Hermione, Gina e Cedrico estavam parados embaixo da cobertura do ponto de ônibus. Os três olhavam a chuva encolhidos com frio, estavam esperando a mesma passar, mas ela parecia só aumentar.

Os três estavam reunidos para irem à casa dos Malfoy para preparem uma festa surpresa de aniversário para Luna e Draco, os três combinaram de irem juntos porque Gina não sabia como chegar até a casa deles. O combinado era de os três irem juntos mais cedo para cuidarem dos preparativos e se encontrarem lá com Harry e Rony que tiveram uma audiência na manhã de sábado. Os garotos ofereceram-se para buscá-los, mas Hermione dissera que não havia necessidade, já que havia um ponto de ônibus em frente à casa dos Malfoy. Ela só não esperava que chovesse.

— Isso é tudo culpa da Hermione! — Gina reclamara outra vez.

Os três estavam sem guarda-chuva para atravessarem a rua e chegarem à casa dos Malfoy, e a ruiva estava indignada por não terem aceitado a carona que os meninos haviam oferecido.

— Gina, como é que eu ia saber que ia chover? — Hermione também estava irritada.

— Olhar para o céu nublado ajuda, priminha! — Cedrico dissera.

— Nós moramos em Londres! O céu está nublado todo dia! — justificou-se.

— Não me interessa! Agora estamos aqui nesse frio, na chuva e meus pés estão sendo molhados. Eu odeio molhar meus pés! — Gina dissera encolhendo-se no banco do ponto de ônibus.

— Eu tenho uma ideia! — Cedrico e Hermione disseram ao mesmo tempo.

— Ah, ah, ah, ah! — Gina interrompera Hermione que ia começar a falar a ideia que tivera — Já estamos ferrados demais com sua ideia, Hermione! Diga você qual é a sua ideia, Ced.

— Que absurdo! — Hermione dissera indignada e encolhera-se no banco também.

— Bem, nós vamos ter que ir até lá de qualquer jeito, não é mesmo? — Cedrico dissera e as duas concordaram — Então vamos ter que correr!

— Correr? Claro que não! Escutem minha ideia...

— Eu não quero colocar meus pés nessas poças de lama! — Gina dissera indignada interrompendo Hermione.

— Não seja por isso! Vem prima, me segue!

Cedrico dissera aquilo num segundo e no outro ele estava correndo na chuva com Gina nos braços. Hermione revirara os olhos, mas os seguiu. “Deviam ter escutado minha ideia!” pensou.

Correr na chuva não é uma atividade muito coerente, muito menos com os sapatos que usavam, pior ainda com Cedrico segurando Gina nos braços. Então Cedrico acabou caindo no meio da rua com a ruiva ainda nos braços, e Hermione que vinha logo atrás acabou caindo por cima deles. Gina no mesmo instante começara a chorar e os dois primos a levantaram rapidamente e a puxaram antes que fossem atropelados por algum carro no meio da avenida.

Os três conseguiram chegar à porta da casa dos Malfoys, por sorte a varanda da casa era coberta e enquanto Cedrico tocava a campainha Hermione tentava acalmar Gina que estava com os joelhos ralados assim como os dela. Péssimo dia para as garotas inventarem de usar vestidos.

Quem abriu a porta foi Narcisa Malfoy que assustou-se ao ver os três ensopados e logo Rony e Harry surgiram lá de dentro completamente sequinhos e confusos ao verem Gina entrar na casa chorando. Assim que os três entraram Narcisa foi buscar toalhas para os três.

— O que aconteceu? — Harry perguntou assim que Gina o abraçara chorando, molhando-o também.

— É tudo culpa da Hermione! — Cedrico e Gina disseram ao mesmo tempo.

— Minha culpa nada! Ninguém quis ouvir a minha ideia. Se tivessem me escutado nós estaríamos sequinhos! Eu ia ligar para os meninos e pedir pra eles trazerem guarda-chuvas para nós! — Hermione justificara-se.

— E por que vocês estão raladas? E essa calça rasgada, Cedrico?

— É melhor não fazer mais perguntas, Harry! — Hermione dissera tremendo de frio.

— Venham meninos, peguem as toalhas! — Narcisa dissera entregando-lhes toalhas limpas. — Mione e Ced, vocês que são de casa...Vão tomar um banho e tirarem essas roupas molhadas, acho que a roupas dos meus filhos servem em vocês.

— Ok, tia. Pode deixar! Quero só ver a cara do Draco quando me ver usando as roupas dele! — Cedrico dissera debochado e saíra em disparada ao quarto de Draco.

— E você minha querida, venha tomar um banho quentinho! — Narcisa dissera levando Gina consigo e Harry as acompanhou.

Hermione esperara os três sumirem de sua vista para pular no pescoço de Rony, tascando-lhe um beijo na boca. Desde a primeira vez em que Hermione o beijara eles estavam mantendo tudo às escondidas. As únicas que sabiam do acontecido eram Gina e Astória, e por mais incrível que pareça, quem contara a Gina fora Hermione, e quem contara a Astória fora Rony.

O casal decidiu manterem tudo em segredo até finalmente decidirem o que queriam, e estavam se saindo bem em esconder tudo. É óbvio que Hermione tinha que desviar das indiretas e especulações que recebia do primo por estar “muito alegre” como o mesmo dizia, mas ela só o fazia para provocá-lo já que ele também estava escondendo algo dela.

— Só me beija quando está ensopada, é? — Rony perguntou assim que o beijo cessou.

— Que fique bem claro que na primeira vez, assim como hoje, não foi escolha minha estar completamente molhada!

— Vai tirar essa roupa molhada antes que pegue um resfriado. — Rony dissera e Hermione correra para o quarto de Luna também.
Assim que eles terminaram de se arrumarem e Gina parara com o drama, finalmente puderam começar a arrumar os preparativos para a festa. Os pais de Draco e Luna também estavam animados com a surpresa, e era Narcisa que estava preparando o bolo.

Neville e Astória que estavam encarregados de manterem os dois longe de casa, e antes de chegarem ligaram avisando-os para se preparem para a surpresa. Os dois adoraram a surpresa, mas Draco ficara implicando por Cedrico estar usando suas roupas.

Eles se divertiram bastante cantando e dançando, e agora Neville sugerira que fizessem uma rodada de brincadeiras e começaram com verdade ou consequência.

— Amiga, sente-se perto de mim. — Luna pediu para Hermione.

— Por quê?

— Porque eu já sei tudo sobre você, não preciso saber de mais nada.

— E o que isso tem a ver?

— Tem a ver que nós temos que sentar longe de quem nós queremos questionar, assim é mais fácil pra garrafa chegar em quem você quer.

Então eles se sentaram numa roda intercalada entre os novos e os velhos amigos de Luna e o Draco e assim começaram o jogo. Giraram a garrafa, a primeira pergunta seria de Gina para Neville.

— Qual a senha do seu cartão de crédito? — Gina perguntou e os outros riram.

— Mas você nem perguntou se eu queria verdade ou consequência! — Neville disse.

— Ok, verdade ou consequência? — ela perguntou desapontada.

— Consequência.

— Eu desafio você a me dizer a senha do seu cartão de crédito.

— Isso não, Ginevra! Alguém tira essa garota do jogo?

— Ok, vamos para outra pessoa! — Luna disse indo girar a garrafa — Astória para Cedrico.

— Verdade ou consequência? — Astória perguntou para Cedrico.

— Verdade.

— Você está saindo com alguém?

— Olha, acho melhor mudar pra consequência.

— Não, nada de mudar!

— Ok, ok. Talvez eu esteja.

— Talvez não é resposta!

— É sim, e nem adianta insistir. Não vou dizer mais que isso!

— Vocês aceitaram brincar, mas não querem responder! — Neville reclamara.

— Olha só quem fala, o que não me disse a senha do cartão de crédito! — Gina reclamara também.

— Nós vamos brincar, não brigar né amores? — Luna dissera para acalmar a situação outra vez e girou a garrafa — Cedrico para Harry!

— Consequência! — Harry dissera antes mesmo do outro perguntar.

— Eu desafio você a fazer uma dança sensual pra nós.

— Ah não! — os meninos disseram.

— Nem façam essas caras, as meninas adoraram! — Cedrico dissera e as meninas concordaram rindo.

— Até você, amor? — Harry perguntara emburrado para Gina.

— Querido, foi uma escolha sua. Ninguém mandou escolher consequência! Agora vá lá tigrão, dança pra gente! — Gina dissera dando um tapa no namorado.

— Eu tenho a música perfeita pra isso! — Cedrico colocara You Can Leave Your Hat On para tocar e as garotas animaram-se, já os meninos ficaram irritados.

Harry se levantara e caminhara até o centro da roda e ficou os encarando enquanto a música tocava.

— Eu tenho mesmo que fazer isso?

— É claro que tem! — Astória dissera.

— Vai, Harry. Ou eu terei que ir aí dançar com você? — Cedrico ameaçara e o garoto começou a se movimentar.

No começo ele estava completamente duro e envergonhado, mas as garotas o apoiaram com a animação e ele se soltou um pouco. Estavam todas batendo palmas e gritando pra ele, no fim de sua apresentação Cedrico pediu para dançar também, como sempre ele queria ser o centro das atenções, mas todos negaram o pedido do moreno.

— Vocês são uns chatos! — dissera.

— Rony para Draco! — Luna dissera após girar a garrafa.

— Verdade ou consequência?

— Verdade.

— Ok, me conte uma mania sua que ninguém gosta. — Rony dissera.

— Eu não tenho manias! — Draco dissera.

— Tem sim! — Astória, Luna, Hermione e Cedrico disseram ao mesmo tempo.

— Não tenho não!

— Diga a verdade, Malfoy. — Rony dissera rindo da situação em que ele estava.

— Não tenho manias! — Draco dissera.

— Então pode deixar que eu mesma falo por ele! — Luna dissera — Ele tem a mania de reclamar de tudo! “Ai, a comida está sem sal!” “Meu casaco está muito amassado!” “Luna, por que você não coloca outra roupa?” Esse garoto é muito chato, cruzes!

— Agora é minha vez! — Astória dissera — Ele tem a mania de não prestar mais atenção em nada quando está assistindo TV. Parece um robô que só responde aos estímulos da TV, eu odeio isso!

— Minha vez! Ele não admite que está errado! — agora era Hermione que falara — Ele é muito orgulhoso e acha que está sempre certo. Mesmo estando perdido ele não pede informações pra saber como chegar aonde quer, enquanto nossos professores não o contradizem ele não admite que tinha errado, e tem a mania de querer que eu faça o que ele acha certo!

— A culpa não é minha que você não sabe tomar decisões! Como seu melhor amigo eu me sinto no direito de ajudar, isso não é uma mania. — Draco respondera.

— É uma mania sim, Draquinho. Olha você querendo provar que não tem manias, sempre achando que é o certinho! — Cedrico o interrompera — E aqui vai mais uma: Ele usa bonés horríveis!

— Meus bonés não são horríveis!

— São sim, querido.

— Não são não!

— Olhe só a mania de estar sempre certo! — Luna dissera.

— Para de ser chata, garota! Não estou gostando dessa brincadeira não...

— E a mania de reclamar de tudo! — Hermione dissera e o resto da turma riu da cara que Draco fez.

— Ah, deixem minha doninha em paz. — Astória dissera rindo também — Girem a garrafa de novo!

— Ok! Neville para Mione. — Luna dissera.

— Verdade ou consequência?

— Pode ser verdade. — Hermione dissera receosa, odiava quando era a vez dela de responder.

— Ok, a senhorita está apaixonada? — Neville perguntou.

Hermione não sabia o que responder. Viu todos olhando-a apreensivos e tentou balbuciar algumas palavras, mas não conseguiu. Não era uma pergunta fácil de responder, muito menos na frente de todos. Ela ainda estava confusa e sabia disso, e não queria magoar ninguém, inclusive ela mesma. Grande pergunta, Neville!

— Ela não precisa responder. — Rony se pronunciara.

— Por que não? — Cedrico perguntara indignado.

— Porque a resposta não dirá respeito somente a ela, e vocês sabem disso.

— Acho melhor mudarmos de brincadeira. — Gina dissera para salvar a pele de Hermione — Por que não vai pegar seu karaokê, Nev?

— Eu ouvi alguém falar em karaokê? — Cedrico animara-se para ter um momento de estrelato.

— Sim, o Nev trouxe escondido caso alguém quisesse.

— Você gosta de karaokê, cara? — Draco perguntara rindo.

— Gosto só um pouquinho.

— Ele ama karaokê! — Harry dissera — Vai lá pegar, cara. A Mione vai cantar pra gente, não vai? Rony disse que você canta muito bem!

— Rony é um fofoqueiro. — Hermione dissera ainda recuperando-se do susto com a pergunta de Neville.

— Harry também canta muito bem, vocês dois podiam fazer dueto pra gente. — Gina dissera animada.

— Canta comigo, Mione? — Harry perguntara.

— Canto.

Neville fora buscar o karaokê no carro. Eles instalaram o aparelho na TV dos Malfoy e Cedrico e Luna exigiram fazerem o primeiro dueto, então Harry e Hermione teriam que esperar um pouco.

— Você me devia uma. — Neville dissera aproximando-se de Hermione que estava sozinha no corredor.

— Eu sei, só não esperava por essa! — Hermione dissera.

— Me desculpe, não queria te deixar constrangida.

— Não tem problema, eu te constrangi na frente da Luna. Agora foi a sua vez, estamos quites!

— É, estamos. Mas eu queria que isso servisse pra te ajudar.

— Ajudar com o quê?

— Te fazer perceber que não vale à pena tentar lutar contra o óbvio.

— E o que seria o óbvio?

— Jura? — Neville perguntara debochado e antes de se afastar dela a desafiou — Quero ver se sua dupla faz uma pontuação maior que a minha.

Então Hermione ficara sozinha pensando no que ele havia dito e não percebeu quando Rony se aproximara dela.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Estou, por que não estaria?

— Está um pouco área.

— Ah, desculpe.

— Não tem problema. Estava pensando no que Neville perguntou?

— Sim, estava pensando no que ele disse.

— Me desculpe pela inconveniência dele, não queria que você se sentisse mal ou algo do tipo.

— Relaxa, não precisa se preocupar. — Hermione dissera e o abraçara deixando Rony surpreso já que eles estavam evitando contato em público.

— Não mesmo? — ele perguntou abraçando-a também.

— Não mesmo. Acho que problema é que eu não consigo agir sobre pressão, sou uma boba.

— Não é não! — ele disse tirando uma mecha dos cabelos de Hermione do rosto dela.

— Sou sim. Eu sempre complico tudo e aparentemente tento negar o óbvio!

— Que óbvio?

— De que eu sempre estive perdidamente apaixonada por você.

— Você pode repetir pra mim? — ele pediu segurando o rosto dela.

— Eu sempre estive apaixonada por você.

— E está mesmo?

— Eu tentei, realmente eu tentei. Mas não dá pra lutar contra isso, né? Eu estou Ron, estou apaixonada por você. Eu não consigo ficar um dia sem falar com você, ficar sem te ver é uma tortura, eu odeio que fique longe de mim e odeio saber que sua ex fica dando em cima de você porque eu tenho ciúmes! Você é meu, Ron! Eu sonho com você todas as noites e é difícil fingir que não sinto nada quando na verdade eu sinto... E sinto muito.

— Eu também sinto... E não precisa fingir que não sente nada, Mione. Eu também estou apaixonado por você, sempre estive na verdade. — ele disse e os dois riram — E é claro que eu sou seu, assim como você é minha. Minha e de mais ninguém!

— Que possessivo!

— Quem acabou de se declarar ciumenta foi você! — ele disse colocando contra a parede e a beijou.

Com uma de suas mãos Rony segurava a cintura de Hermione a impulsionando para cima, e com a outra ele segurava seu rosto. Já Hermione estava pendurada em seu pescoço como sempre. Rony pedira passagem para aprofundar o beijo e Hermione a cedeu, ele a beijava calma e apaixonadamente como sempre, aproveitando cadê centímetro dos lábios rosados da garota. Rony mordera o lábio inferior de Hermione e ela passou a lhe dar vários selinhos e então eles ouviram um grito. O grito de Luna.

— AI, MEU DEUS! FINALMENTE! — Luna gritara ao vê-los aos beijos e em seguida largou o microfone e o dueto para trás e correu para abraçá-los.

Os momentos que se seguiram foram apenas de gritos e uma chuva de abraços que caíra em cima dos dois. Os amigos lhes deram um enorme abraço em grupo e passaram a pular em cima dos dois e só pararam porque Astória reclamara que haviam pisado no pé dela.

— Nem acredito que o Roniquinho desencalhou! — Neville dissera.

— Estamos orgulhosos da nossa princesa! — Harry completara.

— Por que vocês não vão cuidar da vida de vocês? — Rony dissera irritado com o apelido.

— Essa safada, não me conta mais nada! — Cedrico reclamara com Hermione.

— Vamos deixá-los sozinhos, ok? Vamos voltar para o karaokê! — Gina dissera e dera uma piscadela para os dois e relutantes os amigos voltaram para a sala.

— Está com vergonha? — Rony perguntara a Hermione que estava avermelhada.

— Um pouquinho, nossos amigos são um pouco escandalosos!

— Mas... — ele dera um passo para a frente.

— Mas... — ela o incentivou a continuar dando um passo para trás.

— Agora que eles sabem, significa que eu posso te beijar na frente deles? — ele deu mais um passo à frente e ela mais um para trás.

— Pode.

— E também posso te abraçar, te apertar, te pegar no colo? — ele disse a suspendendo, fazendo-a rir.

— Oras, fala como se já não fizesse isso o tempo inteiro!

Rony riu e logo a beijou. É claro que sempre que podia ele aproveitava para tirar uma "lasquinha" da garota, mas como é que iria se controlar tendo-a por perto? Ele era louco por ela e todos sabiam disso.

Hermione parara de beijá-lo e escondera seu rosto no pescoço dele envergonhada, pois seus amigos tinham voltado para abraçá-los e continuarem a gritaria.

— Vocês não vão nos deixar em paz, não? — Rony perguntara bravo no meio do abraço em grupo.

— Ah maninho, me desculpe! Mas vocês enrolaram tanto e são tão fofinhos juntos, eles querem ver! — Gina se justificara.

Rony lançara um olhar feio para a irmã, mas ele não durou muito tempo. Logo a carranca transformara-se em um sorriso e ele apertou o abraço em torno do corpo de Hermione. Aquele sem dúvidas era um momento inesquecível, o momento em que ele tinha o apoio de seus melhores amigos para ficar com a garota por quem se apaixonara.