Um Caminho Para Dois Anjos escrita por Helena Van Houten


Capítulo 9
Eu não menti em tudo...


Notas iniciais do capítulo

Olar. Desculpem a demora. Machuquei a mão e tô escrevendo em marcha lenta. E bem... não estava muito bem também. Quem me acompanha de "O Dia Que Me Tornei Babá" e "My Blind Fate" deve imaginar...
Surpresas aqui...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681609/chapter/9

Aos poucos a dor sumia. Enfim sua magia fazia efeito. Porém quando se permitiu fechar os olhos para descansar verdadeiramente, viu que Sarah já descia as escadas. Em mãos, tinha um notebook, objeto que Loki desconhecia.

Enquanto descia, Loki instintivamente olhou suas pernas, sua pele parecia macia... Além disso, Sarah usava uma pantufa roxa, e um roupão curto por cima da camisola, também de seda. Ela não estava muito preocupada com a presença masculina, até porque sabia que os olhares não seriam direcionados ao seu corpo.

— Pensei que não pudesse ficar mais bonita, Sarah. - Loki provocou, quando ela estava pondo o objeto na mesa. Ela se desequilibrou um pouco, mas respondeu sem se dar por vencida.

— Não precisa se preocupar com minha auto estima, senhor Loki. Eu sou muito feliz... E mais uma vez prova ser um ótimo mentiroso. - se virou, séria.

— Não entendo... - Então Sarah virou a tela do notebook para ele, que pôde ver várias notícias à respeito de "Loki na Terra/Loki em Nova York..."

— Primeiro no dia que nos conhecemos, fingiu ser daqui. Depois no colégio de Annia, fingindo uma personalidade tão convidativa. Depois mais cedo...

— Não deturpe minhas palavras com a sua falta de autoconfiança. Posso até ter mentido, ou melhor, omitido quem realmente sou, o que não significa que o que disse mais cedo tenha sido mentira.

— Ah não?! - ela bateu com os braços nas coxas. Mas depois, por puro orgulho ferido, abriu o roupão, revelando mais ainda o contorno de seus fartos seios e a cintura mais fina. A camisola era mais curta, e por mais que ela não recebesse isso por estar cega de raiva, Loki gostou de vê-la. - Essa é a mulher que faria qualquer homem se curvar? - e Loki viu dor em seu olhar, transmitida por uma lágrima. Não era momentos para jogos. - Eu não reclamo de ter que dar segundas chances para alguém, senhor Loki. Você cometeu muitos erros... Eu diria irreparáveis. Mas há sempre perdão. Mas... Por que continuar mentindo quando não é preciso?

Houve um longo silêncio. Sarah fechou a guia e em seguida o computador. Logo de apoiou na mesa, pronta para fechar o robby.

— Realmente, Sarah. Eu deveria ter dito a respeito de minha verdadeira identidade. Sim, sou eu, Loki de Asgard aqui em sua frente. E Sarah, fui eu que matei várias pessoas em seu planeta, por pura diversão. Sim, eu sou um mentiroso. Mas nessa vida medíocre que me restou, eu seria incapaz de mentir para você ou para Annia. - aos poucos ele se aproximou, enquanto sua roupa normal era magicamente substituída por sua roupa asgardiana. Sua roupa de príncipe.

Loki tocou nas mãos de Sarah por cima do laço, impedindo-a de fechá-lo. Ouviram um barulho vindo das meninas, mas ao apontar para a porta, Loki a trancou. Em seguida, dirigiu sua mão para o rosto arredondado de Sarah. Com delicadeza lhe acariciou a face, tirando a franja da frente. Sem tirar os olhos dele, mesmo desconcertada, a professora sentia-se arrepiar.

— Eu não menti quando falei sobre você, professora Sarah. Foi tudo real... Eu teria o maior prazer em me ajoelhar perante você. - disse ele, numa malícia disfarçada que ela percebeu. - Só que é bem mais que isso... - ele tocou a cintura da mulher com a outra mão. - 'Seu sorriso doce me faz esquecer do mundo. Sinto que as lembranças do que era felicidade sempre virão quando eu olhar para você, e sinto que posso chorar se te olhar demais. Seu sorriso me lembra minha infância, sim, minha doce criança'. - citou vagamente a música que ouviu naquele pequeno estabelecimento comercial.

Sarah permitiu que uma lágrima caísse de seus olhos ao ouvir isso. Seria mesmo real? Naquele momento não se importou, pois fechou os olhos para receber os lábios finos de Loki sobre os seus. As mãos do moreno rodeavam seu corpo, e ela não sentiu em nenhum momento que ele tivesse alguma dúvida.

Ele guiava aquele beijo com maestria, numa suavidade precisa, que trazia a Sarah uma sensação que há muito preferiu esquecer: desejo. Mas era impossível quando sentia os movimentos mais precisos de Loki, que já tinha uma das mais em sua coxa. Ela se sentiu um pouco mais leve quando ele a içou do chão por completo, sentado-a na mesa.

As mãos da mulher já estavam entre os fios negros do cabelo do asgardiano, que deixou sua boca um pouco, beijando seu queixo e maxilar. Estavam sorrindo. Sarah era uma mulher pouco segura, mas que sabia muito bem o que estava fazendo. E Loki desejou por um momento não ter crianças naquela casa, seria bem mais fácil mostrar a ela que não havia mentido...

— Senhor Loki... - ela suspirou.

— Eu não sou o seu senhor, Sarah. - sussurrou em seu ouvido. - Chame a mim de Loki. - e ela sorriu ao proferir seu nome.

— É melhor paramos... Loki. As crianças.

Ele o fez, se afastou. - Tem razão.

Quando se olharam por alguns segundos, sentiram falta da proximidade. Mas aquela era uma brincadeira que não poderia se repetir, era isso o que a razão dizia. Mas nenhum dos envolvidos dava a mínima importância para ela.

Loki voltou à vestimenta de antes, Annia podia se assustar. Logo depois destrancou a porta, e três crianças entraram.

— Tia, Sarah. A Annia disse que viu o John hoje. - Loki pouco entendeu a palidez da professora, mas presumiu ser algo sério.

— Não entendo porque estão dizendo isso.

— Mas é que... - Lorena começa.

— Mas é que nada, ouviram? Já para o quarto. Já!

Annia lançou um olhar culpado para o mentor, que abanou a cabeça, como se mostrasse a ela que cuidaria de Sarah. Ela se sentou na cadeira de couro e escondeu o rosto em mãos. Loki sentou do outro lado, mas permaneceu em silêncio.

— John é...

— Não precisa me explicar nada. A menos que queira.

— Isso te interessa também, Loki. John é meu ex noivo. Ele... ele me trocou por uma mulher mais magra e mais bonita. Ele... faltava uma semana para nosso casamento quando... Bem eu saí para buscar o vestido de noiva. Era para eu ir direto para a escola, mas minha superior me deu a semana mais outra de folga. Quando cheguei em casa, ele estava em minha cama com outra. - falava amargamente. - Quando eu acabei com o noivado, ele perdeu a guarda de Annia para Miranda, que por ser avó materna, responsável e com bons antecedentes, venceu na justiça. - era a vez de Loki ficar pálido.

— Quer dizer que esse John é...

— O pai de Annia. Temos uma relação tão boa por isso. Eu... Eu o conheci por meio dela e... ele me deixou. Mas, ela não tem culpa dos pais que teve. A mãe morreu numa boate, e ele não vale um centavo. Miranda era a melhor dessa família...

— Não acredite nisso. - ele se levantou, passando a mão no rosto em sinal de preocupação. - E se ele quiser levar Annia, Sarah? Ele pode?

— Eu sinto muito, Loki. Mas nenhum juiz deixaria uma criança nas mãos de um assassino. Me perdoe mas é que...

— Sarah, se ele tentar, apenas se tentar chegar perto de Annia, eu mesmo o manterei longe dela... senão dessa vida.

— Mas, Loki, ele é o pai da menina.

— Mas sou eu quem vai cuidar dela, ouviu? Você irá me apoiar a mantê-la comigo? - depois de um longo silêncio, ele conclui. - Então não tenho o que fazer aqui.

Antes que ele se virasse para sair, Sarah correu e lhe tocou a mão, o puxando.

— Me entendeu mau. Só queria dizer que talvez o melhor para Annia seja o pai, não sei.

— Não queria ter que dizer isso, Sarah, mas se me achar perigoso, fique longe de mim e de Annia.

— Já que você é o homem das suposições, talvez eu não queira ficar longe de Annia... E de você.

Loki não entendia essa coisa em Sarah que lhe fazia tão bem. Ela sempre sabia o que dizer, tanto que o acalmou com essa frase. Sem se dar conta, o medo lhe deixou exposto. A mulher passou a mão em seu rosto e, olhando para cima, deu-lhe um beijo no queixo. O moreno sorriu, envolvendo a professora nos braços.

— Preciso esquecer um pouco de tudo, professora Sarah.

— O senhor já ouviu falar em piano?


[...]

A mulher de cabelos aparentemente negros se olhava no espelho. A pele era como uma porcelana, de tão macia e branca. Conversava com um homem, conexão banheiro/quarto.

— Ainda não entendi por que diabos uma mulher tão linda e independente tem vontade de conhecer uma criança como a Annia. Ela não tem nada de novo ou interessante, sabia? - ele falava alto.

— O mais interessante não está com ela, está a quem ela me leva.

Sussurrou ela, vendo seu reflexo mudar várias vezes, até mostrar sua verdadeira aparência: seus olhos grandes esverdeados, agora eram completamente tomados pelo negro. A pele branca e limpa deu espaço para manchas que poderiam ser comparadas à tatuagens. Ao redor dos olhos, na extremidade inferior, haviam algumas ranhuras esverdeadas. Porém, antes que John entrasse no banheiro, voltou ao normal.

— Te mostro a menina se me disser seu nome e o que você quer. - ele se aproximou, mantendo-a entre ele e a pia.

— Eu sou Kira, e estou atrás de vingança.

Concluiu a frase mostrando sua real aparência, o que fez o homem recuar. Mas antes, ela lhe lançou na parede da frente.

— Meu outro escravo era muito lento, precisei me retirar. Mas você, será você que me levará à sede dos inimigos dele... Eles se chamam vingadores, e ainda me são úteis.

Por poucos segundos o homem teve seus olhos totalmente negros e depois azuis, logo voltando ao normal.

— Sim, minha senhora. Amanhã você verá novamente os ditos heróis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Véi, que pessoa trevosa kk
Parei
Bem, a música, novamente citada, é do Gun's in Roses - Sweet Child O' Mine.
Bem, espero que tenham gostado. Tô com saudade de vocês, viu?
Beijinhos♥