Early Sunsets Over Suna escrita por gaara do deserto


Capítulo 13
O Feitiço Haruno Sakura


Notas iniciais do capítulo

hehe, nem tenha palavras pra expressar o quanto estou feliz do Nyah ter voltado!!!
ahhhh, aproveitem! Tô de bom humor hj!



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Ela estava lá. Um par de olhos quase invisíveis. Mas estava lá. Vira o que exatamente temera desde o inicio. Fora ousadia de sua parte seguir aqueles dois, porém, ela estava certa de que estava fazendo o melhor para si. Na maior parte de seus sonhos, ele era um objeto que desejava com todas as suas forças. Ela tinha um trabalho a cumprir. Queria também o que certamente não podia ter. Sabia um pouco sobre ele. Sabia aonde ele se escondia. Uma confidente não-oficial. Guardava em seu intimo todos aqueles segredos miúdos.

Queria Gaara. Só isso.

Devia ser culpa daquela kunoichi forasteira. Mas por quê?

Por quê?

Essa pergunta ecoava em sua cabeça, como uma melodia desagradável que não pode ser esquecida. Do mesmo modo como ela não esqueceria do que viu. Nunca.

Naquele instante, daria tudo para estar no lugar daquela ignorante forasteira.

“Era culpa dela...” – seu sangue fervia de ódio.

“O que ela sabe sobre Gaara-sama?” – um desejo terrível subia-lhe inconsequentemente pelo cérebro, vindo de algum lugar indistinto no estômago.

Talvez nisso, estivessem empatadas. Ela e aquela maldita kunoichi de Konoha.

Mas a kunoichi estava um passo a frente. Tomara a iniciativa, coisa que, em hipótese alguma, ela teria coragem de fazer. Ela, que com palavras que obviamente não queriam dizer nada de mais, ficava corada tão facilmente.

Suas lamúrias não eram nada comparadas ao sentimento de traição.

Entretanto, onde poderia haver traição num relacionamento tão pueril - Num relacionamento de uma kunoichi de Suna e seu ex-sensei?

Era exatamente isso que Matsuri não podia retrucar. O fato de que não havia nada que pudesse cobrar de Gaara.

Continuou escondida por mais algum tempo, sem se dar conta das lágrimas silenciosas que amargas que escorriam pelo seu rosto juvenil. Um rosto contorcido de raiva.

Vira – quase como uma tortura – a iniciativa da kunoichi de Konoha. Matsuri achava que fora o pior de tudo, mas nada se comparou ao fato de Gaara estar correspondendo.

Seus corpos unidos, mesmo que por segundos que não faziam diferença para o resto do mundo, feriam decididamente o coração dela. Seus ouvidos inventavam a respiração de Gaara, cada vez mais intensa. Será que ele sabia o que estava fazendo?

Mas não... Ele era o inocente. Seu anjo caído.

Gaara... Era só o que queria. Um desejo impossível.

Por quê? Por que isso estava acontecendo?

Morrer por várias kunais atravessando seu corpo deveria ser parecido. Poderia até ser menos torturante.

E assim como começou – por um toque tímido daquela Haruno de cabelos tão róseos -, terminou sem qualquer receio.

Um beijo tão inocente que era significativo para Matsuri.

Por quê?

Porque ela amava Gaara.

Porque ele jamais seria dela.

Porque ele não entendia o que ela sentia. E também não sabia.

Aquela kunoichi murmurou umas poucas palavras. Não se demoraram, logo partiram, sem deixar nada para trás. Somente as lágrimas daquela kunoichi de Suna, que demorariam a secar. Lágrimas imperceptíveis.

Tudo por causa daquela forasteira. O nome dela fincou-se como uma estaca, como um lembrete ácido, na mente de Matsuri: Haruno Sakura. Ela era a culpada.

Mais um crepúsculo de Suna, pacifico para uns, mas pontuado de sentimentos contidos ou não, de beijos correspondidos ou não, de olhos que a aveludada noite acobertava, sedenta por discórdia.

***

-... Então foi isso o que aconteceu. – ia concluindo um shinobi que tinha a cabeça meio coberta de bandagens, mas no geral, parecia estar em perfeito estado. Seu companheiro de quarto, que não parecia ter mais de 20 anos, ouvia o relato do colega parcialmente, como se oscilasse e estivesse um pouco tonto para ficar sentado.

- Isso é muito sério. – resmungou Kankurou, sentado em um sofá que as visitas geralmente ocupavam quando vinham visitar seus parentes acidentados. Pelas janelas abertas do quarto, o sol entrava preguiçosamente, ainda sem perspectivas.

- Significa que quanto antes nos prepararmos, melhor. – comentou Gaara, sério como sempre, em pé e de braços cruzados, ao lado do sofá – Mas me dê a sua opinião sobre a situação, Yamada-san.

- Kazekage-sama – disse o homem das bandanas -, eu não sei exatamente o que a Nevoa pretende, mas sei que isso pode ser encarado como algo que precise ser investigado com urgência... – e deu um pigarro, para limpar a garganta -. É, urgência. Se bem que, se tratando da Nevoa, podemos esperar más noticias.

- Resumindo, aquele tratado de merda não serviu para nada?! – Kankurou estava furioso. Quando uma coisa parecia resolvida, sempre havia mais o que fazer.

- Podemos averiguar com nossos próprios olhos que foram decididamente palavras jogadas ao vento – disse o ruivo, com um suspiro cansado – Nota-se o quão bem receptivo eles foram com nossos shinobis.

Yamada deu um sorriso tremulo. Seu colega tomou cuidado para não fazer muito esforço e deitou-se mais confortavelmente sobre as cobertas; sua perna direita estava amputada.

- Sinto muito por não ter podido fazer mais por Suna – desculpou-se por fim Yamada, depois de observar tristemente o colega. – Kazekage-sama, eu só lhe peço uma coisa: deixe-me voltar o quanto antes. Quero fazer o possível para vingar o Yusuke.

- Entendo você, Yamada-san –pronunciou-se Kankurou, com a voz rouca – Mas não devemos nos arriscar. Provavelmente o pessoal da Nevoa marcou a cara de vocês dois. Não podemos nos dar ao luxo de perder um shinobi como você.

Yamada voltou a sorrir ante a esse consolo. Mas virou-se novamente para Gaara e perguntou qual seria o plano de ação agora.

- Precisamos observar mais – respondeu Gaara, desviando seus olhos para a janela. – Temos uma vaga suspeita de quem pode estar comandando tudo. E o motivo. Porém, dessa vez, estaremos prontos para atacar.

- Acha que isso pode resultar numa guerra, Kazekage-sama? – perguntou Yusuke, com a voz um pouco quebrada.

- Já estamos numa guerra há muito tempo, Yusuke-san – respondeu um melancólico Kankurou.

Yusuke acomodou-se mais uma vez em seu leito e fitou o teto como se tivesse tentando decidir algo muito difícil; franziu o cenho e voltou seu olhar para o ruivo, que contemplava o vazio, aparentemente instalando um silencio pesado que nem ele mesmo notou. Mas era aquele silencio que espera que outra pessoa retome a palavra.

- Se... se isso já uma guerra, então... Kazekage-sama, temos que atacar com tudo. Inclusive com aquele... – cada palavra lhe custava um esforço íntimo que deixava o conjunto meio incoerente. – Aquele pessoal de K-konoha.

Seu colega de quarto arregalou os olhos e encarou-o como se ele tivesse enlouquecido.

Um novo silencio instaurou-se durante alguns minutos, em que todos fitavam Gaara, que por sua vez, continuava calado. Um pássaro deu um mergulho na cidade, descrevendo uma volta graciosa para o céu.

Konoha... Yusuke estava certo. Quem melhor do que eles como aliados?

Mas... Não era necessariamente isso que pensava ao ouvir essa palavra... Konoha.

Que não era surpresa os shinobis de Suna, tão donos de seus orgulhos bem guardados, colocassem certo desagrado no modo de se dirigir aos de Konoha, ele sabia muito bem. Entretanto, para Gaara isso era não fazia grande diferença. Sentira sempre um grande apreço por aquela vila escondida entre folhas.

Graças a Naruto. Seu amigo. A única pessoa que verdadeiramente o compreendera.

Porém, tudo voltara a ser um pouco de confusão dentro dele. Um feitiço que confundia seus sentidos. Haruno Sakura.

Deveria pensar nisso agora e declarar Temari a vencedora desse jogo estúpido de vontades? – Uma estranha vontade que nascera dentro dele. Vontade de estar com aquela kunoichi de Konoha, a dona de uma singular maestria medicinal. Dona de cabelos tão róseos que pareciam absurdos. Dona de um beijo, que mesmo tão curto, tinha o dom de poder vê-lo por dentro e controlar seus movimentos.

Tinha que retardar um pouco mais a vitória de Temari. Havia coisas que deveria resolver e, ele tinha suas prioridades, ainda que aturdido por essa nova vontade que crescia em sua alma e que parcialmente podia ignorar.

- Kazekage-sama?

- Gaara?

Voltando ao mundo terreno, ele fitou-se os presentes com um ar de quem pede desculpas e lembrou-se do que Yusuke havia falado anteriormente.

- Sim, Konoha. Bem, se vocês não se sentem mais incomodados com a presença deles...

- Incomodados? – resmungou Yamada – Quer eu queira admitir ou não, aquela moça de Konoha salvou minha vida. Só me espantei um pouco pelo fato de que o Yusuke concordou com isso sem reclamar.

O outro shinobi fez um ar de desprezo e falou para o teto.

- Não gosto muito deles. Meu primo foi morto naquele ataque de seis anos atrás.

- Erm... Não estávamos com a razão quanto a isso. Só que... As coisas fugiram do nosso controle nessa situação, Yusuke-san – comentou Kankurou enojado – Não estávamos pensando por nós mesmos... Se quiser atribuir culpas, culpe aquele Orochimaru-sama.

- Bah, ouvi dizer que ele morreu, de que adiantaria?

- Você apenas estaria distinguindo a verdade da mentira, Sr. Yusuke. – disse uma voz baixa, que veio da porta do quarto, agora aberta.

- Ah, olá, Sakura-san – cumprimentou Kankurou, nervoso, vendo Sakura encarar Yusuke com um resquício de frieza.

O shinobi engoliu em seco observando-a e voltou a ficar calado, temendo a presença da médica-nin. Yamada apressou a pedir desculpas para a garota e suas feições ficaram mais descontraídas.

- Não tem porque pedir desculpas, Yamada-san – disse Sakura, com um tom mais leve. – Quanto a vocês... - E olhou para os dois irmãos areia – Não deviam estar trabalhando? Quem lhes deu permissão para incomodar meus pacientes?

Yamada soltou uma risada sem graça que irritou Kankurou.

- Satoshi-dono veio nos chamar. Ele disse que esses dois queriam nos ver. – respondeu o mais velho dos irmãos – Disse que eles já estavam em condições de nos contar o que aconteceu.

Gaara percebeu que ela evitava encará-lo. Preferia dirigir-se com aquele ar autoritário a Kankurou.

- Bom, da próxima vez, gostaria que me avisassem antes – comentou Sakura – E, por favor, peço que se retirem, eles têm exames hoje – e apontou para Yusuke, que voltara a fitar o teto e Yamada, que ainda ria baixinho.

- Ah, gomenasai, Sakura-san – disse Kankurou e saiu rapidamente, fulminando com o olhar o risonho Yamada, que ria de sua submissão a uma garota.

Gaara viu ela se curvar para as pranchetas presas na cama de Yusuke e nem assim olhá-lo. Decidiu que era melhor ir.

- Até mais, Yamada-san – despediu-se o shinobi, no momento em que o outro parou de rir.

- Até mais, Kazekage-sama – disse ele, quando o ruivo atravessou o portal e fechou a porta atrás de si.

Dobrou o corredor, ignorando vozes, vozes que pareciam vir de sua própria cabeça.

“Quem amaria um monstro?” – aquilo se parecia muito com as vozes das crianças de sua época. “Quem amaria alguém como você?”

“Eu... Também tive medo de você.” – essa era voz de Sakura, lhe pedindo desculpas por ter achado-o um monstro a princípio. Ou será que ela ainda achava?

“Teria tudo sido palavras vãs, como as do tratado de paz da Névoa?”

“Quem amaria um monstro? Quem amaria alguém como você?”

Alguém como você?

Tudo girava, uma loucura que o impedia de encontrar a saída. Até que alguém lhe puxou pela mão.

- Gaara? – e aquela voz emanava uma calma e uma incrível vontade de fugir. Uma urgência singular.

Ele virou-se, ainda sem acreditar.

- Gaara? – ela chamou-lhe mais uma vez. Ele devia parecer bastante desnorteado, por que se deixou guiar por aquela mão, que não parecia estar levando-o para a saída e sim para a direção oposta.

Sentia olhares convergindo para ele. Não se importava. Nenhum deles sabia o que se passava em seu íntimo.

Quem amaria alguém como você?

Percebeu que entrara em um pequeno aposento iluminado. Ela o encostara na parede e agora fechava a porta, trancando-os.

- Me desculpe – sussurrou em seu ouvido. Aquela sensação de urgência intensificara-se.

- Achei que você tinha o que fazer – as palavras saltavam-lhe da boca, incapazes de serem refreadas – Achei que estivesse arrependida.

- Só se eu estivesse louca – ele sentia o perfume dela invadindo seu corpo. Tudo em perfeita harmonia.

Quem amaria um monstro?

Sakura não sabia o que a levava a fazer isso, só sabia que o queria. Algo proibido, talvez.

Dessa vez, o ruivo tomara a iniciativa, pegando-a de surpresa. O contato de seus lábios fora agressivo, mas rapidamente se tornara-se leve e maravilhoso. Gaara abraçou-a pela cintura, temendo que ela fugisse, um desejo extremamente absurdo. Afinal, era natural as pessoas fugirem dele.

Mas não ela. As mãos dela bagunçavam os cabelos dele, tão ruivos. Puxava-o para mais perto, para que ele amenizasse de uma vez por todas sua tristeza. Ele não era Sasuke. Não existia mais Uchiha Sasuke. Só um fantasma que, aos pedaços, ia ficando cada vez mais dissolvido.

Se alguém os ouvisse... Não, era uma hipótese angustiante. Porém, não havia o que pensar. Só entregar-se.


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Notas finais do capítulo

*´para quem estar assistindo*
Naruto: e não é que a Sakura-chan ficou meio hentai?
Neji: *comendo pipoca* Nem tanto... Tem piores no mundo.
Naruto: Tá louco? O que é que isso tem de pior?
Neji:*raspando o fundo da tijela de pipoca* Pode ter crainças assistindo...
Naruto:¬¬, que moralista.
Neji:¬¬, seu ero. Depois fala do Jiraya-sama.*ainda raspando o fundo da tijela*
Naruto: Aff, que miserável.