O Mago das Espadas - Season 0 - Os Escolhidos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 17
O Garoto e o Oceano


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Magos e Magas! Estamos de volta depois de uma longa pausa! Problemas bem pessoas galera e sérios até escrevi alguns capítulos, mas os reescrevi pois não estavam legais, por isso demora, mas venho recompensar pela espera trazendo dois capítulos hoje, com o começo na narrativa de Tidus Abyss, espero que gostem, desde já uma boa leitura!



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Eram 16h40min da tarde.

O Sol já começava a ser pôr no oeste, dando ao céu uma cor alaranjada e harmônica, em contraste com a paisagem daquela imponente cidade.

Zanarkand uma das cidades mais evoluídas do mundo, perdendo apenas para San Fransoyko.

Lar do maior e mais popular esporte do mundo que é...

Senhoras e senhores! Meninos e meninas! Sejam bem vindos a mais uma emocionante partida de...

— BLITZBALL!!!!

O jogo mais emocionante e disputado de todo o mundo da magia!

Realizado com a junção da tecnologia e da magia esse incrível jogo era disputado de dentro de uma esfera repleta de água onde doze jogadores, seis de cada equipe se enfrentavam em verdadeiros confrontos de agilidade, força, precisão, trabalho de equipe e é claro muita técnica!

Como todo o jogo e de baixo d’água os atletas tem que ser bem condicionados e saberem a hora certa de agir.

Graças à junção da magia com a tecnologia, os jogadores podiam respirar de baixo d’água enquanto o globo de água era suspenso no ar para que todos pudessem assistir às emocionantes partidas!

Hoje em especial a grande estrela do Blitzball Jecht Abyss faria sua centésima partida e o público já lotava desde cedo o estádio para presenciar a partida.

No vestiário dos jogadores...

— Muito bem pessoal! Escutem com atenção! – Exclama o capitão do Zanarkand Abyss seu time que ele formou com seus antigos amigos e colegas de escola e agora era o melhor time do mundo da magia. Formado há vinte anos a partir de um sonho de seis meninos apaixonados pelo Blitzball, deixaram a paixão pelo esporte falar mais alto! Largaram os estudos e foram à luta! E não se arrependem da escolha que fizeram o time se sagrou vitorioso em várias competições ao redor do mundo. Ganharam fama e riqueza, depois de dez anos a maioria já tinha se aposentado menos Jecht. Para ele Blitzball não era apenas um jogo... era sua vida!

— Hoje é um dia muito importante, não só para mim, mais também para os Zanarkand Abyss! – Caminha entre os jogadores. – Hoje faz exatos vinte anos que meus amigos e eu criamos esse time, sonhamos alto... caímos alto... bem alto por sinal...

Alguns risos ecoam pelo vestiário, Jecht sempre conseguia manter o humor do grupo.

— É podem rir! Foi hilário mesmo, mas agora escutem!

Todos se calam e ouvem seu capitão.

— Hoje vocês devem imaginar que por ser meu centésimo jogo estou mais inspirado e com mais cede de jogo do que nunca não é? ERRADO!!! – Grita o capitão do time. – Sempre jogo como se cada partida fosse a mais importante de toda a minha vida, como se fosse a última, por isso quero que mantenha isso em mente... não importa quantos jogos vocês joguem, percam ou ganhem, sempre deem o seu melhor, tanto aqui, quanto dentro da esfera. Porque o que somos lá dentro...

— Somos aqui fora!!! – Berram os jogadores!

— É ISSO AÍ!!! Agora vamos chutar algumas bundas pra fora da esfera e sigam-me os BONS!!!   

Grita acenando para que os jogadores o sigam correndo com ele na frente, passavam pelo correr que ia direto para a esfera, quando Jecht viu alguém conhecido o fazendo parar.

— Opa!

Era uma bela mulher de cabelo castanho até o ombro, olhos azuis, usava uma jaqueta azul marinho, camisa verde, calças azuis justas e sapatilhas da mesma cor. Olhava com serenidade para Jecht que sorria de orelha a orelha.

— Cof, cof... prossigam sem mim eu vou logo depois... e que olhos são esses?! Essa aqui já tem dono ouviram?!

Ao ouvirem isso os jogadores sorriem, sacodem a cabeça e se afastam. Se havia uma coisa que Jecht amava tanto quanto o Bliztball era...

— Amor! O que faz aqui? – Pergunta o jogador se aproximando e abraçando sua esposa, que se estica ficando na ponta dos pés para beija-lo. Um beijo longo e caloroso, até que eles se separam para tomar folego. Ela sorri para seu marido e responde:

— Não posso vim torcer para meu marido em sua centésima partida?

Ele sorri bobo.

— Olha, com sua torcida e esse incentivo, eu não sinto que vou perder.

— Mesmo? – Pergunta ela sorrindo.

— Com toda a certeza, precinto um belo massacre na esfera agorinha mesmo!!! – Sorri malignamente antes de ouvir o locutor chamando as equipes. – Opa! Tá na minha hora, nós vemos depois querida!!! – Da um último selinho em sua esposa antes de correr para se juntar ao seu time.

— Boa sorte! – Grita ela acenando para seu marido.

Ao pisar no estádio o público vai à loucura, lá estava ele. A lenda do Blitzball pronto para sua partida mais emocionante.

— HORA DE BOTAR FOGO NA CASA!!! – Grita para a torcida que em resposta ovaciona a lenda fazendo o estádio tremer!

E assim se inicia a partida, os jogadores entrando dentro da esfera e começando a partida do século!

A esposa de Jecht estava em pé emocionada vendo seu marido jogar, nem parecia um velho jogador. Suas manobras eram insuperáveis e até hoje ninguém conseguiu se equiparar a ele. Ela sorri orgulhosa de seu marido assim como todos no estádio e pela cidade que assistiam ao jogo pelos monitores de cristal em casa, em bares e restaurantes.

Todos estavam felizes, menos uma pessoa. 

Fora do estádio vagando pelo porto, um menino de pele bronzeada, cabelos louros espetados para o alto, usando uma blusa branca aberta com detalhes amarelos e calçando sandálias caminhava com as mãos para dentro dos bolsos de sua bermuda de cor azul. Sua feição mostrava tristeza, mais acima de tudo decepção. Ao longe podia ouvir a multidão clamando o nome de seu pai. Imaginou a voz de sua mãe no meio da multidão também e isso o deixou ainda com mais raiva.

— Cretinos!

E chuta uma lata vazia no chão que cai direitinho dentro de uma lixeira. Sentiu ainda mais raiva por isso.

— Droga!

Resmunga se afastando ainda mais, não queria ouvir aqueles gritos ovacionando seu pai, queria apenas o silencio ou apena o som dela. Caminhou até que chegou a seu lugar preferido e também seu refúgio.

A praia.

Ficou em pé olhando com as mãos para dentro do bolso aquelas ondas calmas e suaves que batiam em suas sandálias. Tirou-as para poder sentir a areia macia e a água salgada. Fechou os olhos sentindo aquela maresia, abriu-os os braços e se jogou caindo de costas na areia. A água agora o molhava por completo, mas ele não se importava... estava em seu local preferido, junto de seu melhor amigo... o oceano... estava em paz, ou foi o que ele pensou.

Mesmo longe ainda podia ouvir os gritos do público ovacionando seu pai, com certeza devia ter marcado algum gol. E isso só o deixava ainda mais irritado.

“Eu te odeio pai!”

Pensou alto em sua mente.

Depois pensou em sua mãe vibrando e gritando por ele, os olhos dela só para ele, apenas para a estrela que ela conquistara e nada mais.

“Eu te odeio!”

Gritava mais alto dentro de si.

E quando ouviu mais um grito não se aguentou e gritou com todas as suas forças.

— EU TE ODEIO!!!

Seu grito se propagou pela praia deserta, algumas gaivotas levantaram voo após seu grito.

As ondas do oceano cobriram seu pequeno corpo, lá deitado na areia só queria esquecer-se de tudo, de seus pais, do Blitzball e de si mesmo. Suas lágrimas eram levadas juntas pelo mar. Estava tão alienado em seus pensamentos que nem notou alguém se aproximando.

— Pensando na vida garoto?

— Hum?

O menino olha para o lado e vê um homem alto de roupas incomuns para aquela cidade parado olhando para ele. Trajavam uma vestimenta vermelha oriental que lhe cobria quase todo o seu corpo. Em sua mão direita calçava uma luva negra com contas azuis envolta do pulso, já seu braço esquerdo estava para dentro da vestimenta, só podendo ver sua mão. Por dentro usava uma cota de malha que se assemelhavam a uma armadura, botas com proteção de aço cobriam seus pés e pernas, sua cintura era envolvida por uma cinta branca com incontáveis contas azuis como as de seu braço, ao seu lado direito carregava uma enorme garrafa que lembrava uma cabaça. Seus cabelos eram negros com fios grisalhos no alto e nas laterais, em sua face usava óculos escuros ocultando assim parte de uma cicatriz que lhe causou a perda do olho direito e em suas costas carregava uma enorme espada quase do seu tamanho.

O menino ao ver o homem se senta de imediato na areia, pisca algumas vezes, esfrega os olhos e...

— Auron? É você?! – Pergunta o menino incrédulo.

O homem solta uma risada sarcástica e responde:

— E que outro espadachim velho e carrancudo você conhece que anda por esta cidade portando uma espada moleque?!

O menino se cala, viu que perguntou algo bem idiota, mais logo abriu um sorriso bobo, começou a rir e em um salto abraçou o espadachim.

— AURON!!!

— Há quanto tempo moleque, vejo que cresceu um bocado dês de nosso último encontro. – Diz o espadachim afagando a cabeça do menino que se separa do abraço e responde.

— Três anos pra ser mais exato! Cara por onde você andou?

O espadachim ainda ouvido o menino pega sua garrafa e toma um grande gole de sua bebida e responde.

— Trabalhando.

— Trabalhando? – Pergunta o menino sem entender.

— Pois é, preciso ganhar a vida. – Diz o velho espadachim que se senta na areia. – Mas às vezes é bom dar uma parada e rever os velhos amigos, principalmente um que está completando onze anos hoje, não é verdade... Tidus?

O menino ao ouvir aquilo sente seu corpo tremer, seu coração acelerou e pode sentir seus olhos marejarem.

— V-Você lembrou?

Auron apenas meneia a cabeça.

— Não sou cabeça oca igual ao seu pai, gravo tudo o que é importante bem aqui. – Aponta para sua cabeça. – E aqui! – Aponta sem seguida para seu coração. – Um verdadeiro espadachim... não, um verdadeiro homem sempre cumpre suas promessas, doravante o que digam ou tempo que leve. Guarde isso sempre em mente, ouviu? – Diz o velho espadachim antes de tomar mais um gole de sua bebida.

Tidus ouviu aquilo e ficou pasmo, mas ao mesmo tempo feliz, sempre gostou da companhia de Auron e de suas visias. Era amigo de infância e de escola de seu pai e ao contrário de Jecht que largou os estudos no quarto ano, Auron se formou em Draconia com honras!

Sua habilidade com a espada era insana! Dizem lendas que ele matou um Ruby Dragon com apenas um golpe!

Era alguém de força e presteza extraordinário, só não entedia como um homem horado como aquele podia ser amigo de seu pai.

— Às vezes eu não consigo entender...

— Hum? Entender o que?

O garoto coça a cabeça e se senta ao lado de Auron.

— VOCÊ! – Exclama o menino. – Como alguém tão maneiro, tão honrado, tão forte e desculpe o tom da palavra, FODA! Pode ser amigo de um... de um... de um...

— De um idiota como seu pai?

— EXATAMENTE!!! – Berra Tidus. – Cara eu não consigo te entender? Sei que vocês foram amigos de escola no passado, mais seguiram caminhos diferentes. Você seguiu o caminho do guerreiro e meu pai...

Antes de terminar sua frase berros eram ouvidos ao longe e o garoto fez uma careta e quando os gritos diminuíram ele termina:

— Esse caminho! – Aponta para o estádio bem longe. – O caminho de riqueza, popularidade, bebida e leva minha mãe a tira colo.

Auron levanta uma sobrancelha.

— Por acaso... eles... – E se calou antes de terminar sua pergunta ao ver a expressão do menino, que abaixou a cabeça fazendo seus cabelos cobrirem seus olhos e pode ver uma lágrimas escorrer por seu rosto.

Aquilo fez o velho espadachim suspirar pesadamente.

— Entendo. – Se cala olhando para o oceano. – Seu pai realmente passou de cabeça oca para sem cabeça nenhuma!

Se aquilo foi uma piada ou não, Auron conseguiu fazer o menino sorrir, mesmo que um pouco. Foi então que algo passou pela sua cabeça.

Olhou para o oceano, serrou os olhos até ver uma pequena ilha ao norte. Depois olhou para Tidus e disse para si mesmo.

Porque não?”

— Tidus!

— Hum? – O menino olha para o espadachim.

— Pra dizer a verdade... eu não vim até Zanarkand apenas por seu aniversário. – Revela o velho espadachim que tinha agora a atenção do menino.

— Serio?

— Sim, eu vim atrás de um valioso tesouro perdido por estes lados do mundo.

— Você disse tesouro?! – Os olhos azulados do menino faiscaram. Uma chama de entusiasmos e alegria emanava dele. E isso deixou o espadachim contente, seu plano estava dando certo.

— Isso mesmo um tesouro, e como você está desocupado, magoado e irritado com seus pais. O que acha de dar o troco neles e me ajudar a achar esse tesouro?

Bem, depois de ouvir isso Tidus fica mudo, faz uma careta de que está pensando para logo em seguida brotar de sua face um sorriso maligno que ia de orelha a orelha.   

— EU ACEITO!!! – E se levanta todo animado. – E ai onde fica esse tesouro?

— Fica perto daqui. – Responde Auron se levantando, batendo sua mão direita em seu manto, tirando a areia. – Vê aquela pequena ilha ao norte? –

— Tô.

Auron apontou para uma pequena ilha que ficava a meia hora de barco da praia. Tidus estranhou, pois já esteve naquela ilha, que na verdade só tinha areia e dois coqueiro solitários.

— Ahhh, Auron... eu já estive naquela ilha várias vezes. – Explica o menino. – É bem pequena por sinal e eu nunca vi tesouro nenhum lá. Tem certeza que o tesouro está lá?

Auron apenas olhou para o mar e para a ilha ao longe e Tidus viu o velho sorri com o quanto da boca.

— Certeza absoluta! E então pronto para ir?

O menino sorri e grita:

— Só se for agora!!!

— Então venha, vamos comemorar seu aniversário em grande estilo!

— UUUHHHOOOOO!!!! – Grita animado o menino que sai correndo ao lado de Auron sem perceber que no topo de uma arvore uma coruja parda os observava.

No estádio de Blitzball o time de Jecht massacrava o time adversário por dez a zero!!!

Cinco gols feitos pelo veterano e cinco com sua assistência, ele esteve presente em todo o jogo, cada jogada, cada incentivo e cada esporro também. Ele não poderia estar mais feliz e quando soou o apito final ele nadou tão rápido paro o topo da esfera e surpreendendo a todos saltando para fora da esfera e gritando com seu punho direito erguido para o ar. A multidão obvia foi à loucura! Sua esposa chorava de emoção ao ver seu marido brilhar e ser aclamado, podia ser passar anos, mas Jecht sempre seria lembrado como o maior jogador de Blitzball da história!

Quando voltou a esfera seu time o esperava e todos deram um soco combinado no meio da esfera, sinal de que eram um time unido e forte.

Minutos depois a esfera foi esvaziada e os jogadores já fora dela voltavam para os vestiários.

A esposa de Jecht correu até ele e sem se preocupar se ele estava molhado ou não o abraçou com toda a força. Afundou a cabeça em seu peito e chorou emocionada.

— Parabéns amor! Tô tão feliz!

Em retribuição o campeão abraçou sua amada a erguendo do chão e a rodando no ar.

— E eu mais feliz por ter você ao meu lado!

E selam seu amor com um beijo profundo e quente.

— Senhor Jecht, senhor Jecht! – Gritam vários reportes de vários jornais importantes chegando até eles! – Pode nos dar uma entrevista, por favor?!

Ambos, marido e esposa param de se beijar ao ouvir as vozes do repórteres e uma pequena palavra sai da boca do jogador, mas só sua esposa ouviu.

— Merda!

Ela ri da reação de seu marido.

— Que isso amor, vai lá, só não demore, pois essa noite... – A esposa de Jecht acena para que ele se aproxime e cochicha em seu ouvido. – ... sou toda sua...

Um tremendo sorriso brota na cara do jogador.

— Sara, sabia que eu te amo?!

— Hi, hi. Eu sei agora vai lá! – E sem questionar ele vai até os repórteres.

— Senhor Abyss, algumas palavras, por favor?!

— Calma, calma, vou tentar responder todas as suas perguntas, digam o querem saber? – Pergunta o jogador convencido e Sara ri da pose do marido.

— O jogo foi muito fácil?

— Há! Nenhum jogo é fácil meu caro! Todos os adversários são importantes e querem o mesmo que você... Vencer!!! Próxima pergunta?

Um outro jornalista pergunta:

— Senhor Jecht é verdade sobre os rumores que andam circulando pela liga? De que alguns membros importantes estariam forçando o senhor a se aposentar?

O sorrio convencido de Jecht se desfez na mesma hora, dando lugar a uma carranca furiosa.

— Onde você ouviu isso?! – Pergunta intimidador para o repórter que engole um seco.

— P-Perdão senhor... mas estão comentando em vários lugares que o senhor já passou da época de se aposentar e dar lugar a novas estrelas e tal... o senhor nega isso?

Todos se calaram esperando a reposta do jogador que respira fundo abre os olhos e diz:

— Meu jovem... anote isso ai no seu se caderninho em letras BEM GRANDES! – Suspira. – Jecht Abyss não vai se aposentar tão cedo e eu vou jogar Blitzball até o dia em que eu MORRER!!!

— OOOOHHHHH!!!!!! – Todos os repórteres fazem corro.

— É isso mesmo, “OOOOOOHHHHHHH!!!!” – Gesticula o jogador dando ênfase a suas palavras. – Nosso esporte está perdendo espaço par o “Real Steal” e não podemos deixar isso acontecer, sou um bom jogador e amo o que faço! E digo mais!

Olha para uma das memory cubes gigante que um repórter tem em mãos e diz:

— Todo aquele que luta por seus sonhos nunca deve esmorecer, deve sempre lutar e lutar cada dia de sua vida! Para que seus sonhos se tornem realidades! Aprendi isso no meu primeiro ano em Draconia, posso te largado a escola cedo... mas o que apreendi lá... valeu pelo resto da minha vida! Agora se me dão licença quero comemorar minha vitória com minha esposa. – E se vira dando as costas para os repórteres que ainda queriam mais resposta, mas Jecht nem os ouviu. Apenas pegou na mão de Sara e saiu de lá.

Alguns minutos depois já afastados do estádio dentro de um carro. Um jipe com tração nas quatro rodas, o casal se distanciava indo para casa. Sara dirigia enquanto Jecht estava no carona com uma toalha cobrindo seu rosto.

Estavam em silencio, não trocaram nenhuma palavra desde que saíram do estádio.

Sara olha para seu lado direito vendo seu marido com a toalha lhe cobrindo o rosto, sabia que ele estava zangado, ouvir a palavra aposentadoria o deixava extremamente irritado.

— Amor?

— Huhhh? – Murmura ele com a toalha na cara.

— Não leve a sério as palavras dos repórteres. Sabe que eles só querem notícias e fofocas, deixe isso para lá. – Diz Sara tentando animar seu marido.

— Eu sei... – Responde tirando a toalha do rosto. – Mesmo assim esse assunto ainda me deixa puto da vida!

— Jecht... – Murmura Sara vendo o olhar de decepção do marido.

— Eles tem medo Sara, medo que o esporte apodreça e deixe de ser amado, pois dizem que devido a mim! O esporte está se deteriorando, dá pra acreditar nisso?! – Brada revoltado.

— Se deteriorando?

— Isso! Como meu time sempre vence, estão perdendo patrocínio e dinheiro em apostas, dizem que se eu me aposentar outras estrelas podem nascer e que olha a prepotência... por medo de mim outros talentos não nascem, veja se isso não é ridículo!

— Isso é horrível! – Exclama Sara perplexa.

— Não é?! – Jecht se cala e olha para o horizonte. – Eu sinto falta da época em que Blitzball era jogado com o coração e não pelo bolso. Em que jogávamos com determinação, honra e mesmo nos machucando estávamos felizes, pois havíamos feito um bom jogo! Ah, Sara... aquilo sim eram tempos bons!

Sara olhou pra o lado e viu seu marido triste, nem parecia que tinha acabado de jogar sua centésima partida oficial. Então para tentar elevar seu humor diz:

— Não fica assim amor, chegando em casa vou preparar algo bem gostoso para gente.

Isso fez o jogador sorrir.

— Serio?

— Sim. – Responde. – Vamos ser só você, eu e o...

Nessa hora o sorriso de Sara some e seus olhos se arregram de tal forma que quase saem da orbita. Ela freia o carro com tanta força que Jecht quase voa pra fora do carro.

— OPA!!! – Grita ele se sentando no assento de novo. – Amor que isso tá tentando me matar?

Ela não respondeu, apenas fitava a rua a sua frente, sua pele estava branca e seus lábios tremiam.

— Amor... que cara é essa?

— Jecht... que dia é hoje?

— Oi? – Pergunta o jogador sem entender?

— QUE DIA É HOJE?! – Berra Sara nervosa.

— Eita! Acho que é... dia 20 de Julho, por quê?

Sara olha temerosa para o marido. De início ele não entendeu, mais então o jogador se cala, arregala os olhos, olha para a estrada a frente, para logo em seguida dar um tapa duplo na própria testa.

— Aí... MERDA!!!

— HOJE É ANIVERSARIO DO TIDUS!!! – Berra Sara desesperada.

— MERDA DUPLA!!! – Exclama Jecht.

— ESQUECEMOS DO ANIVERSARIO DO NOSSO FILHO!!! – Grita Sara sacudindo Jecht.

— MERDA TRIPLA!!!

— Eu não acredito nisso, como pude esquecer do aniversário do meu único filho?! – Diz Sara já começando a chorar.

— C-Calma amor, ele vai entender, isso acontece às vezes, né?

Um olhar mortal surge nos olhos de Sara fazendo até mesmo o grande Jecht tremer.

— Não Jecht isso não acontece às VEZES!!! – Brada Sara.

— EITA!!!

— Ah minha Deusa, que tipo de mãe que eu sou! – Diz Sara desesperada.

— Uma bem bonita, por sinal!

— JECHT!!!

— Tá, já me calei!

— T-Temos que ir pra casa o quanto antes! – Responde Sara ligando o carro de novo e acelerando.

Quinze minutos depois já estavam em casa. Era um apartamento luxuoso na cobertura, fruto das conquistas de Jecht no Bliztball.

— Chegamos, eu só espero que ele esteja bem. – Comenta Sara descendo do carro.

— Relaxa querida, eu estava aqui pensando... é só colocar a culpa em mim. – Diz Jecht descendo do carro.

— O quê? – Sara para e olha atônita para seu marido.

— Foi o que você ouviu! O moleque já me detesta mesmo... um rancor a mais ou a menos não vai fazer diferença pra nenhuma. – Responde o jogador cruzando os braços.

Sara fica muda ao ouvir aquilo.

— O que acha? Assim você não se sente mal e o moleque não vai descontar em...

— Não! – Diz Sara cortando a frase de Jecht.

— O quê?

— Eu disse que não Jecht! – Responde Sara que suspira. – Não vou deixar você levar a culpa toda sozinho, seria injusto com você e não quero isso! Aliás, a relação entre você e o Tidus já está péssima e não quero piorar isso ainda mais! – E se vira já entrando no prédio, deixando Jecht sem ação.

— Cara... às vezes Auron tem razão... eu sou um baita de um idiota mesmo! – E abaixa a cabeça entrando no prédio seguindo Sara.

Ambos sobem quietos sem dizer nada, pensavam no que dizer ou como agir, só que já era tarde, já estavam diante da porta de casa.

— É agora! Querido chegamos!!! – Exclama a mãe de Tidus ao entrarndo no apartamento que era imenso. Só a sala era do tamanho de três quartos, a cozinha era separada por um pequeno balcão e duas portas que levavam aos outros cômodos da casa. – Tidus você está ai?

— Pirralho!!! – Brada Jecht fechando a porta da casa e recebendo uma cotovelada de Sara. – Aí! Foi mal.

— Querido de uma olhada pela casa, vou correr e fazer um bolo pra ele, não vou passar o aniversário do meu filho em branco. – Exclama Sara tirando a blusa azul e colocando um avental e indo para a cozinha.

— Tá eu olho... mas se ele estiver em casa e me tacar alguma coisa?

— Você deixa ele te acerta, tá!

Jecht olhou aquilo e sai de fininho indo até seu quarto e voltando com uma máscara de proteção e protetor genital.

— Pra que isso?!

— Sei lá, vai saber aonde vai quer me atacar, deseje sorte em minha cruzada!

— Bobo! – Responde Sara sacudindo a cabeça.  

— Melhor bobo do que sem saco! Era o que meu velho sempre me dizia, agora deixa eu ver se acho o pirralho. – E começa a explorar a grande casa.

Olha em vários cômodos, sótão, varada, banheiro, box do banheiro, dentro do vaso sanitário e por fim chega no quatro de filho.

— Beleza, chegou a hora da verdade. – Bate na porta. – O moleque tá ai dentro?

Sem resposta.

— Olha eu sei que você deve estar bem PUTO com a gente, mas vamos tentar compensar, ok?

Nenhuma resposta de novo.

— Ah, entendi, se fazendo de difícil, tá bem então!

Então toma distância e com um chute arromba a porta.

— Tô invadindo!!! – Berra o jogador já entrando no quarto do filho que pelo visto estava vazio. – Eita! – Retira a máscara de proteção e o protetor genital os jogando no chão. Olhou em volta e sentiu algo ao pisar, quando olhou era uma bola de Blitzball furada. – Isso é... – Se abaixa e pega o que restou da bola. – A bola que dei pra ele há alguns anos...

E não era apenas a bola furada que jazia no chão, Jecht pode ver também vários jornais com noticiais sobre ele, nada boas por sinal. O jogador pega um deles e senta na cama do filho e lê a notícia.

Estrela ou destruidor”?

“Herói ou vilão”?

“Essas palavras definem bem o caráter de Jecht Abyss meus caros leitores”!

Jecht leu aquilo intrigado.

“Enquanto se vangloria em gloria pelos seus feitos e trata sua equipe como se fosse sua própria família o mesmo não se pode dizer sobre sua família de verdade”.

Serra seus olhos vermelhos ao ler aquilo.

Enquanto treina e dedica seu tempo exclusivamente a o esporte e sua linda mulher. O mesmo não se pode ser dito de seu filho único, Tidus Abyss”.

Arregala os olhos ao ler aquilo.

O pequeno é visto constantemente sozinho, sem supervisão nenhuma, quase que abandonado, isso não é incrível?!”

“O grande herói, mito em toda Zanarkand tem outra faceta? A de um homem que só quer saber da gloria e uma vida de luxuria, o que será desta criança sozinha e se os...”

Jecht não conseguiu mais ler o jornal, pois o mesmo pegou fogo em suas mãos.

Lentamente se queimando até virar cinzas.

O jogador abaixa a cabeça juntando as mãos em frente ao rosto.

Seria verdade aquilo que leu?

Era alguém tão idiota ao ponto de não ver algo tão importante bem diante dos seus olhos. E pior... levou Sara para o meio disso!

Fechou os olhos em fúria e se lembrou das últimas palavras de seu filho na manhã daquele mesmo dia antes de sair para o jogo com sua esposa.

“EU TE ODEIO!!!”

Aquilo ressoou por sua mente.

 “EU TE ODEIO!!!”

Serrou os dentes.

“EU TE ODEIO!!!”

Uma aura alaranjada como fogo começou a emergir de seu corpo.

“EU TE ODEIO!!!”

O ar envolta dele começou a esquentar.

“EU TE ODEIO!!!”

E por fim uma única e solitária lágrima escorreu por seu rosto que não alterou sua feição. Estava sério e determinado, se levantou sem dizer uma palavra deixando o quarto do filho e cruzando a sala.

Sua esposa ao velo o chama:

— Jecht achou o Tidus... o que foi? – Sara se assustou ao ver o olhar do marido que brilhava como duas chamas.

O jogador passa por ela sem dizer nada, se dirige até a porta a abrindo com violência.

— Querido... aonde vai?!

E antes de sair ele responde.

— Concertar uma burrada!!!

Ao dizer isso correr, toma impulso e pula do alto da cobertura.

— JECHT!!! – Grita Sara que corre até o parapeito e olha para baixo e vê incrédula seu marido parado lá embaixo sem nenhum ferimento, agachado com seu punho fechado, suas pernas dobradas e o chão abaixo dele rachado.

Ela observa o jogador se levantando e o olhar para ela e sorrir.

— Deixe algo bem gostoso pronto querida, porque vou voltar com ele nem que seja amarrado! – Em seguida começa a correr com um raio pela rua indo à procura de seu filho.

Sara ao ver aquilo sorri, havia esquecido que seu marido era praticamente “indestrutível”.

— E ele sempre me assustando... aí, aí... – Suspira. – Espero que eles voltem bem. – Diz fechando a porta da casa para logo ouvir um pio de algo dentro da casa. – Hum?! – Ao ser virar vê uma coruja parda empoleirada na mesinha da sala, com um envelope na pata.

E Sara foi as lágrimas de tanta felicidade ao ver o animal com o presente perfeito para seu filho.


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Notas finais do capítulo

E assim começa a conturbada e inusitada vida de Tidus e sem mais delongas vamos ao próximo capitulo!



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