Wrong Number escrita por Clarice Reis


Capítulo 7
Posso confiar em você?


Notas iniciais do capítulo

Por favor não me matem!!! Quero pedir mil desculpas pela demora e agradecer por todos os comentários que recebi no último capítulo. Ainda não consegui respondê-los porque vocês sabem, eu gosto de responder de forma bem atenciosa e vou levar um tempo para conseguir responder todos. Quero muito agradecer pela recomendação que a Denise Miranda fez para a história ♥
Sem mais delongas, espero que gostem do capítulo e desculpem qualquer erro, acabei de terminar de escrever e resolvi postar logo já que faz tanto tempo desde que atualizei a fic.



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Minha mente ainda estava tentando processar tudo que havia ocorrido nos últimos dez minutos. Tentava colocar meus pensamentos em ordem, mas tudo estava um caos. Magnus Bane, o desconhecido que acabou virando um amigo e confidente, está sentado na mesma mesa que eu e de vez em quando lança uns olhares na minha direção. A verdade é que eu queria conhecer Magnus, mas as circunstâncias tornaram tudo muito estranho. Para começar, descobri que já tinha o visto antes, e da última vez que nos encontramos, ele estava flertando comigo. Se ele soubesse que era eu, teria feito isso? E ainda tem toda a história com Jace. Magnus sabia sobre os meus sentimentos, e ainda por cima era amigo de Clary. Essa situação estava me deixando apreensivo. Os três no mesmo lugar não era uma ideia que me agradava.  Foi nesse instante que algo me ocorreu. Amigo de Clary.

 O meu lado racional praticamente gritava para que eu deixasse de lado as paranoias que começavam a surgir na minha cabeça. Infelizmente, era tarde demais. Se os dois eram amigos, o que o impedia de contar tudo para ela? Acabamos de nos conhecer pessoalmente, enquanto eles têm anos de amizade e pelo que posso perceber pela forma como falam um com o outro, são bastante próximos. Ok, é isso, estou completamente paranoico, mas não posso evitar. Quem me garante que posso confiar em Magnus? Ele sempre pareceu ser uma ótima pessoa, mas isso não era o suficiente. Não tinha como saber se ele diria ou não a Clary. Ele podia contá-la alegando que isso a envolvia, afinal, era sobre o namorado dela. Naquele momento, uma questão surgiu e me fez afundar ainda mais naquele abismo de dúvida e medo. O que eu faria se Clary contasse a Jace?

 Comecei a me sentir sufocado. Tinha que existir uma forma de resolver aquela situação. Talvez, se eu conversasse com Magnus...

 Senti o telefone vibrar no meu bolso.

 “Está tudo bem?”

  Ergui o olhar e vi Magnus me observando de forma sutil enquanto conversava com Simon. Eu deveria estar parecendo um lunático encarando o nada.

 "Preciso falar com você”

 Tinha que ir direto ao ponto. Jace não podia saber de nada e eu faria todo o possível para convencer Magnus a não contar. Apertei o botão de enviar sem pensar duas vezes. Tudo que eu precisava agora, era conseguir ficar a sós com ele. Como iria fazer isso? Comecei a arquitetar mil planos, mas fui interrompido pelo meu celular. Uma nova mensagem.

 “Me encontre no beco ao lado da boate”

  Ainda estava terminando de ler quando a voz de Magnus se fez presente.

 — Se importam se eu deixá-los por alguns instantes? Recebi uma mensagem dizendo que precisam de mim no escritório.

  — Claro que não, fique à vontade. — Clary disse de forma simpática.

  Magnus se levantou e logo desapareceu no meio de tantas pessoas.

— Gostei dele — Izzy comentou — Muito simpático, não acha, Alec?

  Eu amava Isabelle, mas em momentos como esse eu queria matá-la. Ela estava fazendo de propósito.

— Ele é bem simpático — respondi rezando para que aquilo soasse natural — Vou pegar mais bebida.

 Me afastei da mesa, mas continuei encarando as pessoas sentadas. Não podia deixar que vissem para onde eu estava indo. Quando tive certeza que ninguém estava olhando, comecei a me esgueirar por entre a multidão que estava no local até chegar a saída. Assim que passei pela porta, senti o vento frio do outono percorrer meu corpo. Cruzei os braços sob o peito em uma tentativa de me aquecer e caminhei lentamente até adentrar um pequeno beco.

 Magnus estava lá. Encostado na parede encarando seu telefone. Assim que percebeu que eu havia chegado, olhou na minha direção e lançou um sorriso.

— Sabe, você não pareceu muito feliz em me ver — comentou.

 Não pude deixar de me sentir envergonhado. Estive falando com ele durante semanas, e quando finalmente nos conhecemos, eu mal o olhei. Não foi uma atitude legal da minha parte.

 — Desculpa, eu só...

— Não precisa explicar. O que queria falar comigo? — Magnus parecia estar bastante curioso.

 Me dei conta que ainda não tinha pensado exatamente no que iria dizer e isso me deixou nervoso. Não podia simplesmente chegar e dizer “Por favor, não conta pra Clary as coisas que eu te falei” Na verdade podia, mas definitivamente não era algo que eu faria.

  — Então, você e a Clary são amigos... — foi o que saiu da minha boca sem que eu tivesse pensado muito a respeito.

 Magnus pareceu ficar confuso por um instante.

— Sim, nos conhecemos faz anos. Por que?

 Estava pensando em algo para dizer, quando a compreensão pareceu atingir o homem a minha frente.

  — Alexander — começou — Por acaso acha que vou contar alguma coisa a Clary?

 Ele parecia incrédulo e isso me fez sentir ainda mais envergonhado. Um silêncio desconfortável se instalou entre nós. Eu ia falar algo, mas Magnus o fez antes.

— Eu entendo a sua preocupação, mas quero que saiba que eu não faria isso. Pode confiar em mim, não contarei a ninguém.

  Senti um alívio imenso.

— Obrigado — falei e tenho certeza que deixei transparecer o quanto estava feliz em ouvir aquilo.

 — Era só isso? — perguntou.

  Eu assenti e um sorriso malicioso surgiu em seu rosto.

  — Uma pena, tinha outras coisas em mente.

  Tenho certeza que estava corado. Magnus estava realmente flertando comigo? Ele me encarou por alguns instantes, seu olhar era intenso e me fez sentir completamente exposto.

  — Então aquele é o famoso Jace? — questionou — Não é o que eu imaginava.

  Sua afirmação despertou o meu interesse.

  — O que quer dizer?

 — As coisas que me disse sobre ele, fizeram parecer que era alguém fascinante.

  — Não acha que ele é? — Inquiri.

— Não conversamos muito, mas ele parece extremamente comum.

 Comum? Acho que era a primeira vez em toda a minha vida que ouvi alguém utilizar essa palavra para caracterizar Jace. Percebendo minha expressão surpresa, Magnus continuou.

— Ele é muito atraente, mas não é exatamente alguém que eu acharia interessante.

  Era estranho pensar em Jace como alguém comum. Justo ele que sempre se destacava de alguma forma e que conseguia fazer com que todos prestassem atenção em qualquer coisa que fizesse ou dissesse. Sempre o vi como alguém extraordinário, sempre achei que todos o vissem dessa forma. Aparentemente, havia uma exceção.

— Nunca ouvi alguém dizer que Jace é “comum” — comentei.

  — Talvez ele só não seja o meu tipo — disse dando de ombros.

 Por alguma razão, quis saber qual era o tipo de pessoa que despertava o interesse de Magnus. Lembrei da primeira vez que nos vimos. Da forma como ele sorriu e piscou para mim. Seria possível que eu fosse o tipo de cara que ele gostava? Pelo menos fisicamente falando. Estava tão concentrado nos meus pensamentos que nem me dei conta de que deveria falar algo.

  — Gostei de ter conhecido você — eu estava surpreso com as minhas próprias palavras.

  Magnus sorriu.

  — Também gostei de conhecer você, Alexander.

 Queria conversar mais. Queria saber se nos daríamos tão bem pessoalmente quanto nos dávamos por mensagem, mas lembrei que todos ainda estavam lá dentro. Tinha dito que ia apenas comprar uma bebida, não podia demorar muito ou Isabelle ia começar a criar teorias malucas sobre o que eu estive fazendo.

— Acho melhor voltarmos. Você vai ficar com a gente ou tem muito trabalho para fazer?

 — Tenho certeza que o meu trabalho pode esperar.

 Assim que voltei para a mesa, Isabelle me olhou de forma desconfiada. Ela provavelmente percebeu que eu não estava no bar. Pensei em dizer que fui ao banheiro, porém optei por ficar calado. Quando Magnus surgiu dois minutos depois, Izzy pareceu concluir algo e um sorriso malicioso brotou em seus lábios. Ótimo, ela ia me encher de perguntas. Tentei não pensar muito sobre isso e aproveitar a noite. Nem vi a hora passar enquanto conversávamos. Magnus e Jace contavam histórias engraçadas e faziam todos na mesa morrerem de rir. Simon e Izzy competiram para ver quem virava mais shots de tequila e não fiquei nem um pouco surpreso quando minha irmã ganhou. Não lembrava quando tinha sido a última vez que me divertira tanto.

 Na hora de irmos, me despedi da minha irmã e Simon. Quando chegou a vez de falar com Magnus, percebi que não queria me despedir dele.

  — Até amanhã, Alexander.

  Eu o encarei confuso.

  — Amanhã? — questionei.

  — Ao menos que não queira mais falar comigo.

 Foi aí que percebi que ele se referia as mensagens.

  — Ah, claro — falei — Até amanhã então.

  Não pude deixar de sorrir e ele retribuiu.

  A volta para casa foi silenciosa. Clary nos deixou na frente do prédio e assim que entrei no quarto, tirei os sapatos e me joguei na cama. A noite foi bem melhor do que eu esperava.

 Quando voltei a abrir os olhos, foi porque tinha alguém me sacudindo de um lado para o outro.

  — Para com isso, Jace — murmurei ainda sonolento.

  — Jace saiu e nós dois vamos conversar.

  Ah não. Eu sabia que isso ia acontecer, mas não esperava que fosse tão rápido.

— Sobre o que, Izzy? — Me sentei na cama e fiz a minha melhor cara de tédio.

  — Não pense que sou idiota, Alec — seus olhos estavam brilhando de animação — Como foi?

  — Do que é que você está falando?

— Você e Magnus, é claro.

  — Isabelle, eu já disse que nós somos só amigos.

— Não tente negar. Vocês saíram quase na mesma hora e você disse que ia até o bar, mas quando fui te procurar você tinha desaparecido. Pensei que você podia ter ido no banheiro, mas pelo tempo que demorou, não podia ser isso. Aí, quando voltou, Magnus apareceu uns dois minutos depois e você ficou sorrindo que nem um bobo para ele. Não foi coincidência. Vocês estavam juntos.

 Sabia que não ia conseguir convencê-la do contrário, então optei por dizer a verdade.

— Só estávamos conversando — afirmei.

  — Eu sabia! — falou vitoriosa — Vocês estavam juntos.

— Ok, Izzy, eu estava com ele — admiti — Mas, não é o que você está pensando.

  — Não? Então como explica isso? — ela jogou o meu celular na cama.

  Merda, eu já tinha mudado essa senha umas quatro vezes, mas Isabelle sempre parecia arrumar um jeito de descobrir. Peguei o celular sem ter a mínima ideia do que esperar. Foi aí que eu vi.

 “O que acha de sair comigo hoje à noite?”

 

 


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