Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas que não me abandonaram ♥
A guerra chegou! Aproveitem a leitura!



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Cavalgamos por todo um caminho sinuoso até Lúpus, a capital do Sul. Não havia conversa, estávamos todos centrados no que estava por vim. Nossos corações batiam em conjunto com os tambores. Quando as árvores começaram a diminuir uma colina surgiu a nossa frente. No topo dela havia um garoto em cima de um pequeno cavalo, reconheci o garoto, era o mensageiro da antiga aldeia de Thiberius.                                                                                                                                                                  

—  Kedon, Thiberius, Karol e Princesa! – Ele fala nos saudando – Felicita muito meu coração ver vocês nesse dia tão aguardado.  

— Thimoty – Kedon o saúda – o que você observou nesses dias em Lúpus? 

— Kedon, acredito que não vai ser preciso falar – ele apontou em direção ao castelo. 

Eu nunca havia estado em Lupus, mas já tinha imaginado como seria a cidade. Nana sempre me contava, que se tratava de um cidade majestosa, com uma população vivendo feliz ao redor do castelo. Mas agora eu encontrava cidade fúnebre e triste, com suas inúmeras casas apagadas pela neve e assustadoramente silenciosa. A Tirana realmente havia destruído nosso reino. Quando os meus olhos finalmente alcançaram os muros do castelo, notei homens no topo das muralhas. Soldados do Oeste, a espreita nos esperando. 

— Aqueles em cima dos muros, são arqueiros – falo em voz alta. 

— Sim, Princesa Aika – fala Thimoty – os cidadãos de Lúpus foram avisados que algo estava por vim, então alguns fugiram e outros se esconderam. A vilela principal, que leva em direção ao castelo foi completamente limpa, pelos próprios moradores. Os soldados que estão nas muralhas, são poucos se comparados aos que esperam vocês por trás das muralhas do castelo – lembro–me das orientações de Kedon, segundo ele, por trás das muralhas havia um enorme jardim que dava pra entrada do castelo, eu precisaria atravessar e chegar ao castelo o mais rápido possível – Mas ao contrário de nós, eles só engordaram com o pouco que tínhamos nos últimos anos, temos essa vantagem.  

— Algum sinal da Rainha Léia e de Eli? – pergunta Thiberius, lendo meus pensamentos.  

— Nenhum, provavelmente escondidos dentro do Castelo – assinto, era minha responsabilidade encontrar os dois. E mata-los, quando tivesse a chance.  

— Sua missão está completa, Timothy, volte para a aldeia e descanse. Fique no aguardo da nossa vitória. 

— Que Khosmos nos proteja! – fala Timothy, ele sai com seu pequeno cavalo.  

— Chegou a nossa hora, Aika – Kedon fala sério. Abro a boca pra responder, mas antes que possa escuto algo correndo na floresta que se abre do meu lado direito.  

— Ainda não... – respondo, reconheço o ritmo da corrida, era um lobo. Kedon segue meu olhar e espera. Segundos depois um lobo negro rasga o céu e corre em minha direção. Era Titus, o lobo do Rei, ele também batalharia conosco. Escuto os soldados suspirarem, admirados com o enorme lobo negro que se aproxima. Guio o meu cavalo alguns metros à frente e passo minha mão na cabeça de Titus, parecia que eu o conhecia a vida toda.  

— Está quase na hora de encontrar seu líder, Titus! – ele apenas me fita sério.  

— Onde está Kodah? Ele não ia batalhar conosco? – pergunta Thiberius, percebo que Kedon faz uma cara feia. Olho para o lado esquerdo e escuto uma multidão se aproximando. 

— Ele também já está chegando... – Kodah surge no campo aberto, com uma multidão de homens lhe seguindo. Ao contrário de nós, os homens não possuem cavalos e seu armamento é claramente improvisado. 

— É bom reencontrar rostos tão familiares – ele fala ao se aproximar – menos o seu Titus – ele brinca. O lobo o ignora por completo.  

— Que pena que não podemos dizer o mesmo! – cospe Karol. Ele ignora o seu comentário e se volta pra mim. 

— Nós, estamos aqui ao seu dispor, Princesa Aika – ele me oferece sua espada, como sinal de respeito.  

— Sou grata por sua lealdade, Kodah, estabelecemos seu pelotão na linha de frente, me protegendo.  

— Como a senhorita preferir – ele fala com sarcasmo – partiremos ao seu comando – ele se retira e toma a frente do pelotão. Kedon que até agora permaneceu calado, volta a falar.  

— Aparentemente –  murmura Kedon - ele confia em você, Aika, nunca o vi oferecer a espada nem para a própria mãe.  

— O tempo muda as pessoas Kedon, - respondo – agora estamos prontos para começar a batalha – Kedon assente e toma seu local logo atrás de mim, junto com Karol e Thiberius. Zandor e Titus de posicionam ao meu lado, cada um é em uma dianteira. Avisto Kodah na frente do seu pelotão, seus olhos aguardam meu sinal. 

— Que Khosmos nos proteja! – sussurro uma última vez. 

Muitas coisas passaram na minha mente, sempre que pensava no momento da batalha. 

Ansiedade. 

Medo. 

Fé. 

Justiça. 

Mas nenhuma delas me atingiu, como a coragem que me atingi agora. 

Começo a bater a minha espada no meu escudo, em um som ritmado. Os homens que me seguiam, repetiram o gesto, logo uma onda de batidas se formou. Os tambores cessaram, todos aguardavam meu sinal. As primeiras palavras que Kedon me falará, agora ardiam no meu coração: 

“Você é a herdeira, você é o lobo que derrotará o Tigre e acima de tudo: você é a nossa esperança.” 

As palavras de meu Pai, inundavam minha mente: 

“Eu confiarei em você, Aika” 

Vejo o olhar determinado de Nana.  

Uma força absurda inunda meu corpo, encho os pulmões e grito: AVANÇAR! 

Kedon, Karol e Thiberius  repetem meu grito. Os soldados a minha frente avançam de forma absurdamente rápida, seguida por nós. Avançamos pela rua principal de Lúpus, sem nem ousar olhar para trás.  

Percebo que os soldados da muralha se aprontam para nos atacar, eles estão desorganizados e confusos. Provavelmente não esperam tanto do Sul.  

Paramos em uma linha reta e completamente ensaiada em frente a muralha do castelo, nossos escudos formam uma imensa onda de proteção.  

“ARQUEIROS!” grito, a tropa de arqueiros se organiza a minha frente, a forma que avançavam era totalmente sincronizada. As setas já estavam no arco, só esperando o meu comando. “ATACAR” grito mais uma vez. As flechas flutuaram em direção a muralha, acertando os soldados antes mesmo deles atacarem. Alguns soldados caem da muralha, alguns se desesperam com o ataque, poucos se mantem de pé. 

“ARQUEIROS” grito indicando um segundo ataque. Em um gesto automático, eles recarregam seus arcos.  “ATACAR”  grito mais uma vez, e mais uma chuva de setas atingem o topo das muralhas e finda com todos os soldados do Oeste. 

Não temos tempo, temos que ser rápidos. 

“ORA DE DERRUBAR O ESCUDO DO TIGRE” grito para os soldados. Soldados escolhidos cuidadosamente, se organizam para abrir o enorme portão de madeira. Graças a todo o conhecimento de Kedon, tínhamos pensando em uma forma de abri-lo, os soldados começaram a desmontar as travas que ficavam ao redor do portão, quando escuto algo ruir de dentro dele.   

O portão estava se abrindo, meu coração acelera, sinto o momento congelar. 

“EM POSIÇÃO” grito para exercito do Sul. Todos os soldados recuam e se cobrem com os escudos.  

Os lobos ao meu lado se agitam. 

Coloco meu escudo em posição de defesa mais não escondo meu rosto. 

Quando os portões finalmente se abriram, encontro um mar de rostos me encarando e um enorme soldado em sua frente.  

Ao contrário de nós, todos estavam bem equipados com armaduras pretas e olhares ferozes.  

O enorme soldado, afrente dos demais,  sussurra algo em uma língua estrangeira, graças a Nana eu sabia todas, suas palavras foram: 

Sangue e morte, ocorrerão 

Sobre os lobos, os tigres, prevalecerão.  

Encho o peito e grito: ATACAR.  

 

Os momentos que sucederam após o meu grito foram um misto calmaria e caos. Os soldados de Kodah foram os primeiros a serem atingidos, muitos não conseguiram nem desferir o primeiro golpe, foram atingidos em cheio. Logo os nosso exercito avançou e já estavam todos em ação. 

Corro com meu cavalo para o coração da batalha, meu coração se agita a ver Kedon  ao meu lado direito cortando soldados do Oeste como se fosse carne morta. Do meu lado esquerdo encontro Thiberius, ele avança no combate corpo a corpo, nem um soldado tem a mínima chance de o atingir. Mais a frente vejo Karol, ela ainda está em cima do cavalo e luta com tanta elegância que não parece nem exigir esforço. 

Um soldado do Oeste vem em minha direção, ele não me alcança, um soldado enorme do Sul lhe atinge e ele tomba. 

“ATENÇÃO NA BATALHA, AIKA” grita o soldado do Sul, era Kaio. Ele tinha razão, eu estava distraída. Pulo do meu cavalo e procuro a entrada do Castelo, ela está há um longo caminho a frente, começo a correr em sua direção. Zandor e Titus vão a minha frente de sentinela, os soldados do Oeste tentam me alcançar mais os lobos o ameaçam, os amedrontam.  

Um soldado tenta me atacar por trás. Mais meus sentidos já estão aguçados faço um movimento rápido e minha espada encontra seu pescoço, volta a corrida rumo ao castelo. Uma flecha atravessa ao lado do meu rosto, algum soldado do Oeste ainda estava na muralha tentando me atingir. Continuo a frente, correndo sem dar brecha às soldados ao meu redor, mais uma flecha passa por mim, dessa vez nos meus pés. Seguro meu escudo contra a muralha, a fim de localizar o arqueiro que queria me atingi, localizo três arqueiros ainda acima das muralhas. Pelo visto, não tínhamos derrubado todos, nossos arqueiros precisavam assumir aquelas posições.  

“Zandor” sussurro para o lobo “traga um arco”. 

“Titus” sussurro para o segundo lobo “encontre flechas pra mim” os lobos correm entre o caos da guerra, procuro algum rosto familiar enquanto me desvencilho de alguns soldados.  

Encontro Thiberius a alguns metros de mim, corro em sua direção.  

“Princesa Aika” ele fala enquanto golpeia os soldados do oeste “em que posso ser útil?” continuo lutando com a minha espada, enquanto espero os lobos retornarem com o que pedi, eles não demoram muito, cada um carregando o que pedi na boca, assim que pego os lobos retornam a minha frente à batalha. Devolvo a minha espada para mim cintura. Viro-me para a muralha, e localizo os soldados do oeste. 

“THIBERIUS” grito, ele se volta para mim, pego a primeira flecha e posiciono no arco “proteja-me” falo por fim. Miro no primeiro soldado do Oeste na muralha, acerto em cheio, um a um derrubo os soldados que ainda sobraram na muralha com as minhas flechas, eles tentam desviar, mas felizmente estão muito expostos. Quando todos estão caídos, vejo nossos arqueiros subindo e tomando suas posições, reconheço Luke entre eles.   

Volto-me para a batalha, volto correr em direção ao castelo, alguns soldados imponham suas espadas em minha direção, mas o derrubo com facilidade. Faltava poucos metros até a entrada do castelo, os soldados do Sul estavam entregando seus corações a essa batalha, eu podia sentir isso. Um grupo de pessoas guerreava próximo de mim, formando um circulo na batalha. Kedon, Karol, Thiberius, Kodah e Kaio. Eles ainda estavam me protegendo. 

Avisto as enormes portas do castelo, tinha uma pequena escada com no mínimo 15 degraus que levavam até ela e três fileiras de soldados Oestianos a protegiam. Eles haviam se preparado. Eu tinha que pensar em uma tática para derruba-los. Parei diante deles junto com Zandor e Titus, os soldados me encaravam sem saber. 

“Tenho que passar por essa porta” falo em um tom audível, ergo minha espada diante deles “de uma forma ou de outra”. Alguns soldados abrem um sorriso de deboche, mais um mais velho que estava no topo da escada me encara num mista de raiva e curiosidade, ele me analisa dos pés a cabeça e o escuto sussurrar “Não pode ser”. Avanço com os Lobos, um ataca a fileira a minha direita e outro a minha esquerda. Eu cuido da fileira do meio. 

O primeiro soldado tenta alcançar meu pescoço, mais sou rápida e chuto seu braço fazendo com que sua espada caia e desfiro um golpe rápido o fazendo tombar. O segundo tenta me alcançar, mas dou um giro o circulando e desferindo mais um golpe rápido. Um a um, os soldados vão caindo, derrubados por mim e pelos lobos. Até que só resta o último, o soldado mais velho. “Você vai deixar eu passar? Ou prefere me enfrentar?” ele me encara com ódio, depois encara a batalha que sucede atrás de mim “Lute uma última vez com seu povo, soldado do tigre” digo com autoridade, ele me encara uma última vez, antes de correr em direção a batalha. Não olho para trás, corro em direção as portas do castelo.  

Não preciso de muito esforço para abri-las, quando eu entro me deparo com um salão incrivelmente vazio, o salão era circular com escadas o rodeando dando acesso aos andares de cima. Por um segundo me encanto com local, mas logo volto para a realidade.  

“Zandor e Titus, onde esta rainha? Levem-me até ela” Os lobos farejam o ar do castelo por um segundo e logo em seguida correm na mesma direção. Começo a segui-los, mas antes avisto Kedon e Kodah na porta do castelo impedindo qualquer um que entrasse para me atrapalhar. 

Os corredores do castelo estão silenciosos, o único barulho que se escuta é da batalha pulsando do lado de fora. Atravesso vários corredores, todos vazios, abandonados, podia ser um castelo fantasma. Até viramos em uma esquina e os lobos começam a grunir, percebo dois soldados parados em frente a uma porta.  

Aproximo-me devagar, seus olhares soltam de mim para os lobos, eles estão assustados. A rainha deve está atrás daquela porta, meu coração salta de ansiedade.  

“Eu irei passar por esta porta” falo para os soldados enquanto ergo minha espada.  

“Afaste-se” diz um dos soldados, o momento se prolonga, os lobos se aproximam. Um movimento inesperado acontece, o soldado da esquerda ataca o da direita. Assusto-me com o movimento, mas não recuo. O soldado que permanece de pé me encara com um olhar severo, mas logo suaviza. 

—  É um prazer finalmente conhecer você, Princesa Aika – eles estende a mão, em seus olhos, azuis celestes com a cor da neve que cai nas enormes montanhas do Sul reconheço um legitimo filho do Lobo  – me chamo Rike, eu sou o informante do castelo. Kedon deve ter falado sobre mim... 

— Sim, ele falou – respondo o cumprimentando – e somos muito gratos por sua ajuda.  Eles estão ai? Eli e a Rainha? 

— Sim – responde o soldado – somente os dois, todos os soldados estão em batalha. Mas não se engane, Eli apesar de ser conselheiro é um exímio soldado.  

— Tudo bem, estou preparada para isso – respondo colocando em posição de batalha. 

— Mas estou aqui para lhe apoiar nessa batalha, Princesa – ressalta Rike. 

— Agradeço toda a sua ajuda Rike, e não desprezo a sua força, mas essa luta cabe somente a mim, foi para isso que Khosmos me chamou.  

— Compreendo Princesa! Sendo assim, lutarei junto com meu povo na batalha que se finda fora desse Castelo. Que Khosmos nos proteja! – o soldado corre em direção ao coração a batalha, me deixando sozinha com meus lobos. 

Respiro fundo. Por traz dessas portas estavam o que me esperavam há mais de 15 anos. Esse era o momento do povo reconquistar tudo que o povo do Sul tinha perdido, e honrado todos os filhos do Lobo que foram mortos por esse momento.  

Seguro as maçanerts da porta dupla a minha frente e sussurro. 

“Preparem-se lobos, essa é nossa verdadeira batalha” no momento que abro a porta os dois lobos saltam no cômodo, tomando minha dianteira, sigo os dois sem medo do que me aguardava. 

O olhar das cores do tigre pertencentes a um homem assustado se encontram com o meu. 

“QUEM É VOCÊ?” Ele grita pra mim, em um misto de raiva e medo. Ergo minha espada em sua direção e respondo. 

“Eu sou sua ruína!” 

 


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Notas finais do capítulo

o dia tão aguardado por vocês e pela Aika, fianalmente chegou! Comentem as expectativas de vocês. Obrigada por me acompanharem até aqui! Até o próximo capítulo. Comente, por favor!



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