Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

HIII! Quanto tempo galeraaaa, capítulo novo! Vou postar dois, devido a demora! Aproveitem!



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“A vida passa rápido como essa ventania, Aika, mas as maiores dores e alegrias nunca serão esquecidas” era a frase que Nana sempre me sussurrava nos dias de tempestade, e era essa a frase que passava na minha cabeça enquanto observava os soldados se armarem para a guerra. Essa batalha nos daria uma das maiores alegrias do reino e ela nunca seria esquecida.  

 Kedon e eu observamos em silencio enquanto Gordo distribuía coletes e espadas para os soldados, faltava menos de um dia para a saída da guerra. As mulheres que não iam para guerra, traçavam linhas na pele dos homens com tinta azul e branca, seus rostos não demostravam dor, por seus amados estarem indo para a batalha, mas demostravam orgulho e respeito, logo o reino seria devolvido para o seu genuíno povo.  

 Você deve estar orgulhoso  falo para Kedon, seu rosto não esboça nenhuma reação. 

 Só tem uma pessoa que pretendo deixar orgulhosa  ele fala com o rosto sério. Nana. Ela ainda estava no Oeste, segundo informações do nosso espião do castelo.  

 Eu também pretendo deixa-la orgulhosa, assim como todos os soldados do Sul  falo, ver os soldados se prepararem animados me lembrava nosso único traidor: Max  eu já volto  saio do centro de concentração e ando em direção ao pé das montanhas. Kaio me alcança. 

 Onde você está indo?  ele pergunta. 

 Você deveria está se preparando para a batalha  rebato, sem querer responder sua pergunta. 

 Eu quero que você me pinte  ele fala sem me encarar enquanto caminhamos, abro um sorriso  eu conheço esse caminho  ele fala olhando para as árvores que nos cercam  você está indo ver ele?  ele questiona. 

Tenho que fazer isso antes da batalha – respondo. 

 Porque isso não me assusta?  ele fala revirando os olhos, continuamos caminhando em silêncio até chegamos ao um rochedo. Há dois homens corpulentos na única entrada que há entre as pedras. 

 Eu quero ver, Max  falo para eles, eles assentem e se afastam da abertura  você me espera aqui?  pergunto para Kaio 

 Claro  ele fala com firmeza e beija minha testa. Adentro a entrada e caminho lentamente, é uma espécie de cela dentro com apenas uma vela iluminando, no fundo da cela vejo Max, ele esta com as roupas completamente suja e com a barba rala. Me encosto na parede gelada de frente para a cela, é quando seu olhar me encontra. Um longo silêncio se prolonga entre nós, eu não sabia ao certo o que queria dizer para ele, só sabia que não tinha mais ódio pela sua atitude,  

 Estamos de saída para a guerra?  ele pergunta com a voz rouca.  

 Sim, iremos sair hoje no meio da noite  respondo.  Ele pondera para falar. 

 Meu lugar era lá, ao lado do nosso povo, lutando pelo nosso reino  ele fala com pesar. Ele não carregava mais um olhar de deboche ou mesquinho, eu podia jurar que era outra pessoa. 

 Não tenho ressentimento pelo o que você fez  disparo, seus olhos me encaram como se não acreditassem em mim  eu compreendo que você estava desesperado.  

 Eu não mereço seu perdão, Aika  Ele fala com tristeza, noto que ele me chama pelo nome e não por princesa, o que sempre fazia com deboche.  

 Talvez sim, talvez nã falo  o que importa é que estamos de saída para a guerra e todos os cidadãos do sul precisam comemorar quando vencemos ela, até aqueles que caíram no caminho  ele encara as mãos e reflete por um longo momento, faço menção que vou sair mas antes ele me chama. 

 Aika  paro na entrada  não por mim, mas por todos do sul, destrua o tigre!  ele fala com firmeza. Não respondo, apenas continuo o meu caminho. 

                                            *** 

Encaro minha armadura, ela esta posta em um perfil de madeira artesanal que carrega gloriosamente a armadura do peitoral, meu escudo e minha espada. Os instrumentos são de titânio brilhante, dos lados onde tem a abertura para os braços tem linhas traçadas. Passo o dedo nas linhas e reconheço lobos de ambos os lados, dava para notar o trabalho e zelo que o  Gordo teve. Da mesma o escudo, notei muitas simbologias antigas entalhadas nele, que simbolizavam força, coragem, lobos, o nome Ken e bem no centro do escuto um pequeno lobo com o nome Aika escrito em símbolos.  

Respiro fundo e pego a minha roupa no guarda-roupa, uma caixa preta de um coro mais grosso que o normal e blusa de algodão azul. Passo os dedos por meus vestidos, já tinha usado quase todos e já os reconhecia por cores. Dinah, entra no quarto logo após eu vestir a roupa, parece que o corpo dela emite um alerta de quando estou vestindo alguma roupa.  

 Posso arrumar seu cabelo?  ela pergunta com um sorriso.  

 Claro  sento na cama, e ela começa passar a escova lentamente no meu cabelo, sorrio lembrando o nosso primeiro encontro  estou lembrando do dia que cheguei a aldeia e você queria me enfiar em um vestido...  ela sorrir, percebo que ela está mais silenciosa. Ela faz uma trança embutida em meu cabelo, muito bem trabalhada. 

 Posso vestir sua armadura?  ela pergunta. Dou de ombros. Ela pega o peitoral de titânio e coloca delicadamente sobre o meu corpo, ao contrario do que pensei, a armadura não pesa tanto, mas parece bastante resistente. Percebo uma lagrima escorrendo do olho de Dinah enquanto ela amarra os freixos laterais da minha armadura. 

 Esta tudo bem, Dinah?  pergunto suavemente. Ela termina de colocar minha armadura e me encara.  

  Você pode não se lembrar, mais era eu que ajudava a Nana a cuidar de você quando você era só uma bebê naquele castelo enorme  ela fala emocionada  e foi horrível para mim, ver você ser arrancada do seu lar, como você foi...- suspiro, segurando tudo que posso para não chorar  esperei ansiosamente sua chegada durante esses anos, eu tinha certeza que Nana cuidaria de você, mas mesmo assim, eu queria ajuda-la. Não estou triste em ver você partir para a guerra, mas estou honrada em finalmente ver esse dia chegar.  

 Obrigada por tudo Dinah  falo tocando em seu ombro, infelizmente não posso abraça-la por conta da armadura. Ela limpa mais algumas lagrima do rosto. 

 Vou pegar as tintas? Alguém especial vai pintar você ela pergunta sugerindo Kaio. 

 Vai sim  respondo com um sorriso  Você seus olhos se arregalam e ela sorri enquanto sai do quarto. Fecho os olhos e repasso mais uma vez o plano mentalmente, só tinha um problema, não sabíamos como os soldados do Oeste estariam organizados no momento de batalha. Pondero por alguns momentos e uma ideia surge em minha mente. 

Abro mais uma vez o guarda-roupa e meto a mão no fundo, encontro o Dedo-da-Guardiã enrolado na minha antiga manta, que trouxe da minha aldeia junto com Kedon e Nana. Se eu apenas experimentasse não corria o risco de desmaiar como da ultima veze poderia ter alguma visão de como o reino estava atualmente. Passo a língua de forma rápida e devolvo o fruto de volta para o lugar e sento na cama. Dinah entra no quarto com as tintas, fecho os olhos na espera de algo e tudo que sinto é os dedos de Dinah passando levemente sobre o meu rosto. 

Depois de alguns instantes sinto algo me puxar, é como sentir o corpo afundando em um rio, mas tendo plena ciência de que ele ainda esta sentado na minha cama. Abro os olhos e não encontro Dinah, mas sim uma enorme escuridão. Procuro algo em volta, mas não encontro nada, somente escuridão e silencio. Até que um feixe de luz se abre acima de mim, de longe vejo um homem encara a luz com um olhar emocionado. Me aproximo do homem e percebo que sua barba é grande, mas seus olhos são da mesma cor que os meus. Abro a boca assustada, o homem é meu pai.  

 Sinto alguém na escuridão, mas não enxergo quem é  ele fala com a voz rouca. Suspiro antes de falar. 

 Estamos chegando, logo nosso povo será livre  ele se assusta com minha voz, e procura algo na escuridão.  

 AikaÉ você ele pergunta assustado. 

 Sim, sou eu  respondo com lagrimas nos olhos. 

 AIKA?  ele pergunta mais alto, aparentemente ele não me escuta mais  AIKA?  limpo as lagrimas que banham meu rosto.  

 Senhorita Aika Dinah me chama, desperto do transe e a encaro  terminei!  ela traz o espelho e encaro a mulher que o espelho projeta, ela é assustadoramente gloriosa. Dinah fez linhas pequenas que vinha do meu nariz até a base da minha orelha e também fez pequenos símbolos em cima da minha sobrancelha.  

 Obrigada Dinah  falo mais uma vez grata tanto por ela, como pela visão do meu pai.  

                            *** 

 Saio da minha cabana segurando meu escudo e com minha espada no sinto, em frente a minha estão três homens e um lobo.  

Kedon, armado até os dentes me encara boquiaberto, junto com Thiberius e KaioZandor vem até meus pés e noto que ele também veste uma pequena armadura no peitoral. 

 Quem vestiu isso em você falo com um sorriso. 

 Eu  Kaio responde, seu rosto exibe as marcas que fiz com tinta mais cedo.  

 Princesa, tenho que reconhecer que você equipada desta forma, fica idêntica a Naila!  sorrio com gratidão. 

 Você está pronta?  Kedon pergunta. Assinto com firmeza  vamos, então!  olho para Dinah uma última vez e caminhamos em direção a saída da aldeia. Thibeius e Kedon caminham na minha frente, enquanto Zador e Kaio caminham ao meu lado. 

 Eu só queria dizer que estarei com você até o último momento  Kaio fala, paro por um momento e encaro. 

 Nós venceremos a guerra  afirmo. 

 Eu sei que sim, vou para o meu pelotão, nos encontraremos em um país livre  ele beija minha testa e saí. Continuo a caminhar com Thiberius e Kedon, passo pelo pelotão dos arqueiros, alguns batem no meu ombro dizendo palavras encorajadoras e no fundo escuto Luke gritar : ACABE COM ELES AIKA!  

Passo pelos guerreiros do pelotão da frente e eles também lançam palavras me abençoando, até que chego na frente da multidão de soldados, o cavalo que treinei durante dias, me espera completamente preparado. Subo nele e olho para trás, todos me encaram com expectativa, encho o peito antes de falar: 

 Percorremos uma longa jornada até aqui, tivemos perdas, mais também tivemos ganhos até este dia chega. Fomos roubados durantes anos, nossos pais e filhos foram mortos, mas hoje é dia que seja feio justiça! Não por vingança, mas sim porque o Sul é nosso! E temos direito a todas as riquezas deles! Faço um apelo, doe seus corações mais vez, para restituímos o nosso país e a nossa honra!  os homens batiam violentamente nos seus escudos, que significava que eles estavam comigo  Que Khosmos nos proteja.  

 Que Khosmos nos proteja  repetem Kedon e Thiberius ao meu lado  Marchemos!  assinto e começamos a caminhada. Cinco mulheres que não batalhariam se posicionaram atrás de nos três, elas carregavam grandes tambores, o Oeste escutaria o seu fim se aproximando. 

A líder do Sul marchava com seus soldados ao som dos tambores, era o ultimo de dia de escravidão. Era o último suspiro do Tigre.  

 


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Notas finais do capítulo

A guerra está vindo... no próximo capítulo para ser mais exata haha Comentem!



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