Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi! Segundo Capítulo! Finalmente! Espero que estejam gostando, porque eu estou amando ♥ Enfim, menos blablabla, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/681401/chapter/2

Nana ainda está parada na porta da cozinha encarando o lobo cinzento de guarda. O olhar do lobo era misterioso, como se contivesse algum segredo. Eu não sabia como reagir, como o lobo conseguiu me encontrar? Ele me seguiu pela floresta? Eu teria notado.

— Nana, eu posso explicar... - tentei começar, mas como ia explicar que havia cuidado de um lobo ferido? Sendo que não eram existir lobos na nossa região? O lobo veio até em mim e sentou aos meus pés, como se me reconhecesse.

—Quando ele apareceu? – ela perguntou incisiva, seu olhar era sério, eu senti como se ela conseguisse ler a minha alma.

—Ontem na floresta, bom, eu estava ...- ela me ignorou e sentou na mesa da cozinha, colocando as mãos no rosto - Nana, esta tudo bem, ele não é selvagem...

—Silêncio! - ela sussurrou – eu preciso pensar - Nana estava me assustando mais que o lobo. Eu desci a altura do lobo e passei a mão na cabeça dele, ele continuou me olhando sério, mais seus olhos estavam mais leves agora.

—Como você me encontrou amigão? – depois de alguns segundos acariciando a cabeça do lobo, percebi que Nana me olhava com um misto de curiosidade e surpresa – parece que ele gostou mesmo de mim, em? – dei a volta e sentei em outra cadeira da mesa, como uma sombra, o lobo me seguiu e sentou próximo aos meus pés.

— Está acontecendo rápido demais...– Nana sussurrou com um olhar perdido.

— o que está acontecendo? – perguntei curiosa.

— Eu pensei que tínhamos mais um ano...- seu olhar estava tão perdido, parecia que ela conversava com um fantasma.- Eu preciso me apressar – ela levantou e correu em direção aos quartos.

—Isso está mais estanho que você me seguindo – comentei com o lobo, ele apenas bocejou despreocupado. Nana voltou com uma carta na mão, era mesma carta que ela escrevia na noite passada, ela abriu a carta e rasgou no meio – Nana, o que é isso?

— Agora não, Aika – ela respondeu ainda séria, eu nunca vira Nana tão seria, a não ser a vez que eu briguei com um menino na aldeia, ela foi tão severa comigo que pensei que nunca mais me perdoaria. Ela abriu uma folha ainda em branco e escreveu com uma caligrafia digna de um rei: “Está acontecendo, venha o mais rápido que puder”. Depois dobrou rápido, e amarrou com um cordão. – Eu preciso mandar isso agora, vou procurar o velho Lu, ele tem um corvo que pode entregar na mesma hora.

— Mandar pra quem?! – perguntei desvencilhando de qualquer tentativa dela me ignorar.

—Não posso explicar agora, apenas seja mais paciente. – ela respondeu sem nem me olhar na cara.

—SER PACIENTE? Você começa a agir como uma louca .. – já era, ela já tinha saído, corri pra porta e gritei : NANAAAA! – ela olhou pra trás com um olhar furioso. – Você vai me deixar aqui com um lobo?! Sozinha?! – ela encarou o lobo com aquele olhar incisivo que somente ela sabia fazer e respondeu:

— Se esse lobo for o que estou imaginando, acredite, você está mais segura com ele. – encarei o lobo que parecia minha segunda sombra, e bufei. Sentei no batente da porta, emburrada por essa mudança súbita de personalidade da Nana. Era como se ela tivesse se tornado outra pessoa, ou ela já era essa outra pessoa e eu apenas não conhecia. Estava tão perdida nos meus pensamentos que nem notei que alguém tinha se aproximado.

—Por Kosmos! Isso é um lobo?! – perguntou o garoto alto com a cabeleira loira. Era o Kali. Kali era um dos poucos jovens que moravam na aldeia, ele e sua irmã, Tanah, eram meus companheiros de travessuras quando éramos crianças.

—Pelo o que sei, sim – respondi sem qualquer emoção. Ele ainda estava com uma cara assustada encarando o lobo.- Pode se aproximar, aparentemente ele é minha segunda sombra agora.

—Onde você encontrou essa coisa?! - Ele perguntou, ainda de uma distância segura.

—Na floresta – olhei automaticamente para a pata do lobo, como ele estava despreocupado ao que lhe rodeava, puxei a pata que eu tinha tratado no dia anterior para dá uma olhada. O local da ferida não tinha marca, estava completamente curado – Novinha em folha, em? – o lobo apenas assentiu com os olhos, estava começando a achar que ele realmente entendia tudo que eu falava. Kali, que observou a cena de longe, sussurrou:

—Aika, você é louca! – Eu dei de ombros. Ele se aproximou mais um pouco e ficou encarando o lobo com um olhar de admiração - de todas as discrições e desenhos de lobos que já vi na minha existência, nenhuma se compara com a beleza real dele.

Minha reação instantânea foi bufar, mais olhei com mais atenção para o lobo e ele realmente ela lindo. Seu pelo branco como a neve casava perfeitamente com os pelos acinzentados, seus olhos era tão claros como os meus, o que me fez acreditar por um momento, que ele era destinado a mim. Lembrei-me das inúmeras vezes que eu, Kali e Tanah pedíamos para os anciãos contar historias antigas sobre mitologias, guerras, festas no castelo Real. Histórias de como os lobos da floresta pelejavam a favor dos antigos Reis, os companheiros fiéis de guerra. No fim tudo que conseguir dizer foi:

—Realmente, ele é majestoso- algo se movimentou dentro de mim, era como se algo dentro de mim tivesse a certeza que aquele lobo seria sempre fiel a mim, e nada nos separaria.

—Isso vai ser uma confusão – Kali comentou sorrindo, ele encarava a movimentação das pessoas da aldeia, elas passavam olhando assustadas, observando o novo lobo cinzento. – onde estar a Nana? Ela não surtou com seu novo bichinho de estimação?

— Ele é um Lobo, não um cachorro – corrigi-o – ela disse que tinha que mandar uma carta...

—Ela vai expulsar esse lobo de casa, ela é sempre superprotetora em tudo relacionada a você.

—Não é verdade! – eu intervim.

—Lembra daquela vez que nós tentamos passar uma noite na floresta? Eu pensei que ela fosse me esfolar vivo quando encontrou a gente. – eu rir lembrando-me da Nana arrastando a gente pra fora da floresta, ela ficou com tanta raiva que acordou a aldeia inteira. Mais ele estava certo, Nana sempre extremamente cuidadosa comigo e agora, ela me abandonou com um lobo cinzento. – enfim, já decidiu que nome vai dar pra ele? Duvido a Tanah chegar perto dele.

—Ainda estou me acostumando com a ideia de ter um lobo, depois penso em um nome pra ele.

—Boa sorte com isso – ele falou apontando para o lobo. – eu tenho que ir atrás de algo negociável hoje, depois eu trago a Tanah pra conhecer seu novo amiguinho – eu sorri imaginando a cena. Tanah, diferente de mim e do Kali, era menos corajosa pra aventuras, sempre que queríamos bagunçar algo na aldeia, ela sempre dizia “vocês têm certeza disso? É melhor deixar isso pra lá” ela não era medrosa, só não era do seu feitio. Quando ela visse o lobo, com certeza ia fazer um escândalo.

— ah, mais uma coisa, - Kali falou parando no meio do caminho - o pelo dele é da cor dos seus cabelos.

—Meu cabelo não é tão claro assim!- respondo de volta, passando a mão nos meus longos cabelos claros. Ele apenas dá de ombros e continua seu caminho.

Cansada de esperar Nana (e dos olhares curiosos dos meus vizinhos), voltei para a cozinha, comecei a procurar nas panelas algo pra comer e achei um cozido. Coloquei em uma vasilha e comecei comer furiosamente, descontando toda a curiosidade que Nana estava me provocando.

—Você quer? – empurrei a vasilha na direção do lobo. Ele fungou e virou cabeça na direção oposta. – Depois não reclama que não ofereci.

Uma pancada me fez dá um salto, viro automaticamente pra trás em direção à porta. Finalmente. Nana entra com a mesma cara assustada que tinha saído.

—Agora você pode contar? – perguntei decidida.

—Ele já está vindo – ela respondeu, como se eu ao menos soubesse quem é ‘ele’, ela me entregou um papel que continha duas simples palavras “estou indo”, escrita com uma caligrafia completamente desconhecida pra mim. – acho melhor esperar ele chegar pra lhe explicar.

—Nana, quem é ele?- perguntei, a essa altura meus nervos já estavam acelerados.

—Precisamos separar tudo de importante para a viagem, – ela falou enquanto remexia nas panelas no armário – comida em conservas, roupas quentes...

—NANA, JÁ CHEGA! – eu gritei. Foi o suficiente, ela parou e me encarou assustada - Você tem que me explicar o que está acontecendo agora! Quem está vindo? PRA ONDE NÓS VAMOS? – minhas mãos tremiam de tanta raiva, nós nunca saímos da aldeia e agora estávamos simplesmente indo pra algum lugar. Nana levantou e veio em minha direção, por um momento achei que fosse me abraçar, mas ela apenas colocou as mãos nos meus ombros e disse:

—Kedon está vindo, ele é chefe da Guarda Real.

—Guarda Real? Mais Porque ele viria? O que nós temos com ele? – perguntei confusa.

— NÓS? Não Aika, ele está vindo por VOCÊ. A hora finalmente chegou – ela falou com os olhos marejados de lagrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom, é isso. No próximo capítulo bons segredos serão revelados, Aika nem imagina o que a aguarda. Comentem, please, não vai perder o dedo