A Maldição Silenciosa escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 5
Pânico


Notas iniciais do capítulo

GENTE!!!!!!!!!!

Primeiramente quero pedir mil desculpas por não ter postado ultimamente. Tive milhares de trabalhos da faculdade, que, realmente me impediram completamente de escrever. Sem contar que meu computador não tem andado muito bem esses dias, então tive de me virar para escrever o cap. Mas quero agradecer a todos vocês que estão lendo e estão acompanhando essa fic. Muito obrigada a todos e aproveitem!



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— Meu Deus! – Maria levou a mão ao rosto. Ficou chocada ao ver Ollie naquele estado.

Cair não foi o maior problema. O peso que recaiu sobre suas costas foi prejudicial. Vários homens se reuniram para tentar levantar aquela caixa.

Adrian não podia ficar parado vendo os outros tentarem ajudar o colega. Ele correu para aproximar-se dos voluntários, pronto para ajudar também. Num rápido impulso ele afastou os que atrapalhavam e levantou a caixa usando parte de sua força. Sabia que se usasse toda ela os outros teriam desconfiança. Usou apenas o necessário, e conseguiu fazer isso sozinho. Por sorte os homens não notaram, pois estavam concentrados demais noutro assunto.

— Afastem-se todos, deixem este homem respirar! – gritou a caçadora, correndo para Ollie. Num primeiro momento os homens não puseram muita fé no dizer de Maria, mas logo ela foi apoiada por Loren, que intensificou o dizer.

— Ollie, ei, acorde, por favor! – disse a senhora, ajoelhando-se ao seu lado e segurando sua mão.

Maria não esperou e tomou a iniciativa, pegando um saco contendo algumas verduras para colocar atrás da cabeça do homem. Muitos dos trabalhadores ainda estavam atordoados por causa do momento, perguntando uns aos outros sobre o que poderia ter causado aquilo.

Loren e Adrian ergueram o tronco do homem para que Maria pusesse o apoio sobre ele. Em seguida pôs a mão em seu pescoço para sentir o pulso e na mesma hora percebeu sua pele quente, quase pegando fogo. Quando tocou em sua testa, confirmou a febre que apresentava.

— Céus... – ela sussurrou – ele está ardendo em febre. – terminou olhando para Adrian.

— Febre? – Loren disse confusa – Mas ele estava bem... ou ao menos aparentava estar!

O meio-vampiro olhou para o homem caído e depois para sua noiva. Os dois já tinham um pensamento em comum, que foi motivo de preocupação para ambos.

— Permita-me? – Alucard falou à Loren, que assentiu. Logo, ele pegou o braço dele para verificar seu pulso. Primeiro viu o braço esquerdo, mais próximo e verificou se havia ou não qualquer marca peculiar. – Ah... como imaginei.

— Não vai me dizer que... – a mulher disse, nem precisando terminar.

— Veja com seus próprios olhos. – Adrian chamou-a para ver.

— Ah, Deus...!

E lá estava a marca destacada em seu pulso. Da mesma cor, a marca parecia ser um pouco maior que a que aparecia nas crianças.

— Por Deus, o que é isso?! – Loren ergueu as sobrancelhas, pegando no braço do companheiro para analisar a forma.

— É complicado em dizer... não sabemos ao certo... – Maria respondeu, sem realmente querer dizer à ela.

— Então sabiam disso e não contaram nada?!

Dava para ver nos olhos da mulher o desespero e a angústia presentes. De uma hora para outra tudo havia mudado. Tudo parecia soar tão comumente, e, de repente, aquele acontecimento inesperado surge.

— O importante agora é levá-lo a um lugar onde possa descansar. – Adrian tomou a palavra, impedindo qualquer discussão que pudesse se iniciar.

— Há uma enfermaria no centro, – Maria disse, apontando para o sul – podemos levá-lo até lá para ser tratado.

— Está bem. – seu noivo assentiu – Mas antes, ele precisa retomar a consciência.

Loren, que prestava atenção à conversa, voltou-se a Ollie, dessa vez deu-lhe alguns tapinhas no rosto:

— Oliver, acorde, por favor. Ollie!

Alguns segundos se passaram. Todos os olhares estavam voltados àquele homem; homens e mulheres amigos de Oliver e que eram e seu grupo de viagem, Adrian, Maria e principalmente Loren, que aparentava ter algum sentimento a mais por ele.

Estavam em silêncio. Esperavam por alguma reação dele, e na pior das hipóteses, nenhuma.

Loren sussurrou algumas palavras inelegíveis, diretamente a ele. Fechou seus olhos e respirou fundo.

— Oh... céus...

Aquela voz restaurou o alívio entre aquela gente. Era Ollie, abrindo lentamente seus olhos e resmungando como fazia antes.

— Graças a Deus. – Maria esfregou a mão em sua testa.

— Que droga, Ollie, quer matar todos nós?! – a senhora bateu sem muita força e, seu braço.

— Fui eu quem quase morreu por aqui! – ele respondeu ainda range do os dentes, gemendo logo depois – Ah, que dor!

— Senhor Oliver, precisas ir até um médico. – disse Adrian, levantando de sua posição.

— Mal consigo me mover. – disse o homem caído.

— Podemos levá-lo na carroça, seu tolo. – respondeu Loren, apertando sua mão firmemente, levantando-se logo em seguida.

— Está decidido. Levem-no para o hospital para cuidarem dele. – Maria disse.

— Esperem. Vocês não explicaram o que está havendo! – a mulher de idade esticou seu braço para chamar a atenção de Maria, que se afastava.

— Senhora Loren. Como disse antes, é complicado para lhe dizer. Ainda estamos investigando e mal sabemos ao certo o que está havendo.

 Loren falou um comando para os homens levarem Ollie até a carroça e depois se aproximou dela com um semblante preocupado. Então a levou para um lugar um pouco mais distante:

— Aquelas crianças... o que me disse antes era mentira, não é? – Loren falou num tom decepcionado.

— Bem... em parte, sim.

— Eu já adivinhava... – ela balançou a cabeça decepcionada.

— Serei sincera. – Maria fez um gesto com as mãos tentando se defender – As crianças que vieram aqui são conhecidas minhas, vivem no orfanato. Mas agora estão lá, deitadas na cama, sofrendo de dores e carregando a mesma marca no braço como a de Ollie. Eu e meu noivo viemos aqui para investigar o que estava havendo, já que esse foi o único lugar que disseram vier.

Loren mostrou-se estar indignada. Ela franziu as sobrancelhas e abriu seus lábios, pronta para falar algo, mas ficou chocada em ouvir com detalhes a coincidência dos dois casos.

— Não vai me dizer que nos achou suspeitos? – Loren perguntou um pouco indignada.

— O que eu podia pensar? Antes de saírem estavam todos bem! Mas... – a caçadora olhou para Ollie e os homens carregando-o até a carroça – Pelo jeito estamos todos no mesmo barco.

— Coincidência, talvez?

— Não sei. Mas é estranho que Ollie e as crianças estejam assim. Todos estiveram por aqui... – ela baixou seus olhos – Por favor, não nos leve a mal, só estamos preocupados.

— Loren! Estamos prontos! – Disse uma voz masculina ao longe, chamando a atenção da mulher.

— Ah... – Loren suspirou – está bem. Ficarei torcendo por vocês encontrarem uma solução para isso. E agora, se me derem licença, preciso levá-lo ao médico. – terminou assentindo.

— Cuidem-se. – disse Maria.

A mulher de idade afastou-se da caçadora. Maria observou-a entrar na carroça junto de um homem e uma mulher. Sem perder tempo, o homem começou a conduzir os cavalos, e assim, partiram.

Alguns homens voltaram ao trabalho, mas a situação estava diferente, mais tensa. Era possível ainda ouvir algumas vozes discutindo e comentando os fatos que aconteceram recentemente. Todos estavam confusos, principalmente Maria, que não tinha ideia para onde prosseguir. A caçadora deixou-se levar pelos pensamentos, tentando arranjar algum plano, mas era difícil.

O vento chegou trazendo uma fria brisa, o que a fez tentar cobrir-se com as mãos. Depois que cruzou seus braços, ela olhou para cima e disse baixo:

— O que está acontecendo...? Por que isso está acontecendo?

— Maria.

Um toque foi sentido em seu ombro. Ela mal havia notado que seu noivo aproximara-se dela, por causa de sua distração com os problemas. Por isso levou um susto.

— Hã?! – ela disse, arqueando as sobrancelhas – desculpe, querido, eu fiquei distraída com algumas coisas...

Alucard observou seu semblante; já não estava mais sorrindo e ela não mostrava mais um brilho em seus olhos.

— Nós vamos resolver isso, meu amor. Não se preocupe. – disse ele, envolvendo-a num abraço.

— É difícil não ficar preocupada, Adrian. – deu de ombros – Nossa melhor pista foi embora! E aposto que você não conseguiu muita coisa com aqueles homens que acabou de conversar.

Ele balançou a cabeça, confirmando o palpite dela.

— Viu? O que faremos agora? – ela deu alguns passos para frente, afastando-se dele.

Adrian fez um gesto com a mão para que os dois pudessem caminhar.

— Vamos retornar ao orfanato para saber se as crianças já estão melhores. Assim, veremos se elas podem nos contar algo mais.

— Hum... talvez esse seja o melhor a fazer. Elas não puderam dizer muita coisa antes, pois estavam debilitadas demais. Quem sabe agora podem estar bem melhor.

— Bom. – ele assentiu – Se continuarmos assim, vamos resolver esse problema.

Maria deu um breve sorriso. Era confortante saber que havia alguém ao seu lado; principalmente ele, seu noivo, e no momento, a pessoa em que mais queria por perto.

Aos poucos ela agarrou-se ao seu braço esquerdo. Ao mesmo tempo em que Maria era a coluna de Adrian, ele era sua âncora, alguém que a mantinha estabilizada, calma.

— Obrigada, Adrian.

— Não tem que me agradecer. – o meio-vampiro respondeu, dando-lhe um beijo em sua cabeça.

O casal, enfim, tomava o caminho de volta para o orfanato. Quando pensavam que os feirantes eram os principais envolvidos, a dedução precipitada foi abaixo. Ollie, estranhamente passou mal e carregava a mesma marca que as crianças possuíam.

— Temos de relevar ainda. – Maria disse pensativa – as crianças e Ollie poderiam estar exatamente no mesmo local quando foram infectados.

— É uma possibilidade. – Alucard respondeu, fazendo um gesto com a mão.

— Talvez... mais gente pode estar correndo perigo? Quero dizer, mais pessoas além deles foram até aquela feira.

Os dois se entreolharam.

— Pior. Talvez mais pessoas podem estar infectadas e mal sabemos.

Maria se afastou. Não havia pensado nessa questão antes. Se o que Adrian falou for mesmo verdade, seria apenas uma questão de tempo que mais doentes aparecessem.

— Então nós- Ah!

Por pouco a caçadora não foi derrubada por um homem que passava correndo pelo caminho nas ruas do vilarejo. Adrian irritou-se com aquela cena, e só não buscou satisfações, pois preferiu acudir sua noiva.

— Você está bem, querida? – Adrian a apoiou em si próprio.

— S-sim... Mas, o que foi aquilo?

— Socorro, eu preciso de ajuda! – era a voz do homem que esbarrou em Maria gritando desesperadamente. Corria para todos os cantos, sem saber aonde ir e o que fazer. Aparentava ter trinta anos.

— Ei, o que foi? Por que está agindo assim? – Maria gritou para o homem.

— P-por favor, me ajude. Minha esposa está passando muito mal.

— Não há o que temer, senhor. Leve-a até a enfermaria. Fica a poucos metros daqui. – ela respondeu confusa.

— Como farei isso se dizem que lá está- – o homem parou de falar quando começou a tossir fortemente e expelir sangue pela boca. Aos poucos ele perdia equilíbrio de seu próprio corpo.

— Céus, ele vai cair, Adrian!

Num rápido movimento o meio-vampiro pegou o homem antes que caísse no chão. Ele estava perdendo sua consciência.

— Senhor, aguente firme! – ele disse ao doente, com temor de perdê-lo – Maria, temos de levá-lo a um médico, rápido!

— Mas e a esposa?

— A pegaremos depois!

Eles não tinham escolha. Nem ao menos sabiam onde era a casa dele.

Adrian, para ir mais rápido, levou o homem consigo em suas costas e foi correndo para a enfermaria. Graças a sua força e velocidade foi possível correr o suficiente até chegar lá. Maria veio logo depois.

— Ali! – disse a caçadora, apontando para a direita, então continuaram.

Não foi difícil encontrar aquele local. O difícil, no momento, era conseguir entrar.

— Meu Deus! O que... – Maria disse assustada.

A cena era deplorável. Lá havia o grande prédio da enfermaria e à sua porta, dezenas de pessoas amontoadas gritando e empurrando umas a outras na tentativa de entrar naquele lugar. Era um completo caos. Muitos deles carregavam crianças no colo esperneando e implorando para que elas fossem atendidas.

— Como vamos entrar? – disse a mulher aproximando-se rapidamente das pessoas.

— Tome cuidado, Maria. – seu noivo a alertou, fazendo-a assentir.

Era impossível para ela entrar de vez naquele prédio. Então andou no meio deles para saber qual era o motivo de tanto alvoroço.

De repente, viu uma mulher cair a poucos metros dela. Parecia desmaiada. Algumas pessoas foram ajudá-la, o que aumentou ainda mais a histeria. Maria preferiu não se aproximar para não atrapalhá-los, mas o que chamou sua atenção com toda a certeza não foi aquela cena, mas o que via ao seu redor.

Seus braços esquerdos. De todos eles. Mais uma vez aquilo fez o coração da caçadora estremecer.

Cada um dos presentes carregava uma marca em seu braço. A mesma marca das crianças e de Ollie, que ela nem mesmo conseguiu achar na multidão.


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