The Black Wings escrita por LFairchild

Já faz três anos desde que meu pai “foi comprar cigarros na esquina” e nunca mais voltou, até então vivo sozinho. Minha mãe faleceu quando eu nasci. Então não tenho muitas lembranças dela, mas sei que seu nome é Laura,pelo menos isso. Não tenho familiares conhecidos, então me criei sozinho com a ajuda de minha tia, que sempre quando pode, vem me visitar e deixar o dinheiro pro mês. Minha tia, irmã do meu pai, sempre gostou de me visitar. Desde que meu pai sumiu ela tem me ajudado e sido como uma mãe que eu nunca tive. Estou com tanto sono, Mas preciso terminar meu dever de casa...
Estou sentado em um corrimão de uma escadaria na Rua 121, a rua estava vazia e fria, a mesma coisa que meu interior, algum tipo de neblina estava atrapalhando minha visão do resto da rua e bem ao fundo pude ver uma sombra... Ou alguém por trás de toda aquela neblina transparente com um leve tom branco ao fundo. Algo se mexeu, percebo que não é algo fictício da minha cabeça ou qualquer coisa que está fazendo algum tipo de sombra, começa a se aproximar. A esse ponto, levanto-me do corrimão, ando para o lado oposto da figura e não olho para traz, até que sinto algo tocar em meu ombro. Viro-me e vejo uma mulher pálida de cabelos brancos e longos, com um vestido negro e sangue escorrendo de seu ombro.
– Julian. Você cresceu tanto, venha comigo. –disse a pálida mulher.
– Quem é você? O que quer comigo? Afaste-se!
– Meu lindo menino, o que há com você? Sou eu. Laura.
– Mãe? Você está sangrando, E pálida. – Vejo que a expressão em seu rosto, de um sorriso vazio, muda para uma cara séria e confusa.
– Como? Não ligue para isso, venha, pegue minha mão. – Disse ela estendendo as mãos para mim.
Sem pensar, minhas mãos se entrelaçaram com as dela, frias e sensíveis ao toque, como se estivesse morta... Mas não estava?
– Mãe, por que você sumiu da minha vida? Quando e por que me deixou? – Eram tantas perguntas que eu queria fazer, tantas coisas que eu queria falar, até que...
— Meu filho.
Foi quando olhei para o seu rosto e... Não era ela... Não era mais ela, seu rosto foi substituído por uma face medonha e seus olhos substituídos por buracos negros e vazios, sua boca tornou-se um arsenal de dentes afiados. E sorrindo me disse:
— Tente descobrir caro Julian, não ache que sua vidinha patética de garoto solitário irá durar para sempre, digamos que irei responder suas perguntas em breve, mas não aqui. Quero que saiba desde já que, sua mamãe amou muito você... – E riu com um ar maquiavélico
Um som irritante e demoníaco passou pelos meus ouvidos como uma bala perdida. Foi então que eu vi que, de suas costas, saíram um par de asas grandes e negras, com penas escuras idênticas às de um corvo. Em seu pescoço havia um colar dourado com um pequeno pingente que aparentava guardar algo dentro.
– O que é você?! – não pude conter minha cara de desespero e medo naquele momento, com meu coração saltando pela boca, recuei e cai no chão. Sem forças para me levantar, ela veio se aproximando.
– Parte de você e seu pior pesadelo. – E aquela risada maligna com um tom de satisfação, o qual eu não entendi o motivo.
Aquele sorriso maléfico, seus “olhos” sem cor e suas garras grandes e negras focaram em mim por um estante. Então eu senti o desespero e pânico até que a coisa começou a se mover minha direção.
–Não! Que? – Acordo com um grito e sento-me rapidamente na cama respirando fundo até recuperar meu ar. – Estou no meu quarto. Eu estava tendo um pesadelo? Parecia tão real... E por que eu estava dormindo no meu livro de historia?
Levantei-me fui tomar um banho. Eram meio dia, meu quarto estava bagunça, ignorei-a e fui direito para o banheiro. Em frente ao espelho pude ver minha cara de espantado e a marca do livro de historia no canto direito do rosto.
– Parece que vi um fantasma ou algo do tipo
Meu rosto, fora isso, meus cabelos longos e escuros, meus olhos... Cada um dos meus olhos é de uma cor diferente, o esquerdo é castanho escuro, e o direito é âmbar. A maioria das pessoas pergunta por que eles são de cores diferentes, eu respondo sempre a mesma coisa:
–“Heterocromia”.
Essa heterocromia que eu tenho é na cor dos olhos, que pode ser herdada ou ser causada pela ausência de melanina no meu olho esquerdo, eu acho. Não sou nenhum médico pra afirmar, tenho só 16. Estou no segundo ano do ensino médio. Estudo à tarde, e de manhã trabalho em uma lojinha não muito longe daqui. Mesmo com a ajuda financeira de minha tia tenho que conseguir meu próprio dinheiro pra comprar algumas coisas a mais.
Abri o chuveiro e deixei a água fria cair sobre meu corpo quente e nu. Não sou tão alto, tenho mais ou menos uns 1,74. Sou um pouco magro porque nem sempre tenho aquele banquete em casa. Mas miojo da pro gasto. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, estive pensando se tudo aquilo do sonho tivesse algum significado ou alguma coisa do tipo.
– impossível.
Saio do banho e pego a toalha, me seco rapidamente e visto uma cueca, minha calça Jeans preta, calço meu tênis, visto uma camisa preta que em sua frente estava escrito Black is Power, não que eu seja gótico, mas ela estava na promoção, e eu não tenho dinheiro para comprar o que eu bem querer. Visto minha jaqueta marrom escura, arrumo meu material e vou pra escola, atravesso o corredor, abro a porta da frente, tranco-a e saio.
A Rua estava um pouco movimentada, carros passando e pais levando os filhos à escola... Como será que deve ser ter pais que te levem na escola? Ignorando a mim mesmo, odeio pensar nessas coisas, continuei andando e virei à esquerda pra Rua 154, onde eu moro as ruas são nomeadas por números, até chegar à cidade que é onde fica a escola demora um pouco. Acho que estou esquecendo alguma coisa.
– Bom dia esquisito! – gritou Roger, um garoto da minha idade, com cabelos curtos e olhos escuros, vestindo uma camisa azul, calça Jeans azul escura e um casaco preto. Ele estuda na mesma sala que eu.
– Ai que susto! – Eu estava perdido em pensamentos até ele aparecer
– Cara você não tem noção do quanto eu estou feliz hoje! – Disse Roger com um “sorriso maior que a cara”.
– acho que eu tenho sim. – Ninguém merece... Não que Roger não seja legal, só não estou afim de me “socializar hoje”, e nem nunca...
–É porque, se eu me der bem nas provas, meus pais vão me levar naquele festival que vai ter mês que vem.
– sei...
– Eu adoro sair com meus pais, eles são tão legais em viagens, acho que tudo que eu peço eles compram.
– Puxa, que maneiro – acho que não pude disfarçar minha cara de “não ligo”.
Fomos eu e ele conversando até chegarmos à escola. Era o primeiro dia de aula depois das férias no meado do ano, a maioria dos alunos ainda não tinham voltado de viagem, sentei em uma cadeira no fundo do canto direito da sala. Gosto de ficar ali. Fico mais confortável.
– Boa tarde classe, a partir de hoje teremos um novo aluno nessa turma.
Entrou um garoto, com cabelos um pouco mais longos que os meus, com os olhos escuros e vazios, estava vestindo uma calça Jeans azul, tênis, camisa preta e casaco azul escuro. Alguma coisa nele não estava certa... Eu sinto que não. Ele sentou no fundo da sala, mas do lado esquerdo, não pude deixar de notar que ele tem uma tatuagem no canto direito do pescoço, não consigo enxergar muito bem o que é. Enquanto eu o observava... Ele virou pra mim. Nossos olhos se encontraram e aquele vazio dos seus olhos me hipnotizou.
– Por que esta me olhando? – disse o garoto
–... Que? Ah, desculpa. – meu coração palpitou... Por quê?
– Acho que eu te conheço de algum lugar.
– É? De onde que...
Estava prestes a perguntar algumas coisas quando o professor me interrompeu:
– Pesquisa de Historia na minha mesa.
... Eu dormi sem querer em cima do livro, sabia que estava esquecendo alguma coisa! – Não posso acreditar nisso.
– É, professor, então, ai o quê que acontece, ontem à noite eu...
– advertência. – Disse o professor sem nem me deixar explicar.
– droga.
– Oi?
– Oi. Que? Nada.
– Já é a quinta pesquisa que não me entrega na data certa, e olha que eu só passei sete. – Disse o professor parecendo irritado.
Logo depois desse mico, ouvi o garoto começar a rir bem baixinho, olhei pra ele e comecei a rir também, não tinha muito o que fazer.
– Qual seu nome? – Perguntou o garoto
– Julian. O seu?
– Ally.
Tremi, por um momento pude ver asas como as de um anjo em suas costas. Foi só minha imaginação, espero eu.


Classificação: 13+
Categorias: Histórias originais
Personagens: Personagem Original
Gêneros: Fantasia
Avisos: Bissexualidade

Capítulos: 2 (3.254 palavras) | Terminada: Não
Publicada: 01/03/2016 às 18:22 | Atualizada: 02/03/2016 às 14:24


Notas da História:

Tem besteira não gente... por enquanto.


Capítulos

1. Capítulo 1 - The Fell Angel
1.554 palavras
2. Capítulo 2 - Just Fight!
1.700 palavras