Early Sunsets Over Suna escrita por gaara do deserto


Capítulo 18
Penumbra


Notas iniciais do capítulo

ohhhhhhhhhhh, até que enfim ela postou!!!
É, é, não me matem, eu tenho bons motivos.
(será?)



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Mais uma vez ele observava o céu, de um lado a outro, vagamente. Já se tornara meio que um hábito não-declarado, uma espécie de vigília noturna.

Dois olhos esmeraldinos na penumbra do quarto.

“Que droga de sensação é essa...?”, pensou irritado. Era como se tivesse deixado algo escapar e isso fosse de extrema importância para seu raciocínio.

Com um suspiro de aparente desistência, Gaara pegou a toalha sobre os ombros e tornou a enxugar o cabelo molhado.

A janela aberta à sua frente mostrava uma lua cheia bem ao longe, fitando-lhe com escárnio.

O que estaria esquecendo?

Gaara sentia-se muito mais inquieto do que antes.

Exatamente como há três anos.

Seus pensamentos quebraram-se quando ouviu a porta do quarto ser aberta às suas costas.

- Porta errada, Sakura – disse, olhando para o lado.

- Eu estava procurando você, Gaara-kun.

O ruivo virou-se, encarando-a parada perto da porta fechada. Sakura estava muito envergonhada com a própria ousadia. Ela não costumava ser assim.

- Posso voltar mais tarde se quiser... – seus dedos correram para a maçaneta, mas Gaara foi mais rápido; prendeu os pulsos da garota contra a parede, surpreendendo-a. Ele não costumava ser assim.

- Gaa... kun...- sua voz sumia, os olhos arregalados de espanto.

Ele não pensou em mais nada ao vê-la tremendo, os lábios entreabertos. Aproximou-se e a beijou.

Nisto residia seu ponto fraco, mas agora que Gaara sabia o que queria, dificilmente voltaria a se controlar como devia.

E saber que precisaria de alguém assim, com tanta urgência... Como ele poderia imaginar?

Mas Sakura tornara-se mais do que “alguém”.

Ela era unicamente sua algoz.

Somente ela derrubara com tanta eficiência os muros e portas que seu coração havia criado.

Dissipando antigos tormentos.

Aquela forasteira havia lhe envolvido com uma mística ternura. Algo que Gaara pensava não existir.

E preso àquele beijo, com Sakura puxando-lhe para mais perto, retribuindo à intensidade de um sentimento que ele reprimia em expressar com palavras.

Gaara a amava.

E por fim, Sakura pôde entender o quão dispensáveis eram as palavras.

Porque o lacônico Kazekage soube amá-la de uma forma tão precisa, que palavras de nada serviriam.

Aos poucos, as magoas infantis deram lugar à razão. Ou tão racional o quanto ela podia ser nos braços de Gaara.

Eles se abraçaram, a luz lunar recortando seus corpos. Sakura sentiu a pele fria do ruivo em contato com a sua e tremeu.

- Sakura... – ele disse, o rosto enterrado nos cabelos róseos da kunoichi.

- Hm...? – ela fechou os olhos, apreciando o contato.

- Não quero que vá embora.

Sakura não esperava por aquele inusitado pedido, pois parecia improvável que ele saísse dos lábios de Gaara.

Por que ele tinha que ser tão drástico quando se expressava?

- Não posso...

- Eu sei. – murmurou ele, suspirando.

Ambos sabiam a vida que escolheram, a qual não podia haver falhas, não podiam existir amarras...

Um dilema que ganhava mais força na prática do que numa simples teoria...

Uma vida de sentimentos reprimidos.

- Gaara-kun... Gaara, eu vou ter que ir embora. Esse é o meu dever.

- Eu sei. – repetiu ele.

Sakura o afastou de repente, franzindo a testa.

- O que você sabe? – a voz dela era ríspida dessa vez, enquanto desvencilhava-se dos braços dele.

Gaara não entendeu. Sakura o encarava ferozmente, tentando encontrar as palavras certas.

- Eu sei que aos poucos... vou me tornar uma mera lembrança para você, Gaara! – disse a kunoichi, sentindo lágrimas virem a superfície – Por mais que você me ame, nada faz sentindo se não lutar por mim! Eu quero que você lute, eu preciso...!

Antes que ela pudesse continuar, Gaara puxou-a pela cintura, beijando-a agressivamente.

E quando o ar deu a impressão de lhes fugir, ele se afastou novamente, voltando a se postar perto da janela.

A kunoichi respirou em arquejos.

Gaara não lhe deu atenção. Por que ela não percebia?!

Ele não estivera brincando em momento algum.

Como ela ainda podia ter dúvidas?

- Por que você diz essas coisas absurdas? – perguntou Gaara friamente, sem olhá-la – Será que não entende que pra mim... Você... - ele não conseguiu terminar.

Aquela frase em suspenso foi torturante para Sakura.

Afinal, quanta importância ela tinha na vida dele?

Seus pés atravessaram a distancia que a separava de Gaara. Ela tocou levemente o ombro dele e o olhar do ruivo voltou-se inteiramente para ela.

- O que eu não entendo?

Droga.

“Haruno, você me enlouquece”. Ele não conseguia desviar os olhos dela. Era magnético.

“Que efeito é esse que você tem sobre mim?”

- Gaara-kun?

“Tão livre e audaciosa... Será que eu...?”

Não. Ele tinha certeza do que queria dizer.

Antes que fosse tarde demais.

Gaara tocou aquela face de porcelana frágil, ambos se encarando.

Sakura segurou sua mão, ainda querendo saber o que ele pensava.

 

Sobre aqueles crepúsculos adiantados, o pacto simbiótico de seus corações.

Ignorando completamente a conduta shinobi.

 

Seus corpos aproximaram-se mais, correspondendo a um desejo mútuo. Os lábios de Gaara roçavam a orelha de Sakura.

- Gaara...?

- Eu te amo, Haruno Sakura. – sussurrou ele.

“Eu sou egoísta demais para deixar você ir”, pensou o ruivo, “Mas eu não quero interferir no caminho que você escolheu... Não é que eu não queira lutar por você, Sakura...”

Mas seus pensamentos foram sufocados pela volúpia dos lábios da kunoichi.

Como explicar?

Era impossível.

As sombras da discórdia chegavam mais e mais perto de Suna, mas a lua parecia interessada no enlace daquelas duas almas.

Como explicar?

Não havia palavras certas. Não era um vocabulário que existisse.

Eram apenas gestos significativos de uma paixão lacônica.

Onde não havia espaço para a razão.

Sakura ficaria essa noite ao lado de Gaara e esta foi a ultima decisão racional da qual se lembraria na manhã seguinte.

Porque nos braços de Gaara, ela não tinha o que pensar.

Ele a amava.

Ela teria se entregado de qualquer jeito.

Àquela súbita loucura que impregnava seus corpos.

Quando dois seres tornavam-se um só.

E ambos se compreendiam no silêncio, mesmo com a inexperiência do pacto que os unia.

A ternura...

... E a luxúria.

Como explicar?

O amor é assim.

 


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Notas finais do capítulo

aeeeeeeeeeeehhhhhhhh, estamos no final pessoal!
Então, não chorem, postarei em breve os ultimos caps!
Muito obrigada e peço que não me abandonem!
(carente?)