Porque Eu Não Vou Ficar Com Sasuke Uchiha escrita por Miss FleurDeLouis


Capítulo 9
Motivo Nove: Sou a nova vadia egoísta do recinto


Notas iniciais do capítulo

Só gostaria de agradecer pelos reviews e pedir desculpas por ainda não respondê-los, farei isso, prometo.

E dizer que esse capítulo é especialmente dedicado à Cupcake14 e Lleleba Parreira pelas recomendações! Nossa, fiquei muito feliz mesmo! Obrigada! :*



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Segunda-feira.

Um dia perfeito para matar um leão na savana social chamada colegial.

E eu mataria um bando inteirinho naquela fatídica segunda-feira após aquele fatídico sábado que vocês já ouviram falar.

Ou seria morta por um bando. O que viesse primeiro.

Eu comecei o dia acordando mais cedo que o normal, me arrumando mais cedo que o normal, tomando café da manhã mais cedo que o normal e partindo de casa mais cedo que o normal. Uma vozinha estridente e desesperada tentava me convencer de que eu fazia tudo aquilo para parecer uma aluna pontual e dedicada, enquanto outra vozinha, a sarcástica e realista, sussurrava um "Pffff! Nós sabemos que você só quer evitar o Sasuke!", odiava essa voz.

Estando ela certa ou não, tudo mostrou-se inútil quando vi Sasuke, lindo e sensual como sempre, na escada em frente a minha casa. Eu teria notado sua expressão de "sei que você está tentando me evitar, eu te conheço, por isso me adiantei" se não estivesse fitando seus lábios tentadores que agora conheço o sabor - ponto para mim! Êêêêê... Nem tanto, menos, Sakura. - e os lábios dele nem são os mais sensuais do mundo! Apenas estão bem postos com o nariz bonito, a testa bonita, o queixo bonito, os olhos bonitos, os cabelos bonitos, o tórax bonito, o abdo... Já chega! Parece que beijar Sasuke engatilhou algum tipo de desejo escaldante em mim, coloquei a culpa nos hormônios pois não colocaria em mim mesma, uma pessoa desprovida de plenas faculdades mentais desde o último sábado. Seria covardia, além do mais eu estava pasma com a presença dele na minha frente, antecipando as minhas ações, aquele diabinho que...

– Sakura?

– O quê? Oi, Sasuke... - eu estava letárgica e queria voltar por onde vim e não ver Sasuke nunca mais.

– Você estava divagando. Outra vez.

– Ah... Eu faço isso às vezes - a coisa só piorava, eu nem construia frases minimamente sãs.

– Eu sei. Te conheço - ele estava com um sorrisinho mal-disfarçado naquele rosto lindo que eu odeio amar. - Vamos?

– Aonde? - em minha defesa, devo dizer que mão que ele estendeu para mim estava me deixando confusa, ou era porque ele estava lá, só para começo de conversa.

– Escola, Sakura. Eton College, se preferir.

– Ah, eu sei onde fica - e saí andando toda altiva e cheia de si, ignorando a mão dele estendida, como se não estivesse fora de órbita por causa daquele idiota.

Eu podia ouví-lo rir baixinho atrás de mim. Imbecil, mil vezes imbecil.

Quando Sasuke me alcançou eu pensei que tocaria no assunto b-e-i-j-o-d-e-s-á-b-a-d-o-à-n-o-i-t-e pela forma que me olhava, porém ele apenas continuou caminhando ao meu lado sem proferir qualquer coisa. O que me deixou bastante temerosa.

Veja bem, Sasuke é um cara legal debaixo do jeito reservado e é um grande amigo, leal e gentil, mesmo que ele tenha um jeito estranho e único de demonstrar gentileza. Todavia, Sasuke é maldoso e um tanto cruel quando quer, ele pode ser sarcástico, irônico e soltar comentários cáusticos e piadinhas quando bem entender só para deixar uma pessoa desconcertada. Ele faz isso quando tem algo o incomodando e como não é do tipo que gosta de pendências, libera logo o seu lado sombrio em cima do causador da situação. Eu chamo esse lado de Mau-Sasuke.

E eu tinha certeza que Mau-Sasuke estava entre nós.

Não é uma maldade de verdade, ou um distúrbio de personalidade, é só Sasuke sendo mais irritante que o normal. Ele faz isso apenas para extravasar suas implicâncias com o mundo.

– Tudo bem com você, Sakura?

– T-tudo... - certo, ele parecia preocupado comigo, então talvez não estivesse no modo Mau-Sasuke. - E você?

– Bem também.

Ele sorriu doce e segurou minha mão ao me incentivar a continuar caminhando. Eu aceitei, até porque não haveria mal nenhum, certo?

– Como foi seu domingo?

Sério que ele vem logo com essa?!

– Ah... Foi bom, eu acho. Acho que foi normal, na verdade.

Sasuke estava sondando a situação ao comer pelas beiradas, eu devia ser cautelosa e esperta com ele mesmo que não houvesse propriamente um perigo à vista. Era como se tivessemos iniciado um jogo de caça sem declarar um para o outro, pelo menos era o que eu pensava.

– Hum... E o seu?

– Hn?

– Seu domingo, como foi?

– Foi bom, talvez ótimo - ele estava com aquele sorrisinho de piada interna que eu preferi ignorar.

– Legal - evasiva, eu seria evasiva. Não perguntaria nem pela minha vida a razão do domingo dele ser ótimo, não era da minha conta.

O problema era que a medida a qual eu queria manter minhas defesas intactas para que ele não soubesse nada sobre como me sinto, estava louca para saber diversas coisas. Eu devia decidir logo o que fazer antes de chegarmos ao Eton, minhas mãos estavam frias só pela ansiedade de uma decisão.

Bem, eu não seria Sakura Haruno se não falasse algo que complicasse tudo ainda mais.

– Sasuke...

– Sim?

– Como você acha que vai ser hoje com os outros?

– Como assim?

Ai, droga! Ele não poderia simplesmente dizer o que eu queria sem se fazer de desentendido? É óbvio que ele sabia do que eu estou falando, apenas queria me forçar a falar o que desejava ouvir, esse sádico.

– Você sabe... Todo mundo viu a gente no sábado.

– Viu a gente o quê?

– Sasuke!

Aquele babaca ardiloso riu. Que risada rouca bonita a do cretino...

– Ah, o beijo.

Odeio Sasuke Uchiha e quero espalhar isso por todo o Reino Unido.

Eu o olhei ansiosa, agindo quase como se quisesse ir ao banheiro pela forma como movia minhas pernas inquietamente.

– Bem, eu quis beijar você e não convidei mais ninguém para o beijo. Então não é assunto deles.

Eu quis beijar você...

Ele quis me beijar.

A mim, Sakura Haruno, filha de pais americanos excêntricos e culturalmente britânica por ser uma desertora da minha própria cultura endeusadora de hamburgueres.

Se havia uma possibilidade do beijo ser acidente e Sasuke ter me beijado por estar achando que eu era a Anna (Eca!) - sim, porque eu pensei nisso no domingo -, essa possibilidade não existe mais. Sasuke fez o que fez plenamente consciente do que queria e o que ele queria era a boca dele na minha. Simples assim.

Ou nem tão simples porque tinha algo inflamando em mim com aquela declaração e eu me sentia como um cosplay do Shen Long, prestes a soltar fogo pelas narinas.

– Sakura?

– Oi?

– Devaneando de novo.

– Ah, desculpa.

– E nós chegamos.

– Eu estou vendo, é o portão.

Nossa, como eu pareço idiota. Com roupas largas e pessimamente costuradas eu seria a Anna.

– Sakura, você pensa demais.

Ele beijou minha testa. Assim, como se estivesse tudo okay e nós dois não houvessemos quebrado o equilíbrio do universo ao nos beijarmos no sábado. Sasuke é um serzinho prepotente que acha que tudo sempre vai ficar bem e que nossos atos não têm repercussão na roda do destino. Mas têm, acreditem.

– Você está pensando demais de novo.

– Eu não consigo controlar isso, Sasuke. Tudo está confuso.

– Tsc... É simples, tenho uma proposta.

– O quê?

– Nós passaremos o dia como sempre passamos e quando as aulas acabarem vamos ao cais ficar um tempo na praia. Lá falaremos sobre tudo o que você quiser.

– E se eu não quiser falar?

– Aí teremos outra ocupação para nossas bocas.

E então ele foi embora. Sério! Ele simplesmente sorriu sacana e entrou no colégio como se não tivessemos a primeira aula juntos, acho que ele só queria fazer a cena do cara que sai cheio de razão deixando a garota impactada com a sua sinceridade latente. E eu fiquei lá, impressionada com o quanto ele é terrível. E sexy, Sasuke é muito sexy. Principalmente quando quer me deixar sem jeito.

***

Resolvi ir para a minha sala tentando ignorar o burburinho dos corredores até ser puxada de forma bem brusca para um canto mais isolado, a sala de artes.

– Você é uma cretina trapaceira.

– Naruto?! Enlouqueceu, seu imbecil?!

Eu nem acredito que esse garoto me puxou dessa forma e ainda gritou comigo, não iria deixar por menos, aquele garoto ia ver meu pior lado.

– Você realmente me odeia não é, Sakura?

– Eu odeio o Donald Trump ou o Kim Jong Un, você ainda não está nesse patamar, não se superestime. Mas por que a pergunta?

Ele parecia meio transtornado passando as mãos vermelhas e tremidas sobre os cabelos com força.

– Não, você me odeia, sempre odiou. Tudo por causa do seu ciúme bobo pelo Sasuke, não aguenta dividir o cara e acha que toda pessoa é uma ameaça para o relacionamento platônico e fracassado de vocês dois. Porque você não passa de uma mimada petulante que move céus e terra pra conseguir o que quer.

Tudo o que eu queria no momento era o meu taco de hóquei para quebrar na cabeça daquele estúpido e fazê-lo engolir o que houvesse sobrado.

– Você está errado, babaca. Eu não odeio você, apenas não suporto esse seu jeito, afinal o único mimado aqui é você que acha que todo mundo tem que te aturar do jeito que você é e fingir não ver as besteiras que você faz.

– Você não sabe as coisas que eu passo, Sakura!

– Porque você nunca diz, idiota! Prefere confiar na compreensão alheia, esperando que a gente entenda situações que você não esclarece. E vou repetir: por que a pergunta?

– É óbvio que me odeia. Armou para Hinata beijar o Utakata só pra esfregar isso na minha cara mesmo sabendo que eu gosto dela.

– O quê?! Você é impressionante, eu nem sei por onde começar.

E não sabia mesmo. Provavelmente estava diante do ser mais confuso da Inglaterra e nem sabia como agir.

– Naruto, eu não armei para Hinata beijar ninguém, principalmente com o intuito de te atingir. Porque eu vou te dar um spoiler da vida real: nem tudo é sobre você. Você é tão prepotente que vê a Hinata com outro cara e tudo o que consegue pensar é em si mesmo. Não considerou que Hinata fez o que fez porque estava sentindo-se bem pela primeira vez desde que você resolveu tratar os sentimentos dela como lixo quando assumiu namoro com a Jocelyn, aliás, nem lembrou que tem uma namorada, preferiu pensar que alguém quis te ver pelas costas.

– Eu não...

– Cala a boca, ainda não terminei! Pelo visto seu ideal de bem-estar é fazer o que bem entende enquanto Hinata fica na reserva esperando por você, nem liga se ela sofre nesse processo. Isso não é sobre seus sentimentos, é sobre seu ego. Então sim, se meu papel nessa história foi encorajar Hinata a considerar perspectivas além de apanhar as suas migalhas, eu assumo isso com muito prazer.

– Sakura, isso não é...

– Shhh... Se quer saber, quando o DJ anunciou sobre o beijo, achei que era pra mim, pensei que o West estava meio afim, sei lá. Porque não esperava Hinata se envolvendo com alguém agora e, para ser sincera, não espero. Ela tá desesperada com a chance de se sentir melhor que se agarra em qualquer coisa, vai acabar machucando a si mesma e ao Utakata no processo. Eu e ela conversaremos sobre isso mais tarde.

Ele me olhou emburrado enquanto perdia toda a pose ameaçadora de outrora, ponto pra mim.

– E quanto a você, não farei nada pra te prejudicar. Você já é muito bom nisso sozinho.

Ele se encostou em uma mesa todo desolado e ainda raivoso, eu quase senti pena, mas ainda estava rancorosa.

– Você realmente achou que me traria pra cá e gritaria comigo enquanto eu ficaria calada? Amador.

Fui para minha sala espumando e com aquela sensação terrível de que ainda havia coisa pior para acontecer.

***

E eu estava certa.

Foi no vestiário do time de hóquei.

– Você é uma vadia egoísta, Sakura.

– Ah, qual é o problema de vocês hoje?!

Quer dizer, era Ino. Minha suposta melhor amiga. Me chamando de vadia egoísta bem assim na minha frente como se estivesse falando do tempo.

– Nosso problema? Seu problema! Por que foi beijar o Sasuke, hein?

– Isso é sério? Me xingou por isso?

A encarei com o cenho franzido enquanto notava que algumas garotas do time estavam do lado dela me julgando silenciosamente e Anna estava lá, nervosa e ofegante. Sonsa.

– Deixa isso pra lá, Ino, não crie problemas, eu estou...

– Não, agora eu quero saber - interrompi aquela molenga com firmeza. - O que raios você tem contra mim, Ino?

– Você ainda pergunta? Você sabia que a Anna estava afim do Sasuke e que eu a estava ajudando a conseguir algo com ele e você foi lá e o beijou por pura infantilidade. Eu sei que você implica com a Anna, sem razão, mas se não fosse uma pessoa tão ranzinza perceberia a garota incrível que ela é.

– O quê?! - eu iria cometer um homicídio naquele vestiário.

– Sim, Sakura. É mais do que óbvio que você e Sasuke não são do tipo que servem pra ficar juntos, mas você é ciumenta por causa da amizade que vocês têm ao longo dos anos. Mas Sakura, entenda que dá pra continuar sendo amiga dele mesmo assim, não seja possessiva.

Eu não conseguia acreditar naquele absurdo, queria matar todo mundo ali dentro e faria isso com o taco que apertava com toda a força do mundo.

– Você e Naruto combinaram de falar essa baboseira?

– Como assim?

Suspirei cansada.

– Deixa pra lá. E se quer saber, Sasuke que me beijou. Meus planos para aquela noite eram diferentes. Não estou nem aí para vocês duas e minha relação com Sasuke é problema meu. Aliás, ele disse hoje que me beijou porque quis e que ninguém tem nada com isso. Resolvam-se com ele, então.

– E os sentimentos da Anna, você não se importa?

– Você está se ouvindo? Está falando dos sentimentos de uma garota que conhecemos há menos de um mês. É muita hipocrisia sua questionar isso quando resolveu trancar o Sasuke no banheiro contra a vontade dele, Ino. E você, Anna, fala alguma coisa!

– Eu... Eu não queria atrapalhar ou me intrometer na história de vocês dois, sinto muito - ela estava chorosa.

– Você nunca quer nada ou faz nada, isso é patético. Aja como alguém madura e admita que sim, você sabia muito bem o que queria no sábado.

Eu perdi todo o controle, queria que todo mundo ali soubesse o quão letal eu estava. Não ia sobrar nenhuma garota para contar a história.

– Não precisa falar assim dela, Sakura! A Anna é uma garota frágil passando por uma situação difícil em casa, ela precisa de proteção e cuidados, não do seu julgamentos.

– Isso não me comove. E se você se importa tanto assim com ela, Ino, adote-a e a leve pra tosar esse cabelo ressecado e cheio de pontas duplas. Eu tenho prioridades, como arranjar amizades melhores. Espero que viva feliz até morrer afogada no seu falso altruísmo, sua porca!

Elas queriam a vadia egoísta? Aí estava. E eu nunca mais deixaria Ino me manipular até a total passividade, nunca mais.

***

– Você disse isso mesmo?

– Disse. Foi uma briga feia.

– Você está bem?

– Não sei. Estou triste, Ino era minha amiga há anos. Porém, estou aliviada, cansei de tentar atender às expectativas dela sobre a minha vida. Se ela quer dar uma de Oprah e influenciar tudo e a todos, não é mais problema meu.

– Você vai sobreviver.

– Vou sim.

Sasuke e eu estávamos sentados sobre aquele lindo lençol de pedrinhas da praia de Brighton. Era um fim de tarde bonito e um vento gostoso tocava nossas faces enquanto algumas gaivotas planavam em um ponto mais distante.

– Sasuke... E nós?

– Vamos sobreviver também.

– Estou falando sério.

– E você acha que eu não? Olha, menina irritante, eu quis beijar você naquela festa e você também quis. Eu quero te beijar de novo. Agora, se possível.

– Mas Sasuke...

– Shhhh... Lembra o que eu disse sobre não pensar muito? Tem uma nova regra: não ouvir muito. Não quero que você ouça o que a Ino, ou qualquer outra pessoa que não nos entenda, fale sobre nós dois. A gente se conhece. É o que importa.

– Isso vai dar certo?

– Não sei, eu quero tentar. E você?

– Não precisa ser um namoro, Sasuke, não somos disso.

– Eu concordo - ele deu aquele sorrisinho de canto bem bonito e esperto.

– Não pensar muito e não ouvir muito, certo?

– Certo.

– Mas beijar pode?

Ele jogou-se em cima de mim enquanto meu sorriso alargava-se e meus olhos ganhavam um brilho novo.

– Beijar deve.

E nós nos beijamos, muitas vezes de muitas formas diferentes até irmos embora. E depois nos beijamos mais porque ei, nós somos bons nisso.

E percebi feliz, e sem aquele medo característico vindo me visitar, que quero muito ficar com Sasuke Uchiha.


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Notas finais do capítulo

Capítulo mais do que adequado para Sakura mostrar seu lado badass e dar uma chance pros seus sentimentos.

Avisando que isso não vai durar, tá? Ejxjsndnsndjdks

Beijos, gente!



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