habitantes e como não se perder num lugar tão grande. No entanto Sakura, que trabalhava em períodos diurnos no hospital da Vila, ainda não tivera tempo para decorar o trajeto do hospital pra casa e de lá pra o Palácio. Mas ela tentava.

Até o presente momento, fizera amizade com um dos médicos e algumas enfermeiras e surpreendia constantemente a todos com suas demonstrações de medicina. Eram freqüentes perguntas do tipo "Quantos anos você tem?", "A que espécie de treinamento você foi submetida" até petulantes "Tem algum namorado em Konoha?" que ela tinha que suportar com um sorriso ora sem graça, ora cansado.

Sakura tivera enormes avanços em suas técnicas ao decorrer dos anos e isso era uma incontável vantagem em um lugar desconhecido, pois a ajudava a travar amizades e deixava o ambiente bem melhor. Mas é claro que havia aqueles que a encaravam de cara fechadas, como se algo lhes causasse raiva; ela tinha plena consciência de que suas habilidades podiam causar, digamos, certa inveja em alguns médicos-nin, porém, isso tinha um aspecto positivo, pensava a garota: Era bem melhor pensarem na competente shinobi que era do que enxergarem somente aparência nela.

Com isso, já dava pra levar tranquilamente o tempo que fosse necessário em Suna.

Sua interação com os Irmãos Areia também melhorara, apesar de já conhecer Temari há tempos e de se dar muito bem com ela. Mas o mesmo não se podia dizer de Kankurou e menos ainda de Gaara. Lógico que palavras formais e descontraídas eram trocadas entre ela e o irmão mais velho, mas ela não conseguia mais do que dirigir saudações educadas ao ruivo. Simples "Bom-dia", "Obrigada" e "Até mais" até lhe inspiravam confiança para manter conversas inteiras com ele, embora Sakura só tivesse esse plano em teoria, pois além de Gaara sair cedo e voltar tarde para casa, o receio e vergonha de não saber o que dizer manifestava-se dentro de seu subconsciente antes mesmo de ela tentar.

Nesse meio-tempo, Kakashi, Naruto e Sai entravam e saiam constantemente de Suna, fazendo vigílias e relatórios. Estavam desempenhando muito bem suas funções, embora Sai achasse tanto alarde desnecessário desde o momento em que Kakashi lhe informara que ficariam na Vila durante as seis semanas programadas por Tsunade.

Naruto tinha uma perspectiva bem melhor já que explorara Suna muito bem, em busca de restaurante e barracas de Lamén. Experimentara variações que nem o Ichiraku possuía e esperava uma oportunidade de lutar com Gaara. O amigo não levava tão a serio essa animação para um "duelo" e não entendia metade do que Naruto dizia a respeito dos acompanhamentos de lamén. Mas, intimamente, Sakura adivinhava o quão Gaara estava feliz em ter a companhia de Naruto, pois há muito ela aprendera a entender o laço que os unia.

Na manhã domingo, terceiro dia da estadia do Time Kakashi, eles resolveram fazer uma primeira coisa antes de ir trabalhar. Na companhia de Temari, Gaara e Kankurou, visitaram o túmulo de Chiyo. A kunoichi de cabelos róseos sentia que já haviam se passado três anos desde que aquela velha conselheira morrera. Mas para surpresa do Time, outro tumulo encontrava-se ao lado do de Chiyo: o de Ebizou, seu irmão.

- Eu não sabia... - murmurou Naruto, com os olhos fixos no epitáfio do ex-conselheiro de Suna.

- Foi no ano passado... - disse Temari pesarosa.

Sakura sem querer desviou seus olhos dos túmulos para Gaara, que estava a poucos centímetros dela. O ruivo olhava fixamente para o tumulo daqueles irmãos, como se visse algo que os outros não podiam ver. Pelo seu semblante espalhava-se uma tristeza que deixou Sakura surpresa, pois parecia que ele estava lembrando-se de algo e aquilo lhe corroia internamente. Mas a kunoichi não aproximou-se mais do garoto ou fez menção de lhe consolar, mesmo porque ela estava sem idéia de consolo em mente.

Voltando a olhar para o nome de Chiyo, Sakura viu-se pensando em Sasori. Ela sempre guardava esperanças de que ele tivesse se regenerado por fim, mas... Será que ele faria isso, mesmo depois de matar varias pessoas, inclusive a si próprio? Essas perguntas já haviam sido guardadas no fundo da cabeça de Sakura, mas não haviam sido esquecidas. Era triste pensar em coisas assim...

E repentinamente, Sasuke lhe veio em pensamento, a pessoa que ela fazia força para esquecer.

"Onde você está... Sasuke...?"

Há tempos a garota deixara o "kun" quando pensava no Uchiha. Afinal, se ele de fato quisesse estar ali...

Porém, o coração de Sasuke, seu corpo e sua mente estavam por aí, perdidas e longe de vista. Sakura tinha certeza que ele nunca entregaria seu coração a ninguém... Este jazia confortavelmente dentro do nukenin, feito de pedra, inanimado, disposto somente a seu desejo de vingança.

Vingança...

"O que essa vontade nos trouxe de bom, Sasuke? Somente tristeza para Naruto e... para mim...".

- Você está bem, Sakura-san?

- Hã?

A garota deu vários passos para trás, pois Gaara havia chegado bem perto dela.

- Gomen, Sakura-san... - murmurou ele, a expressão triste sumindo de seu rosto.

- Ah, eu que peço desculpas, não vi que todos já estavam indo embora...

Ela olhou para o lado esquerdo, onde Naruto, Kakashi, Sai, Temari e Kankurou já iam à frente, sem esperá-los.

- Você está bem? - repetiu o Kazekage - Está pálida...

- Não se preocupe. Acho que não comi direito de manhã.

E mais uma vez, Gaara quebrou a distancia entre ele e a kunoichi. Sakura sentiu-se intimidada com aquela aproximação repentina, mas fez força para não corar.

- É melhor voltar pra casa com os outros - comentou ele, encarando-a de modo inexpressivo - Se correr, você ainda pode alcançá-los.

Mal acabara de dizer isso, ele tomava o caminho oposto do de seus irmãos.

- Mas... Gaara-kun! - exclamou Sakura - Pra onde você vai?

O ruivo parou de costas para ela. A garota de cabelos róseos ficou envergonhada por ter dito sem intenção o sufixo "kun".

- Eu... preciso ver uma coisa. Tenho trabalho depois... Não se incomode com isso.

- Gaara...?

- Até mais tarde, Sakura - e continuou andando.

"Pra onde ele está indo?"

ooOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOooooOOOOOOOOOOOOOOOOOOoo

O vento e a areia se misturavam constantemente. Sentimentos confusos, mentirosos e inebriantes cruzavam e se separavam na mente de Gaara. E quando tudo isso começou?

Ah, sim... Ele se lembrava bem, pois aquilo o levou ao auge da loucura.

- Bom-dia... Bem, é claro que você não sairá para nenhum lugar, né? - ele parou de andar e olhou para trás, bem a tempo de ver Sakura desaparecer junto com os outros - Só aproveitei a ocasião para lhe fazer essa pequena visita, Yashamaru

Gaara ajoelhou-se na frente de um túmulo, de aspecto muito desgastado. O nome Yashamaru estava inscrito lá, sem qualquer outro enfeite, somente o símbolo de Suna gravado e esmaecendo com o tempo.

Os olhos do ruivo encararam por muitos segundos aquele nome que lhe dizia tanto. Na verdade, a lapide era simbólica, já que Yashamaru explodira-se e nada pode ser enterrado.

Mas as lembranças, embora embaçadas pelos anos, não eram de todo ruins. Gaara acreditava nisso, apesar de todas as palavras que se desprenderam de seu tio no momento em que o atacou.

"Você não quis me matar, sei disso...".

Era neste pensamento em que o ruivo se prendia. Não fora culpa dele.

"Sinto muito, Yashamaru...".

Não havia lagrimas ou o que dizer para alguém que não lhe responderia. Gaara tinha ciência do que tirara da vida de seu tio, mas ele era tão vitima desse ciclo... Quanto sua mãe fora.

O Kazekage levantou, uma corrente de vento brincando com seus cabelos avermelhado como sangue. Ele não tinha mais o sinistro hábito de queres ver a morte de perto, de ver pessoas sofrendo, clamando por piedade.

- Até mais, Yashamaru. Desculpe-me por tudo...

Afinal, nunca houve o que perdoar. Mesmo assim, ele se sentia em paz com o mundo.
E o por-do-sol que viria mais tarde parecia conter os sorrisos de Yashamaru e da mãe de Gaara, ambos velando pelo ruivo.


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Notas finais do capítulo

Yo, minna!
Meu computador morreu, mas acabou ressuscitando e cá estou!
Atrasada, claro...^^



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