Porque Eu Não Vou Ficar Com Sasuke Uchiha escrita por Miss FleurDeLouis


Capítulo 7
Motivo Sete: Todos apoiam o casal maravilha


Notas iniciais do capítulo

Bem, desculpe a demora e por não ter respondido alguns reviews, estou sem tempo. Assim que der respondo tudinho. Beijos!



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Esse ano começou mal. Eu não aguento tanto treino com uma treinadora psicopata feito a Tsunade, não aguento ver Anna Sullivan por todo o canto do Eton e não aguento essa sensação de ter o mundo nas costas.

Eu preciso de férias da minha vida. Algumas vezes me imagino em realidades diferentes, como uma princesa, uma ninja poderosa ou uma surfista, sei lá... Só que tenho a intuição de que não seria nada fácil em nenhuma delas. 

Eu estava na sala de aula olhando para o teto enquanto ouvia Blondie, a voz de Debbie Harry, um dos meus exemplos femininos, performava Atomic no volume máximo e eu me pegava refletindo sobre todas essas coisas confusas desse ano confuso. Sasuke devia estar com Naruto, Neji e outros esquisitos e eu o deixei ir, não que ele precisasse da minha permissão ou algo do tipo, só acho que está na hora de me acostumar com a indisponibilidade dele de agora em diante.

Senti um cutucão no meu braço e logo armei minha melhor cara feia para enxotar Lee de perto de mim, contudo era Utakata West, o mais bonito jogador de futebol e rebelde sem causa, além da causa chamada charme, do Eton College.

— O QUÊ?!

— Ah, me desculpa, Sakura. Eu não queria atrapalhar...

— Oh, eu que me desculpo — nossa, que vergonha! A fusão de irritação prévia com as cenas de Lee mais o barulho ensurdecedor dos fones fez com que eu gritasse com o garoto, agora eu estou mal. — São os fones, sabe?

— Sim, eu sei — ele sorriu e caramba, ele é muito fofo sorrindo porque todo mundo sabe do clichê que é quando o rebelde sorri, o mundo toma sentido e as garotas se derretem pois ei! Ele sorriu, gente! — É por isso que eu te cutuquei. Consegui ouvir daqui que você estava ouvindo Blondie.

— Ah, certo. Não me dê nenhum sermão sobre o quanto isso é prejudicial...

— Não! Eu não vou te dar sermão, é só que eu tenho uma banda de garagem sem garagem, nada muito pretencioso, e vamos fazer um show tributo ao CBGB e como você estava ouvindo Blondie resolvi te convidar para assistir, o que acha?

— O quê? Eu aceito, com certeza! Adoro punk rock e é bom que toque Patti Smith, Joan Jett e Blondie, quero um pouco de poder feminino nesse show.

Bem, como posso dizer? Punk rock sempre foi um dos meus elos com papai e mamãe, obviamente, eu adorava a história do CBGB, o bar que tornou o nascimento do punk rock possível junto com a revista Punk! e bandas maravilhosas como Television, Talking Heads, Blondie e os Ramones, é claro.

— Claro, minha irmã está nos vocais junto com um perdedor que achamos para ser vocalista e guitarrista — ele fez um charminho revirando os olhos —, eu toco baixo elétrico graças a algumas aulas de violoncelo que meus pais me obrigaram a fazer.

Eu ri, Utakata era um cara divertido e bem leve. Não é como o Gaara que é um rebelde meio assustador. Acho que ri um pouco alto porque Lee e os outros caras estão nos encarando esquisito. Lee, por sinal, está fazendo uma expressão de sofrimento para tentar me comover. Perda de tempo.

— Coitado de você, Hendrix. Mas então, onde será o show?

— Em uma lanchonete no centro que tem Karaokê, conhece?

Oh, sim! Eu conhecia. Era a lanchonete onde eu passei uma vergonha colossal chorando no palco e sendo consolada por um bartender chamado Kakashi. Que balde de água fria!

— Conheço... Lugar legal — catástrofe!

— Então estamos combinados no sábado às oito, Srta. Runaway? – estendeu a mão para mim que a apertei forte.

— Combinados, Sr. Ramone.

— Atrapalho?

Sasuke estava na nossa frente com aquela pose de cara sexy que sabe que fica mais sexy quando engata o polegar no cós da calça. Eu sorri para ele toda boba me policiando em seguida porque era um tanto ridículo agir assim com um amigo de infância; melhor amigo, por sinal.

— Não, de jeito nenhum. Utakata estava me convidando para um show da banda dele no sábado e eu prometi ir.

— Certo... Olá, West.

— Olá, Uchiha.

Eu não sei porque, mas Sasuke parecia um tanto seco com o Utakata que continuava tão descontraído como sempre. Às vezes Sasuke age na defensiva sem aviso prévio e eu nunca o entendo.

— Senta aqui do meu lado, Sasuke.

— Hn — ele sentou-se e sem me pedir pegou um dos meus cadernos e se pôs a desenhar qualquer coisa que eu acharia incrível quando estivesse pronta.

— Tantos cavalheiros a cortejando, querida Sakura! Eu deveria saber que ocorre naturalmente a adoração dos homens por tua beleza divinal, todavia isso não arrefece as inseguranças desse coração enciumado que tanto sofre por ti, minha lady!

Lee praticamente jogou-se na própria cadeira estendendo a mão para mim. Eu queria morrer e nunca mais encarnar neste plano de tanta vergonha. Enquanto Utakata encarava o garoto com estranheza e brincava com as mangas do blazer, Sasuke ria baixinho escondido atrás do meu caderno.

— Cala a boca, Sasuke Uchiha! — sussurrei para ele.

***

Estava esperando meu pão de batata esfriar enquanto brincava de adivinhar personagens de livros com Sasuke. Era o horário do almoço e estávamos no refeitório junto de uma apática Hinata que mexia em sua comida com desinteresse.

— Ei, Hinata! O que acha de ir a um show comigo no sábado?

— Eu não estou muito disposta, Sakura — ela me encarou com aquele semblante deprimido, o que me fez suspirar frustrada.

— Hinata... Você prometeu tentar. E depois, Naruto e Jocelyn estão vindo aí e virão nos dias consecutivos, você quer mesmo ficar parecendo a derrotada dessa história?

— Não, não quero — ela estava quase chorando. — Eu não quero mais me sentir assim. Estou tão cansada.

— Então vem comigo no sábado!

— Tudo bem, eu vou — a menina sorriu fracamente, mas eu pude me animar por ela.

Sasuke lançou-me uma piscadela o que me lembrou do nosso joguinho.

— Certo, minha vez. Amigável, boa gente, conquista as pessoas pelo estômago e com boas histórias. Uma das dicas é mentira.

— Sakura, você está tentando dificultar as coisas, mas tudo bem. Eu suponho que conquistar as pessoas pelo estômago e com boas histórias é uma dica verdadeira por não ser tão vaga...

— Hum. Continue...

— Uma pessoa pode ser boa gente sem parecer amigável e uma pessoa amigável nem sempre é boa gente, se levarmos em conta os sociopatas.

— Interessante raciocínio — até Hinata resolveu acompanhar a lógica de Sasuke.

— Mas se ele ou ela precisa conquistar as pessoas pelo estômago e contando histórias é porque é do tipo amigável e não é boa gente pois usa de subterfúgios carismáticos.

— Certo, então quem é?

— Me dá um tempo — ele movia o olhos para todos os lados e mordia levemente o lábio inferior enquanto ponderava. — Já sei!

— Quem é?

— Long John Silver de A Ilha do Tesouro.

— Eu odeio você, Sasuke.

— Nem estava tão difícil assim.

— Humph...

— Você é irritantemente adorável, malandrinha.

Certo, eu tinha duas pimentas vermelhas no lugar das bochechas. O quê? Posso não ser a protagonista sem graça e clichê, mas posso corar.

— Oi, oi! Chegamos!

Não acredito.

Ino, Naruto, Jocelyn, Gaara, Tenten e Neji chegavam à mesa. Com ela, Anna.

— Olá, gente — mesmo fervendo de raiva preferi cumprimentar o pessoal já que Hinata voltou ao modo concha e Sasuke deu um aceno breve sem palavras.

— Eu estou moída de tanto treinar. Sakura, alguma expectativa de redução dos treinos?

— Nenhuma, Tenten. Estou tentando resolver isso com Tsunade e ela não se importa — era a mais absoluta verdade. Tentar convencer Tsunade a reduzir o rítmo dos treinos era tão cansativo quanto treinar.

— Eu não aguento mais!

— Então saia do time, preguiçosa — Neji não perdia a oportunidade de implicar com Tenten.

— Só porque você quer idiota.

— Parem de brigar, vão assustar a Anna, ela mal conhece a gente.

— Tá tudo bem, Ino. Não precisa se preocupar comigo. Hum... Sasuke, belo desenho. O que significa essas flores e esse falcão no galho.

— Sakura e eu.

Nós duas fizemos um Oh! ao mesmo tempo. Eu admirada e ela eu não sabia explicar.

— Essas flores são da cerejeira e o falcão pousa na árvore que é onde está seu ninho.

— Hum... Eu não sei se estou sendo indiscreta... — eu sabia onde ela queria chegar. — Vocês dois estão... Hum... Juntos?

Antes que eu pudesse responder, Ino adiantou-se:

— Sasuke e Sakura? Impossível! Sakura é como a irmã caçula dele, são unha e carne, mas é zona de amizade total. Claro que Sakura é aquele tipo de irmã caçula chata e ciumenta, mas fora isso não há problemas em um possível novo interesse amoroso para ambos — a loira piscou para Anna que enrusbeceu bobamente.

Não sei o que me deixou mais irada, Ino responder por mim, a cara de alívio da escolhida sonsa com aquela resposta ou o fato de que todos os meus amigos concordavam com a Yamanaka e eu nem tinha coragem para rebater ou olhar para Sasuke.

— Hum, Sakura...

— O que foi, Sasuke?

— Eu desenhei a cerejeira com pés.

Eu sorri me acalmando aos poucos. Porque sabia o que significava.

— O significa isso no desenho? — a Anna chata perguntou.

— Que um lar não precisa firmar raizes em um lugar para ser lar. Um lar itinerante também é um lar — Sasuke respondeu encarando a garota que o olhava maravilhada.

— Incrível.

— Que clima... — Tenten sussurrou acompanhada de um olhar insinuante de Ino, risos sarcásticos de Neji e Gaara, Naruto poderia até lançar alguma piadinha suja se Jocelyn não estivesse verificando a obturação dele com a língua. Apenas Hinata manteve-se alheia ao assunto.

— Não seja ridícula — Sasuke falou entredentes e Anna balbuciou algumas palavras desconcertantes para disfarçar.

Eu nem queria mais estar ali. Será que ninguém percebia que eu estava mal? Não queria aquela garota compartilhando de momentos que deviam ser só meus e de Sasuke.

— Ah, Sakura! Esqueci de te dizer, embora acredite que você já saiba, o Utakata e a banda dele vão tocar no sábado e a gente vai, convidei a Anna.

Nossa, Ino! Que legal! Maravilhoso! Que idiotice...

— Sim, eu vou. Já havia convidado Hinata para ir comigo e com Sasuke.

— Sasuke vai? Ah, claro que vai, bobagem a minha! — Ino olhou de Sasuke para Anna toda conspiratória — Vai ser muito legal ter você lá, Sasuke.

— Certo... Mas eu sempre saio com todo mundo, não entendi a novidade.

Eu entendi. Ino juntaria Sasuke e Anna nessa festa e pediria ajuda para os outros. Então era ali que muitas vidas seriam definidas no final das contas...

— Nada de mais. Bem, Sakura, pensei de nos arrumarmos todas em uma única casa, afinal vai ser a primeira vez da Anna saíndo com a gente e seria legal que ela recebesse algumas dicas de visual.

Nem pensar! Eu não sou tão desprendida assim.

— Vou me arrumar sozinha em casa, Ino.

— Por quê? Qual o problema?

— Nenhum, só preciso de tempo em casa com algumas tarefas.

— E se fôssemos todas para sua casa?

— Inviável. Papai está escrevendo um novo livro e nesse tempo a casa fica fechada para visitas — era uma grande mentira, mas foi minha melhor cartada.

— Okay, testão! Mas estou odiando essa sua esquisitice, os treinos com Tsunade estão deixando você mais maluca e azeda que o time inteiro. Sei lá quando vamos ter outro tempo das garotas de novo se depender de você.

Não seria tão cedo, considerando que Anna estaria lá. Porém eu não quis responder nada e preferi me concentrar no delicioso pão de batata e considerar que por um milhão dessas preciosidades, eu venderia os órgãos da Ino no mercado negro.

***

— Pumpkin, fica quieta!

Okay, eu nem devia brigar com a coitadinha. Estávamos no bondinho voltando do veterinário, a gatinha havia tomado sua vacina antirrábica de todo o santo ano e não parava quieta na bolsa transportadora. Nem o velho carinho na cabeça que Sasuke fazia a acalmava, ela estava agitada e de mal humor.

— Dia difícil, garota? — Sasuke ainda conseguia manter o tom monocórdio e apático como uma carícia para quem o ouvisse.

— Eu sinto pena dela, mas não é como se fosse um plano para matá-la.

— Ainda assim...

— Ela vai superar isso, Sasuke — eu revirei os olhos. Sasuke era tão engraçado... Um garoto sisudo e pretencioso ficava um doce por causa de uma gatinha. Nunca iria entender isso.

— Hum, Sakura...

— O quê?

— Você me pareceu... Hum... Encantada pelo Utakata naquele dia. Não sabia que ele era seu tipo.

O olhei surpresa.

— Sasuke, Utakata é o tipo de todas. Bonito, atleta e músico, sem falar que ele não é burro ou tapado. Pelo menos uma vez na vida alguém vai se encantar por ele nem que seja por minutos.

— Então você...

— Não! Imagina! — eu ri das suposições de Sasuke — Eu me atraio por ele tanto quanto qualquer garota se atrairia, mas isso não significa nada.

— Pensei que eu fosse o tipo ideal de todas.

— Ciúmes?

— Não seja boba e irritante.

Sasuke desistiu de manter Pumpkin quieta e pegou-a no colo e a gordinha começou a esfregar a cabeça no queixo do moreno. Eu achei aquilo tão lindo.

— Sasuke, veja bem. É fácil se apaixonar pelos Utakatas e é mais fácil ainda se desapaixonar.

Resolvi me aconchegar pertinho de Sasuke enquanto ele deitou a cabeça sobre a minha. Pumpkin parecia mais quieta e até mesmo feliz. Devia ser por causa do calorzinho bem-vindo que proporcionamos para ela.

— Agora, você é o tipo mais perigoso que existe, Sasuke.

— Por quê?

— Porque se apaixonar verdadeiramente por você é um caminho sem volta.


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Notas finais do capítulo

Eita... O que acharam? *-*



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