O que aconteceu com a gente? escrita por Ane


Capítulo 1
Capítulo Único




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Eu precisava correr, já era tarde.
     Que horas já eram? Tinha tanta informação na minha cabeça depois de tantas aulas que eu já nem sabia mais. A última aula de hoje havia terminado especialmente tarde e eu estava torcendo para que a coordenação estivesse aberta, mesmo que já tivesse passado uma hora do horário de funcionamento. O andar da coordenação estava praticamente escuro e vazio, mas mesmo assim tentei ir até a sala do coordenador do meu curso, tendo ainda alguma esperança de que ele poderia ter decidido ficar por mais algum tempo, mas só encontrei mais uma sala escura e vazia.
     Ah droga... Eu deveria ter saído mais cedo da aula... Eu precisava resolver aquilo logo.
     Guardei os vários documentos na minha mochila que estava especialmente pesada e me dando uma baita dor nas costas. Eu ainda estava ofegante da corrida que eu tinha dado e principalmente frustrado por esta ter sido em vão. Caminhei um pouco mais tranquilo pelos corredores vazios, de vez em quando cumprimentando algum senhor simpático que estava fazendo a limpeza. “Você parece estar cansado, meu jovem, vá para casa” disse um deles.
     Definitivamente eu estava.
     “Você não devia estar fugindo”, disse minha mente pela milésima vez.
     Dane-se, eu só queria descansar um pouco.
     Parei na porta de um dos elevadores e apertei o botão, me encostando um pouco na parede enquanto o esperava. Poucos segundos depois, o elevador chega com um som típico. Entro a passos lentos e então largo minha mochila no chão. Minha imagem no espelho me fez rir um pouco de mim mesmo. Meu cabelo estava da mesma forma que ficava quando eu acordava e minhas olheiras estavam cada dia mais profundas. Eu me pergunto se eu estava assim somente por causa do cansaço.
     Bem, eu sabia que não.
     Apertei o botão para o térreo e encostei-me à barra metálica logo atrás de mim. As portas já estavam quase fechadas quando alguém de repente coloca seu braço entre as portas, fazendo-as recuarem.
     Ah droga...
─ Ok, eu já tô pegando o elevador, daqui a alguns segundos eu tô ai... ─ Ela estava falando no celular com um sorriso animado que logo se desfez quando percebeu que eu estava ali. ─... Ok eu... Tenho que desligar.
     Ela respirou fundo enquanto permanecia parada me olhando. Provavelmente ela estava em dúvida se entraria no elevador ou não.
─ Bellamy...
─ Clarke. ─ Respondi com um sorriso cansado no rosto, tentando demonstrar não estar tão incomodado como ela. ─ Não vai entrar?
     As portas já estavam fechando e eu coloquei a mão novamente para impedir. Ela acenou com a cabeça e finalmente entrou, indo até o canto direito do elevador.
─ Qual andar?
─ Térreo.
     Clarke estava usando aquele tom de voz que queria evidentemente não falar muito, temendo o que podia acontecer. Aquela situação era ironicamente triste e irritante. Apertei o botão para que as portas fechassem e voltei ao meu lugar no canto esquerdo do elevador, apoiado nas barras. Acho que o cansaço me impedia de estar no mesmo estado que ela, que estava visivelmente querendo que o elevador chegasse no próximo segundo.
     Me pergunto como havíamos chegado naquele ponto.
     Eu achei que precisava falar alguma coisa, pelo menos um oi, aquilo era ridículo. Era mais pesado do que aquela mochila maldita no chão.
─ Então... ─ Comecei, sem olhar para ela de início, pensando ainda no que falar. ─ Tudo bem com você?
     Forcei um sorriso, tentando esconder a raiva ou tristeza por estarmos daquele jeito. Era horrível para mim tratá-la apenas como uma conhecida qualquer.
     Ela me olhou com aquele olhar que eu sabia que escondia milhares de pensamentos por trás, e que sabia que eu também escoondia. Será que era tristeza? Pena? Pena pela minha imagem decadente e cansada naquele momento? Ou era sua própria tristeza e decadência submergindo daquela figura aparentemente bem arrumada e feliz?
     Ela abriu a boca para responder quando de repente o elevador parou de maneira brusca e as luzes começaram a piscar. A tela que mostrava quais andares o elevador estava passando havia parado no número 5 e as portas não se mexiam ou obedeciam aos comandos dos botões.
─ Ótimo! ─ Ela exclamou.
     Clarke foi até o painel e tentou apertar os botões de abrir a porta, o de emergência, de outro andar, mas era inútil. O elevador tinha enguiçado.
─ O que aqueles idiotas andam fazendo que ainda não consertaram esse elevador? ─ Ela murmurava enquanto continuava apertando vários botões.
─ É inútil. ─ Disse ─ Ele vai ficar parado por no mínimo uma meia hora.
─ Você tem algo aí que possa abrir as portas por dentro? ─ Ela perguntou, ignorando o que eu tinha acabado de falar.
─ Tipo o quê? ─ Ri um pouco ─ Um pé de cabra? Que pena que eu me esqueci de trazer ele hoje...
     Ela suspirou, desistindo de qualquer tentativa de fazer com que o elevador voltasse ao normal, e voltou para o canto direito do elevador, apoiando as costas na barra e largando a bolsa no chão.
─ Que... Ótimo...
     Por alguns segundos um silêncio insuportável se estendia fazendo o ar de alguma forma ficar mais pesado.
─ Sim. ─ Clarke cortou o silêncio, olhando para mim ─ Eu estou bem... E você?
─ Bem... Acho que não. ─ Ela pareceu surpresa com a resposta. ─ Só de olhar para mim dá pra ver que não.
     Ela abaixou a cabeça pensativa com um sorriso fraco no canto da boca.
     Clarke estava bem arrumada e parecia empolgada quando conversava com alguém no telefone, e parecia estar indo para algum lugar. Era muito engraçado a diferença entre nós dois naquele momento. Eu estava cansado, mal arrumado, com olheiras mais profundas que as minhas próprias expressões, e ela estava ali, linda, parecendo intocável e inabalável. Bem, eu era sincero, e ela sabia disso. Que eu não conseguiria esconder como eu me sentia. Meu corpo inteiro refletia como eu me sentia. 
     E se eu não me segurasse minhas palavras acabariam se expressando também.
─ Você vai para um encontro... ─ Iniciei. ─ Lexa?
─ Como você...
─ Esse colar... Ela te deu isso quando vocês namoravam. Você odiava, mas sempre usava para agradá-la.
─ ...É só um café. ─ Ela virou o rosto.
─ Talvez para ela não seja...
─ Mas pra mim vai ser. ─ Ela respondeu firme.
     Fiz uma pausa, eu não estava querendo me intrometer muito. Mas eu me lembrava de como Clarke tinha ficado depois de tudo que a Lexa fez. Éramos melhores amigos na época, e mesmo que atualmente não fôssemos mais, eu ainda não queria que ela se machucasse.
─ Sério Clarke? ─ Falei, depois de uma tentativa frustrada de me convencer a não me intrometer ─ Lexa? Ela te traiu, e depois quando ela não quer mais ficar com aquela garota ela te procura e você simplesmente aceita?
─ Bellamy, ─ Ela me interrompeu irritada ─ eu sei muito bem me cuidar sozinha.
     Recuei um pouco com aquela resposta. Droga, eu não deveria ter insistido nesse assunto.
     Agora eu que estava desesperado para sair dali.
     Resolvi apagar todas as possibilidades de continuar uma conversa com ela. Eu só queria que alguém notasse que o elevador tinha pifado e me tirasse logo dali, daquilo tudo. Maldita aula que tinha terminado tarde.
─ Ok... Desculpa ─ Clarke disse com um suspiro. ─ Você só está tentando me proteger, eu entendo.
     Não respondi, apenas concordei com a cabeça pensativo, sem olhar para ela.
     E mais uma vez lá estava o maldito silêncio irritante.
     Só que eu estava começando a achar que o silêncio era melhor do que qualquer tentativa de não aceitar nossa situação atual.
     Quanto tempo iriam demorar para notar que esse elevador estava enguiçado?
─ Por que você veio na coordenação, Bellamy? ─ Clarke perguntou de repente.  
     Eu já tinha perdido toda a vontade de continuar uma conversa.
─ Eu me importo com você Bellamy. ─ Continuou, após ver a minha relutância de voltar a falar. ─ Apesar de tudo... E, como você disse, você não está bem e...
─ Vim resolver uns assuntos. ─ Respondi sem olhar para ela.
     Pelo canto de olho percebi que ela estava me encarando, como se esperando que eu contasse o real motivo de eu ter ido lá.
─ Você... Veio trancar sua matrícula, não foi? ─ Falou com um tom de preocupação ─ Octavia me falou que você estava pensando em trancar.
─ Bem, assim como você, eu também sei me cuidar. ─ Disse, ainda evitando olhar para ela.
─ Por que você vai fazer isso Bellamy? ─ Clarke continuou, ignorando a minha visível irritação de falar sobre aquele assunto ou qualquer outro naquele momento ─ Você sempre sonhou com essa vaga...
─ Os sonhos mudam.
     Clarke deu um suspiro de irritação.
─ Tudo bem, dane-se. Faça o que quiser.
     E novamente lá estávamos nós em uma tentativa falha de conversa. Antigamente brigas entre nó seria algo bem estranho, já que nós tínhamos nos acostumado a falar tudo um para o outro, principalmente depois que começamos a namorar. Mas o tempo foi passando, as coisas acumulando, e nossas conversas passaram se resumir em brigas e discussões.
     Eu só queria voltar a falar com ela, sem brigas, sem desentendimentos.
     Eu era um idiota, aquilo tudo estava acontecendo por culpa minha.
     Aquela mulher ainda era minha amiga, a pessoa que eu amava, e ainda sim eu não conseguia falar tudo o que estava dentro de mim. Por causa disso que eu tinha perdido ela.
     Eu estava exausto daquilo.
─... Porque eu tô cansado, Clarke. ─ Dei um suspiro e finalmente olhei para ela, que parecia surpresa comigo falando de repente e desmanchando aquela cara irritada. ─ Eu tô exausto. Disso tudo. De ter que lidar com o fato de que por ter ficado tão obcecado com esse curso que eu comecei a deixar de dar valor a outras coisas mais importantes, como você. Porque eu andava estressado demais pra te ligar, pra sair com você, pra te escutar, pra conversar com você sem que tudo acabasse em uma discussão. Cansado de ter que te ignorar e fingir que não sinto sua falta ou ficar incomodado com sua presença. ─ Passei a mão na minha testa que doía cada vez mais ─ Você não acha isso ridículo? De ter que se sentir mal por estar no mesmo local que eu? De ter que escolher outro caminho nos corredores para evitar me ver? De ter medo de entrar na porcaria do elevador porque eu estava lá? Sério? Medo? Medo de mim? De mim, Clarke!
     Meus olhos começaram a lacrimejar... Droga.
     Eu não queria chorar, mas ao mesmo tempo eu queria tanto. Eu só queria que aquilo tudo acabasse.
─ Eu só... ─ Continuei, tentando me controlar, apesar de que o olhar dela igualmente cheio de lágrimas me fazia querer chorar ainda mais. ─ Quero rever meus conceitos. Eu nem sei mais se isso vale a pena. Eu... Tô uma bagunça, Clarke. Não quero mais fingir.
─ Bellamy...  A gente mal conseguia conversar sem brigar um com o outro...
─ Eu sei. E eu peço perdão. Eu com certeza falei em uma dessas discussões alguma coisa que te magoou... Mas não era pra valer. Na verdade nunca que eu iria falar algo pra te machucar, eu só ficava tão irritado que...
─ Eu também peço perdão. ─ Ela me interrompeu, olhando bem nos meus olhos ─ Eu também tive culpa. Eu também estava muito estressada com a faculdade, os estágios... E eu explodia muito fácil quando você não estava lá pra me ouvir. Eu fui um pouco egoísta. Deveria ter te dado um espaço... Enfim, nós dois somos os culpados Bellamy. Não precisa carregar esse fardo sozinho... Eu tinha me esquecido disso, que eu podia ser sincera com você, conversar... ─ Ela deu um sorriso irônico ─ Olha só no que a gente se tornou, é realmente ridículo... ─ Clarke se encostou na barra novamente, olhando para as portas ─ Se tivéssemos tido uma conversa dessas há duas semanas atrás, talvez nada disso estivesse acontecendo.
     Ela suspirou e tentou engolir um choro que provavelmente estava escondendo por dias.
─ Eu sinto sua falta. ─ Ela falou, olhando para mim com aquele olhar sem medo que eu já não via fazia muito tempo. A barreira que estava entre nós parecia estar caindo finalmente. ─ Eu também já estou... Tão cansada disso. De fingir. De fugir de você.
     Eu permaneci a encarando por alguns segundos.
     Eu sentia tanto sua falta. Eu estava tão chateado por estarmos daquele jeito.
     Sentia falta de coisas tão simples, mas tão importantes.
     Como das vezes em que passávamos o dia conversando sobre coisas absurdas.
    Ou da mania que ela tinha de ficar encarando o nada por um tempo e de repente vir com uma conversa totalmente complexa.
    Ou simplesmente do jeito que ela me olhava.
    Clarke tinha me mudado de um jeito tão bom. Ela tinha sido uma pessoa tão importante para mim. Fomos melhores amigos por muito tempo antes de namorar, e já nesse tempo eu a amava, mesmo quando eu não entendia direito como sentir isso.
     Eu simplesmente não podia desistir assim tão fácil dela.
─ Clarke... ─ me desencostei da parede e dei alguns passos em sua direção, ficando bem na sua frente.
─... Eu sei o que você vai dizer... ─ Ela mantinha um sorriso cansado no rosto.
─ Por que a gente não tenta de novo? 
     Eu estava ali, bem próximo da pessoa mais importante para mim naquele momento. A minha vida tinha virado uma bagunça sem ela. Eu me sentia ridiculamente caído por aquela pessoa na minha frente, e me sentia completamente estúpido por ter permitido ela ir embora. Eu precisava tentar tê-la de volta
─ Eu não posso continuar sem saber que eu não tentei de tudo ─ Continuei ─ Eu... Eu amo você Clarke, sempre amei. Desde quando éramos amigos. Desde quando você ainda namorava com a Lexa. Desde que eu... Vi você. Não você tipo primeira vista e tal, até porque a gente se odiava pra falar a verdade, mas quando eu vi você de verdade, quando eu te conheci realmente. Eu sei que eu não sou muito de falar eu te amo e essas coisas bonitas e acho até que eu deveria ser, eu não sei... Apesar de que eu não tenha muito jeito pra essas coisas, mas enfim, eu só... Eu não vou deixar a pessoa que me causou um impacto tão grande ir embora sem tentar de novo...
─ Bellamy...
─ Clarke... Se você não sentir mais nada por mim, se eu te magoei o bastante para você nem ao menos querer ser mais minha amiga, tudo bem. Eu nunca mais apareço na sua frente, eu garanto. Você sai daqui, se encontra com a Lexa novamente, e enfim... Faz o que você achar melhor, eu não sei. Mas se você quiser... Tentar de novo, eu prometo pra você que eu vou fazer de tudo para que isso nunca mais aconteça. Acredite em mim, duas semanas sem você bagunçou minha vida inteira, e antes que eu tenha que aceitar que realmente tudo acabou... Eu quero ouvir isso de você. 
     Ela permaneceu me olhando por alguns segundos. Meu coração estava acelerado, eu não sabia qual seria sua resposta. Mas grande parte do peso que eu carregava tinha ido embora junto com aquele desabafo. Eu só precisava de uma resposta definitiva para seguir em frente.
     Clarke abriu a boca para responder, mas um barulho nos interrompeu. Eram dois homens com um tipo de ferramenta que tinham acabado de abrir as portas do elevador enguiçado. Atrás dele estava uma moça da minha idade, aparentando estar bastante preocupada e ansiosa com o “resgate”.
     Era Lexa.
─ Clarke! ─ Lexa exclamou assim que as portas foram abertas ─ Meu Deus, eu fiquei tão preocupada! Você disse que estava vindo, mas demorou tanto que eu chamei ajuda. Imaginei que o elevador tinha enguiçado, como sempre.
─ Vocês estão bem? ─ Perguntou um dos homens.
─ Sim, foi só um susto. ─ Respondi, enquanto pegava minha mochila e saía do elevador, logo atrás de Clarke.
─ Bellamy. ─ Lexa parecia incomodada ao me ver, mas tentava não demonstrar.
─ Lexa. ─ Respondi sem tentar esconder irritação.
─ Então Clarke, ─ Lexa voltou-se para Clarke com um grande sorriso no rosto. ─ Vamos? Ficou um pouco tarde, mas ainda dá tempo.
     Clarke olhou para mim com um olhar de dúvida e logo depois para Lexa.
─ Ah... Claro. ─ Ela respondeu.
─ Ok, Ótimo!
     Então era essa a reposta...
─ Bem... ─ Coloquei a mochila nas costas, um tanto incomodado ─ Eu vou indo. ─ Dei um aceno para as duas e agradeci mais uma vez aos caras que tinham nos tirado dali e peguei as escadas para ir embora.
     Eu finalmente iria embora, mas por que eu não me sentia feliz?
     Clarke tinha escolhido Lexa, e eu tinha que começar a me acostumar a viver sem ela.
     Aquela tinha sido uma noite muito longa. A mochila parecia mais pesada ainda.
     Eu já estava saindo do hall do primeiro andar, quando escuto alguém chamar meu nome e me viro rapidamente. Será que...
─ Clarke?
─ Espera. ─ Ela estava ofegante, pareceu ter descido as escadas com muita pressa.
─ Não vai mais pro seu encontro?
     Clarke deu mais alguns passos em minha direção e antes que eu pudesse pensar em algo ela estava ali, me beijando. Eu mal conseguia raciocinar direito. Eu apenas curti ao máximo aqueles poucos segundos temendo acordar a qualquer momento. Logo depois ela segurou meu rosto com suas mãos e me deu um sorriso.
─ Não. A pessoa com quem eu quero estar está bem na minha frente.
─ Então...
─ Sim, Bellamy, eu ainda amo você. Nunca deixei de amar... ─ Clarke suspirou e me olhou nos olhos, como nos velhos tempos ─ Eu aceito. Eu quero tentar de novo... Pra ser sincera essas últimas semanas foram horríveis sem você. Eu quero muito que a gente volte a ser como antes, então... Também não vou deixar você ir embora tão facilmente.
     Eu só conseguia rir e abraça-la, era como se todo o peso tivesse ido embora, mesmo ainda com aquela mochila nas costas.
     Eu finalmente estava em casa.


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