Destino escrita por Pauliny Nunes


Capítulo 15
Capítulo 14




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As palavras da Koixomuneti paralisam Ashley, ela não consegue entender o que a Xamã quis lhe dizer. Jurecê solta um breve sorriso para a jovem inglesa e diz adivinhando seu pensamento:

— Um dia você entenderá.

Ashley sorri sem graça e então passa a tirar fotos das peças sob o olhar cauteloso de Jurecê.

— Koixomuneti! Koixomuneti! – chama uma índia que se aproxima , nervosa.

— Únati (tudo bem)? – pergunta a Xamã encarando a índia , preocupada.

—Ápeepo (vou bem) – responde a índia ainda nervosa. — Ako yuvónuti ( não há nada comigo)

— Na kóyeeye kalivôno ( como vai a criança)? – pergunta a Koixomuneti se referindo ao filho mais novo da índia.

— Ako Ápeepo ( nada bem) – responde a Terena observando que Ashley não compreendeu nada do que foi dito até agora . Então passa a tentar falar o português— Ele acordou sem o espírito.

— Oi? Como assim , quem acordou sem o espírito? – pergunta Ashley, curiosa. Como alguém poderia acordar sem seu espírito?

— O filho de Indianara brincou embaixo de uma árvore e ela não fez o ritual. – explica a Xamã , séria — Quando uma criança está brincando, geralmente embaixo de uma árvore, antes de escurecer é necessário esparramar seus brinquedos e varrer bem o local, retirando qualquer marca de seus pés ou mãos, se isto não for feito, o espírito da criança sai e anda por outros lugares, encontra o local onde havia brincado durante o dia, se distrai e "esquece" de voltar para o seu corpo . A criança acorda então sem seu espírito e fica adoentada. Na há'a? (Onde está o pai dele?) – finaliza a Xamã perguntando para a Terena.

— Arakóxono. (Está lá) – responde Indianara apontando para sua Oca.

— Aqueça a água no sol, eu irei ver como está seu filho. Depois do ritual de o banho essa água – orienta Jurecê andando em direção ao local . Ela para depois de alguns passos ao notar que Ashley não a seguiu — Vamos, Aselei, quero que presencie isso.

Antes de irem para a casa de Indianara, passam pela Oca da Xamã, onde a mesma pega sua Itaaká, uma maracá feita de cabaça e sementes, kidpahi , uma vara sagrada, o Kipahê, um penacho feito de penas de Ema, o fumo , ervas medicinais , carne pulverizada , ervas silvestres e uma espécie de cantil de cerâmica, com aparência de jarro e uma tapa de tecido, que Jurecê tira de um lugar especial.

— O que é isso? – pergunta Ashley, curiosa.

— Isso é Chichi, nossa bebida sagrada – explica a Xamã tocando levemente em sua garrafa — É feita de mel e milho, porém por conta da produção escassa de alimentos nas tribos,algumas usam pinga. Essa é uma ferramenta importante na cura do paciente.

Em poucos minutos, ambas já estão dentro da Oca, onde o pequeno índio está, encontrando seu pai passando a mãos em seus cabelos e o a criança de olhos fechados com a aparência cansada, febril e pálido. Jurecê se aproxima para tratar do corpo e da alma ao mesmo tempo apenas acenando com a cabeça para que o pai se afaste, o que ele o faz, mas antes dá um leve beijo na testa de seu filho.

A primeira coisa que a Xamã começa a fazer é preparar o remédio medicinal enquanto entoa uma reza cantada na língua Terena. Ela enrola o fumo em uma folha de bananeira, acende e então solta baforadas, bebe um gole de Chichi. Aos poucos Koixomuneti transforma, as ervas medicinais, raízes e carnes pulverizadas em uma beberagem quase homogênea fermentada pelas ervas silvestres. Jurecê então caminha em direção do pequeno índio com a Itaaka em uma das mãos, e o Kipahê,na outra.

A Xamã dança em volta do paciente olhando para o Sol, Durante a dança, canta, chamando seus ilhakuokovo, espíritos guardiães ou os espíritos de Xamãs mortos,até que para e começa a falar em sua língua nativa , o que significa que encontrou seu espírito Guia , o Koipihapati, que foi um Koixomuneti ancestral de grande prestígio. Ashley fica admirada com os movimentos suaves reproduzidos por Jurecê, sua expressão corporal demonstra o respeito que sente pelo Koipihapati, a quem recorre para curar a criança, sua vontade é de tirar fotos daquele momento para desenhar mais tarde. Esconde o celular no canto de sua perna e rezando para que as imagens ficassem boas. Depois de um bom tempo , a Koixomuneti volta a dançar , agora passando suavemente seu Kipahê na criança e soltando baforadas ao redor dele.

— Isso fortalecerá o enfermo – explica Jurecê sem olhar para Ashley — Pegue o remédio.

Ashley se aproxima com o remédio e então vê algo mágico acontecer: A cada gole da infusão feita pela Xamã, a criança melhora sua cor,seu corpo não está molesto até o último gole quando ele finalmente abre os olhos.

— E o equilibro foi restabelecido – finaliza Jurecê com um leve sorriso para Ashley. Ela se afasta da criança permitindo que seus pais se aproximem e o cubra de beijos. A Xamã balança a cabeça chamando a inglesa para sair da Oca.

— Nossa, como você fez isso? – questiona Ashley, perplexa já fora da Oca — Sem anti-inflamatórios, analgésicos, exames, nada. Como isso é possível?

—Mas eu o examinei , e o Koipihapati me orientou sobre o que era. Sabe , Ashley , tem coisas que a medicina de vocês não é capaz de curar – explica a Koixomuneti andando devagar por entre a tribo.

— Impossível, nós tivemos grandes avanços – alega Ashley, incrédula.

—Vocês não são capazes de estabelecer o equilíbrio entre o corpo e a alma – retruca Jurecê. — Não adianta tratarem o corpo e não cuidarem da alma. A Alma precisa de alimento...

—E qual seria o alimento da alma? – pergunta Ashley, curiosa.

— Koixomuneti, vai começar – avisa o Unati-Chané Sukirikionó. Sua expressão é realmente mais séria que o outro Unati- Chané, porém seu tom de voz  estava tranquilo.

— Já estamos indo – responde Jurecê. Ela sorri para Ashley — Gostaria de participar de uma noite com nossa tribo?

Ashley então arregala os olhos ao perceber que já está quase de noite e ainda estavam na aldeia. Precisa encontrar Murilo e prosseguirem viagem.

— Preciso ver com o Duque de Wilkinson , estamos com o cronograma de viagem bem apertado...

—Não vejo motivo de não ficarmos – interrompe Murilo surgindo atrás da jovem que toma um susto. Ele a encara sério e avisa — Jurecê , pode nos dar licença, tenho algumas coisas para conversar com a Lady de Argyll.           

A Xamã acena olhando para os dois e então sua expressão muda como se tivesse descoberto algum segredo. Ela sorri para Ashley e então os deixa sozinhos.

— Onde iremos dormir? – pergunta Ashley levantando os braços, nervosa. Ela tinha visto as ocas, que possuem grandes redes apenas , o mais próximo de uma cama que conseguiu encontrar.

— O Unati- Chané me convidou para dormir em sua Oca e tenho certeza que Jurecê não irá se importar de você dormir na dela – responde Murilo, calmamente.Ele sorri para ela que se surpreende — Então o que está achando?

— O que eu estou achando? – pergunta surpresa. Ela olha ao redor e então encara Murilo em choque. — Eu acabei de ver a Xamã trazer o espírito de um menino de volta ao corpo. Tem ideia do quanto isso é incrível?!

— Posso imaginar – responde Murilo com um leve sorriso nos lábios, mas não dura muito e então ele fica sério — Ótimo... Só para avisar que não tem necessidade de você ficar tirando fotos. Eu tenho acordo com uma pessoa que está seguindo o mesmo tema para uma exposição de fotografia e  então essa pessoa ficou responsável pela captura das imagens . Inclusive, amanhã seguirá viagem conosco.

— Estou tirando fotos para fazer a minha análise – responde Ashley cruzando os braços.

—  Então tudo bem. Agora vamos, pois os Terenas fizeram uma festa para nós.

—Festa? Que festa? – pergunta Ashley, surpresa.

— Oheokoti.  É uma festa para celebrar a colheita, ocorre sempre quando as Plêiades atingem seu ponto máximo, ou como é conhecida pela tribo: constelação da Ema. É o tipo de festa que você nunca mais esquecerá – responde Murilo oferecendo o braço para a jovem — Acompanhe-me, por gentileza, My Lady.

—Obrigada, Your Grace – agradece Ashley segurando no braço de Murilo antes de caminharem em direção a festa.

****

Ashley se aproxima do centro da aldeia onde os Okara – Terenas estão reunidos. As mulheres da tribo vestem saias e cocares com a palha do Buriti e penas de Ema. Seus enfeites corporais são feitos de ossos dentes e unhas de animais, além de semente de Lágrima de Cristo, de coloração acinzentada, comum na região, muitas vezes intercaladas por semente vermelha de pau-brasil e olho de cabra em vermelho e preto. Seus anéis utilizam o Pindó, uma espécie de coquinho do mato.

Os homens , por sua vez, também usam saias e cocares com palha do Buriti e penas de Ema. Porém , Ashley observa que existe diferença na pintura corporal dos homens: alguns pintaram o corpo com linhas horizontais nas cores verdes e brancas e outros com as cores vermelhas e brancas. Todos eles seguram longas varas de bambu , atrás deles , Murilo está sentado conversando com os dois Unati- Chané e a Koixomuneti. O que a surpreende é que ele sorri para ela a chamando, o que ela não tarda a responder. Senta no chão ao seu lado tirando fotos enquanto esperam os Terenas se prepararem. Então os homens se afastam e as mulheres formam uma longa fila em círculo. Murilo se aproxima mais de Ashley , sussurrando em seu ouvido , a fazendo arrepiar:

— Elas estão se preparando para dançar a Siputrena, um ritual praticado só pelas mulheres da tribo. Neste ritual cada gesto em seu significado, mas são mantidos em segredo.

Os gestos da Siputrena são leves e delicados, as Terenas balançam o corpo ritmado igual a um barco contra a correnteza do rio. A dança enfeitiça Ashley, que observa desinibição das Terenas que pisam forte contra o chão , mostrando que são tão fortes quanto qualquer guerreiro. Força que Ashley deseja ter no momento.Então a dança delas termina recebendo palmas emocionados dos convidados.

— Agora vem a dança da Ema – explica Murilo — Os Xumonô estão pintados de vermelho e os Sukirikionó de verde. Essa dança, segundo relatos, veio da visão de um xamã, após a Guerra do Paraguai. As longas varas de bambu, simbolizando suas armas com as quais produzirão o sons cadenciados complementando os sons produzidos pelos músicos.

A música provém do bumbo ,tambor e pife ,instrumento de sopro. O bumbo é feito do couro de veado. Já a flauta medindo cerca de 40 centímetros e tendo sete furos, sempre foi elaborada de uma planta conhecida como taboca, cujos galhos são ocos, leves e resistentes.

Os indígenas batem varas de bambu, que produzem um som harmonioso e cadenciado. Durante a dança eles representam os movimentos da Ema, ave pantaneira que vive em grandes grupos se deslocando de um lugar ao outro. No final da dança, elevam ao alto o guerreiro mais forte com grande prestígio.

Depois da dança , o Terena mais antigo toma a palavra, fazendo com que toda tribo fique em silêncio:

— Antigamente não havia gente. Bem-te-vi, vituka, descobriu onde havia gente debaixo do brejo. Bem-te-vi marcou o lugar aos Orekajuvakái que eram dois homens e estes tiraram a gente do buraco. Antigamente, Orekajuvakái era um só e quando moço a sua mãe ficou brava, pois Orekajuvakái não queria ir junto com ela à roça, foi à roça, tirou foice e cortou com ela Orekajuvakái em dois pedaços. O pedaço da cintura para cima ficou gente, e a outra metade também.

Antes de tirar a gente do buraco, Orekajuvakái mandaram tirar fogo, iukú. Pensaram quem vai tirar fogo. Foi o tico-tico, xavokóg. Ele foi e não achou fogo. Depois foi o coelho, kanóu, e tomou o fogo dos seus donos, os tokeóre. O kanóu chegou onde estava Orekajuvakái e foram fazendo grande fogueira. Gente levantou os braços e Orekajuvakái tiraram do buraco. Toda gente era nu e tinha frio e Orekajuvakái chamaram para ficar perto do fogo. Era gente de toda raça. Orekajuvakái sempre pensaram como falar esta gente. Mandaram-na entrar em fileira um atrás do outro. Orekajuvakái chamaram lobinho, okué, para fazer rir a gente. Lobinho fez macacada, mordeu no próprio rabo, mas não conseguiu fazer rir. Orekajuvakái chamaram sapinho, aquele vermelho, kalaláke.

Este andou como sempre anda e a gente começou a dar risada. Sapinho passou ida e volta ao longo da fila três vezes. Aí a gente começou a falar e dar risada. Orekajuvakái ouviram que cada um da gente falou diferente do outro. Aí separaram cada um a um lado. Eram gente de toda raça. Como o mundo era pequeno, Orekajuvakái aumentaram o mundo para o pessoal caber. Orekajuvakái deram uns carocinhos de feijão e milho e deram mandioca também e ensinaram como se planta. Deram também semente de algodão e ensinaram como tecer faixa. Ensinou fazer arco e flecha, ranchinho, roçar e plantar.

— ... E foi assim que sugiram os Terenas – completa Murilo recebendo o olhar de admiração da loira.

Em seguida são servidas as comidas da tribo peixe, carne de caça , milho cozido, mandioca,o cauim , bebida de aspecto turvo e espesso, típica feita pelos índios. Ashley já levava o cauim nos lábios, quando Murilo toca em seu pulso dizendo:

— Você não vai querer beber isso. As moças mastigam sua matéria-prima, desencadeando, através da saliva, o processo de fermentação.

—Você está querendo dizer que isso é cuspe? – pergunta Ashley com nojo ao receber um sim de Murilo.

— Mas os outros alimentos estão deliciosos – afirma Murilo comendo seu peixe tranquilamente com as mãos. A loira o encara por alguns instantes, surpresa e então decide fazer o mesmo, adorando.

O resto da refeição foi bem tranquila, Ashley conheceu um pouco mais sobre a mitologia terena, além do primeiro criador, como Vanuno, outro deus que é uma serpente. Ele é o senhor do reino das águas .Os Koixomuneti têm grande respeito por essa entidade. Ele causou um dilúvio que fez brotar peixe do chão. Ele é uma cascavel, seu corpo é o desenho que o raio faz no céu tempestuoso e o trovão é o chocalho. Itokociche é o Deus-Celeste, regente das estrelas, quem controla o dia e a noite e sua morada é o céu. Yanakalú é o deus que vem no Oheokoti junto dos mortos, batendo de porta em porta com um bastão. Além destes, há monstros mitológicos. O Bicho, o Haad e o Bomboome que atormentavam os Terena por serem antropófagos.

— Temos também os Toqueore, porcos-espinho incandecentes, antigos donos do fogo, tentaram cortar as Raizes do Céu, porém falharam. Os animais, como o Coelho que trouxe o fogo e o Sapinho Vermelho que trouxe a fala, também são sagrados. A Ema é um dos animais mais sagrados da nossa tribo, sendo a reaparição da Constelação da Ema , o início do nosso Oheokoti. Diz-se que no fim dos tempos ela cairá do céu, ciscará e comerá a humanidade. – explica Unati - Chané Sukirikionó.

—Vamos dormir, está tarde – pede Murilo olhando para o seu relógio. Os dois se levantam , caminhando em direção as suas Ocas.

Ashley olha para o céu sem acreditar que a luminosidade da tribo vem somente da Lua , pois vê todo o caminho perfeitamente. Eles diminuem os passos ao se aproximarem da Oca da Xamã. Murilo sorri em direção a Ashley:

— Plêiades  – fala Murilo apontando para a constelação de sete estrelas que agora atingem seu ponto máximo no céu.

—Linda. Realmente essa foi uma festa inesquecível – comenta a jovem ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— Sim, eles sabem oferecer uma festa como ninguém – responde Murilo, sorrindo.

— E eu nem precisei vestir o meu Valentino – brinca Ashley tentando aliviar o clima tenso entre eles.

— Boa noite , My Lady – despede-se o rapaz com as mãos no bolso.

—Boa noite, Your Grace. – responde Ashley. Ele está para se virar quando ela segura em seu braço, ficando vermelha — Eu sinto muito  pelo o que aconteceu hoje...

—Eu quem lhe devo desculpas, sei que passei totalmente dos limites com você. Saiba que isso não irá mais acontecer.

— Obrigada. – responde Ashley — Pela viagem. Saiba que só esse início já deixou grandes memórias em mim.

— Essa é a ideia – afirma Murilo  que acena com a cabeça  antes de caminhar em direção a Oca do Unati.

Ashley entra e encontra todos dormindo , deixaram uma rede para ela que não tem ideia de como deitar. Depois de muita dificuldade , ela se deita admirando as palhas, sua vontade era de desenhar tudo o que viu até aquele momento, mas só de imaginar o trabalho que teria para retirar seu material de desenho, fica cansada e então adormece.

****

O barulho dos pássaros desperta Ashley que é observada pelas crianças Terenas que logo correm ao vê-la acordar. Ela sorri ao ver todos correndo fora da Oca e o faz também indo atrás deles tirando fotos. A inglesa então escuta a risada do Duque de Wilkinson e caminha pela tribo a sua procura até que o encontra conversando animado com uma bela ruiva de cabelos soltos, vestida como se fosse para um safári.

Pelos risos dos dois, o assunto não tinha nada a ver com trabalho. Ashley começa a observar melhor a expressão corporal dos dois para saber o nível de intimidade entre eles, algo que aprendeu na faculdade e que pelo visto lhe será bem útil.

A ruiva não para de acariciar os braços de Murilo que não parece se importar, o rapaz aproxima sua mão dos cabelos da jovem e os coloca atrás da orelha deixando a mulher sem graça, fazendo com Ashley sinta certa inveja dos dois, pois pelo que viu eles definitivamente tem algo e não é nada profissional. Não se lembra dele ter sido tão solícito assim com ela , muito pelo contrário , desde que chegou foi tratada com total indiferença. Ashley que decide caminhar em direção a eles para saber o que se passa. Então ela para bruscamente ao se deparar com o rosto de Murilo indo em direção ao da ruiva que não recua.


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