:: Epílogo ::

O sol batia furtivamente na minha janela, era impressionante como Forks estava quente nessas últimas semanas, minha família – de vampiros – mal saíam de casa, e isso me incomodava. Tínhamos voltado pra Forks a 3 meses. Eu estava grávida a 4 meses e estava com cara de bolacha, não enxergava meus pés e eu ia explodir a qualquer momento.

Tudo na minha vida mudou por completo. Mudou pra melhor do que podia ficar. Quando voltamos para Forks, eu e Jake ganhamos um presente. Uma casa. Sim, sim. Eu e Jake estamos morando juntos e felizes, esperando pacientemente o nascimento do nosso bebê – cujo não sabemos o sexo devido a grossa camada da placenta.

Jake estava sendo simplesmente o melhor namorado possível, ele cuidava de mim como se eu fosse um tesouro frágil, e isso me incomodava as vezes. Eu ainda tenho meus genes vampíricos, mas ultimamente eu tenho comido bastante comida humana. O que era nojento, por que por conseqüência eu tinha que fazer necessidades fisiológicas, nojento. Mas era pelo meu chutador. Ele era forte.

Me levantei com dificuldade da cama e procurei por Jake, ele não estava em lugar nenhum. Fui para o banheiro. Me troquei e desci para a cozinha, Jake também não estava lá. Estranho. Abri a porta da geladeira e um papel caiu, me abaixei – com dificuldade- e peguei o papel, era um bilhete de  Jake:

“Bom dia razão da minha existência. Sabia que você ia direto pra geladeira, então... Bom esse bilhete é só pra dizer que não vou demorar, fui resolver um problema com Sam. Ao que parece Emily está grávida. Mas ainda não está confirmado. Estou fazendo uma ronda pra ele, chego antes do almoço. Beijos e te amo! Seu Jake.”

Jacob era impossível! Zombeteiro e implicante, mas eu o amava, fazer o que?!

Me surpreendi com a notícia, Emily poderia estar grávida. Sam deve mesmo estar nervoso. Jacob ficou uma usina nuclear quando soube, então Sam não deve estar muito atrás.

Coloquei o bilhete encima da bancada da cozinha e peguei um pedaço – nada pequeno – de bolo de chocolate. Minha comida humana favorita. Jake dizia que não era comida, era nutrição para os vermes. Nojento, eu não tinha vermes! Peguei meu pequeno pedaço de bolo e fui para a varanda da frente da casa. Estava mesmo um sol bem fraco, mas estava sol. Meu chutador deu sinal de vida, eu coloquei minhas mãos sobre meu ventre. Eu amava quando ele fazia isso.

Carlisle disse que daqui a uma ou duas semanas ele nasce. Meu bebê já estava sem espaço, ele cresce rápido igual a mim e a Jake. Em 4 meses ele já estava com 30 centímetros de comprimento. Ele vai puxar Jake.

Eu gosto de pensar que é uma menina, mas Jake insiste em dizer que vai ser menino. Ele diz que sabe o que é por que é coisa de lobo. Pateta. Eu queria uma menina, mas se fosse menino eu ia amar do mesmo jeito.

O vento mudou de direção e os pássaros pararam de cantar. Sorri, meus pais estavam vindo me ver. Minha casa fica em La Push. Não sei porque, mas eu queria morar em La Push, é como se alguma coisa me prendesse ali. Primeiro pensei que era por Jake, mas desconsiderei, por que aonde quer que eu fosse Jake estaria comigo. Então a razão ainda era desconhecida pra mim.

Terminei de comer meu bolo e coloquei o prato na janela. Meus pais saíram do meio das árvores e vieram de encontra à mim. Eu sorri. Minha mãe não estava se acostumando com a idéia de ser avó, mas meu pai estava tranqüilo. O que era bem interessante. Ele sabia de alguma coisa que ele fazia questão de esconder.             “Minha bebê” minha mãe falou me abraçando com delicadeza, seus braços frios me envolveram e logo meu pai estava me abraçando também.  

“Oi mãe, oi pai.” Eu sorri.  

“Como vocês está meu amor?” minha mãe me perguntou com seu sorriso brilhante e branco.  

“Bem, um bola.” Meu pai sorriu e passou a mão na minha barriga. Eu me arrepiei com seu toque, ele estava relativamente mais gelado. Minha temperatura tinha aumentado de 35° para 39° . Genes de lobo em ação.  

“Vamos entrar, vocês estão brilhando aqui fora.” Eu falei me virando para entrar em casa, pequei meu prato e fui pra a cozinha, com meus pais nos meus calcanhares.  

“Onde está Jake?” meu pai perguntou.  

“Foi a fazer a ronda no lugar de Sam, Emily acha que está grávida.” Eu falei terminando de lavar meu prato.  

“Que legal Nessie!” Minha mãe sorriu. Eu amava o jeito que ela sorria, era tão verdadeiro.  

“Então mais um lobo pra matilha?”  

“Acho que sim.” Eu disse simplesmente.  

“Oh, muito bem observado.” Meu pai falou eu nem eu e nem minha mãe entendemos nada.  

“O bebê falou que ele vai ter alguém pra brincar.” Meu pai disse me olhando, ele ‘ouvia’ meu chutador.  

“Esse bebê é tão inteligente quanto você era Renesmee.” Isso era bom.  

“Tomara que seja mais.”  

“Se ele puxar o pai, vai ser inteligente e bonito.” Me virei em direção a porta, Jake estava lá. Lindo, sem camisa e com um sorriso lindo no rosto.  

“Eu duvido muito da parte do bonito Jacob.” Meu pai provocou.  

“Você sabe que sou lindo Edward, até Bella me disse isso uma vez.” Essa me surpreendeu.  

“Eu ainda era humana Jake, meus olhos não era dos melhores.” Eu ri e Jake ficou de bico.  

“Eu te acho lindo, e isso é o que importa não é?” eu falei e ele sorriu, veio ao meu encontro e me beijou, meu pia bufou, nós dois rimos.  

“E ai com está esse muleque?” Jake falou se abaixando a altura da minha barriga e depositou um beijo.  

“Feliz.” Meu pai falou e eu sorri.  

“Você reconhecesse a voz do paizão é?” Jacob ficava tão fofo quando conversava com nosso filho.  

“Ele te ama.” Meu pai se pronunciou mais uma vez.  

“Eu também te amo filhão.”  

“Jake, você tem que para de falar como se o bebê fosse menino, ainda não sabemos o que é!”  eu disse cruzando os braços no peito.  

“Ness, você ainda não entendeu que vai ser menino?” teimoso.  

“Como você tem tanta certeza?” ele estava me deixando irritada.  

“Calma amor... coisa de lobo, já te disse!” convencido e chato, mas amo ele.  

“Cadê o resto do povo?” Jake perguntou pro meu pai, ele sempre vinham junto.  

“Caçando!” minha mãe falou.  

“E Seth?”  

“Na casa de Sue. Leah ainda não voltou. Ela sumiu.” Meu pai falou pensativo, Jake suspirou.  

“Garota teimosa. Ela que se ferre.” Jake disse emburrado. “Não é ela quem tem que ficar aquentando as lamúrias do irmão dela!”  

“Jake, não seja insensível!” eu falei e lhe dei um tapa no braço, o bebê chutou.  

“Caramba!” eu falei com a mão na minha barriga.  

“Ele não gosta quando vocês  brigam.” Meu pai falou e eu sorri.  

“Calma amor, não estamos brigando.” Eu falei com minha barriga.  

“É filhão. Ei! Você não acha que está na hora de sair daí não?” Jake falou indo em direção a cozinha.  

“Também acho. Ele está pesado.” Eu me sentei no sofá enorme da sala.  

“Filha, você ainda está com surtos de humanidade?” minha mãe perguntou risonha.  

“Acho que sim, comi metade do bolo que Emily trouxe pra mim ontem.” Eu falei rindo, meu pai fez uma cara engraçada.  

“Essa criança é um mistério!” meu pai disse pensando. “ele cresce rápido, deixa você mais humana, pensa e é muito inteligente. Surpreendente!” meu pai concluiu sorrindo.  

“Ele teve a quem puxar Edward. Eu!” Jacob convencido.  

“Não vou discutir.” Jacob riu e se sentou ao meu lado com o outro pedaço de bolo.  

Passamos a tarde conversando. Sam confirmou que Emily está grávida. Jake disse que Sam ta pulando de felicidade. Isso era bom, mais um bebê na reserva.

Certo dia eu estava tentando imaginar como seria meu filho com Jake. Se fosse menina, queria que fosse branquinha e de cabelos negros com os olhos de Jake. Se fosse menino, eu queria que fosse a xérox do Jake. Eu estava realmente feliz com minha família quase completa. Faltava pouco pra tudo ficar perfeito. Pensando nisso eu cochilei.             “Nessie. Nessie.” Jake entrou correndo no quarto quase quebrando a porta. Eu levei um susto.  

“Que foi?” ele estava eufórico.  

“Você ta bem? O bebê ta bem?” eu perguntava me apalpando, verificando se estava tudo no lugar.  

“Eu to ótima Jake. O que ta acontecendo?” eu não estava entendendo nada.  

“Alice é o que aconteceu, aquela baixinha maluca falou que você ia dar a luz!” arregalei os olhos pra Jake e passei a mão no meu chutador. Eu não sentia dor nenhuma.  

“Alice está tendo interferência, eu não vou dar a luz hoje Jake.” A cara que ele fez foi tão engraçada que eu caí na gargalhada.  

“Amor, não fica assim. Ele já vai nascer logo ok. Me da um beijo vai.” Ele sorriu um pouco e selou nossos lábios.  

Depois desse susto desnecessário, Alice ligou de novo. Ela estava tendo um grave problema com suas visões. Isso era preocupante, mas nada demais. Adormeci como sempre, nos braços de Jake. Era meu porto seguro. Meu cantinho feliz.

La Push tinha um ar diferente. Uma magia diferente. Eu me sentia no lugar certo. Me sentia completa.

Jacob Black

Eu estava ansioso demais, chato demais, protetor demais. Efeitos colaterais de quando sua mulher está grávida. Nunca me imaginei assim, mas cá estou eu. Andando igual um maluco na cozinha com um copo de água que já estava quase quebrado na minha mão grande. Tudo isso por que Nessie entrou em trabalho de parto nessa exata noite. Meu filhão ia nascer, meu herdeiro.             “Força Renesmee, assim ele vai sufocar!” valeu Alice, assim você me tranqüiliza muito.

O parto estava tendo problemas, por que Nessie é metade vampira, e o nosso filho é quase humano. Ele não tinha forças pra sair sozinho. Carlisle estava caçando e não tinha tempo dele chegar aqui, Alice veio quando Nessie sentiu as primeiras contrações.  Edward estava fazendo o parto de sua filha.             “Jacob, trás mais toalhas.” Bella estava tão nervosa quanto eu, mas estava lá ajudando no parto.

Deixei o copo encima da bancada e pequei mais toalhas no armário do banheiro. Eu estava mais atrapalhado do que posso me lembrar de um dia ter sido. Tropecei três vezes a caminho do quarto. Ser pai está mexendo com meu equilíbrio e metabolismo idiota.

            “Mais uma vez filha.” Edward falou e Nessie guinchou de dor. Um silêncio enorme se instalou no quarto, mas foi logo quebrado por um choro de criança. Choro do meu filho que acabara de nascer.

Larguei as toalhas no chão e fui pra perto de Nessie. Ela estava suada e horrível, mas estava com um sorriso enorme no rosto.  

“Você está horrível.” Eu falei e ela sorriu mais.  

“Não tanto quanto você.” Verdade, eu estava um bagaço em pessoa.  

“Quem vai pegar ele primeiro?” Alice falou sorrindo para a criança em seus braços.  

“Eu.” Nessie falou e eu beijei seus cabelos ensopados de suor.  

Alice veio até nós e entregou o bebê. Ele estava enrolado em uma toalha que um dia foi branca. Mas ele estava limpinho, dava pra perceber seu tom de pele amarronzado claro e seus cabelos negros e lisos. Ele estava de olhos fechados. Nessie se debulhava em lágrimas, e eu também.             “Já sabem que nome vai dar pro meu neto?” Edward falou enquanto nos observava abraçado com Bella.  

“É um menino Nessie, eu falei!” se eu quisesse, eu estaria pulando agora.  

“É que eu sempre via uma menina em meus sonhos, então pensei que poderia ser menina. Mas ele é sua cara Jake, ele é lindo!” ela selou seus lábios com os meus. Eu sorri.  

“Que nome vamos por Ness?” eu não parei pra pensar muito nisso. Eu não tinha idéia de que nome dar pro meu filho. Nessie sorriu.  

“Bom nome.” Edward disse e eu o olhei.  

“Isac Cullen Black, bem vindo ao mundo.” Nessie falou ainda contemplando nosso filho. Bom nome, como Edward disse. Eu gostei.  

“Jake, pegue ele.” Nessie falou em um tom meio embargado e confuso. Peguei meu filho, meu Isac e me afastei de Nessie.  

“Pai. Preciso caçar.” Nessie esta de pé, sua camisola machada de sangue.  

“Você já está bem pra ir filha?” Bella roubou minha pergunta.  

“Perfeitamente, metade vampira lembra?” ela sorriu e pulou a janela, Bella e Edward a seguiram.

Alice já tinha arrumado o nosso quarto e eu ainda estava com Isac em meu colo. Ele parecia estar com fome. Alice o pegou e lhe deu banho, ele continuava dormindo, tranqüilo, ele puxou Nessie. Ele era mesmo um pouco parecido comigo, mas tinhas muitas feições de Nessie.

Tomei meu banho rápido, eu não queria perder nenhum momento com meu filho. Alice estava com ele sentada na sala. Ele parecia não se importar com a temperatura fria demais. Na verdade, sua temperatura era a de um humano. Ele poderia ser totalmente humano, mas isso nós não sabemos ainda.

Peguei meu Isac, e sentei no sofá o deitando em minhas pernas. Ele era grande, mas parecia frágil demais. Ele abriu os olhos bem devagar, seus olhos eram negros e grandes, expressivos igual aos de Nessie. Segurei sua mãozinha e ele sorriu, um sorriso brilhante de dentes perfeitos. Ele não era completamente humano, disso eu tinha certeza agora.

Nessie chegou um pouco depois, ela ainda estava emocionada. Edward e Bella foram embora e Alice também. Eu e Nessie não queríamos nos separar do nosso pequeno mistério. Nós três dormimos na mesma cama. Nessie estava bem cansada e eu também, e ao que parece Isac era preguiçoso. Mal acordou e já dormiu de novo. Mas isso não importava, ele estava bem e saudável, isso é o que importa.