Guerra dos Lobos escrita por Paulinha Skywalker


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

OI AMIGUINHOS
Saudades de vocês ♥ Como estão? Então vamos nos focar na guerra? haha Quero indicar uma música pra leitura do capítulo: twenty one pilots - Heathens (música muito boa ♥)
Boa leitura!! ♥



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Ainda não tinha amanhecido, mas eu já estava de pé, deixei Dinah me mimar o quanto ela quis pra poder sair mais rápido. Depois de inúmeras explicações do porque vestido não é apropriado para um treinamento, ela finalmente me deixou livre, mas me obrigou a levar algumas frutas. Eu e Zandor caminhamos em direção à floresta no silencio do alvorecer, era aconchegante estar na floresta sozinha, era como estar em casa de novo. Parei no alto de uma colina e liberei Zandor para sua caça, sentei em uma rocha e comecei a comer as furtas que Dinah tinha me dado. Apesar das pisadas de Zandor serem leves, eu podia escutar os galhos quebrando ao seu redor enquanto caçava.

Quando o dia finalmente amanheceu, a aldeia despertou com ele, eu já podia escutar o movimento das pessoas fazendo seus afazeres. Escutei alguém vindo à minha direção, as pisadas eram pesadas, provavelmente era Kedon. Até que a pessoa surgiu entre as árvores atrás de mim e pra minha surpresa, era Kaio.

— Então você está aqui – ele falou aliviado. 

— Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada.

— Kedon está histérico a sua procura.

— Kedon é tão super-protetor quanto Nana – revirei os olhos.

— Talvez seja pelo fato de você ser importante...

— Eu não sou tão importante – retorqui.

— Isso não estar em discussão – ele afirmou, eu queria rebater com algo, mas ele parecia tão certo disso que seria inútil. Depois de um longo momento constrangedor de silencio, ele sentou perto de mim e perguntou: onde está seu lobo?

— Ele foi caçar – segurei as pernas com os braços pra dá mais espaço pra ele.

— Você não tem medo dele esbarrar com alguém na floresta?  Um guarda talvez...

— Não, ele está a mais menos a um quilometro naquela direção – indiquei a direita.

— Posso perguntar como você pode ter tanta certeza disso? – ele perguntou arqueando as sobrancelhas, com cara de desconfiado, o que o deixou muito charmoso.

— Eu consigo escuta-lo – respondi, ele continuou me olhando desconfiado – Depois que descobri quem eu era, digo, quem eu realmente era, os meus sentidos se ampliaram. É como se em toda minha vida eles estivessem adormecidos e agora estão despertos – ele assentiu.

— Então, antes de eu chegar aqui, você já tinha me escutado se aproximando?

— Sim, suas pisadas são pesadas iguais às de Kedon – respondi. Ele deu uma risada.

— Você ainda não quer ser considerada especial – ele falou, dei de ombros e um sorriso fraco, seu rosto estava com as feições mais leves, ele ainda era aquele garoto durão, mas agora estava mais relaxado. – tudo bem, Princesa Aika, conte-me mais sobre você.

— Primeiro, não me chame de Princesa, por favor, essa palavra me da coceira! – ele sorriu mais uma vez – bem, como você já deve saber eu vim de uma das aldeias mais afastada da Nação. Mas apesar disso, eu amava aquele lugar. Nunca fui criada com luxo, o que torna tudo mais fácil e crescer com Nana foi a melhor coisa que me aconteceu, disso eu tenho certeza – as lembranças de Nana invadiram minha mente, seus abraços aconchegantes, suas broncas pacientes e seus incontáveis sorrisos. Não consegui segurar, uma lagrima escorreu no meu rosto.

Kaio, que até agora me escutava em silêncio, limpou a lagrima solitária com os dedos, de forma delicada. Ergui meu rosto e olhei nos seus olhos, aqueles olhos acinzentados não carregavam um olhar de pena, mas um olhar honroso, como se eu fosse uma genuína guerreira. Passamos um longo momento assim, em silêncio, nos olhando.  Até que finalmente ele abriu um meio sorriso, voltei à realidade.

— rumrum – limpei a garganta – Você podia me contar mais sobre você – falei olhando pra neve no chão. Antes que ele tivesse a chance de responder, Zandor saltou entre as árvores.

— Acho que é melhor deixarmos pra outro dia – ele falou – Kedon já deve ter mandado alguém caçar você...

— Tudo bem – concordei, mas uma pequena parte de mim queria continuar ali. Olhei para Zandor e notei que havia uma pequena mancha de sangue na lateral de sua boca, me abaixei e limpei com a barra do meu casaco, Kaio me olhou curioso – Vamos.

Andamos em direção à aldeia em silêncio, no meio do caminho ele parou e falou:

— Eu vou para o centro – ele disse se referindo ao local de treinamento – sugiro que você procure o Kedon imediatamente – falou com um sorriso.

—  Obrigada – sussurrei, ele assentiu e saiu. Fui direto para o local de reuniões, a famosa Toca, onde era mais provável encontrar Kedon. Assim como esperado ele estava na mesa de reuniões com Thiberius.

—  Aika! Finalmente, onde você estava? – ele perguntou preocupado, abri a boca pra responder, mas ele não deixou – Não importa, temos notícias de Nana! – meu coração bateu mais rápido.

— Como ela está? Ela está bem? – perguntei.

— O nosso informante no Castelo enviou um corvo no meio da noite, ela já se encontrou com a rainha e seu conselheiro – ele começou – o que tudo indica, a rainha pensava que Nana estava morta depois de todos esses anos. Nana mentiu sobre ter se fugido do reino pra viver sozinha, a rainha não se importou muito, mas o conselheiro real está desconfiado com a aparição súbita de Nana.

— Quem é esse conselheiro? – perguntei.

— Ele era um dos conselheiros do Rei Lucios, seu nome é Eli, veio para o nosso reino assim que houve o golpe – Kedon respondeu.

— O povo diz que a Rainha não tem nenhuma moral no Castelo – falou Thiberius – quem manda no Reino é ele.

— Nana está protegida? Alguma noticia do estado dela? – perguntei mais uma vez.

— Ela virou uma prisioneira, devem estar escondendo ela no lugar mais oculto do Castelo – disse Kedon por fim.

— Vamos pedir a Khosmos que chegue aos ouvidos do Rei a notícia de que Nana está lá – disse Thiberius – ele já deve ter perdido a esperança depois de todos esses anos.  

— Enquanto Aika estiver viva, existe esperança – Kedon falou sério. Eu estava feliz por Nana estar bem, por mim iriamos resgatar ela logo, mas sabia que não era possível.

— O importante é que Nana esteja bem... – falei, eu tinha que confessar que estava ficando cansada daquela atenção toda.

— As pessoas da sua aldeia, já se instalaram Thiberius? Estão bem? – perguntei, mudando de assunto.

— Sim, estão todas bem acomodadas – ele respondeu.

— É melhor eu ir para o Centro, Karol não é uma pessoa muito compreensiva – falei tensa.

— Quem sabe eu possa ajudar você no treinamento, Princesa Aika – Thiberius falou.

— Se você tiver mais paciência que Karol, eu agradeço muito – ele sorriu.

***

Assim que cheguei ao Centro esbarrei com Luke.

— Você está provocando um monstro, Aika – ele falou fingindo estar desesperado. Revirei os olhos e peguei minha espada, ela estava muito bem guardada no arsenal.

— Kedon sempre tem algo para me atrasar – comentei. Ele sorriu.

— Ei – ele ergueu seu arco – você poderia nos dá umas dicas sobre arco e flecha?

— Claro, seria uma honra – respondi – amanhã pela tarde?

— A hora que você quiser, Princesa – revirei os olhos mais uma vez, ele gargalhou.

— Quem sabe depois treino as mordidas de Zandor em você – ele caiu na gargalhada, sem nem me levar a sério.

Encontrei Karol, mais uma vez ela estava zangada com meu atraso.

— Mais uma vez atrasada, Princesa – ela comentou. Dei de ombros e comecei meu treinamento, não adiantava dá desculpas.

Quando já estávamos quase no fim de um longo dia de treinamento. Thiberius apareceu.

— Você apareceu muito tarde – comentei em voz baixa – ela já nos humilhou o dia todo – ele gargalhou.

— Você tem o humor do seu pai, Princesa Aika – ele falou. Mais uma vez eu era comparada a ele, meu pai, eu estava gostando disso. Assim que Karol viu Thiberius comigo, veio marchando na nossa direção enfurecida.

— O que você está fazendo aqui? – ela perguntou de forma rude. Thiberius não se abalou.

— Vim ajudar a Princesa Aika no seu treinamento.

— Não precisamos da sua ajuda! – ela falou furiosa.

— Não disse que precisava – ele respondeu com um sorriso travesso, ela bufou e cruzou os braços. Thiberius voltou-se a mim, com uma cara completa de divertimento – vamos começar Princesa – levantei minha espada e fiquei na postura defensiva – me ataque – por um momento fiquei tensa, mas parti pra cima dele, ele fez um momento rápido com sua espada e a minha foi ao chão – mais equilíbrio no ataque – ele comentou de forma paciente.

O ataquei inúmeras vezes e em todas eu falhei, ele me indicou pacientemente onde eu estava errando, chegando até a ensaiar alguns ataques comigo, sua postura em luta era intocável. Até que finalmente desferi um ataque que o desequilibrou, sua espada escorregou e ele acabou se caindo de joelhos, apontei a espada para sua garganta. Ele me olhou assustado e comentou:

— Muito bem, Princesa Aika! – abri um meio sorriso.

— Me chame de Aika – brinquei.

***

No outro dia, Karol resolveu descontar toda sua fúria em mim, aguardei ansiosamente o fim daquele sofrimento. Quando Dinah apareceu para me levar pra comer, foi como ver o próprio Khosmos. Quando voltei para o Centro, cheguei perto de Karol com meu sorriso mais simpático e falei:

— Karol, prometi a Luke que ajudaria ele com arco e flecha... – falei acanhada. Ele fez uma cara enojada, mas respondeu um ‘tudo bem’, talvez reconhecesse que era uma boa ideia.

Encontrei Luke no campo de treinamentos com Arco, mas ele não estava sozinho, um aglomerado de pessoas estava lá também.

— Princesa Aika! – ele me cumprimentou – estávamos todos lhe esperando.

— Eu pensei que fosse ajudar você e não a aldeia inteira – comentei assustada.

— Aparentemente, todos querem ter uma aula com a Princesa Aika!

— Luke – comecei...

— Olha, desculpa, mas não é minha culpa, eu só comentei com duas pessoas, mas a notícia se espalhou – ele disse na defensiva, bufei.

— Tudo bem, vamos lá – disse por fim. Eu e o Luke organizamos as pessoas para que elas revezassem os alvos, fizemos pequenas fileiras. Luke foi um dos primeiros, sua postura com o arco era impecável, a maneira de segurar a flecha é que estava errada – segure a flecha firme, mas não de forma exagerada e coloque ela nessa altura – coloquei a flecha próxima ao rosto dele – ele soltou a fecha que atingiu próximo ao meio do alvo – você consegue na próxima – brinquei. Ele revirou os olhos.

 Passei para o próximo, era um homem alto, suas mãos suavam fazendo com que o arco escorregasse, pedi pra ele relaxar os músculos e os pensamentos, nervosismo só o atrapalharia. E assim fui ensinando e ajudando um a um, até que me deparei com uma criança, ele devia ter no máximo 12 anos, seu cabelo cor de lima escorria sobre a testa, ele me olhava ansioso.

— Como é seu nome? – perguntei, tentando deixa-lo mais relaxado.

— Kirk – o garoto respondeu, ele encarou Zandor que estava próximo a mim.

— Não se preocupe, ele não é perigoso – falei.

— Eu sei – ele respondeu – eu só queria ter um lobo também, sabe? Pra lutar comigo na batalha – meu coração gelou, ele ia pra guerra? Mas ele era só uma criança!

— Você vai para a guerra? – perguntei nervosa.

— Vou sim! – ele respondeu confiante. Dei um passo pra trás, eu nunca estive em uma guerra, mas já tinha escutado histórias o bastante pra saber que não era lugar de uma criança.

— Você não pode ... – comecei a frase, mas não consegui completa-la. Luke deve ter visto minha cara de assustada, porque interveio.

— Podemos parar... – ele começou.

— NÃO – Kirk gritou – por favor, Princesa Aika, por favor, eu quero muito aprender – ele implorou, seus olhos estavam marejados de lagrimas. Ensinar a ele não era grande coisa, o problema seria onde ele usaria o arco. Eu tinha que conversar com Kedon urgentemente sobre isso.

— Eu vou lhe ensinar – falei relutante, o menino sorriu animado e segurou o arco. Mas a verdade é que meu coração batia aceleradamente com medo que o sangue daquela criança escorresse sobre as minhas mãos na nossa futura batalha.


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Notas finais do capítulo

Guerra is comming amiguinhos!! haha Gostaram??? Espero que sim! Comentem, por favor ♥
Não quero entregar nada, mais as coisas vão esquentar a partir de agora!!
Até o próximo capítulo, mil beijos, comentem!



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