Weight of Love escrita por Stormborn


Capítulo 1
Soundtrack to disaster


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está o primeiro capítulo de Weight of Love enfim!
Tudo o que eu tenho a dizer vou deixar para as notas finais (vão ser longas, sorry, gosto de falar) então boa leitura. ♥



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Itachi soube que seu dia seria caótico no momento em que sentiu o chakra de Uchiha Shisui se aproximando de seu quarto. Não pela primeira vez ele desejou que sua mãe respeitasse seus silenciosos pedidos de proibição de visitas do mais velho e que ela não se divertisse tanto com a exasperação de seu filho com interações sociais.

Não era raro que Shisui passasse por sua casa pelo menos duas vezes na semana com a intenção de ou importuná-lo por boa parte da manhã (até que finalmente se tocasse que tinha coisas mais importantes para fazer – tipo ir missões que ele deliberadamente ignorava) ou usar alguma missão que teria com ele como desculpa de “confraternização entre companheiros”.

Sendo pelo motivo que fosse, Uchiha Itachi sabia que seu primo apenas apreciava sua companhia e se divertia muito as suas custas. E se fosse ser completamente sincero consigo mesmo, o herdeiro do clã não conseguiria apontar um motivo sequer para não retribuir esse sentimento de camaradagem de Shisui.

Terminando de vestir sua roupa usual, Itachi sentou-se em sua cama no intuito de começar a verificar metodicamente sua bolsa de missões, se todos os equipamentos que deveriam estar lá realmente estavam e principalmente, se encontrava-se tudo em seu lugar. Ele não poderia dizer que não gostava de ordem.

Itachi não moveu um músculo quando Shisui entrou sem cerimônias no cômodo, não se dando o trabalho de bater.

— Ohayo, Itachi-kun. — Ele não precisava olha para seu primo para ver seu sorriso característico. — Ocupado como sempre.

— Aa.

O mais velho dos dois apenas riu e andou até ficar parado na frente de Itachi. Ainda sem levantar o olhar do que fazia, ele notou quando o outro ninja moveu o braço direito até que sua mão tocasse o topo da sua cabeça. Itachi não esboçou nenhuma reação, o que só o incentivou a tentar descabelar seu companheiro de time.

— Você deveria usar esse cabelo solto o tempo todo.

O Uchiha apenas se afastou do toque e finalmente olhou para seu primo, fitando-o com repreensão. Seu tom era didático quando falou, como se ensinasse uma criança.

— E você deveria parar com isso.

Shisui sorriu mostrando os dentes.

Itachi nunca deixaria de se perguntar como alguém nascido no mesmo clã que ele, com tantos parentes em comum, carregando o mesmo peso da hereditariedade dos poderosos Uchiha poderia ser assim, tão aberto e espontâneo.

Ele também sabia que mesmo se quisesse ser assim (ousasse, na verdade), facilmente seria reprogramado para ser exatamente do jeito que era.

Com um suspiro, Itachi resolveu deixar a inspeção para outro momento, fechou a bolsa e a colocou no lugar que pertencia, ao lado de sua cama. Prendeu os cabelos no costumeiro elástico cinza – ignorando veementemente os falsos e divertidos protestos de Shisui – e saiu do quarto, sabendo que seria seguido onde quer que fosse.

Seus passos eram automáticos até a cozinha, conhecendo o caminho com a palma da mão (tendo morando na mesma antiga e tradicional casa por seus 22 anos de vida). Uchiha Mikoto já estava no local, preparando seu café como era de costume em todas as manhãs.

Sua mãe não precisava acordar cedo em nenhum dia, e só de saber que ela o fazia apenas para passar mais tempo com ele o enchia de um sentimento agradável no peito. Talvez a única pessoa que competisse com Sasuke pelo tanto de proteção e carinho que ele sentia e podia dar era Mikoto.

Itachi não podia se imaginar vivendo num mundo sem aquela doce mulher lhe observando como se ele fosse a sua maior preciosidade.

— Kaa-san. — Ele saudou quase que calorosamente antes de se sentar na mesa baixa.

A matriarca da família se virou e sorriu afetuosamente para seu primogênito, desejando-lhe um bom dia enquanto colocava um prato de onigiri a sua frente. Ela então virou-se para Shisui, parado no batente da porta observando a cena. — Tem para você também, querido.

   Shisui agradeceu a oferta, mas recusou, balançando a cabeça.

— Já comi na Sasa.

Itachi, que até então fazia questão de ignorar a presença de seu companheiro de time, o encarou interrogativamente, esquecendo prontamente os bolinhos de arroz que tanto gostava.

Ele logo percebeu que caíra na armadilha do outro Uchiha como um bobo.

Sorrindo, Shisui explicou didaticamente, imitando o tom de seu primo com deboche.

— Temos uma missão, pequeno Itachi. Como time, não da ANBU. — Itachi percebeu sua mãe estremecer levemente com a menção do esquadrão de elite, e ele não a podia recriminar. Mikoto nunca apreciara essa sua escolha e sempre faria questão de deixar claro o quanto se preocupava com seu filho indo em missões que poderiam lhe custar a vida. — Eu, você e a chata da Sayuri como nos velhos tempos. Vai ser divertido.

Uchiha Itachi tinha acertado em cheio em suas previsões. Seu dia seria de fato caótico.

Não tinha como uma reunião dos três Uchiha resultar em algo positivo, quanto mais um sentimento de diversão.

(...)

 

— Esse é o pior trabalho do mundo, Shizune. Eu juro que ainda vou enfiar toda essa papelada no r-

— Tsunade-sama!

A Godaime ignorou a exasperação de sua assistente e continuou a vociferar.

A verdade era que Tsunade estava possessa. Isso se misturava a sua já habitual irritação de ter que lidar com relatórios infinitos e a deixava num nível muito acima do agradável (ela poderia jurar que se Shizune abrisse mais uma vez a boca para lhe dizer o quão importante era seu trabalho, ela realmente enfiaria aquela papelada em lugares que ninguém naquela sala iria gostar de ver).

Sakura sorriu observando a cena.

Tsunade levantou os olhos do pedaço de pergaminho em sua mesa e a olhou com um misto de irritação e dúvida.

— O que você ainda está fazendo parada aí? Anda, de volta ao trabalho.

O sorriso da rosada não se alterou. Ela prontamente obedeceu sua hokage e voltou a procurar o relatório que sua shishou pedira mais cedo.

Haruno Sakura sabia porque sua mentora se encontrava mais alterada (e sem ter um pingo de álcool no sangue – o que Sakura depois de alguma ponderação julgou que piorava a situação) que o normal. Reunião com os membros do conselho e não somente isso, membros do conselho e anciões do clã Uchiha.

Tsunade odiava que os velhos da vila interferissem em seu trabalho ou quisessem a ensinar a melhor maneira de se governar Konoha. Ela era a hokage, ela sabia como exercer seu posto, xingando todo mundo que ousasse dizer o contrário. Mas os Uchiha eram uma força delicada que ela simplesmente não conseguia controlar.

Então quando eles convocaram uma reunião de emergência logo nas primeiras horas do dia, ela sabia que ele seria desastroso de uma forma eufêmica.

Uchiha Maka e Uchiha Kou discursaram sem rodeios. Disseram (exigiram, melhor dizendo) que gostariam que a missão do ex-Time 1 fosse cancelada ou passada para outro esquadrão. Temos planos para Uchiha Itachi e Uchiha Shisui que não podem esperar, eles impuseram. Arrume outro time.

A loira fez uma careta e praguejou internamente.

Ela deveria ter adivinhado que Shisui não apareceria em seu escritório pedindo, quase implorando por uma missão para seu antigo time sem que tivesse um motivo bem sério para isso. Ela só podia culpar a si mesma por não ter pressentido a tempestade que essa pequena decisão desencadearia para o lado dela.

O que não a deixava menos irritada com o espertinho do Uchiha.

Tsunade não ia mesmo ouvir tudo sozinha. Com um espírito vingativo invadindo seu ser, ela deixou bem claro que apenas tinha acatado um pedido do shinobi e que não iria voltar atrás (sinceramente, ela só queria que Shisui sofresse a fúria do seu próprio clã, mesmo que ela sofresse junto), falando com todas as letras se virem com ele.

Ela então saiu da sala sem olhar para a cara enfurecida de Maka e Kou. Gritou por Shizune assim que entrou no campo de audição da morena e pôs as mãos nas têmporas. Ela sentia a dor de cabeça se formando.

E ela descontaria em alguém.

— Sakura! Vem aqui. — A Haruno deixou os devaneios e o arquivo de lado e foi de encontro a sua shishou. — Chegou hoje. Documentação necessária para a aplicação da ANBU.

Sakura falhou em tentar esconder a animação do rosto, sem perceber abrindo um largo sorriso. Ela pegou o papel que a Godaime lhe estendera e o vasculhou com olhos apressados, o coração batendo um pouco mais forte. Ela esperara muito tempo para isso.

Tsunade observava sua aprendiza com uma cautela de quem não sabe o que pensar sobre a situação. Ela não gostava particularmente da escolha de Sakura, mas a apoiaria em qualquer coisa que ela resolvesse fazer.

Mas ela claramente não entendia porque do interesse tão repentino da rosada em ingressar na ANBU. Não era do estilo de Sakura tomar decisões tão apressadamente. E a Godaime tampouco perguntaria porquê; ela esperaria até que a kunoichi quisesse compartilhar.

E se esse dia nunca chegasse, bom, Tsunade saberia que falhara de alguma forma como mestre.

A medi-nin estava tão absorta nas suas próprias ponderações e sentimentos que não percebia a aura de Tsunade. Ela só conseguia pensar no quanto ela queria aquilo, ser testada pelos melhores e poder ter a oportunidade de se juntar a eles.

Não fora fácil escolher esse caminho. Não fora fácil ter que escolher entre continuar estagnada na sua zona de conforto ou se desafiar. Mas no final, esse era o primeiro passo para que ela enfim mudasse de vez a sua vida.

Ela não sabia se estava pronta e talvez só descobrisse nos últimos minutos.

— Obrigada, shishou.

Tsunade sabia que era um agradecimento mais íntimo do que aparentava ser, ela conseguia ver nos olhos verdes da garota que ela adotara praticamente como filha.

— Certo, certo. Só ande logo com a droga do relatório, não tenho o dia todo, criança. — A mais velha apenas a dispensou com um aceno de mão, evitando a todo custo cenas sentimentais demais. Ela era velha e sentida, afinal de contas.

Mas ela sabia que Sakura entendia e conseguia entender as palavras que não ousariam sair de sua boca.

Estou apostando em você, garota.

Shizune, que não era das pessoas mais discretas (mas sabia quando devia ficar em silêncio apenas observando) decidiu que era hora de se meter e voltar a chamar a atenção da hokage para as urgências de seu trabalho. Tsunade, obviamente, voltou a fazer uso de seu humor ácido, mas a morena não se importava. Ela só precisava manter sua mentora nos eixos, afinal de contas.

— O ex-Time 1, composto por Uchiha Shisui, Uchiha Itachi e Uchiha Sayuri sai em uma missão rank A no dia de hoje. — Shizune dizia em voz alta mais para si mesma do que para a Godaime, relendo o pergaminho de autorização da missão e preenchendo o relatório de ausência dos shinobi. — Devemos mandar algum chuunin com eles?

Tsunade esboçou algo próximo de deboche e incredulidade.

— Você só pode estar perdendo o juízo. A menos que seja outro maldito Uchiha – o que está FORA de cogitação. — Shizune se preparava para protestar quando foi cortada antes mesmo que pudesse falar as primeiras palavras. — Não. Se aqueles dois velhos idiotas descobrem que eu mandei outro Uchiha para fora da vila quando eles oh, tem um compromisso importantíssimo! — Seu tom era venenoso. — eu certamente vou ter que ouvir até o próximo natal.

Shizune pediu a ajuda de Sakura silenciosamente com o olhar, beirando o desespero.

Ela não sabia porque isso era tão importante para morena, mas tratou de interferir.

— Acho que não precisa ser um Uchiha. — Tsunade a encarou com irritação. Shizune com esperança. — Digo, a pessoa só precisa conseguir acompanhar o ritmo deles. — E completou antes que a loira pudesse negar. — Acho que o Uryu seria uma ótima escolha. Seria uma oportunidade e tanto para ele estar com tantos shinobi de alto nível.

Haruno Sakura viu nos olhos de Shizune, no momento em que terminou, que ela tinha chegado no ponto que sua superior pretendia. Esse era o seu plano o tempo todo, recomendar o jovem Uryu. A rosada conseguia entender porque, só não fazia ideia do porque ela não deixara isso claro desde o início.

O ruivo era o protegido de Shizune, afinal de contas. Sakura via problemas no favoritismo, sendo que ela já passara por esse tipo de situação na pele (e só de lembrar de Kakashi claramente sendo mais professor de Sasuke do que dela ou de Naruto seu estômago se embrulhava um pouco), mas já que Tsunade pouco se interessava pelo time de sua pupila, não fazia sentido de qualquer forma tentar esconder.

Tinha mais alguma coisa acontecendo ali, bem debaixo do seu nariz, mas naquele momento ela não conseguia botar as mãos no que exatamente.

— Bom. — Tsunade suspirou e deu-se por satisfeita, mesmo que minimamente. — Para ser sincera, acho que essa seria uma ótima oportunidade para você. — Seus olhos castanhos olharam Sakura firmemente. — Mas não há a mínima necessidade de um capitão ANBU, um capitão da força policial e uma kunoichi do porte de Sayuri estarem em numa missão de rank A, para início de conversa, que dirá mais um de elite — Sakura corou levemente com o elogio. — se juntar a eles.

Sakura não pode deixar de se imaginar momentaneamente numa missão ao lado do lendário Time 1. Ela estremeceu só com a possibilidade de ver os três Uchiha em ação. Uchiha Sasuke lutando e lidando com suas missões já era algo bonito de se presenciar. Ela mal podia imaginar a graça e a destreza com que os três agiam.

A Haruno se sentiu impulsionada a pedir para ser encaixada de fato na missão mas parou antes mesmo de formular a fala.

Ela apenas voltou a se concentrar no trabalho.

(...)

 

A sensação de ser desperta por batidas em sua porta e não pelo seu despertador biológico nunca falhava em deixar Sakura se sentindo mais indisposta e irritada do que quando ela tinha ido se deitar.

Ela tinha passado por uma longa noite no hospital, num turno que parecia transformar segundos em horas e horas em eternidades. Fora um terrível pesadelo que ela esperava poder ignorar em boas 12 horas de sono consecutivo. A julgar pelos fortes raios de sol que adentravam por sua janela, ela não preenchera nem 8 das 12 horas desejadas.

Sakura emitiu uma espécie de rosnado e levantou do sofá, ouvindo mais uma vez as odiosas batidas. Suas costas estalavam com o mínimo de movimento e ela se xingou não pela primeira vez por ceder a preguiça de caminhar até o quarto então jogar-se na primeira superfície não tão sólida que ela via.       

Levando a mão direita ao ombro, ela concentrou uma pequena porção de chakra nas pontas dos dedos e os injetou em seu sistema até que eles alcançassem os músculos doloridos, aliviando assim sua tensão e dor. A kunoichi suspirou em alívio, ignorando completamente a terceira onda de batidas frenéticas.

Sakura só foi abrir a porta após dar uma passada no banheiro.

Já tendo sentido cada um dos chakras ali presentes, ela não esboçou surpresa alguma ao ver Naruto parado diante de sua porta, seguido mais afastadamente por Sasuke. Contudo, ela não conteve sua irritação ao ver aquele sorriso estupidamente contagiante de quem não fazia ideia do quanto ela precisava dormir sem interrupções.

— É melhor você ter uma boa razão para is- — Ela não conseguiu terminar a falar, apensar soltando uma exclamação de surpresa quando Naruto a puxou para um abraço tão apertado que ela mal conseguia respirar.

Ela não lutou contra o aperto, apenas deixando-se envolver pelo calor de seu melhor amigo. Fechando os olhos, a Haruno esqueceu completamente da irritação, ficando apenas com o cansaço a lhe consumir. Ela poderia ter dormido ali mesmo na receptividade de Naruto.

Foi quando ela sentiu uma mão em sua cabeça que Sakura abriu os olhos como que administrando a cena pela primeira vez desde que ela começara.

Ali estava Naruto, abraçando-a. Normal. Mas lá estava Uchiha Sasuke, fazendo contato deliberadamente com ela, sem que tivesse sido obrigado ou impelido de alguma forma. Algo em sua cabeça gritava (ela jurava que era sua inner) de felicidade, mas ela não pôde deixar de dirigir um olhar atônito a seu companheiro de time de cabelos pretos.

Ele a olhava com sua típica despreocupação Uchiha, esboçando o mínimo dos sentimentos. Mas Sakura o conhecia com a palma da mão e sabia reconhecer o brilho de divertimento que ousava emergir nos orbes escuros. Ela estava confusa, na melhor das hipóteses.

— Sakura-chan! Feliz aniversário! — O Uzumaki intensificou ainda mais o contato, ao ponto em que ela precisou dar-lhe uma cotovelada em busca de ar.

Oh, então era isso. Seu aniversário. Haruno Sakura há anos deixara de dar importância para a data comemorativa, então não fora com uma real surpresa que ela percebeu que esquecera completamente em que dia estava (ou em que mês, se fosse completamente honesta).

Sakura não tinha uma família que a lembrasse de comemorar seu aniversário, tendo sua mãe e seu pai morrido durante uma das invasões de Orochimaru enquanto ela ainda era uma mera gennin. Seus amigos mais próximos da vila mal conseguiam passar algum tempo com ela para sequer ter a oportunidade de lembra-la e seu time encaminhava-se para o mesmo destino, ela pensou com tristeza.

Os três tentaram adiar ao máximo a separação (ou até mesmo tempo) do Time 7, mas para Sakura, era mais do que claro que os três ninjas percorriam por diferentes caminhos e não podiam (ou não faziam questão) de mantê-los mesmo que ligeiramente alinhados.

Eles nunca se afastariam completamente um da vida do outro, seus laços muito mais fortes e profundos do que qualquer pessoa poderia supor só de ver, mas não dava mais para manter o time na mesma mentalidade profissional.

Uzumaki Naruto queria ser hokage. Uchiha Sasuke queria ser o líder da grande Força Policial de Konoha. Haruno Sakura só queria encontrar seu lugar na vila que tanto amava.

Suspirando, ela tentou um sorriso sincero que logo se transformou em um amargo.

Ela só queria poder ficar com os seus meninos para sempre.

— Ouch, isso doeu. — Naruto reclamou enquanto massageava freneticamente o local atingido por sua melhor amiga.

— Desculpa. — Sakura não pensou duas vezes antes de começar a tratar a pancada com chakra.

— Você não dormiu direito. — Sasuke a analisava clinicamente. Ela se perguntou o que a denunciara, suas olheiras ou o olhar cansado.

— Bom, não é como se vocês tivessem deixado.

— Aa. — Ele levantou levemente os lábios. Sakura estreitou os olhos e recriminou silenciosamente sua diversão.

— Ah, Sakura. Nós queríamos fazer uma surpresa. — O Uchiha fez questão de deixar claro em sua expressão que não possuía parte alguma nesse “nós”, mas Sakura não se deixou levar pela falsa tentativa de Sasuke de dizer que não ligava. Porque ela sabia, ele ligava muito para ela, Naruto e o time 7 como uma unidade. — Achamos melhor não trazer um bolo e ao invés disso cozinharmos um!

A rosada olhou de um para o outro sentindo nada mais e nada menos que pura alegria.

Ela amava cozinhar com Naruto e Sasuke! Sem dúvida alguma era a atividade que ela mais gostava de realizar ao lado dos dois. Não havia nada melhor do que o Uchiha e o Uzumaki discutindo sobre quem estava certo sobre a quantidade adequada de tal ingrediente ou então argumentando sobre a inabilidade do outro na culinária.

Sakura mal podia esperar para que eles começassem, o cansaço logo deixado em segundo plano por sua mente extasiada.

Ela arrastava seus dois companheiros pelo braço em direção a sala quando sentiu Sasuke enrijecer levemente ao seu lado. Sakura parou e olhou com confusão estampada em suas feições, sabendo que Naruto a mimicava.

O Uchiha não olhava para nenhum dos dois. Ele observava o telhado da casa adjacente com uma intensidade e ao mesmo tempo apreensão de quem espera por alguma coisa. Ou melhor, sabe do que espera.

Não se passaram nem dois segundos quando, como que profeticamente em resposta ao comportamento de Sasuke, Uchiha Shisui e Uchiha Itachi aterrissaram no local que o mais novo olhava fixamente.

Ele desvencilhou-se do aperto de Sakura e caminhou em direção aos dois parentes.

— Aniki. Shisui. Vocês não deveriam estar em missão? — Era claro de se perceber que além da surpresa, Sasuke também dirigia certo saudosismo aos dois. Um era seu grande e adorado irmão mais velho, o outro o primo irritante que ele não conseguia não gostar (talvez por sua semelhança tão exacerbada com Uzumaki Naruto).

— Aa, acabamos de voltar. Sentimos seu chakra por perto e pensamos por que não? — Shisui sorria agradavelmente. Itachi evidentemente possuía algumas reservas sobre estar ali e não em qualquer outro lugar que fizesse sentido ele estar, tipo sua própria casa.

Sasuke não sabia muito bem o que pensar da situação.

Para sua sorte (ou talvez azar), Naruto se intrometeu na reunião de família.

— Oe, Shisui! Quanto tempo. O que faz aqui? — Itachi claramente não se incomodou em ser deixado de lado.

— Só caçando o pequeno Sasuke em busca de alguma diversão. Mas se me lembro bem... hn... — Ele pôs a mão no queixo, fingindo buscar alguma informação lá do fundo da memória. — Hoje é aniversário da querida Sakura-chan, não é mesmo?

O capitão da ANBU olhou para a garota mencionada e suspirou internamente. Ele deveria ter suspeitado das intenções de Shisui desde o início. Todo aquele papo de "ah, vamos lá, vai ser divertido passar um tempo com o Sasu-chan!” estava estranhamente inapropriado para quem havia acabado de chegar de uma missão extenuante.

Itachi esboçou vontade de se desculpar e se ausentar da cena quando Shisui colocou um braço em seu ombro e riu alegremente, deixando claro pela firmeza do contato que seu primo não tinha escolha alguma em acompanha-lo no que quer que ele estivesse pensando em fazer.

— Bom, será que essa pequena comemoração de vocês tem espaço para mais dois?                  


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Notas finais do capítulo

Primeiramente, gostaria de agradecer a todas as fofufas que comentaram o capítulo passado, que favoritaram a fanfic ou que apenas leram na delas (não promovo caça as bruxas com leitora fantasma, relaxem). Vocês são demais e me incentivaram a terminar esse capítulo o mais rápido possível.
Bom, mas vamos lá, tenho que falar algumas coisas importantes (e outras nem tanto assim, só quero comentar mesmo UAHEUAHEUAE)

CONSIDERAÇÕES: Essa é uma obra considerada de universo alternativo porque conta com o fato de não ter acontecido o massacre do clã Uchiha, o "turning point" na vida de muita gente dentro do mangá. Portanto, é necessário que eu crie todo um contexto e ambientação para adequar as novas personalidades que se alteram por esse fato.
Eu não mudei (muito) o Itachi porque o "estrago" nele foi feito muito antes do massacre. Claro que aqui ele é claramente uma pessoa menos afetada e aberta por ter crescido sem o peso de carregar tantas mortes e principalmente, por causa do amor da sua mãe. Isso vai ser abordado com mais calma posteriormente.

O Sasuke é outro ponto importante nesse mundo com Uchihas vivos. Eu amo a possibilidade de escrevê-lo afetuoso do seu jeito carrancudo e é isso que eu vou fazer. Não tem porque o Sasuke ser aquele cara fechado e zangado com a vida. Ele tem família e o amor de seu irmão.

A Sakura... Ah, a Sakura! Eu tenho muito o que fazer com ela aqui, afinal, protagonista é protagonista. Vou dar o destaque que ela tanto merecia, aproveitando do seu potencial ao máximo, coisa que o Kishimoto não fez, imo.

COMENTÁRIOS: Ahhh, eu amo a Mikoto e vou protegê-la!!! Esperem muitas interações entra ela e seu baby boy porque sem dúvida alguma esse é o vínculo mais importante na vida de Itachi.
Eu também amo o Shisui e JURO que tem um motivo muito especial para ele querer perseguir a Sakura justo no aniversário dela (eu que não vou falar qual! hohoho)
Próximo capítulo tem a tão esperada primeira interação entre Itachi e Sakura e eu mal posso esperar pra começar a escrever.
(Eu poderia comentar o capítulo todo aqui mas vou deixar pra vocês fazerem isso nas reviews que fica mais legal)

Até lá.



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