Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Vocês achavam que eu ia desistir né? Não! Não! Estou aqui, VIVA!! Boa leitura migos! Voltarei com mais frequência!
COMENTEM NO FINAL ♥



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O dia de tempestade tinha sido menos solitário, graças a Kaio. Depois de um dia intenso de tempestade, Khosmos finalmente fez o tempo acalmar e um raio de sol rasgou o céu deixando todos animados na aldeia.  As pessoas saíram de suas casas pra ver o espetáculo na neve derretendo gradativamente, apesar de muitos homens já arrastarem pás na limpeza dela. Minha primeira atitude foi correr para o centro de treinamento, treinamos incansavelmente, mas sempre no período da noite Kaio me fazia companhia e isso me fazia feliz.

Os dias passaram correndo, agora faltava apenas quinze dias para a guerra, cada parte do meu corpo estremecia de ansiedade por esse dia. Estávamos treinando com cavalos, o objetivo era acertar o máximo de alvos espalhados pela floresta. Os pequenos raios de sol não eram o suficiente para conter o frio, a temperatura ainda estava baixa e havia muita neve entre as árvores, tínhamos que ter cuidado para não fazer o cavalo escorregar ou se ferir com um galho congelado.

Eu cavalgava a toda velocidade entre as árvores, minha visão era perfeita, raramente um galho tocava em mim, o cavalo que eu estava seguia perfeitamente o meu ritmo, enquanto Zandor corria furiosamente a minha frente. Eu me aproximava de um alvo a minha direita, levanto a minha espada a fim de golpeá-lo, quando estou preste a acerta-lo uma flecha atravessa o espaço entre mim e o alvo e o acerta em cheio.

— Você está lenta hoje, Aika! – grita Luke passando como um raio ao meu lado. Dois garotos o acompanhavam.

— Ela vai arrancar sua cabeça, Luke – disse um deles nervoso. Reviro os olhos e vou em uma direção oposta. Vejo um alvo no topo de uma árvore, em um movimento rápido pego um arco e uma flecha que estão amarrados na minha sela e o acerto sem dificuldades. Continuo pela floresta acertando alvos próximos com a minha espada e os distantes com arco e flecha, quando vejo Luke sozinho em uma parte mais baixa do terreno, deu pra notar que ele escutou alguém se aproximando, mas não olha para trás. Ele arma a flecha no seu arco, faço o mesmo e aguardo, assim que ele solta a flecha solto também a minha.

Minha flecha atravessa o ar e encontra a dele o fazendo errar o alvo, ele me olha assustado.

— Você está muito lento hoje – falo gargalhando. Ele sorrir e diz:

— Você é um monstro, Aika – continuo cavalgando, consigo escutar os cavalos correndo pela floresta, mas nenhum está muito próximo de mim.

Depois de acertar mais alguns alvos, escuto cavalgadas de alguém se aproximando de mim, pego a minha espada e grito:

— VOCÊ NÃO VAI ME ASSUSTAR DE NOVO, LUKE!

— Calma Aika – fala Kedon, surgindo entre as árvores – Sou eu – ele sorri, mas seu sorriso parece ligeiramente tristonho.

— Ah! Desculpa, Luke está numa luta pessoal comigo – ele abre um sorriso forçado mais uma vez – Então, aconteceu alguma coisa? – pergunto. Ele reflete por um longo momento, algo não estava certo.

— É... – ele olha em volta como se procurasse algo – Você sabe onde estamos? – olho ao redor, reconhecendo o local.

— Estamos quase no topo da colina que é possível ver o castelo – respondo.

— Exatamente, vamos ao topo? – ele pergunta. Concordo dando de ombros, amarramos os nossos cavalos e seguimos a pé até o topo. Assim que chegamos Zandor descansa aos meus pés. Kedon e eu encaramos o topo do castelo em silêncio, apesar de estar curiosa sobre o que ele está escondendo. Depois de um longo momento ele volta a falar – Recebi um corvo do nosso informante hoje – meu corpo estremece com medo do que está por vir.

— O que ele dizia na carta? – pergunto séria.

— Eles a levaram pro Oeste, Aika – ele fala tristonho – Levaram Nana pro Oeste – seus ombros caem. Olho pra ele sem acreditar no que acabei de ouvir – Desde o sumiço do soldado, as coisas ficaram aparentemente estranhas no castelo. E o conselheiro da rainha achou melhor levar Nana para o Oeste.

Cerro os meus punhos com fúria e fecho os olhos para não chorar. Como iremos resgatá-la do Oeste? Como iremos protegê-la? As coisas estavam ficando cada vez mais complicada para nós, essa guerra tinha que acabar logo.

— Precisamos vencer essa guerra – murmuro. Kedon não responde. O encaro e vejo que ele está espantado – O que foi? – ele balança a cabeça e diz por fim.

— Você não é mais uma menina, Aika, você já se tornou um soldado – absorvi suas palavras. Ele provavelmente achava que eu iria fazer um escândalo com a notícia de Nana. Eu tinha confiança que Khosmos estava protegendo ela, assim como lutaria ao nosso favor.

                                       ***

Caminho em silêncio pela aldeia quando a noite cai, a notícia sobre Nana ainda martelava na minha mente. Deparo-me em frente ao centro de reuniões, há uma pequena fogueira e Kedon, Thiberius, Karol estão sentados ao redor dela, sento-me próximo de Kedon, Zandor senta em um lugar mais afastado. Todos estão em completo silêncio, admirando a dança da fogueira, parecia que a notícia sobre Nana tinha atingindo a todos. Aos poucos algumas pessoas se aproximaram de nós, incluindo Luke e Kaio, tentando manter algum diálogo, mas era em vão.

— Lembro-me do nosso primeiro dia de treinamento para o exército real – Thiberius falou em voz alta, todos voltaram à atenção para ele – Éramos tão jovens e Naila estava tão empolgada, ela se dedicou com todo o seu coração ao treinamento, ao contrário de Ken, ele só aprendia o necessário, combate nunca foi seu grande forte. No nosso primeiro treino de combate corpo a corpo, ela venceu a todos nós – ele gargalha com a lembrança, Kedon abre um sorriso torto – Com um ano ela já estava nos ensinando a lutar – as pessoas que estavam ao nosso redor sorriram com a lembrança.

— Nossos combates corpo a corpo eram sempre intensos – comenta Karol – Eu e ela sempre tivemos uma rixa – ela sorri – Todas as vezes que ela ganhava de mim, eu ficava enfurecida! Mas ela sorria pra mim e repetia “mantenha as pernas firmes, Karol!”, “não se distraia, Karol”, “segure a espada com força, Karol” – Karol sorri, Kaio se aproxima de mim e eu passo meu braço pelo seu – Quando eu finalmente a venci, comemorei o feito como uma louca, mas no final tudo que consegui fazer foi abraçar ela e dizer obrigada, por todo o treinamento.

Dinah se aproxima de nós com uma bandeja cheia de copos.

— Senhor Kedon, trouxe uma bebida quente pra aquecer vocês nessa noite gélida! – ela fala empolgada.

— Obrigada Dinah – Kedon agradece, ela serve um a um, mas não deixo de notar que ela me dá o copo mais cheio. Tomo um gole do líquido, ele tem um gosto doce muito agradável, faz com que eu fique mais alerta.

— Vocês estão falando da Senhorita Naila? – ela pergunta. Kedon assente ainda com um olhar tristonho, ela coloca a bandeja vazia de lado e começa a falar – Lembro-me quando ela era apenas uma jovem menina e sua avó, Aika, insistia que ela deveria ser transformada em uma princesa! Eu até tentei, mas Naila, bem, vocês sabem, ela sempre foi uma guerreira. Ela queria aprender a se portar como uma princesa, mas seu coração estava sempre no campo de batalha – escutar aquelas lembranças de Nana era aconchegante, eu podia ver sua personalidade em cada uma delas.

— Apesar de nunca termos tido uma guerra – interrompeu Kedon – Nós sempre treinávamos estratégia. Lembro-me do nosso primeiro treino de estratégia, estávamos divididos em dois grupos e eu estava no grupo da Nana – ele falava centrado, sem olhar ninguém nos olhos – A escolha do líder do nosso grupo foi unânime, todos a queriam como líder. Ela nos guiou para uma vitória certa, sempre pensando bem antes de agir, controlando os momentos de ataque e o que deveria ser feito.

— Ela nos massacrou! – Thiberius fala com um sorriso – A guarda real não podia ter uma líder melhor.

— Sim – concordou Kedon – É por isso que acredito que independente de onde ela esteja, ela está bem. Se um de nós é capaz de vencer sozinho um exército do Oeste, esse alguém é Nana.

— Mesmo que tenhamos que rasgar o Oeste de um lado a outro para resgatá-la, – fala Karol decidida – Nós traremos Naila de volta! Por Naila! – ela levanta o copo.

—— Por Naila! – todos repetem levantando os seus copos, no meu coração se acende uma esperança, de que tudo ia dar certo.

Eu não sabia o que me aguardava no outro dia.

                                   ***

No outro dia, eu estava ajudando alguns garotos no treinamento de arco e flecha, quando percebi algo mudar. Era como se tudo ao meu redor tivesse ficado em silêncio, a floresta estava estranhamente calada. Olho ao redor e vejo um corvo no topo de uma árvore...

— Estou fazendo certo, Princesa? – perguntou o homem à minha frente. Continuei encarando o corvo – Princesa?

— Claro que está – responde Luke, que também está ali próximo – Algum problema, Aika? – ele pergunta curioso, antes que de ter a chance de responder vejo Karol correndo em nossa direção.

— Aika! Luke! Temos que fazer a manobra evasiva – ela fala séria – GUARDEM TODO O EQUIPAMENTO, ESCONDAM TUDO! TEMOS SOLDADOS DA RAINHA SE APROXIMANDO! – ela grita. Meu corpo estremece com a notícia.

— Soldados? Vindo para aldeia? – pergunto.

— Sim, Luke ajude a esconder o material de treinamento! – Luke assente e sai correndo – Aika, você precisa se esconder na floresta! Não se aproxime da aldeia até ter certeza absoluta que eles já foram embora, entendeu?

— Onde está, Kedon? – pergunto preocupada.

— Kedon sabe se virar melhor do que ninguém, não se preocupe, ficaremos bem! – assenti confiante – Agora vá!

— Observarei tudo de longe! – falo nervosa

— Não se preocupe conosco, eles devem está procurando o soldado que lhe atacou e não faça nenhum movimento precipitado – suas palavras são uma tentativa de me tranquilizar, mas consigo notar a tensão em seus olhos.

— Tudo bem – começo a correr em direção a floresta, dou a volta no centro de treinamento com passadas silenciosas, Zandor está inquieto do meu lado, ela sabe que estou agitada por dentro, continuo a subir as colinas, até chegar em uma árvore alta o suficiente que dê pra ver a aldeia de cima, Zandor se encolhe entre alguns arbustos.

Quando estou prestes a subir na árvore é que me dou conta que seguro um arco e uma flecha do treinamento, acomodo o arco nas minhas costas e uso a flecha na escalada. Acomodo-me na árvore a ponto de me camuflar no tronco, consigo ver entrada da aldeia, os soldados já estão lá, algumas pessoas os encaram receosas, percebo que Kedon conversa com um deles.

— Que Khosmos nos proteja! – sussurro.


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Notas finais do capítulo

Iaew?? Gostaram? Por favor, comentem, a guerra vai vir mais rápido do que vocês pensam, não se preocupem!!
Beijos
COMENTEM
Abraços



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