Porque Eu Não Vou Ficar Com Sasuke Uchiha escrita por Miss FleurDeLouis


Capítulo 14
Vamos combinar que já chega de motivos, né?


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos especiais a todos que favoritaram, comentaram e recomendaram esta história.



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Olá, velha amiga, como vai você?

Bom, se anos luz fosse uma medida de tempo e não de distância, eu poderia dizer que já faz um milhão de anos luz que não nos vemos, mas de uma certa forma isso está correto, afinal quem eu era e quem eu sou agora estão separadas por uma galáxia.

Sim, estou falando com você, Sakura Haruno de janeiro de 2018. E também com você, meu fiel escudeiro que acompanha essa saga.

É dezembro de 2019 e o tempo passou com tantas e tantas mudanças e eu posso dizer que sou uma jovem agora e não mais a adolescente louca com um mundinho particular dentro da própria cabeça cheia de conspirações sobre clichês...

E é uma pena que Sasuke não esteja mais aqui e eu sinta tanta falta dele, o meu grande e eterno amor, sempre o amarei.

Porque bem, se eu deixar de amar, ele pega o primeiro táxi de Oxford até a minha casa para perguntar: o que deu em você, garota?

E esse é o momento em que você se pergunta: como assim Sasuke já está em Oxford? E o que aconteceu? Por que eu estou lendo uma história de uma garota quase dois anos mais velha do que da última vez? Onde está Anna? Que Anna? Alguém se importa com a Anna? Você não foi na psicóloga? Se vingou da Ino? Onde está o Sasori? O Sasori está Solteiro? Qual o número do Sasori, por gentileza? O Naruto entrou pra realeza do nonagésimo quarto escalão? Por que The Walking Dead decaiu tanto? E quantas temporadas de Doctor Who serão feitas? Será que depois que a humanidade se extinguir ainda será possível fazer novas temporadas de Doctor Who? Sakura, cadê seus pais?

Bom, eu sou muito competente e não vou deixar vocês na mão com essa série de perguntas não respondidas sobre a vida de uma imigrante americana comum vivendo em solo britânico. A outra Sakura, do passado, ela deixaria - e deixou, não é? -, mas eu não, eu sou responsável e como colunista jovem da Cosmopolitan Teen eu tenho um compromisso com a verdade e não vou deixar vocês perdidos com o meu character development.

Então, eu vou continuar vivendo normalmente por aqui e vocês vão ficar sabendo por meio de flashbacks o que rolou durante esse tempo todo. Eu sinceramente não sei porque alguém teria interesse nos pormenores da minha vida, mas cada um com seus hobbies.

Mas se vocês querem uma sensação de continuidade com os últimos acontecimentos eu posso esclarecer que sim, eu conheci a avó do Sasori e ela é provavelmente a idosa mais legal da Europa e é a minha terapeuta também. Com ela eu comecei a me entender melhor e comecei a viver de forma mais saudável. Acho que ela foi incrível em me fazer trabalhar toda aquela megalomania que existia em mim e por causa disso eu sou uma garota mais ponderada, ainda caótica, mas um caos organizado, se você me permite essa antítese.

Para mais sensação de continuidade, esperar até a próxima sessão de terapia onde ela vai dizer "Sakura, por favor, não tente confrontar seu pai armada de palavras ferinas e com raiva". Ah sim, meu pai e eu estamos brigados faz um tempo, tem a ver com o emprego na Cosmopolitan e é uma longa história que será contada, não se preocupem.

Oh, céus, Sasuke está ligando. Finalmente, esperei essa ligação o dia todo.

— Hey, garoto de Oxford!

A risada rouca e totalmente madura dele me causou arrepios, é sério, o Sasuke universitário é a minha versão favorita dele até agora e ele sempre pode melhorar.

— Hey, baby... Desculpa a demora, eu tive que ir até Bristol fazer um levantamento e isso tomou muito do meu tempo. Espero que você não fique chateada e se ficar, talvez eu tenha comprado algum presente de lá pra compensar.

— Não pode me comprar com presentes, não sou uma agiota emocional, Sasuke Uchiha.

Ouvi a risada dele de novo e dessa vez ri junto.

— Não? Então por que eu pago o seu afeto por mim em prestações vitalícias de amor?

— Nossa, você bebeu e bebeu com os calouros de Literatura, né? Eles são sua turma agora?

— Eles podiam ser sua turma também, você sabe. Eu só ando com eles porque eles me fazem lembrar de você, também tenho amigos na Arquitetura.

Eu mordi o lábio pensando se deveria replicar ou fingir que não ouvi.

— Ainda isso, Sasuke? Pensei que você já estivesse okay com o fato de eu não ter ido pra faculdade.

— Eu estou, você sabe que sim, babe. É só que era um sonho mais seu do que meu e parece que tudo deu um giro de 360 graus e nós dois trocamos de lugar. Droga... Eu não quero brigar nem nada, talvez eu tenha bebido um pouquinho e esteja sentindo muito a sua falta. Às vezes eu...

— Às vezes você o quê? - me pus mais atenta ao que ele queria dizer.

— Às vezes eu só acho que seria legal se eu voltasse a morar na casa dos meus pais e fosse seu vizinho outra vez, eu ainda viria estudar, mas teríamos as noites pra nós dois.

Suspirei, eu não queria desencorajar um Sasuke apaixonado e com saudade de mim, mas alguém tinha que ser a cabeça pensante da relação. Geralmente é ele, mas nem sempre o pobrezinho está em condições.

— Imprudente. Você não conseguiria lidar com a rotina de viver fora do dormitório. Eu sinto a sua falta também, mas sabe, eu estou quase ganhando o suficiente pra bancar o aluguel de um apartamento estúdio pra nós dois e sei que a gente já falou sobre isso, mas não abro mão de conseguir me sustentar, eu vou provar pro meu pai que consigo.

— Ainda ruim a relação entre vocês?

— É estranho, vivemos uma espécie de guerra educada. Nós nos falamos normalmente, mas evitamos assuntos espinhosos e não temos mais o afeto de antes. Nem pra brigar o meu pai consegue ser um pai normal, mas eu não vou ceder, Sasuke, ele está errado e brigou comigo gratuitamente. Não tem razão em nada.

— É, eu compro suas dores.

E ele compra porque sabe que papai foi um idiota completo e eu estou certa.

— Podemos não falar disso? Quer dizer, eu quero curtir meu namorado um pouco, nem que seja pelo telefone - eu fiz manha na voz.

— Certo, querida. Eu andei pensando se a gente não podia se ver na quinta-feira e você podia passar um lindo e longo final de semana sendo minha inquilina de dormitório indo embora só na segunda de manhã ou à tarde... Fique a vontade pra ficar pra sempre se quiser.

— Oh, céus. Você fica tão meloso quando sente minha falta, mas eu entendo, se fosse você também gostaria de estar comigo o máximo possível.

— Convencida - ele riu baixinho -, mas então, topa?

— Hm, considere feito, eu só preciso avisar pra minha mãe, vamos aproveitar o máximo um do outro, expulse seu colega de quarto, por favor.

— Agora eu digo, considere feito.

Rimos juntos e eu me estiquei na pontinha dos pés três vezes ponderando se devia perguntar ou não o que passava pela minha cabeça.

— Hm, Sasuke...

— Sim?

— A gente vai no hospital ver o Naruto?

— Só se você quiser, eu sempre que posso vou lá, mas se você quiser me monopolizar no final de semana a gente fica no quarto o tempo todo.

— Talvez a gente possa ir lá, quer dizer, é provável que a Hinata esteja lá, então eu posso vê-la também.

— Então tá certo, a gente pensa nisso mais tarde. Queria poder abraçar você agora, sabia?

— Deve ser um inverno muito difícil esse, não?

— Sim, nós dois podíamos estar debaixo das cobertas juntos, mas só nos resta ligações idiotas.

— É sério, nós podíamos usar vídeo chamada, Sasuke.

— Eu prefiro evitar, você sabe a quantidade de coisa inadequada que a gente poderia fazer desse jeito - a voz dele desceu um tom e ficou sugestiva.

— Nós já fazemos coisa inadequada o suficiente pra chocar o arcebispo de Londres, que diferença faz?

— A diferença é que eu não me sinto tão angustiado de te ver e não te tocar. Eu amo você, Sakura. E sinto sua falta todo dia.

Meu coração acelerou com essas palavras, eu posso ser uma garota mais segura agora, porém isso não significa que eu não me senti insegura de que Sasuke pudesse deixar de me amar aos pouquinhos estando tão longe, ainda me sinto assim às vezes.

— Eu também te amo e sinto sua falta, muito, Sasuke. Tanto que dói. E a gente vai resolver isso em breve, eu prometo.

— Eu sei e confio em você.

— Muito bem, porque eu não quero ser obrigada a te bater até enfiar isso na sua cabeça. E a propósito, seu pai desnaturado, sua filha Pumpkin está lá embaixo com o meu indigno pai. Ele deu pra ficar com ela no colo agora.

— Deve estar sentindo sua falta e transferindo isso pra ela. E eu não esqueci da nossa bebê, comprei um suéter de inverno pra ela, você precisa vir buscar.

— Tudo bem, ela vai odiar - eu soltei uma risada anasalada.

— Pfffff... Veremos.

— Meu bolinho de amoras, eu preciso desligar, não fica chateado, mas eu tenho que finalizar uma coluna que possa sair na edição de amanhã da revista.

— Oh, droga. Eu ia propor sexo por telefone.

— Ridículo! Vai dormir.

— É sério? Nadinha?

— Ah, Sasuke...

— Vamos, Sakura...

— Hm, se você se comportar e me deixar trabalhar agora pode ganhar um sexting depois da meia-noite. É a minha oferta final.

Eu ouvi um suspiro frustrado e dei uma risadinha, adoro provocar Sasuke.

— Pelo menos uns áudios inclusos?

— Droga, você sabe que sim.

— Essa é a minha garota.

— Eu vou desligar, insuportável.

— Amo você, gostosa.

— Legal, gatinho. Desligando.

Eu desliguei sabendo que logo meu celular tocaria e então a notificação apareceu:

"Tsc... Você é tão insensível, garota."

Respondi:

"Haha... Que dramático. Amo você, menino mais chato da Inglaterra!!!!! Com mil exclamações e corações vermelhos!!!! Satisfeito?"

"Só depois da meia-noite e por enquanto, Sakura Haruno."

"Idiota."

"Por você."

Eu sorri e não respondi mais, precisava trabalhar e rápido se quisesse uma coluna fresquinha antes do fechamento da edição e o tal sexting com Sasuke.

E não me olha com essa cara! Sim, eu já tenho vida sexual ativa e sim, é ativa com o Sasuke segundo as convenções da monogamia, muito obrigada. Eu não vou explicar nada agora, mas isso esclarecido em breve.

Comecei a escrever algumas palavras bobas sobre a situação da jovem inglesa em períodos obscuros com a extrema-direita governando o país e não resisti a olhar o instagram um pouquinho. Sasori e Deidara estavam na Islândia viajando à trabalho e isso responde qualquer pergunta sobre o ruivo que está comprometido sim e sim, Doctor Who vai continuar por muito tempo você queira ou não.

Uma rolagem pelo feed mostrou uma foto da Tenten toda agarradinha no Neji bem casalzinho básico que acabou de se formar, não me levem a mal, eu gosto deles, mas tinha tanta paixão na implicância entre eles dois que eu achava que eles seriam um casal mais instigante visualmente falando. Havia outra duas fotos no mesmo post e pelo que eu vi, era um encontro da antiga turma do colégio. Shikamaru e Temari ainda juntos mostrando que paciência às vezes não tem limite e Gaara com sua eterna cara estóica, mas surpreendentemente o seu ombro estava sendo suporte para uma loira que não seria outra senão Ino.

Isso explica porque não fui convidada ou até mesmo Sasuke, nossos amigos tinham um cuidado de não nos manter no mesmo lugar e sinceramente eu entendo depois do que aconteceu entre nós duas.

Ah, sim. Segura o flashback.

"Eu caminhava pelo corredor que levava ao vestiário a passos firmes, coração palpitando forte e respiração pesada. Mas estava em êxtase pela sensação de dever cumprido e pela adrenalina do jogo.

Vencedora, de novo, do campeonato estudantil de Hóquei de Campo pelo colégio Falmouth, adversário do colégio Ethon, meu colégio.

É, me ver como capitã da principal pedra no sapato do time Ethon Kittens durante o campeonato foi um choque para todos os meus colegas de escola, das minhas ex-companheiras de time e principalmente dela, a pessoa a quem eu mais queria atingir com a minha participação no time rival: Tsunade.

Três meses antes saí do time e dei o cargo de capitã para Tenten quando descobri, através de Kakashi, o barman, que Tsunade endurecia o treinamento do time pra manipular o resultado das partidas e assim lucrar num negócio de apostas clandestinas. Se o time precisava ganhar, ela dava o treinamento adequado; se precisava perder, ela nos fazia treinar até a exaustão e o rendimento dentro de campo caia.

Uma desgraçada.

Claro que eu não soube de tudo isso por Kakashi, o barman. Quando eu fui pagar a minha aposta e cantei vergonhosamente Killing me softly na frente de várias pessoas, incluindo Sasuke, estava com o uniforme do time e Kakashi, o barman, comentou que sempre 'apostava uma casadinha nesse time' porque era um lance seguro já que ele tinha informações privilegiadas de que a treinadora tinha um esquema.

Então eu juntei A mais B e descobri tudo. Disse para Sasuke que ia expor Tsunade pro resto do time e ele me apoiou como eu esperava que fizesse.

Infelizmente não posso dizer o mesmo do meu time que ponderou que a expulsão de Tsunade do time e a exposição do esquema levaria a um processo administrativo que comprometeria não só o título para ganhar desse campeonato, mas o dos anos anteriores.

Meu time basicamente estava disposto a compactuar com uma corrupta se isso significasse não ser desclassificado do campeonato e assim, eu saí do posto de capitã e do Ethon Kittens definitivamente. Ino comemorou bastante, estava satisfeita em não ter mais que conviver comigo e acreditava que a minha saída do time ia me derrubar do topo da popularidade estudantil e assim o lugar ficaria vago pra ela.

Uma idiota ingênua, sem dúvidas.

Sem mim o time começou a perder como eu sabia que faria, Tenten era uma jogadora excepcional, mas não era uma grande capitã. Isso não importava para Tsunade que continuava lucrando com as apostas ao cravar na tabela através de uma comparsa chamada Shizune a derrota do Ethon Kittens conforme eu fiquei sabendo por Kakashi, o barman.

Sasuke perguntou se eu não pretendia denunciar Tsunade mesmo assim, o que eu neguei. Me senti muito desencorajada depois da reação do meu time e sinceramente fiquei com medo que isso fizesse meu último ano escolar ser o inferno por ter estragado uma das alegrias dos estudantes. É muito difícil ser honesta.

Ainda assim, eu ainda remoía a possibilidade de uma vingança, não só de Tsunade, mas de Ino que estava adorando estar no centro das atenções como jogadora mais good-looking em campo aproveitando minhas sobras.

Eu pensei mesmo em me vingar, mas não precisei na época. Porque o destino sempre sorri para gatinhas talentosas como eu e não posso fazer nada a respeito senão aceitar.

Um dia, ainda chateada com a minha situação no colégio e com a situação do mundo em contexto geral, escrevi um texto em uma foto do instagram e chamei de A urgência não requisitada da jovem do século XXI. Era pra ser um título irônico de um texto irônico onde eu desabafava minhas crises de adolescente na urgência desse século doente, mas três horas depois o post contava com 2.500 curtidas.

No dia seguinte só se falava disso nos corredores e entre recomendações da professora de literatura para que eu não parasse de escrever, pedidos por mais textos e 'você dá conselhos para histórias anônimas? A minha amiga quer saber', a minha popularidade disparou, muito mais do que como atleta porque agora os adolescentes metidos a intelectuais que torciam o nariz para atletas me respeitavam.

Eu peguei meus limões e fiz uma limonada generosa, criei um segundo instagram onde eu performava uma persona indie, a Lady Cherry Blossom, e comecei a postar fotos mais conceituais com filtros da moda junto com o link para um blog e sim, aproveitei a ideia de responder histórias anônimas para aumentar o meu engajamento. Um sucesso que me rendeu um post no Buzzfeed ainda no colégio, rapidamente eu me tornei não só a adolescente mais popular do colégio, mas da cidade também.

Se você está pensando: Aaah, então foi assim que ela conseguiu o emprego na Cosmopolitan!, você acertou, mas isso é uma história mais longa que fica para outro dia.

A questão é que eu estava muito acima do patamar de Ino pra sequer me importar com ela, porém ela se importava comigo o suficiente pra fazer a própria raiva cozinhar em fogo baixo. E se eu esqueci de Ino, também esqueci da questão do time.

Até um dia banal onde eu brincava com a areia embaixo dos meus pés no cais de Brighton enquanto era embalada por Sasuke em seu colo e ouvia Deidara chorar alguma bobagem para Sasori. Eu não queria me importar, o carinho que Sasuke fazia soprando minha orelha era tão bom, mas Deidara quis mesmo me incluir na conversa.

— Olha, Sakura, eu tenho que te cumprimentar, você era a maior jogadora do Ethon Kittens, sem você o time ficou um lixo total.

— Eu agradeço e aceito os cumprimentos, principalmente sendo verdade.

Sasuke riu e eu sabia que ele estava revirando os olhos.

— O problema é que desde que eles adicionaram uma garota chamada Tayuya essas desgraçadas, sem ofensas, melhoraram e elas vão ganhar o campeonato em cima do time do meu colégio, o Falmouth.

— Meus pêsames, então - eu falei pouco interessada, querendo o mínimo de conhecimento sobre o time.

— Mas é estranho, a campanha delas estava uma porcaria e agora elas estão virando tudo e vão chegar às finais.

Isso tomou minha atenção, era realmente uma movimentação estranha pra um esquema onde ganhando ou perdendo Tsunade ganhava dinheiro por fora. Decidi alimentar minha curiosidade e procurei Kakashi, o barman, no dia seguinte.

— Vamos, Kakashi, o barman, eu preciso saber!

— Eu não vou entregar o esquema pra uma adolescente antes dele se concretizar e você podia parar de me chamar de Kakashi, o barman! É só Kakashi.

— Se eu parar você me conta?

— Não.

— Então, Kakashi, o barman, eu posso ficar aqui o dia todo.

Ele fingiu não ligar, mas eu fui tão persistente que ele acabou entregando através de palavras vagas que a aposta da final ia ser valer cinco vezes mais que normalmente porque a comparsa de Tsunade, Shizune, garantiu que o Ethon Kittens ia ganhar o campeonato virando o jogo depois da campanha ruim e apostou altíssimo no time. A situação inusitada despertou o interesse de outros apostadores que também investiram alto tanto a favor quanto contra o time do Ethon.

Decidida e com sangue nos olhos eu procurei Deidara, perguntei se existia alguma brecha no regulamento do time Falmouth Goddess e do campeonato que me permitisse jogar no time, ele mais que prontamente se dedicou a descobrir.

A brecha apareceu em forma de atividades extracurriculares que eu me submeti a prestar no Falmouth e convidei Vivica Castilla, que havia saído do time antes de mim e você nem deve lembrar, que topou pois estava sedenta por sangue. Com Sasuke cobrindo minha ausência da melhor maneira possível eu passei a cumprir o curso livre de literatura medieval e os treinos no Falmouth Goddess onde as membros me aceitaram perfeitamente junto de Vivica.

A vingança é um prato que se come acompanhado de energético e suplemento alimentar.

Assim, eu joguei as semifinais e levei o time do Falmouth à final e os boatos de que Sakura Haruno estava jogando pro principal adversário do Ethon Kittens começaram a se espalhar sem nenhuma confirmação até o grande dia.

Com um sorriso diabólico eu coloquei a braçadeira de capitã do Falmouth Goddess, cedida com prazer por Stella Armitage, uma fã do meu instagram, e encarei o meu antigo time.

— Você é baixa, Sakura.

— Sim, eu tenho 1,60 de altura, Ino.

— Patética, eu vou arrastar sua cara na grama quando esse jogo terminar, por favor, não faça um texto brega sobre isso. E você também, Vivica? Eu quase não lembrava da sua existência até você virar uma traidorazinha igual essa daí.

Eu sorri cáustica e Vivica respondeu:

— Problema é seu, Ino. O seu defeito é levar sua opinião sobre os outros muito a sério quando ninguém mais leva.

Ino apenas gargalhou como se não tivesse sido afetada, mas eu tinha certeza que foi.

— Enfim, não é hora pra isso - Tenten interviu - vamos fazer um jogo justo e limpo.

Nós duas nos aproximamos para tirar a moeda e decidir qual campo ficar.

— Eu confesso estar muito surpresa, Sakura. Eu entendo, mas fico surpresa.

— Tenten, eu não sei o quanto vocês estão fazendo parte do esquema da Tsunade, mas quando isso acabar eu vou denunciar ela. Espero que você e as outras possam sair ilesas.

— Tenta ganhar primeiro, Sakura. O resto a gente vê depois.

E eu ganhei.

Depois de um jogo acirrado, muito mais porque Ino e aquela máquina de matar chamada Tayuya estavam dispostas a machucar qualquer pessoa do meu time, eu venci ao usar a força do meu corpo pra jogar Anna - lembram dela?! - para o lado e ficar de frente para a goleira, Edith, e marcar o último ponto antes do relógio bater consagrando o Falmouth Goddess vencedor do campeonato sob a minha liderança.

Mesmo com as vaias dos meus colegas do Ethon, eu saí para o vestiário plena depois de receber um sorriso de Sasuke. E isso nos leva ao começo dessa narrativa.

Ao sentar para descansar um pouco antes do banho, eu ouvi o barulho metálico de uma porta de armário fechando e levantei o rosto enxergando Ino espumando de raiva. Não me intimidei.

— Não esperava seus cumprimentos hoje, Ino. Talvez amanhã ou ano que vem, tanto faz, essa vitória vai ser lembrada por muito tempo.

— Cala a boca, sua escrota - ela vociferou.

Eu fingi que fui afetada.

— Que agressividade é essa agora? Se as pessoas te ouvirem falar assim vão até pensar que você me odeia.

— E eu odeio, odeio a sua onipresença, odeio como você faz questão de estragar tudo que eu tenho, de como todo mundo fica dando atenção para as abobrinhas que saem desse cérebro atrofiado atrás dessa testa gigante.

Eu comecei a rir.

— Que bom que depois de tanto tempo convivendo comigo você pelo menos conseguiu um pouquinho de criatividade pra aprender a xingar. Ainda não está excelente, mas já é um começo pra alguém com o cérebro do tamanho de uma castanha.

Ela mordeu o lábio e rebateu:

— Eu tinha que pegar a única coisa aproveitável dessa existência patética, não é? Fora isso só sobra choro de teoria da conspiração sobre o Sasuke. "Oh, não, Sasuke, por favor não se case com uma garota que não é nem metade da gostosa que eu acho que sou", você é uma doida varrida. E soube que anda vendo uma psicóloga, isso não vai te ajudar, no final o seu destino é a camisa de força.

Eu levantei borbulhando de raiva, mas passei direto por Ino para a saída.

— E ainda assim, é provável que eu seja mais bem-sucedida que você em qualquer coisa que você fizer. Quer dizer, eu saí do time e deixei o caminho livre pra você ser o centro das atenções e mesmo assim você conseguiu falhar porque você é incompetente. E eu sou a sua nêmesis, Ino, sempre sendo a sombra que paira sobre a sua cabeça e nunca, nunca, nunca vou deixar de ser a única coisa que você não pode superar.

A partir daí eu só senti meu corpo sendo arremessado contra a parede e o grito "DESGRAÇADA" no meu ouvido.

Eu me virei para me defender de Ino e consegui segurar o pulso dela até estar por cima e estapeá-la, então começamos a nos agredir e rolar pelo chão até as pessoas chegarem. Eu sabia que era Sasuke que havia me tirado de perto dela enquanto a mesma era segurada por Neji ao lado de uma Tenten nervosa.

Nós ainda nos sacudíamos gritando xingamentos.

— Porca frustrada infeliz, eu vou mandar a taça do Campeonato que EU GANHEI pra você lustrar, é o mais perto que você vai chegar de uma conquista na vida.

— TESTUDA DESEQUILIBRADA! Você vai morrer chorando pro Sasuke não te deixar e quer saber? Ele vai, porque ninguém conseguiria te aturar por tanto tempo. Ele vai largar você e você vai ficar louca e sozinha.

— E ainda assim mais feliz que você, idiota!!!

— Chega, Sakura - Sasuke pediu -, acabou, acabou.

Eu fui retirada suada e vermelha do vestiário e Sasuke me ajudou com a limpeza e me mimou pelo resto do dia enquanto eu me sentia péssima.

A semana seguinte foi um inferno com o colégio todo me odiando por ter jogado com o time rival até que o esquema de Tsunade foi exposto e ela foi banida da Liga e demitida do Ethon, além do processo criminal. Lentamente eu recuperei o respeito dos meus colegas, mas isso já era uma situação menor perto de outras coisas acontecendo ao mesmo tempo."

É, mas isso fica para outro dia. Enquanto vocês se distraíam com fofocas que estão com prazo de validade vencido, eu terminava a minha coluna.

Agora vou mandar uma mensagem para Sasuke. Apaguem a luz antes de dormir.

*~*


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