Malú escrita por Pauliny Nunes


Capítulo 38
Capítulo 37




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— Obrigado Mallet – agradece Thiago se despedindo da última cidade da caravana sob aplausos entusiasmados de todos os presentes.

Ele desce do palanque improvisado acompanhado por toda sua equipe que também o aplaudem, incluindo Aline que sorri, orgulhosa. Todos saem do local e vão direto para o bar do hotel , onde estão hospedados na cidade de Mallet. Assim que Thiago chega no bar todos os aplaudem. Após algum tempo, Thiago levanta a mão , pedindo para falar:

— Eu só tenho a agradecer a todos vocês que fizeram parte de tudo isso comigo. Agradecer à Vera que não pôde estar aqui, mas que todos sabem , deu o sangue para que chegássemos até aqui. A Aline que trouxe para nós esse lindo projeto. Do pessoal que entregava os panfletos até o editor–chefe de todos os meus discursos, muito obrigado. Cada um de vocês foram incríveis e me sinto grato por ser amparado por cada um de vocês... Obrigado – agradece Thiago recebendo mais aplausos — Mas eu acho que palavras não são suficientes para provar o meu agradecimento, então em homenagem a todos vocês, a bebida será por minha conta. Aproveitem!

A equipe toda aplaude e assobiam loucamente diante desse breve discurso enquanto candidato caminha em direção à Aline que sorri segurando duas garrafas de cerveja. Ela oferece uma para Thiago que aceita, abrindo com os dentes:

— Um brinde – propõe Thiago batendo sua garrafa com a da Aline. Ele toma a cerveja no gargalo, sendo observado com surpresa por Aline — O que foi?

— Nada. Só não esperava que o ilustre candidato soubesse abrir uma cerveja assim – responde Aline tomando um gole.

— Eu tenho muitas habilidades ocultas – comenta Thiago fazendo Aline rir.

— É mesmo? – pergunta Aline, rindo — E quais outras habilidades "ocultas" você tem?

— Eu sou perito em Beer Pong, Pinguim, Sueca... – cita Thiago os tipos de jogos de bebida que aprendeu na faculdade —Eu Nunca...

— Ninguém é perito em Eu Nunca – retruca Aline,séria.

— Mas eu sou – rebate Thiago bebendo mais um gole.

— Eu duvido – provoca Aline.

— Quer apostar? – pergunta Thiago se virando em direção ao balcão e pede para o bartender — dez shots de Tequila.

— Só dez? – questiona Aline —Você é tão fraco assim?

— A gente ainda não comeu, acho bom não exagerarmos – explica Thiago.

— Pó,pó , pó, pó – imita Aline uma galinha.

— dez shots – reforça Thiago — E se você estiver de pé ainda... a gente aumenta, tá bom?

— Só para refrescar sua memória... Eu já fui bartender – recorda Aline sorrindo — dez shots não são nada.

— É o que veremos... – retruca Thiago observando o bartender servir as doses —Primeiro, as damas.

— Eu nunca fiz um ménage à trois – fala Aline tomando uma dose em seguida enquanto Thiago apenas observa — Não me julgue.

—Não estou – comenta Thiago —Eu nunca fumei um cigarro – Aline vira o copo.

— Eu nunca corri pelada por aí – conta Aline.

— Em minha defesa, eu estava jogando verdade e consequência – explica Thiago antes de beber — Eu nunca fui algemado –  Aline vira seu copo, séria.

—Eu nunca beijei uma mulher.

— Ainda bem que não preciso beber uma dose para cada uma – responde Thiago , aliviado virando — Eu nunca mijei nas calças – os dois viram.

— Eu nunca fui a Disneylândia – comenta Aline. Thiago vira.

— Eu nunca usei drogas – dispara Thiago, ele toma e espera Aline.

— É , você realmente é um perito – comenta Aline segurando a dose de Tequila. Ela coloca a dose de tequila na mesa — Mas eu sou bem mais.

— Parabéns – felicita Thiago — Quer mais alguma?

— Não, eu acho melhor parar enquanto estou vencendo – responde Aline se encolhendo de frio —Eu estou com frio e temos um longo dia amanhã...

— Eu te acompanho até o seu quarto – sugere Thiago tirando seu terno e entregando para Aline que coloca por cima do vestido azul marinho que usa.

—Uau, quer dizer que você também é um cavalheiro – comenta Aline enquanto caminham em direção ao elevador.

— Pois é, eu nem sempre fui esse cara sério, bonitão de terno e gravata. Quer dizer, bonitão eu sempre fui – comenta Thiago fazendo Aline rir.

— E convencido também – debocha Aline.

— É um dom de família – brinca Thiago enquanto chama o elevador.

—Sabe, até que foi legal trabalhar com você – comenta Aline parando ao lado do Thiago

— Foi legal também trabalhar com você, Aline – responde Thiago entrando no elevador — Eu andei pensando sobre você, nosso acordo... Caso eu seja eleito...

— Sim? – pergunta Aline, curiosa.

— Eu gostaria que você continuasse conosco. Quero dizer, na mais remota possibilidade da Malú me escolher... Eu quero que você continue perto da gente. Você é uma pessoa incrível e faz muito bem para a Malú... e para mim.

— É muito bom ouvir isso de você, Thiago – responde Aline saindo do elevador. Eles caminham um tempo em silêncio até a porta do quarto da tia de Malú que então revela — Quero que saiba que se a Malú me escolher, você também será muito bem vindo... Eu acredito que será um ótimo pai. Na verdade, você já éum ótimo pai e se mostrou uma ótima pessoa...

— É bom saber que estou fazendo valer a segunda chance que me deu – agradece Thiago parando de frente para a Aline.

— Eu acredito que todos merecem uma segunda chance – comenta Aline.

— Até mesmo um cara convencido como eu? – pergunta Thiago apontando para si.

— Sim, até um cara convencido igual a você – responde Aline rindo tirando o terno.

Ela empurra o terno de leve contra o peitoral de Thiago que não se afasta. O candidato o segura, mas ela não o solta. Ele se aproxima mais tocando no queixo de Aline, fazendo o rosto dela se aproximar do seu, selando a noite com um beijo.

***

Os lábios de Aline se abrem permitindo que o beijo fique mais intenso. O terno cai das mãos de Thiago que agora envolve a cintura da morena a puxando mais para perto com uma, enquanto a outra acaricia o rosto dela. As mãos da tia de Malú pousam sobre o peitoral do candidato, seguindo o ritmo ofegante de sua respiração.

As mãos dele querem segurá–la, inteiramente, ao mesmo tempo. As narinas de Aline desejam lembrar o cheiro de Thiago e sua boca quer decorar a textura de seus lábios.E apesar de ela estar em seus braços,ainda não acredita como isso pode estar acontecendo. Aline também não  acredita como se sente totalmente presa por ele, à ele. Tudo o que desejam é apagar aquele fogo dentro de si. A realidade então volta aos seus pensamentos e os dois se afastam, mutuamente.

— Isso não deveria ter acontecido – alega Aline encostando–se à porta. Ela se vira, abrindo–a.

— Desculpe–me –  sussurra Thiago passando a mão nos cabelos enquanto Aline entra no quarto — Eu sinto muito...

— Boa noite, Thiago – despede–se Aline fechando a porta.

Aline encosta na porta, deslizando para o chão enquanto deixa suas lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Questiona–se sobre o que raios está acontecendo consigo. Sente que ama o Ícaro, mas por que beijou o Thiago? Ela toca em seus lábios , lembrando do beijo. Por um momento, toda a mágoa, dor e o passado desapareceram... Ficaram apenas as coisas boas que sentiam, a pureza apaixonada, a inocência...uma paz.

Paz, há muito tempo Thiago não conseguia sentir isso com alguém e agora a pessoa que o faz sentir isso está do outro lado da porta onde ele está com sua cabeça encostada. Precisa se sentir culpado, por seu irmão, por Anna, por Malú,mas seu coração acelerado diz outra coisa. Ele se afasta prometendo a si mesmo que isso nunca mais irá acontecer.

***

Malú desce as escadas atropelando as empregadas até chegar a sala de música, onde Maria está ajeitando as partituras.

— Senhorita Malú , o senhor Benjamin chegou – avisa Adelaide recebendo um enorme sorriso da jovem que se vira para sua avó.

— Vá, Malú – autoriza Maria recebendo um beijo afetuoso de sua neta — Porém, nós temos muito ainda que ensaiar, está bem?

Malú sorri para sua avó e se levanta correndo, mas não sem antes dar um beijo na bochecha de Adelaide.

— Ah, esses jovens – suspira Adelaide — Dão tanta vida para essa casa.

— Sim, há muito tempo que esta casa precisava de um frescor – concorda Maria arrumando o piano.

— Será uma pena quando eles forem embora – comenta a governanta, triste.

— É a lei da vida, Adelaide – fala Maria, séria.

— Mas e a Dona Aline?Eu sei que a senhora não bate o santo com ela, mas eu sentirei muita falta dela também. Ela é tão poderosa – comenta Adelaide animada. Então ela se vira para Maria e pergunta — A senhora irá sentir falta dela?

—Aline não faz parte de nossa família – responde Maria guardando a partitura sem seu devido lugar — Agora, volte aos seus afazeres, ou a casa não estará pronta para quando o Thiago chegar com Aline.

— Sim, senhora – responde Adelaide saindo.

— Adelaide – chama Maria fazendo a governanta voltar — Todos nós sentiremos falta dela. Agora vá.

Adelaide sai mais alegre, arrancando um sorriso de Maria que logo se esvai pensando em tudo o que sabe a respeito de Aline. Pobre, garota. Já sofreu tanto nas garras de sua família... pensa Maria saindo da sala de música.

***

Benjamin admira o enorme quadro da sala de estar composto por um homem de cabelos quase ruivos, uma mulher de cabelos negros presos em um coque a qual tem certeza ser avó de Malú e dois rapazes: um é o pai de Malú com quase 18 anos, ao que parecia e um outro mais velho, a quem o rapaz não tem a menor ideia de quem possa ser. Está entretido a ponto de apenas sentir duas mãos delicadas sobre seus olhos.

Ele as retira devagar deixando caírem em seu ombro e então se vira em direção de Malú que o observa, lhe entrega um lírio, a fazendo sorrir. Benjamin então se aproxima do rosto da jovem e lhe dá um beijo.

" Oi, fofinho" cumprimenta Malú " O que estava fazendo?"

"Observando o quadro da sala de estar. Eu sei que a mulher é a sua avó, e aquele rapaz à frente dela é o seu pai. O homem mais velho, por consequência é o seu avô. Mas quem é o rapaz na frente dele?"

" Esse é o meu tio, Ícaro. Ele praticamente me criou junto com a minha mãe e a minha tia Aline" responde Malú cheirando o lírio , tristonha.

"Achei que você não conhecesse ninguém da sua família daqui" comenta Benjamin, confuso.

"Eu não sabia que ele era meu tio... É uma longa história" responde Malú respirando fundo. " Então o que veio fazer aqui tão cedo? Achei que tivesse dito que a pequena festa surpresa era só a noite"

"Sim, você disse. Mas aí , a saudade bateu e fui forçado a vir antes" responde Benjamin beijando a namorada mais uma vez.

"Sei" fala Malú, desconfiada.

"É sério..." diz Benjamin sorrindo. " É mentira... eu vim por outro motivo"

"E qual seria esse motivo?" pergunta Malú, curiosa.

Benjamin afasta Malú que o encara, confusa. Ele se ajoelha devagar, enquanto mexe em um dos bolsos, enquanto Malú arregala os olhos. Do bolso, surge uma caixinha preta que o rapaz abre, deixando duas alianças de aço surgirem, fazendo a jovem colocar as mãos no rosto, emocionada.

Benjamin segura a caixinha com uma mão enquanto com a outra ele aponta para Malú, em seguida deixa os dedos em garra para cima puxando a mão contra o seu corpo, então coloca a mão espalmada para frente e movimenta o dedo médio abaixado rapidamente e então aponta para si, fazendo Malú chorar e acenar que sim. Ele se levanta e coloca a aliança no dedo de Malú que também coloca no dele e se beijam, apaixonados.

"Você é muito especial para mim, Malú" declara Benjamin.

"Você também é muito especial para mim, Benjamin" responde Malú.

" Só tenho uma dúvida..." confessa Benjamin.

"Qual?" pergunta Malú, curiosa.

"Será que seu pai já aprendeu Libras?"

" Sei lá...o que tem o Thiago saber Libras?" questiona Malú sem entender.

" Eu terei de pedir sua mão para ele, lembra?" recorda Benjamin.

— Não se preocupem – pede Maria aparecendo na sala, assustando os jovens — Depois dessa linda cena, me coloco a disposição para ser sua intérprete, Benjamin.

"Obrigado" agradece Benjamin com um sorriso.

" Em troca" começa Maria em Libras " Você terá de nos ajudar com a apresentação surpresa. Precisamos de um avaliador"

" Será uma honra pra mim" comenta Benjamin.

— Então vamos até a sala de música. Temos muito que ensaiar – pede Maria indo na frente.

Benjamin e Malú caminham devagar de mãos dadas.

***

A mansão da família Almeida está iluminada, os empregados dão o último retoque na mesa de jantar sendo supervisionados por Adelaide. Maria termina de colocar seu conjunto de pérolas. Enquanto isso, Malú e Benjamin estão na sala conversando animados sobre os novos membros do Grupo de Libras. Até que o barulho do carro chama a atenção de todos que vão até o hall esperar a entrada de Aline e Thiago.

Em poucos minutos, o candidato entra na mansão com um sorriso forçado no rosto, seguido por Aline que se esforça para fingir que tudo estava bem. Mas a verdade era que desde a noite anterior, tanto ela quanto Thiago evitou qualquer diálogo durante toda a viagem, agindo como dois desconhecidos.

— Bem vindos – recepciona Maria abraçando o filho. Ela segura o rosto de Thiago entre as mãos, observando, preocupada  —Você está bem? Parece tão abatido.

— Estou sim, mamãe – responde Thiago evitando olhar para Aline que abraça Malú — Estou apenas cansado.

— Espero que não muito cansado – comentaMaria, animada —Pedi para que fizessem o seu prato favorito.

— Obrigado, mãe – agradece Thiago dando um leve sorriso. Ele vai em direção a Malú e a abraça forte. Então se aproxima de Benjamin apertando sua mão direita firme. Nota então a aliança na mão do rapaz e de sua filha —Conversaremos sobre isso...

— Depois – interrompe Maria — Agora, vamos jantar.

***

O jantar planejado por Maria deveria ser animado com todos rindo, o Thiago animado falando a respeito da campanha , Aline debochando do seu filho... Bem diferente do ambiente quieto e tenso que se instalou em sua mesa de jantar. Ela observa Aline que passou o jantar muda, o oposto da mulher altiva e faladeira que ecoa sua voz por cada canto da casa. Thiago está com uma ruga no meio da testa e monossilábico. Além de ambos se evitarem.

— Será que eu estou perdendo alguma coisa? – pergunta Maria quebrando o silêncio da mesa — Aconteceu alguma coisa nessa viagem, o pessoal não gostou do projeto...?

—Não , mãe. A campanha foi perfeita, a população gostou bastante do projeto. Foi tudo bem – responde Thiago — Se me derem licença, preciso descansar.

— Filho, espere mais um pouco –  pede Maria — Nós temos uma surpresa para vocês.

— Surpresa? – pergunta Aline, séria.

—Sim – responde Maria se levantando —Vamos todos a sala de música, onde eu e Malú iremos nos apresentar para vocês.

***

A jovem senta ao lado de sua avó que sorri, então colocam a partitura da música que a neta escolheu para fazer uma surpresa para Aline e Thiago quando voltarem. As duas praticaram por semanas chegou a hora  de realizar o desafio que Malú se propôs: cantar em Libras.

As mãos de Maria percorrem as notas do piano no mesmo ritmo que as de Malú flutuam pelo ar com todo sentimento. O espetáculo emociona a plateia composta por Aline,  Thiago,Benjamin epelos empregados da casa que admiram sintonia das duas que não parecem se importar com a presença de todos.

Maria e Malú continua, a apresentação com a música da banda favorita da jovem, Birdy, elas mantém o que foi proposto no  sendo observadas por Aline e Thiago que ficam mexidos , não apenas com a performance, mas também por que a letra trouxe recordações do beijo trocado, mesmo que eles tentem esquecer, sabem que em algum momento precisarão falar a respeito.

Aos poucos os dedos da matriarca diminuem o ritmo bem como as mãos de Malú retornam para seu colo, observando sua avó terminar a música.

A apresentação termina e da porta surge o som das palmas de Vera Lúcia que entra com a pasta preta debaixo do braço.

— Bravo! – grita Vera chamando a atenção de todos os presentes — Que bom que consegui chegar a tempo para essa belíssima apresentação.

— Bem vinda, Vera – cumprimenta Maria —Essa era apenas uma surpresa pela volta de vocês da campanha.

— Uma pena eu não ter participado do último dia – comenta Vera se aproximando do piano.

— Não? – pergunta Maria, confusa.

— Não, a tia da Vera faleceu – responde Thiago, sério.

— Na verdade, eu menti – revela Vera sorridente enquanto é observada por todos.

— Você mentiu? – questiona Thiago, irritado.

— Mas foi por um bom motivo – alega Vera — Um ótimo motivo... Eu salvei a nossa campanha do desastre fatal.

— Salvou a campanha? – pergunta Maria, confusa —Não estou conseguindo entender...

—Bom, vou parar com os rodeios – informa Vera, sorrindo — Eu me ausentei no final da campanha, pois recebi uma ligação que me informava a respeito do passado de um dos membros da nossa equipe. Esse membro veio de uma família muito rica e bem conceituada no interior de São Paulo, onde eu estive e conversei com um familiar que me confessou... que seu parente matou alguém, além de ter vícios com drogas, andar com gente perigosa , dissimulada e ser capaz de qualquer coisa. Internaram essa pessoa várias vezes e na última ela fugiu, até que localizaram em nossa campanha. A índole dessa pessoa , se descoberta, irá destruir qualquer chance de vencermos.

— E quem seria essa pessoa? – pergunta Thiago, chocado com as revelações —Quem seria esse monstro?

— Aline Buarque de Melo – revela Vera apontando para Aline que está paralisada.

— Do que está falando , Vera? – questiona Thiago, chocado. Ele olha para Aline que está paralisada — Que acusações infundadas são essas?

—Infundadas? Não , Thiago. Eu tenho provas – responde Vera estendendo a pasta em direção à Malú — Observe , querida, o que sua tia foi capaz de fazer com o próprio irmão.

Malú segura a pasta em suas mãos trêmulas, sendo observada por todos, incluindo sua avó que coloca a mão , impedindo que sua neta abra a pasta.

— Não faça, isso – pede Maria que se levanta e caminha em direção a Vera que não se intimida — O que está tentando fazer?

—Ora, Maria. Eu estou salvando a campanha do Thiago e a família de vocês... Não consegue perceber isso? – questiona Vera, ofendida — Não conseguem perceber que ela é extremamente perigosa? Não conseguem perceber que ela nem ao menos está tentando se defender? Quem cala, consente.

" Tia..." fala Malú em libras para Aline que está chorando.

A jovem então decide abrir a pasta e encontra os laudos médicos de todas as internações de sua tia, laudos da morte de Eduardo Buarque de Melo, irmão de Aline ... laudo da perícia... fotos... estava tudo ali, todo o passado de sua tia... o grande segredo de Aline. Malú levanta a cabeça encarando sua tia, sua expressão chocada agora dá lugar ao olhar vazio, pois a pessoa em quem mais confiava também mentiu para ela. " Até você" diz a jovem chorando.

— Malú, me deixa explicar – pede Aline se aproximando da sobrinha. Malú se afasta e corre para fora da sala,sendo seguida por Benjamin — Por favor, me deixa explicar. Malú!

—Explicar o quê, Aline? Que você matou o seu irmão porque estava drogada? É isso o que você quer explicar? – debocha Vera.

— Cala a sua boca! Você não sabe de nada, cala a sua boca!– grita Aline indo pra cima da Vera, sendo impedida por Thiago — Solte–me, agora!

— Isso, Thiago, solte. Deixe–a mostrar quem é de verdade para todos – fala Vera.

—Vera, pare. Por que está fazendo isso? –  questiona Thiago segurando Aline.

—Por quê? Oras, Thiago, você esqueceu? Foi você quem me pediu para investigar a vida da Aline – revela Vera fazendo Aline encarar Thiago, chocada — Isso mesmo bonitinha, você achou mesmo que iríamos confiar em você? Não, mesmo e nós dois estávamos certos de desconfiar de você.

—Isso é verdade? – questiona Aline se afastando de Thiago em choque — Você mandou me investigar?

— Claro que sim – responde Vera — Até por que você era a nossa principal suspeita nas ameaças contra o Thiago... Quer dizer, agora que sabemos quem você é, temos plena certeza.

— Sua Vadia! – grita Aline indo pra cima da Vera, sendo impedida mais uma vez pelo Thiago que a segura pela cintura.

— Chega, Vera – ordena Thiago encarando Vera que faz um zíper na boca . Ele se vira para a tia de Malú — Acalme–se, Aline.

— Calma? – questiona Aline se soltando dos braços de Thiago — Você destruiu a minha vida, mais uma vez! Era esse o seu plano , não é? Desde o início era esse o seu jogo...

— Aline, por favor – pede Thiago se aproximando.

— Não se aproxime de mim! –  explode Aline empurrando Thiago. Ela passa a mão nos cabelos , transtornada— Você me trouxe para cá... você já estava com tudo armado. Eu acreditei em você... Mas realmente você tem um dom, um dom da família Almeida... Destruir a vida de todos ao seu redor.

— Aline, você tem que acreditar em mim. Eu não fiz isso para destruir você – fala Thiago.

— Não, essa não era a sua ideia. Aliás, aposto que essa ideia partiu de você – acusa Aline, revoltada, olhando para Maria Luísa. Ela se aproxima da matriarca que se mantém calada — Você sabia de tudo não é mesmo? Mas como sempre jogando na surdina... Vocês não prestam! Nenhum de vocês... Eu deveria saber, depois de tudo. Depois do que fizeram com a Anna.

—Não tire conclusões precipitadas, Aline – pede Maria se levantando.

— Tarde demais, Maria – responde Aline que encara a todos, derrotada — Vocês venceram...

— Aline... – fala Thiago vendo Aline se afastar em direção a porta.

— Só para constar –  começa Vera, fazendo Aline se virar  —  A pessoa que me entregou esses documentos o fez sob uma condição: A Aline precisa sair da campanha... e sair desta casa o quanto antes.

— Não se preocupe, Vera... A campanha... O Thiago... essa família... tudo isso ficará para você – responde Aline balanço os ombros. — Mas saibam que não abro mão da Malú.

— Isso se ela ainda quiser olhar para sua cara , né fofa? – comenta Vera.

Aline caminha para fora da sala de música deixando apenas Thiago, Maria e Vera que está recolhendo todos os papéis de volta para a pasta.

—Vera – chama Thiago se virando para a loira que o encara — Você está demitida.

— Eu imaginei que fosse dizer isso – comenta Vera sem se intimidar —Porém,  se você me demitir ,essas informações irão vazar amanhã mesmo, estampando todas as capas de jornais... E aí, adeus Aline, adeus eleições e adeus Malú. E você não vai querer isso, não é mesmo?

— Não, Vera. Você está certa – responde Thiago se aproximando da loira que sorri triunfante.

— Muito bem, Thiago. Eu sabia que você iria pensar melhor e ver que tudo o que eu fiz foi para o nosso próprio bem – comenta Vera tocando no rosto de Thiago que se afasta.

— Você é quem irá pedir demissão – determina Thiago fazendo a relações públicas erguer suas sobrancelhas – Você renunciará  seu cargo, ou...

— Ou o quê, Thiago? – questiona Vera, debochando.

— Ou eu farei com que todos os bens pertencentes da sua família e suas dívidas com minha família sejam liquidados de uma só vez. Para a nossa sorte, ou o seu azar, nós somos um dos maiores credores do seu pai. E eu reunirei cada credor com quem você emprestou dinheiro e os farei entrar com diversas ações contra você.– responde Thiago calmamente fazendo Vera arregalar os olhos. Ele sorri e continua — E tem mais, se uma dessas informações "vazarem", qualquer papel, qualquer fofoca, ou se alguém citar o nome da Aline em qualquer jornaleco... Eu farei questão de revelar todas as provas do processo aberto contra você a respeito da compra de voto do governador do Estado.

—Você não pode fazer isso...Estará quebrando o sigilo entre advogado e cliente – responde Vera, séria — Você destruirá  o nome da sua família

— Na verdade, as nossas famílias. E saiba que eu não me importo o preço que terei de pagar para ver você atrás das grades – comenta Thiago, enojado.

— Você não seria capaz de fazer isso... – responde Vera, transtornada.— Você veio atrás de mim... Você sabe do meu potencial.

— Você esqueceu que foi a sua irmã quem pediu para que te contratasse? Só que ela não está mais aqui e eu não tenho mais nenhuma obrigação com você. Mas, eu serei benevolente: Você irá me entregar essa pasta e qualquer cópia a respeito da vida da Aline. Após o meu discurso de amanhã, você irá pedir demissão e esquecerá que a minha família existe – finaliza Thiago se retirando.

— Em troca? O que eu ganho em troca? – pergunta Vera segurando o choro.

—A oportunidade de sair da minha casa, ilesa. – responde Maria — Porque, diferente do meu filho, eu não sou piedosa. Muito menos com aqueles que nos ameaçam.

—Mas eu só fiz isso pelo nosso bem... Para nos livrar dessa mulher. Você também desejava isso Maria, eu sei. – alega Vera.

— Você não sabe nada a meu respeito, Vera. Entregue a pasta e vá embora daqui – ordena Maria, observando Vera entregar a pasta para Adelaide — E as cópias também.

—Não há cópias, não tive tempo – comenta Vera.

— Você tem certeza? – questiona Maria — Pois mandarei os meus seguranças revistarem o seu carro e um pessoal bem interessante para revistar a sua casa.

—Não tive tempo para fazer... Eu vim direto pra cá – reforça Vera, frustrada. Ela passa por Maria e ameaça —Isso não ficará assim.

— Vera – chama Maria fazendo a loira se virar – Pensando bem, não há motivos para eu ser piedosa com você – fala dando um tapa na face da loira que a encara, surpresa — Nunca mais ameace a minha família, ou o tapa será o menor dos seus problemas.

***

Aline termina de subir as escadas e encontra Benjamin plantado na porta de Malú batendo para que a jovem abra. Ela se aproxima do rapaz tocando em seu ombro.

" Ela trancou a porta" informa Benjamin.

— Tudo bem, Benjamin. Acho que está na hora de você ir – comenta Aline que observa o rapaz se afastar. Então ela se volta para a porta e continua batendo — Malú, por favor, abre a porta. Eu preciso falar com você...Desculpe–me se não contei pra você... Por favor, deixe–me explicar... contar a verdade...

─ Aline – chama Thiago próximo a escada .

— Saia daqui, Thiago. Eu preciso falar com a Malú. Preciso esclarecer as coisas...

— Aline, por favor. Vamos conversar – pede Thiago se aproximando.

— Conversar? Você pensou em conversar comigo quando mandou investigar sobre a minha vida? – questiona Aline, irritada.

— Você me contaria se eu perguntasse? – pergunta o candidato encarando Aline —Seja sincera, você me contaria? Ou melhor, há quantas pessoas você contou a respeito do seu passado?

— Então você está confessando que pediu para me investigar? Que ótimo. – conclui Aline, contrariada.

— Sim, eu pedi para a Vera te investigar. Mas isso foi antes... Antes de conhecer realmente você. – confessa Thiago tocando no braço de Aline que evita

— Ah é, mas se eu realmente fiz? – questiona Aline — E se o que a Vera disse é verdade? O que acontece?

— Eu não me importo – responde Thiago, sincero — Você me ensinou que todas as pessoas merecem uma segunda chance. Você me deu uma... Não me importo o que você fez no passado, Aline. A nenhum de nós... Eu não fiz por mal e minha mãe não tem nada a ver com isso.

—A sua mãe já sabia de tudo antes –revela Aline enxugando as lágrimas — Mas eu achei que ela soubesse a verdade quando falou a respeito do Felipe...

— Quem é Felipe? E que verdade é essa? – pergunta Thiago, confuso.

— Sobre o meu passado, Thiago. – responde Aline — Mas nem adianta falar a verdade, pois será apenas a minha palavra contra a da Vera.

— Eu acredito em você, confie em mim. Independente de qual seja a verdade, eu sei que ela sairá apenas da sua boca – fala Thiago segurando nas mãos de Aline — Eu estou disposto a te ouvir.

— Tudo bem... Está mais do que na hora de eu esclarecer tudo isso. Estou cansada de carregar fardo, sozinha – afirma Aline chorando.

***

Desde criança eu sabia que ser uma Buarque de Melo era minha maior prioridade. Porém, enquanto o Eduardo cumpria o papel de ser um membro da família, eu cumpria o papel de ovelha negra. Eu sempre fui o problema e o Eduardo a solução. A gente era yin Yang e assim a gente equilibrava a nossa família. Ele era o meu herói, meu protetor, meu maior exemplo e nós éramos muito apegados e sabíamos de tudo um do outro. Até ele ir para faculdade...

Eu lembro bem do dia que finalmente o Edu voltou para casa, estava bem diferente daquele rapaz meigo, educado, amoroso e parceiro que eu conhecia. Ele estava mais descolado, mais solto, ao mesmo tempo mais impaciente,mais estressado e mais cheios de segredos.

Um dia eu fui até o quarto dele investigar o que estava acontecendo e encontrei um objeto diferente embaixo da cama, uma caixa de madeira... Quando eu abri encontrei seringas... maconha, cocaína, êxtase... crack. Não eram grandes quantidades, mas aquilo me assustou e eu fiquei preocupada. Se a minha mãe visse, ela teria um infarto, meu pai ficaria desapontado e meu irmão seria expulso de casa. Nossa família cairia em ruínas, então a primeira ideia que eu tive foi levar para o meu quarto e esconder. Minha mãe não se atrevia a entrar no meu quarto demoníaco, então com certeza tudo aquilo estaria bem seguro até que eu pudesse confrontar o meu irmão.

Então, ele chegou em casa e foi direto para o quarto. Eu estava no meu e dava para escutá–lo jogando as coisas, procurando desesperado. Então , eu fui até o quarto dele e disse que queria conversar com ele, mas o Edu não me deu ouvidos até eu dizer que a caixa estava comigo. Até hoje eu me lembro do olhar vidrado dele quando falei aquilo, um olhar de necessidade extrema. Ele passou por mim e foi direto no meu quarto e eu o segui falando sobre o quanto tudo aquilo era errado. O mesmo discurso que ambos escutamos a infância inteira, mas ele não me escutava e só me perguntava da caixa. Eu tentei barganhar dizendo que daria uma das coisas da caixa se ele me contasse como aquilo tinha acontecido. Eu estava com uma das injeções dele guardada na jaqueta e mostrei.

Assim que o Eduardo viu, falou que começou usando algumas drogas para se manter ativo durante as provas e quanto elas faziam bem para o desempenho dele. Mas que não era para me preocupar, pois ele não usava tudo de uma vez... Ele não era um viciado e que tinha tudo sobre controle. Foi então que a minha mãe entrou e me viu com a injeção nas mãos. Ela nem ao menos perguntou o que estava acontecendo... Foi me acusando, revirando o quarto e o Eduardo ajudando a procurar... Então ela achou a caixa com tudo o que tinha dentro. Ela me confrontou e eu olhei para o meu irmão, mas ele não fez nada... estava vidrado na caixa a espera de qualquer desculpas para a ter de volta. Até deu uma desculpa dizendo que iria destruir tudo para que ninguém soubesse que eu era viciada. Minha mãe disse que já esperava isso de mim... Contou ao meu pai que também não se surpreendeu. Eu era a ovelha... E eu achei, mesmo que se eu fosse para a reabilitação, meu irmão iria ver o quanto era positivo pra ele e que ficaria melhor...

Coloquei isso na minha cabeça na primeira vez... na segunda vez... na terceira vez... quarta, quinta, sexta,sétima...Na primeira vez , ele me pediu perdão disse que nunca mais iria fazer aquilo de novo. Depois de um tempo virou rotina e ele passou a colocar a culpa em mim.Ele tinha pena de me ver naquela situação, mas o vício já era maior que tudo. Eu já estava sem saída quando meu irmão conheceu Cristina e se apaixonou. O Eduardo mudou totalmente e eu nunca mais achei drogas no quarto dele. Quando se mudou, eu ia sempre verificar qualquer indício de recaída,mas finalmente meu irmão estava bem.

Passei a me dedicar a minha vida, voltei aos estudos, a ter amigos e aquela fase de reabilitação finalmente desapareceu. Até o Eduardo voltou a ser como era e me convidou para conhecer um amigo dele, Lucas. Eu fiquei loucamente apaixonada pelo Lucas e ele por mim... A gente fazia planos de casar, quantos filhos ter, onde morar... Eu realmente estava feliz e achando que a minha vida estava perfeita.

Então uma noite, o Lucas me ligou, ele e o meu irmão estavam de plantão. Um dos pacientes, Felipe,um garoto de dez anos, algo tinha dado errado... ele estava tendo uma parada. Eduardo estava estranho, segundo meu namorado. Elétrico, afoito, empolgado, estava tudo demais pra ele. Meu irmão, mesmos disse que precisavam operar o Felipe. O Lucas tentou intervir, mas o meu irmão estava impossível. Eu não entendi bem como, mas ele levou o garoto para a sala de cirurgia... Mas o Felipe não saiu de lá. Isso acabou com o meu irmão que saiu do hospital e foi para dentro do carro onde gritava pelo meu nome.

Eu peguei um táxi e fui para o hospital e encontrei o Eduardo dentro do carro com a cabeça encostada no volante. Eu bati no vidro e ele abriu a porta do passageiro para que eu entrasse. Ele disse que não aguentava mais e decidiu que precisava se sentir melhor. Que ele havia tentado, mas precisava daquilo, mas que não estava usando, pelo menos até aquela noite.Mas com o contato que tinha, virou um traficante dentro do hospital. Estava ganhando uma grana , mas o custo de vida dele foi ficando muito alto e tinha perdido o controle. E naquela noite tinha decidido esquecer todos os problemas e usou... um pouco segundo ele. Eu tentei conversar, mas ele dizia que eu precisava assumir a morte do Felipe, como se fosse quando éramos mais jovens...Mas eu não poderia assumir algo daquele tipo, não era médica. Então ele disse que eu não servia para nada e nem ele. Ligou o carro e começou a dirigir... Eu pedia para ele encostar, mas ele não me escutava, estava chovendo e então... tudo aconteceu. Nós batemos e quando eu despertei, meu irmão estava... ele estava... ele havia morrido. Eu vi aquela quantidade de drogas no carro dele, o fato dele ter usado... a morte do garoto... Tudo aquilo iria acabar com o nome do meu irmão, com os meus pais. Eu não podia deixar que destruíssem a vida de todos. Então eu montei a cena do acidente. Coloquei o Eduardo no banco do carona, injetei um pouco de droga em mim... E esperei. Foram os 47 minutos mais demorados da minha vida. Mas quando finalmente chegaram, foi pior ainda. Mas ninguém se importou com a negligência médica do meu irmão, mas em mim. Na irmã viciada que matou o próprio irmão.

Meus pais me internaram logo após o enterro... Mais uma vez naquele lugar, sozinha. Só que eu não aguentei e fugi. Eu pedi ajuda para o Lucas e fui embora para Minas Gerais recomeçar a minha vida... Todos os dias eu penso neles... Em tudo o que aconteceu e todas as vezes eu digo a mim mesma que faria tudo novamente, pelo meu irmão.

***

— Eu sinto muito – pede Thiago abraçando Aline — Eu não imagino o quanto isso deve ter sido difícil para você.

— Depois eu conheci a Anna... E nossa como eu quis contar a ela. Bem como para o Ícaro. Assim como eu tive vontade de contar para você – comenta Aline soluçando — Mas agora é tarde.

— Não é tarde – nega Thiago enxugando o rosto — Amanhã nós iremos esclarecer tudo isso para a Malú. Ela entenderá...

— Você não entende, eu não posso estar aqui amanhã... Se eu ficar... a Vera disse que isso pode ser seu fim – responde Aline — O fim do projeto...

— Eu já resolvi isso, não precisa se preocupar – fala Thiago.

— É claro que eu devo me preocupar estamos falando da Vera – alega Aline, nervosa — Ela será capaz de tudo e isso envolve a Malú.

— Aline, nós iremos proteger a Malú – explica Thiago.

— Eu não posso arriscar – fala Aline se afastando — O meu passado irá destruir vocês e eu não posso permitir... Eu preciso ir embora.

— Não, não precisa. Mesmo que a Vera tente alguma coisa e acabe com qualquer chance de eu ser eleito... Daremos um jeito de fazer o instituto sair do papel – esclarece Thiago — E tenha certeza que a Malú não já te perdoou... Fique Aline, nós iremos proteger você.

— Desculpe–me, mas eu não consigo... Eu não consigo aceitar ... depois de lutarmos tanto, tudo cai por terra.

— Aline, eu consigo aceitar ficar em o cargo de senador. Eu consigo investir pesado para que o Instituto se torne realidade. Eu consigo aguentar a minha filha de cara virada pra mim. Mas a Malú não conseguirá viver sem você do lado dela... Eu não conseguirei viver sem você Aline – declara Thiago que se aproxima — Eu estou apaixonado por você.

— Isso não está certo – recusa Aline chorando.

— Eu sei que não – concorda Thiago — Mas estou. Não fuja, Aline. Por favor... deixe–me cuidar de você

Sem pensar duas vezes, Thiago coloca Aline em seus braços e a leva para o seu quarto.


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