Um Caminho Para Dois Anjos escrita por Helena Van Houten


Capítulo 3
Promessa...


Notas iniciais do capítulo

Hello, mys amores...
Agradeço ao apoio de todos e desejo uma excelente leitura.
Aguardo resposta.



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Todos já haviam deixado o cemitério, mas a menina ainda estava lá, com uma rosa branca na mão. Ela fitava a pedra que continha o nome de sua tão amada avó. De longe, Loki pensava em como as Nornas eram más, tirando de uma criança sua família.

– Precisamos ir. - Loki disse atrás dela. A menina o olhou, e em seguida fitou a rosa. - Me diz, por que não quer deixar essa flor aqui?

– É que ela amava rosas brancas, mas também me disse que eu não deveria vir aqui. E agora, como farei para que ela tenha sempre uma rosa branca?

Loki sorriu e tirou a flor das mãos da menina. A pequena estranhou, e depois levou um susto quando a flor começou a brilhar à partir da mão dele.

– Enquanto você quiser, essa flor estará aqui, sim? - e ele ofereceu a flor para ela, que deu um beijo na flor e deixou ao lado da placa de pedra que havia ali.

Sem falar mais que um "podemos ir'', os dois saíram.

                                       
O caminho se deu silencioso. O sol da manhã aumentava cada vez mais, e algumas pessoas cruzavam o caminho dos dois. O cemitério ficava próximo de um pequeno bosque; nele, algumas haviam árvores de coloração amarelada por conta do avanço do outono. Os ventos leves jogavam algumas folhas para a calçada. Annia, com seu vestido azul marinho com uma fita de cetim azul mais claro na cintura, sapatilhas pretas e os cachos amarrados para trás, olhou para Loki. Ele se vestia todo de preto.

– Sabe, eu pensei que ela nunca iria embora... Quando minha mamãe e meu papai me abandonaram, ela prometeu que ficaria aqui até o fim.

Lementou-se a menina, enquanto se sentava no banco do ponto de ônibus. Loki sentou-se ao seu lado e disse.

– Todos vão embora um dia... Mesmo que não queira.

– Até você? Eu... Eu estarei totalmente sozinha se você for embora. Não me abandone também, por favor, eu serei uma boa menina. - Annia saiu de seu lugar e ficou de pé em frente a ele. - Eu juro, moço, por favor, não vá embora também. Eu preciso de ajuda...

O moreno passou a mão no rosto da menina, tirando de sua face, as lágrimas. Ele riu, acalmando-a.

– Eu não vou deixar você, menina. Mas se algum dia eu precisar, meus olhos não serão mais azuis. - e conseguiu acalmá-la, não como conseguia.

Annia o abraçou com a força de uma humana de sete anos. Soluços e mais soluços eram soldados por ela, que mesmo tentando falar algo, não conseguia dizer direito.

– E-Eu também não vou abandonar vo-você.

Aquele homem de coração ferido nunca pensou que algum dia retribuiria um abraço novamente, porém, suas mãos foram às costas de Annia, enquanto seu rosto não conseguia esboçar reação alguma. Só que a menina lhe apertou mais forte, chorando e pedindo.

– Vo-você promete?

Fechando os olhos, fez o que Frigga há muito lhe fizera...

– Eu juro por minha vida que nunca abandonarei você.

                               [...]

Depois que chegaram em casa, Annia tomou um banho, em seguida mandou que Loki fizesse o mesmo, alegando que a casa ficaria com sujeira de cemitério. Depois disso, ela sentou no sofá da sala, o esperando. Logo o moreno se sentou lá.

– Menina...

– Pode falar meu nome... É melhor. - a garota proferiu sem o olhar, apenas fitando seus pés na mesa de centro.

– Tudo bem... Annia. Pode me chamar de Loki. - agora ela o olha.

– De onde você é? Seu nome é estranho, suas roupas eram estranhas, você não entende de nada e ainda por cima fez sua mão brilhar. Ah, e veio do céu. Você é um anjo?

– O quê? Anjo? Só pode estar brincando comigo. - Loki ri falsamente, fazendo a menina cruzar as pernas em cima do sofá, de frente para ele.

– Não tem graça, seu chato. É que você é bonito como um anjo. Deve ser por isso que me sinto bem demais aqui. Mas não quero só ter um anjo da guarda. Posso ser a sua "anja"? Prometo sempre proteger você e nunca abandonar você. Você é minha nova família agora, e eu sou a sua. Mais ninguém, só tem espaço para nós dois.

As palavras pareciam até uma música, não só pela doce voz de uma menina falando, mas porque ela mostrava confiança em Loki. Mostrava disposição para ajudá-lo até o fim. Annia estava com uma expressão engraçada, antes séria, agora dando um sorriso aberto e forçado.

– Entenda, não sou um anjo.

– Tá bem, e como você sabe? O que prova que não é? - agora ela estava de braços cruzados, e o moreno achava irritante e cômico ao mesmo tempo, pois ela estava com os cabelos soltos.

– Não sei. Só sei que anjos não fazem o que eu faço... ou fazia.

A frase parecia vaga, mas Annia se sentiu mal quando o viu virar o rosto para a frente. Mas ela não se deu por vencida e se levantou, ficando de pé na frente de Loki.

– Existe todo tipo de anjo, Loki... Mas eu ach... - foi interrompida pelo moreno, que pegou em seus dois pulsos, assustando-a.

– Annia, minha cabeça está explodindo, então seria ótimo se você calasse esse buraco que chama de boca. Outra coisa, entenda que eu não sou o mocinho dessa história. Eu. Não. Sou. Um. Anjo. Nunca serei... anjos ajudam, são bons, e as pessoas confiam neles.

– Eu confio em você. - ela o interrompe, fazendo com que Loki se sentisse culpado e a soltasse. - Olha, nem todas pessoas boas são anjos, e nem todas pessoas más são demônios. Minha opinião é que você precisa escolher que lado seguir... E eu estou te chamando para o lado bom. - ela se aproxima mais, pegando no rosto dele com as duas mãos. Olhando em seus olhos, concluiu. - Não ligo de você não ser o mocinho, eles são muito sem sal. Também não ligo se você faz o que os anjos não fazem... Eu só queria que você entendesse de uma vez que você é o que eu tenho. A vovó me deixou, eu só tenho você. E eu confio em você, e é você que vai me ajudar a arrumar o cabelo, ou a desligar a torneira na hora de lavar a louça. Querendo ou não você já se tornou meu anjo da guarda, pois o outro foi enterrado hoje. Mas é injusto só você ser... Deixa eu tentar iluminar você, e cuidar de você. Deixa...

E mais uma vez aquela garota o impressionou. Nem parecia uma criança falando... Realmente ela parecia uma criatura enviada pelas Nornas. Loki se permitiu sorrir de leve, o que resultou num longo sorriso de Annia. Ela deu um pulinho e juntou as mãos na frente do corpo. De alguma forma sabia que ele ainda diria algo.

Estava enganada. Ele apenas a afastou um pouco com a mão esquerda, enquanto fazia um movimento circular com a outra mão. Quando a palma ficou exposta, um brilho verde iluminou um pouco a sala e os dois ali. Annia constatou que aquilo era dois colares com pedras cristalinas. Loki ofereceu, e  a garota pegou um com a pedra mais azulada. Depois o moreno pegou o outro mais esverdeado. Os cordões eram iguais, negros e com uma correntinha da cor do pingente.

– Annia, "lady reclamação", hoje te anuncio minha proteção, meu cuidado e minhas ordens. Enquanto usar esse colar, mostrará que ainda confia em mim e que não desistirá desse "anjo torto e errado". Quando sentir medo, chame a mim. Se eu te der medo, você vai tirar o colar e segurar com a mão. Se você estiver em perigo, aperte seu medalhão e ele me avisará. Hoje, eu me torno seu anjo da guarda.

Dito isso, Loki põe o colar verde no pescoço da menina. Por um instante ele brilha e volta ao normal. Ela sorri olhando dele para o pingente, e depois ouve de Loki. - Sua vez, menina.

– Loki, "senhor não sou mocinho", hoje anuncio a você minha amizade, carinho e cuidado. Enquanto usar esse colar, você me provará que está aqui por mim, e que será meu anjo da guarda. Em troca eu serei uma boa menina e ajudarei você. Serei a primeira a lhe defender, sempre, e serei a última a cair ao seu lado. Quando eu sentir medo vou pedir sua ajuda, e quando sentir medo de você eu vou segurar com a mão. Hoje, me torno seu anjo da guarda.

E ela faz o mesmo, deixando o colar no pescoço dele. Assim como antes, surge um brilho. Porém, Loki pede que ela fique mais perto. Quando ele toca o colar de Annia, um corte é feito em seu dedo indicador. Agora seria oficial, a menina era sua protegida. As jóias haviam sido dadas por Frigga há muitos anos, e enfim teriam um uso. A menina tocou no pingente dele, sem saber o que aconteceria. E seu dedo também sangrou um pouco, nada que realmente doesse.

– Pronto, lady reclamação. Agora me diga o motivo de essa casa ser tão escura. - se afasta.

– A vovó tava muito doente, a luz deixava ela com dor de cabeça. - Annia responde, sentando-se ao lado de Loki.

– O que acha de acabarmos com isso agora?

A resposta que teve foi apenas um sorriso satisfeito por parte dela. Realmente, esses anjos não têm nada de convencional. Mas isso só os deixa mais especiais ainda. Estava na hora de dar àquela casa uma imagem de lar. Um lar de dois anjos


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Notas finais do capítulo

O que acharam, genteneis?
Até o próximo
Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijus da Nusa