Weight of Love escrita por Stormborn


Capítulo 8
Things aren’t the way they were before


Notas iniciais do capítulo

Eu tenho certeza que vocês acharam que nunca mais iam ver uma atualização dessa fanfic.
Como sempre, vou deixar pra falar tudo nas notas finais mas já antecipo que tenho muito amor a dar pra vocês que continuaram me mandando mensagens perguntando sobre a continuação!
Boa leitura, gente.

(P.S: Feliz natal a todas, em especial a Luana, a quem eu dedico o meu retorno a essa ItaSaku. ♥)



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Itachi não podia mais se dar ao luxo de fingir que não tinha uma casa para retornar. Já estava tarde e ele precisava de um longo banho quente e roupas limpas para se sentir minimamente relaxado após um dia tão exaustivo.

Ele não aceitara o convite espontâneo de Sakura para passar um tempo em sua casa, e ele começava a se arrepender disso; Itachi se vira obrigado a passar horas e horas recostado no tronco de uma árvore nada confortável apenas para que pudesse permanecer fora do radar de todo mundo.

Entretanto, ele sabia que o arrependimento seria momentâneo; no momento em que limpasse a cabeça de todos os segundos pensamentos, Itachi seria bombardeado com o porquê exatamente ele não aceitara e nem viria a aceitar tão cedo caso fosse repetido o ocorrido.

Itachi não precisava que ninguém o contasse para ele saber que entre seu irmão e Sakura, a relação nem sempre fora de estrita amizade.

Tudo ficara claro como a água no momento em que ele pôde ver nos olhos de Sasuke o mesmo tipo de abandono que ele demonstrara quando, em épocas passadas, seu pai lhe negava algum tipo de compromisso em favor de supervisionar o treinamento do mais velho deles – mesmo que este não precisasse de nenhuma atenção ou dica, sendo desde sempre um ninja excepcional.

E se tinha uma coisa que ele não gostava de fazer, era deliberadamente magoar seu irmão mais novo.

Às vezes, isso se tornava inevitável. Ordens dadas pelos anciões de subir o mais rápido possível nos ranks, pegar o número máximo de missões que seu pequeno corpo podia aguentar e total entrega aos objetivos do clã, sempre comprometeram e muito o tempo que Itachi tinha para dedicar ao crescimento de Sasuke – e ele não tardava de se culpar por isso.

Itachi não esperava que ele entendesse que todo o propósito disso era assegurar a proteção da sua pessoa e da vila em que eles viviam e amavam. Ele conseguia se contentar então com a inabalável admiração de Sasuke, manchada vez ou outra pelo espectro da decepção que ele sentia quando algo lhe era negado.  

Mas saber que ele poderia ter evitado uma mágoa e ainda assim tê-la feito? Isso já era demais para Uchiha Itachi.

Com isso em mente, o grande shinobi se dirigiu até o Distrito sem grandes problemas pelos telhados da área residencial de Konoha. Ele só começou a prestar atenção no caminho ao cruzar a primeira casa do seu clã, expandindo seus sentidos em busca de uma assinatura específica.

Reconhecendo o local de onde o chakra emanava, Itachi pousou no chão, caminhando a passos largos então. De vez em quando ele se sentia na obrigação de mostrar a seus familiares que estava vivo, bem e não tão distante assim de suas realidades. Não trazia nada de bom ficar afirmando o que todos os boatos a seu respeito já faziam circular pelas más bocas; que ele não ligava para nenhum dos Uchiha.

Até porque isso decididamente era uma mentira.

Itachi não parou para falar com ninguém e muito menos foi interrompido. Ele respondia aos acenos de cabeça e aos cumprimentos, mas nunca se dedicava muito tempo a ninguém em particular.

Ele passou pela única casa verde – e aconchegante, calorosa, divertida, que gritava lar— do Distrito e não esboçou reação alguma, como já lhe era de costume.

Ao se aproximar da floresta que se abria para as margens do rio Naka, Itachi emitiu uma onda fraca mas certa de seu chakra para alertar a pessoa de sua presença. Se ele não quisesse companhia, então Sasuke teria tempo o suficiente para se retirar.

Ele não o fez.

Itachi se deu ao luxo de admirar a paisagem não pela primeira vez. Era sem dúvida alguma o lugar aberto mais bonito de todo o terreno dado aos Uchiha. Era deslumbrante; e seu lugar preferido para ficar treinando ou simplesmente apreciando a companhia de Shisui, que se sentia igualmente atraído pelo som das folhas ao vento, pela corrente fluída e sempre constante do rio.

Ele precisava mostrar o local algum dia para Sakura.

E pensando bem, se Sasuke estava ali – e ele certamente sabia da fixação de seu irmão pela vista – por vontade própria, só podia significar que Itachi estava certo em se sentir mais confiante de ter, finalmente, uma chance clara e sem maiores complicações para esclarecer tudo ao garoto.

Itachi não queria perder mais tempo.

Em um movimento rápido, ele se sentou ao lado do irmão no terreno obscurecido da luz do luar.

Itachi não iniciou contato visual.

— Sasuke. — Sua voz era tão suave quanto o próprio vento.

Ele tomou alguns segundos para pensar antes de responder. Em momento algum Itachi duvidou que seu irmão mais novo percebera a sua presença – estava claro pela rigidez de sua postura que Sasuke se tornara consciente antes mesmo que ele se aproximasse de fato.

— Nii-san.

Nem mesmo quando estava incomodado Sasuke conseguia se referir a Itachi com menos do que respeito na voz.

— Você deseja conversar?

— ... Sim.

Itachi não exibiu reação ao perguntar em seguida:

— O que aconteceu entre você e Sakura?

Os ombros de Sasuke se enrijeceram de tal forma a ser sua única resposta visível ao rumo nem tão surpreendente da conversa. Ele não respondeu de imediato, tomando seu tempo para selecionar as informações cuidadosamente.

Não era de seu feitio, mas Itachi se viu experimentar de impaciência.

— Sasuke?

— Sobre o que está falando? — A voz de Sasuke saiu em um teor mais defensivo.

— Eu posso ver que não lhe agrada eu estar passando tempo com a sua companheira de time. E embora eu nunca tenha demonstrado interesse em Sakura antes, você me parece bem...

— Incomodado?

— ... Sim.

Entre os dois irmãos, um ar de expectativa se estabeleceu. Os dois usavam da linguagem a seu favor, tentando minimizar o impacto de suas intenções com um jogo cuidadoso de palavras. Era uma atividade que Itachi não ligaria de se conceder se ele não quisesse pôr um fim na infundada rivalidade que seu irmão estava começando a nutrir de uma vez por todas.

Seu tom de voz se tornou mais grande com a sua próxima fala.

— Vou entender se não quiser me dizer nada de cunho pessoal. Só quero que diga se você ainda gosta dela. — E embora ele tentasse transmitir uma neutralidade, Itachi esperava que seu irmão não captasse alguma nuance que nem mesmo ele estava disposto a admitir.

Sasuke se virou para encará-lo nos olhos.

— Minha resposta muda alguma coisa?

O mais velho soube imediatamente o que o outro queria ouvir.

Não.

Então foi isso o que ele disse, o rosto cuidadosamente branco.

Sasuke não pareceu totalmente convencido mas resolveu confiar na palavra de uma das suas pessoas importantes. Não era mais necessário que ele o fizesse, mas o Uchiha resolveu compartilhar um pouco de águas passadas para que Itachi compreendesse melhor o seu lado.

— Eu me sinto incomodado com tudo o que está acontecendo. Eu não quero me separar do meu time, Itachi. E você entrando na vida deles acaba ajudando nisso. Todo mundo sempre prefere a você.

— Sasuke... — Ele sentiu seus lábios se curvarem involuntariamente em um pequeno sorriso irônico. — Tudo o que eu faço é por você.

Seu irmão visivelmente fora pego de surpresa pela sua declaração tão simples e direta. Nem Itachi planejara dizê-la. Apenas... saiu. E ele não se sentia nem um pouco culpado por revelar algo que já vinha sendo sua força motriz por anos.

Mas Sasuke sorriu de forma discreta.

— ... Entendo. — Ele pareceu se lembrar de alguma coisa e logo seu humor prévio de desolação voltou. Itachi suspirou internamente.

— Eu não tenho interesse particular em nenhum dos seus amigos. Sakura me pediu ajuda e eu não vi porque negar quando beneficiaria seu objetivo de manter o Time 7. Naruto é mais um efeito colateral positivo dos meus próprios interesses.

Ele direcionou um rápido olhar ao rapaz ao seu lado e se levanto do chão da clareira, não se dando ao trabalho de limpar as impurezas da roupa.

— Não se engane, Sasuke. Nada mudou.

Tem certeza?

Ao se retirar do cenário, Itachi não teve certeza se ouvira o seu próprio pensamento em voz alta ou apenas a voz baixa e comedida de se irmão.

(...)

Tsunade se perguntava quantos malditos Uchiha existiam na Vila da Folha.

Parecia que ultimamente esse sobrenome estava em tudo o que requisitava a sua atenção como Hokage. Tabelas preenchidas de forma incorreta marcando ausência ou presença em Konoha, dois ou três com ferimentos leves no Hospital Geral, incontáveis relatórios de missão para dar aval e agora ela ainda tinha que lidar com Uchiha Mikoto pessoalmente.

Como se já não bastassem os anciões lhe atormentando a cabeça.

Com a certeza de uma dor de cabeça – e das pesadas, capazes de derrubar um mamute por horas – Tsunade ingeriu uma aspirina com o auxílio de uma dose de sake, ignorando veementemente o olhar de reprovação de Shizune, e dando o aval a sua aprendiza para que esta deixasse a matriarca do clã Uchiha entrar.

Mikoto era uma mulher linda e graciosa, que embora se diminuísse na presença do marido ou de outros Uchiha mais importantes por respeito, sabia se impor para qualquer um que não portasse orgulhosamente o brasão de sua família.

Até mesmo para a Hokage, Tsunade pensou com certa irritação.

— Hokage-sama. — Ela se curvou e não esperou uma resposta para poder se sentar em uma das cadeiras de visita.

Tsunade apoiou os cotovelos na grande mesa de madeira e entrecruzou os dedos, levantando a sobrancelha fina quando Mikoto se demorou demais a continuar. Para seu crédito, ela não demonstrou sinal algum de ter percebido e fez tudo ao seu tempo.

— Vim para pedir um favor, Lady Tsunade. — Mikoto lhe dirigiu um sorriso acolhedor, mas mortal. — Gostaria que a senhora desse ao meu filho Itachi uma missão Rank-A para manter as impressões.

A Hokage piscou uma, e depois duas vezes. Ela olhou para Mikoto como se a mulher tivesse enlouquecido ou, pior, quisesse enlouquecer logo ela que precisava ter sanidade mental para aguentar mais tantos de sua laia – Tsunade jurava que se o kekkei genkai dos Uchiha não fosse tão importante, ela já os teria expulsados de sua preciosa Vila.

Ela esperou que Mikoto prosseguisse com a sua fala, mas ela não o fez. A mais nova apenas continuou a encarando como se ousasse que Tsunade expulsasse ela de seu escritório – coisa que ela queria fazer.

Suspirando, ela se perguntou porque aceitara esse o cargo em primeiro lugar.

— Mikoto-san, a senhora não espera que eu saiba do que você está falando sem dar uma explicação, não é? — Tsunade disse, beirando o sarcasmo com a sua voz mais didática possível.

A Uchiha permaneceu desafetada.

— Veja bem, Hokage-sama. Eu estou certa de que você sabe que meu filho está de... aa... férias da ANBU. — Tsunade sabia, obviamente, embora o porquê tenha permanecido um grande mistério até mesmo dentro da organização. — Bom, acontece que ele está treinando a Haruno Sakura, companheira de time do Sasuke-chan.

Tsunade teria arregalado os olhos em surpresa se o tom de voz doce e terrivelmente didático não lhe tivesse alertado que ela não gostaria nada do que ouviria a partir do momento em que Mikoto abrira a boca.

Uchiha Itachi não pedia uma pausa na carreira simplesmente para treinar kunoichi que mal lhe dirigiram a palavra durante o curso de sua vida – e ela sabia disso simplesmente porque Sakura era quase sua filha, pelo amor de deus. Isso não condizia com as expectativas.

E se ela não gostava de uma coisa, era de Uchiha a surpreendendo.

(E ultimamente eles andavam fazendo isso aos montes)

Com a paciência muito próxima do zero, Tsunade exigiu que Mikoto lhe desse uma boa explicação que a fizesse entender o que diabos estava acontecendo em sua vila, droga.

— Eu não entendo também mas é isso o que está acontecendo. Se não confia, pode perguntar diretamente a sua aprendiza. De qualquer jeito, não quero que alto escalão do clã tome ciência do que meu filho vem fazendo.

Tsunade começava a ver onde ela queria chegar, mas deixou que ela prosseguisse de acordo com os seus passos.

— Ele vai ser visto andando pelas ruas com mais frequência do que antes. As pessoas vão suspeitar que ele não está pegando missões. Então seria de bom grado que as... atividades do meu filho fossem encobertas por uma tarefa falsa com duração indefinida.

Tsunade desencostou da mesa e levo uma mão às têmporas, adotando uma posição pensativa.

— Esse não é um motivo forte o suficiente para que eu ponha minhas mãos no fogo pelo seu filho.

Ela poderia jurar que dessa vez, o canto esquerdo do olho de Mikoto tremera em irritação velada. Mas sua voz permaneceu inalterada, o que surpreendeu Tsunade mais uma vez. Ora ora, e não é que Uchiha Mikoto é uma mulher interessante?

— Então não faça isso por Itachi. Faça pela Sakura-san. — Ela tentou sorrir o mais sinceramente possível, querendo transmitir nada mais do que a verdade. — Eu não quero que isso que eles vêm construindo seja jogado aos ventos porque algumas pessoas não ficam satisfeitas quando meu filho não está lá fora matando pessoas. Parece ser importante para o Itachi, então é importante para mim. Por favor, entenda meu lado, Lady Tsunade. Se for preciso, então eu passo por todo o procedimento de requisitar uma missão e ela realmente se torna oficial, comigo como contratante. Embora...

Tsunade suspirou, se dando por vencida de vez. Ela não odiava tanto a família Uchiha ao ponto de conseguir ser rancorosa e negar o pedido de uma mãe que claramente só queria o melhor para o seu filho. E, bom, talvez no fundo ela estivesse sentindo um prazer obscuro do fato de Mikoto estar se rebelando contra as imposições do próprio marido ao lhe fazer esse pedido tão complicado.

Parecia que nem todos os Uchiha existiam, afinal, para a sua desgraça mental.

Com seu tom firme e autoritário – que não deixava brechas para nenhum engano ou qualquer tipo de contra-argumento – a Godaime Hokage falou os termos do acordo ao mesmo tempo em que abria gavetas e mais gavetas de sua mesa em busca do contrato de confidencialidade.

— A Vila sempre precisa de dinheiro, Mikoto. Não posso negar que isso seja feito da maneira tradicional. — Ela pegou o pergaminho desejado e o deslizou na mesa até que ficasse ao alcance da outra mulher. — Mas não se preocupe, assinar esse documento assegura que sua identidade não ficará exposta no pergaminho oficial da missão. Ela constara apenas nos Arquivos e eu duvido muito que até mesmo os anciãos se deem o trabalho de checar lá.

Mas Tsunade não acreditava plenamente nisso; ela sabia que os velhotes faziam de tudo e o improvável se tratando de manter as rédeas em Uchiha Itachi. Ela daria um jeito de Shizune impedir que eles chegassem àquele documento em particular, e até mesmo o queimaria se fosse preciso.

Tudo por sua preciosa estudante, ela repetia como um mantra para que não se arrependesse.

Mikoto fez uma leitura dinâmica – e Tsunade se perguntou porque ela não usava seu sharingan para memorizar o conteúdo como os outros Uchiha tão arrogantemente gostavam de fazer ao receber uma ordem de missão – e assinou sem titubear o contrato que, se tudo desse certo, aliviaria um pouco da pressão que seu filho mais velho sentia.

Não que ela fosse contar para Itachi o que fizera. Tsunade suspeitava que a mulher manteria isso como um feito particular, uma das coisas que ninguém precisava saber que uma mãe que ama demais a sua cria como ela era capaz de fazer em momentos críticos.

A sannin não era muito ligada a sentimentalismos, mas ela se viu sentindo orgulho da matriarca do clã mais arcaico de Konoha.

— Os detalhes da missão precisam ser acertados com a Shizune. Passe em sua mesa quando sair e estará tudo certo até o final do dia. — Se eu não atrasar a papelada como sempre. — Quem quiser saber poderá ver nos relatórios que ele não está apenas vagabundeando por aí.

Uchiha Mikoto estava satisfeita e resolveu demonstrar isso com um sorriso e uma reverência mais significante do que a que dirigira na primeira vez. Tsunade bufou, encerrando o encontro de forma indireta.

(...)

Sakura não era uma boa mentirosa. Quando Yamanaka Ino, sua rival de infância e melhor amiga nas horas vagas, aparecera na porta de sua casa perguntando o que ela faria pelo resto do dia, a rosada teve de morder a língua com força para se impedir de dizer uma besteira como “provavelmente vou ficar pensando em pessoas que eu não deveria”. Ou até mesmo coisa pior.

Ela estava em um daqueles dias em que seu humor não estava particularmente bom e nem definitivamente dos mais brabos. Sakura e Itachi já haviam encerrado as atividades e nada de especial ocorrera entre os dois. E isso parecia ter se tornado uma norma desde que ela cometer a burrada de c—

— Ei, testuda! Você ainda não me respondeu.

Você sempre podia contar com Ino para uma boa distração e era exatamente disso que Sakura precisava. Cabeça vazia, mente disfuncional. Com mais entusiasmo do que ela sentia, a kunoichi respondeu:

— Eu não tenho nada para fazer, Ino. Estou livre.

A garota em questão abriu um sorriso certeiro de quem não esperava resposta diferente. Sakura sabia que sua amiga achava sua vida tediosa e repleta de vários nadas e, portanto, tempo livre de sobra. Ela suspirou internamente.

Ino a pegou pelo braço e a arrastou para fora de sua casa, fechando a porta com a mão livre. Sakura não teve tempo de reação para controlar a força da natureza que era uma Yamanaka decidida – Sakura já tivera a oportunidade de presenciar a mãe de sua amiga com o mesmo tipo de comportamento.

— Para onde você está me levando? — Sakura se sentia ligeiramente temerosa.

— Há, você sabe muito bem. É sexta-feira à noite, testuda. Só podemos ir para um lugar.

As ruas bem iluminadas da área comercial de Konoha estavam mais cheias do que de costume, e Sakura se perguntou quantas pessoas veriam e olhariam torto se ela armasse um escândalo bem ali, local público e tudo.

Ela era muito idiota.

Quando ela pensou que talvez pudesse se deixar levar pelos planos da loura para sanar sua própria vontade de espairecer, Sakura não imaginou que seria literalmente arrastada para o lugar mais detestável que os shinobi de sua idade gostavam de frequentar.

Certo, detestável talvez não fosse o adjetivo mais adequado – ela estava sendo dura demais até para sua mente ácida – mas o pub decididamente não estava no topo da sua lista de lugares mais acolhedores ou divertidos.

O estabelecimento cheirava a álcool, sangue e hormônio (feminino e masculino). Sakura, como médica, conseguia entender porque a mistura era tão inebriante para pessoas de sua profissão, mas ela simplesmente detestava a combinação.

Algo a ver com o contraste marcante com o seu segundo cheiro preferido no mundo – desinfetante com um leve toque de nada.

Sakura não queria pensar em qual era o seu cheiro preferido no momento porque ela sabia que chegaria perigosamente perto de pensar no cheiro de suor, batalha e aquele aroma único e totalmente masculino que Itachi exalava durante seus treinos.

E ela realmente não queria pensar nele ou em nada que a fizesse se lembrar do irmão de seu melhor amigo.

(Como cheiros, cabelo, escuridão, sorrisos indecifrá—)

— Yep, chegamos. Nem adianta tentar escapar, Kiba está ali na porta e ele vai adorar ter que te caçar por Konoha e ter de te trazer de volta.

Sakura era a pessoa mais azarada do mundo.

De todas as pessoas que Yamanaka Ino poderia ter mencionado, ela tinha que ter tocado justo no nome da pessoa que ela passara agarrada não tão sutilmente e oh, não tão inocentemente na última vez que colocara os pés no pub.

Ela fechou os olhos e rezou aos céus para que um meteoro caísse em cima de sua cabeça. Por que se tivesse lhe dado a opção prévia de ou ficar pensando em Uchiha Itachi ou passar a noite se esquivando do Inuzuka e de outros tantos homens – não querendo se gabar –, Sakura tinha a certeza de que escolheria a primeira opção sem titubear demais.

(Ela quis se enfiar a sete palmos de terra ao pensar – por um breve e minúsculo e longo demais segundo – que talvez o Uchiha beijasse melhor do que Kiba).


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Notas finais do capítulo

AAAAAAA, QUE SAUDADE QUE EU TAVA DE FALAR COM VOCÊS! ♥
Peço mil e umas desculpas pelo atraso imperdoável de quase 7 meses mas tava muito complicado conciliar a faculdade com todos os meus hobbies. Fora que eu tava decepcionada comigo mesmo porque WoL tava seguindo por um rumo nem tão interessante assim e bem previsível (e clichê e que já tinha sido retratado antes). Daí eu precisava de um tempinho pra decidir o que queria fazer com essa belezinha aqui.
Acabou que eu reencontrei o amor pela história e aqui estamos nós.
Se ainda não perceberam, eis o maior aviso que eu poderia dar para quem perde tempo lendo isso aqui: eu nunca vou abandonar essa história. De verdade.
Mas vamos as coisas boas!
Eu tô muito animada e feliz (DEMAIS) com todas as reviews e principalmente, com as recomendações! Caraca! Acho que já foram 3 ou 4 e fowehfioewhfioewh sério, vocês são demais e eu sou apaixonada por todas vocês, de verdade.
Então eu quis dar um presentinho de natal meio bostinha, na real, mas foi feito de coração e aaaaaa. Já disse obrigada?
Eu normalmente falaria aqui o que pretendo fazer em seguida nos próximos capítulos mas eu não tenho mais noção de nada, de verdade. Eu só olho o esqueleto do plot e penso "hnnn que que eu posso botar aqui e que vai se encaixar????" ujewfhioewfhiewohfiweo.
Perdi o controle da vida E de WoL mas não se preocupem, vou sempre tentar fazer algo bonitinho.
Não posso dizer o que vem em seguida mas vou dar umas previsões meio mixurucas: acho que vai rolar uma última missão do Time 7, uma ida ao hospital (não disse de quem) e mais ItaSaku porque nesse aqui não teve nada (não me matem, eu juro que queria jogar uns smut aqui sem ligação alguma com o enredo, UAHEUAHEUAHE)
Okay, vou parar de falar.
Obrigada de verdade a quem ainda acompanha WoL. ♥