The Black Wings escrita por LFairchild


Capítulo 2
Capítulo 2 - Just Fight!


Notas iniciais do capítulo

Hello... Divirta-se lendo, eu espero.



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Um clima de suspense ecoava naquela sala. E pensar que pelo que aconteceu na minha vida nada mais me surpreenderia.

   – Preciso que mantenha a calma e preste atenção ao que eu vou falar, é bem complicado e estranho. – Disse Ally suspirando.

   – Vou manter a calma sim, posso saber o porquê que estava no meu sonho?! E como?! Você acha estranho, nossa, é o único com certeza que acha uma coisa dessas estranha. Pra mim é super normal, já me ocorreu de entrar em muitos outros sonhos também. – Eu já estava suando frio de tão nervoso, uma única frase rondava a minha mente, “Como que ele fez isso?”.

   – Serio?

   – Não. – Acho que ele não percebeu meu tom sarcástico.

   – Enfim. Preciso da sua cooperação para tudo que eu te disser você manter em segredo, não pode espalhar isso.

    – Nem sei do que se trata, só pode, por favor, me explicar o que esta acontecendo? – tentei ser o mais natural possível.

   – É o seguinte, digamos que não somos totalmente humanos e há mais coisas a aprender do que as escolas ensinam.

   – Tipo? – Estava começando a ficar interessante.

   – Bem, além do que os humanos comuns podem ver, há um mundo diferente do que nós estamos no momento. Este mundo é composto por espíritos, almas de pessoas que não encontraram o seu caminho e Anjos Caídos, seres que podem ser maléficos ou não que caíram do paraíso por algum motivo.

   – Mas por qual motivo um anjo iria cair do céu? E o que você quis dizer com “no momento”. – Perguntei sem conseguir entender.

   – Olha, por exemplo, sua mãe se apaixonou pelo seu pai, que é um humano normal, porem com a capacidade de ver algo a mais. E não estamos lá no momento, mas antes, a estrada em seu sonho era parte de lá. O modo de entrar no outro mundo é pelos sonhos, você pode ter pura consciência de onde esta e o que fazer. Porem, tudo o que fizer lá afetara seu corpo mortal, então todo cuidado é pouco. 

   – Entendi. Espera... Minha mãe o que?!

   – Sua mãe abandonou o paraíso para viver com um mortal.

   – Não consigo compreender, por que ela faria isso? – Estava começando a ficar tenso.

   – Às vezes, o amor é maior que a dor. Sua mãe foi uma grande guerreira e sabia bem o que queria. Entre o amor entre um mortal e um ser celestial, nascem os Híbridos. Seres meio-humanos e que podem desenvolver poderes ao longo do tempo. Você não é o único, filho de Lauriel. Eu sou filho de Azazel, o anjo caído que esta tentando pegar algo de você.

   – E por que ele esta me perseguindo? Mas quem eu vejo é minha mãe...

   – Azazel gosta de brincar com o mais profundo sentimento das pessoas, você tem um grande amor pela mãe que não conheceu, ele aproveitou disso e usou sua mente para criar uma versão “Lauriel” dele, ou Laura, como costuma chamar. E respondendo a primeira pergunta ele esta procurando um cordão com um pingente que sua mãe deixou para você.

   – Que? Então o seu pai esta infernizando meus sonhos por uma coisa que até agora eu nem sabia que existia.

   – Não me orgulho de meu pai nem um pouco. Como não sabe? Você tem o pingente não é? – Seu rosto de calmo e sereno mudou para um rosto assustado e desesperado.

   – Eu não faço à mínima ideia de onde esta o pingente, e não sei que pingente também. Nunca o vi na minha vida.

   –ai, ai, isso não é bom. Se Azazel souber que não esta com você...

   – O que? Ele vai me deixar em paz?

   – Muito pelo contrario. Vai querer usar você e suas memórias até achar o pingente. Mas isso não vem ao caso agora, quero te ensinar a mais ou menos usar seus poderes, cada um dos Híbridos têm um tipo de dom diferente, eu, por exemplo, consigo entrar nos sonhos das pessoas e você sabe disso.

   – Ta, Mas o que exatamente?

   – Vou buscar uma coisa que vai ajudar. – Ele se levantou se seguiu reto para a cozinha, ouvi um barulho de talheres, mas ignorei, não sei o que ele esta planejando, só tenho uma estranha confiança que esta tudo bem. Ele volta com alguma coisa na mão, um par de facas.  Facas?!

   – É, o que você vai fazer?

   – Apenas lute. – A expressão em seu rosto estava sombria e vazia

   – O que você vai...

Antes que eu pudesse dizer ou pensar mais qualquer coisa, ele arremessou a faca em meu ombro, perfurando-o no lado esquerdo, a única coisa que consegui fazer foi arregalar meus olhos, olhei para o lado e vi aquele cabo nego que dava base a lamina lisa e brilhante da faca em meu ombro. Algo escorria sobre minha camisa até chegar a meu braço, o sangue quente e carmesim dava uma sensação de pânico incontrolável. Queria gritar, mas não conseguia. Maior que a dor só a decepção, o que ele estava fazendo, o que pretendia com isso, ele quer me matar? Cai no chão, olho para ele e tento me concentrar nas palavras:

   – Mas o que você?! – Fui interrompido por sua voz forte que não demonstrava nem um pouco de piedade.

   – Apenas lute, libere o que há dentro de você. Se esforce, ou morra.

Não conseguia pensar. Na minha cabeça a única coisa que passava eram palavras como Dor, medo, ódio, traição, desespero. Levantei-me e corri para fora da sala, não conhecia a casa, mas pior que isso era um maníaco me perseguindo com um par de facas na mão. Passei por um corredor que tinha um espelho gigante sobre a parede, olhei por um instante para ele, minha cara estava pálida, podia ver o medo em meus olhos, o sangue de meu ombro escorrendo sobre meu braço. O que irei fazer? O que ele quer que eu faça? Pude ouvir seus passos, ele estava se aproximando, tento correr, mas cai no chão, estou sem forças para continuar. O que farei? O que farei? O que farei? O som de passos aumenta, quero chorar, quero gritar, mas não consigo. De minha boca só sai urros de dor.

   – Já vai desistir?

Ele esta a apenas alguns metros agora, seu rosto esta tão sem expressão, parece que ele já passou por alguma coisa do tipo, agora não importa mais nada, acho que é o fim.

   – Prove para sua mãe que não é um “fracote”. Seja tão guerreiro quanto ela. Lute!

Algo acendeu em meu coração, como um raio atingindo a superfície do mar. Sinto uma estranha energia me envolvendo, uma força de vontade que eu nunca tive... Mãe. Eu não sou fraco, eu quero que ele pare. Parar, já chega... Pare... Sua mão se levantou com uma das facas e ele esta prestes a arremessá-la. Eu quero que ele pare. Ele a arremessou. A faca vinha em direção a meu rosto, eu não quero morrer, eu não posso, ainda não. Não! Não!

   – Para... Para!

... O que ouve? O que é isso? A faca esta parada em minha frente... Flutuando? Ele que fez isso? Olho para seu rosto e vejo que ele está totalmente surpreso. Minhas costas estão tão pesadas...

   – que? – Não consigo e nem sei explicar exatamente o que aconteceu.

   – Se olhe no espelho. – Ele estava com os olhos tão arregalados que eu tive medo de fazer o que mandou.

Levanto-me com dificuldade e olho... Asas? Asas cinzentas como um dia nublado, com penas cinza e reluzentes. Elas tinham quase o dobro do meu tamanho, não consigo controlá-las, Meu olho direito... Azul? Não... Brilhante, parecia à cor estava se remexendo sobre minha Íris.

   – O que é isso? O que aconteceu com meu olho direito?!

   – Acho que você descobriu o seu poder, parabéns Julian! Pelo que eu vi você consegue controlar coisas... Eu acho.

   – Por que eu tenho asas?!

   – As asas são como uma espécie de “premio” por você mostrar quem realmente é e só irão vê-las e senti-las as pessoas com facilidade em sentir o sobrenatural, o que é raríssimo. Amanhã bem cedo vamos lá para fora e eu te ensinarei a usá-las.

   – Eu vou poder voar? – Pergunto com um pouco de emoção.

   – Não, só no outro mundo. – Respondeu Ally.

   – Como você sabe tanto sobre isso?  

   – Minha mãe me explicou tudo quando fiz certa idade.

   – Entendi, eu acho.

Sentei no sofá e lembrei que meu ombro ainda estava sangrando.

   – É, bem, tem como ajudar aqui? – aponto para meu ombro.

   – O que? Claro! Desculpe.

Com o kit de primeiros socorros em mãos, Ele estancou o sangue e enfaixou meu ombro cuidadosamente, suas mãos dando voltas em meu ombro, sua calma conseguiu me contagiar, eu já estava ficando sonolento. Até que ele disse:

   – Acho que você é a primeira pessoa que conheço que não demonstra pavor ou qualquer outra coisa sem ser pavor pelo outro mundo.

   – É? – Acho que eu me surpreendi, mas por que tenho a impressão que já ouvi isso antes?

   – São duas da manhã, vamos dormir.

   – Ta.

Deito-me no sofá e ele põe um colchão no chão e deita também. Percebo que minhas asas sumiram.

   – Por que as asas sumiram?

   – Elas só aparecem quando sua ligação com o outro mundo esta bem forte, seu olho direito esta âmbar também.

   – Ata... – Não entendi, mas enfim, não vem ao caso agora.

    Meia hora se passou e ele já esta dormindo no seu colchão, eu viro do lado das costas do sofá para o lado em que eu possa vê-lo. Seu cabelo esta sobre seu rosto, ele dorme tão calmamente como se nada pudesse acontecer a qualquer momento. Sua boca entreaberta e a frequência de sua respiração era tão calma que dava impressão de que ele estava morto de sono, algo na parte direita do seu cabelo esta brilhando, mas não consigo ver o que é. Ally... Onde já ouvi esse nome? Onde já vi esse rosto? Perdido em pensamentos sobre ele acabo pegando no sono.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem...



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