Silver escrita por Isabelle


Capítulo 31
Capítulo 30 – Charlie


Notas iniciais do capítulo

Vem, vamos viver juntos e velozes
Vem, vamos rodar no salão do mundo
Nossa vida vai dizer o que mais importa
Hoje é dia de dizer que o amor convém
— Los Porongas



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Meu rosto estava prensado contra a cama de Alex, e o seu cheiro adentrava meus pulmões, brincava com minha extensão, e era jogado para fora junto com o gás carbono. Minha mão dançava brincando com o lençol enquanto as lágrimas molhavam meus olhos, mesmo que eu tivesse repetido mil vezes que eu não deveria chorar, que por nenhum motivo eu deveria chorar, porém, não era isso que meu cérebro captava, e como se ele não soubesse, ficava me mandando uma cena que eu queria poder deletar de mim, do meu coração, da minha alma, contudo ela já tinha me manchado profundamente, e agora meu cérebro tinha achado divertido torná-la minha memória mais utilizada.

Girei meu corpo ficando de barriga para cima, e as lágrimas desceram em um sentido diferente, percorrendo o caminho das minhas têmporas e molhando meu cabelo que gritava por uma tintura nova. Coloquei as mãos cruzadas em cima de minha barriga, e senti ela subindo e descendo junto com minha respiração. Meu coração não me permitia sentar. Estava muito pesado para aguentá-lo em qualquer posição que envolvesse ficar em pé. Eu queria gritar comigo mesma por me encontrar em uma posição como aquela. De novo. Só que dessa vez, mesmo que tivesse sido por muito menos tempo, doía em uma intensidade que nunca havia doido. Era como se o ar de meus pulmões tivessem sido retirados, e substituídos por um falso ar, que preenchia meus pulmões e mesmo assim, parecia que estava vazio.

Alex fez a cama se movimentar ao sentar-se nela. Seus olhos ficavam me fitando da mesma forma, e eu apenas fingia que ele não estava ali fazendo aquilo. Era muito mais fácil fingir que ele não estava ali, do que conversar sobre o assunto de ter encontrado Wade alguns dias antes. Eu não queria falar sobre o fato que seu corpo tinha estado grudado ao meu, e isso fez meu coração machucado doer. Não queria falar sobre os olhos castanhos que repousaram o meu, e fizeram por alguns segundos o tempo nublado ganhar uma certa cor.

— Charlie…

Foquei no teto. Ele era totalmente branco, sem nenhum risco ou trincado. Era simples, mas os detalhes do gesso em suas arestas o deixava com um ar mais sofisticado. Para ser sincera, todo o apartamento de Alex o deixava com um ar sofisticado que eu nunca mesmo ousei associar a ele. Quando meus olhos o encontrava eu não imaginava aqueles moveis todos impecáveis, com uma limpeza mais impecável ainda. Eu imaginava uma bagunça a sua maneira, mas tudo era extraordinariamente organizado. Desde suas roupas, até os talheres em suas gavetas.

— Eu fui tão idiota.

Levantei o braço que podia, enquanto sentia o outro pesando, e o bati em minha testa levemente. Tracei uma linha de pensamento até minhas próximas palavras, mas não sabia exatamente como deixá-las saírem de meus lábios. Seria admitir que tinha sido completamente estúpida, contudo, tinha em mente que para superar toda aquela confusão, aceitação deveria ser o primeiro passo. Só precisava controlar minha respiração, antes de deixar aquilo realmente se fixar em mim.

— Deixei André e Wade me bagunçarem, e ficarem presos em mim, no meu estômago junto com as borboletas e agora…

Mordeu o lábio inferior sem saber como continuar.

— O que? — Alex soltou o ar em surpresa. — Alex e André estão presos no seu estômago junto com um exercito de borboletas?

Olhos intolerantes focaram nos dele.

— Não tenho permissão para fazer piadas em momentos como esses?

— Tem permissão total para me levar no médico e eu finalmente me livrar dessa coisa.

— Seu desejo é uma ordem, querida.

— Alex? — Soltei um ar tão pesado do meu peito que quase senti a magoa ir embora.

— Sim, querida?

— Obrigada por tudo isso. — Olhei envolta. — Está sendo tão… ainda mais porque sei da sua proximidade com Wade, e mesmo assim continua aqui comigo.

— Wade foi um idiota, e está sendo um idiota, só espero que ele não perceba isso tarde demais.

Afirmei com a cabeça, e umedeci meus lábios.

Alex me ajudou a levantar, e meu corpo fora jogado novamente em uma realidade acima do comum. Uma chuva forte caia no mundo real, e eu estava feliz por estar escondida dentro do apartamento de Alex sem nenhuma possibilidade de ser alcançada. Não tinha ido na faculdade nenhum dos dois dias daquele começo de semana, e infelizmente, por mais que eu quisesse ficar escondida ali dentro, sabia que não poderia. Eu teria que encarar a realidade, e finalmente aceitar o fato que Wade era meu professor, e mesmo que eu tivesse um passado um tanto recente com ele, teria que enfrentá-lo com naturalidade, e não com aquele rancor ridículo no peito. Já fazia um mês desde o acidente, desde que ele havia ido embora, e desaparecido com o Wade que eu conhecia, e por mais que fosse doloroso, eu precisava seguir em frente.

Estiquei o corpo, e me joguei para dentro do carro, observando o estacionamento com a mesma inveja que sempre me predominaria. Todos os carros eram severamente cuidados naquele condomínio, e todas as vezes que eu o adentrava ficava imaginando o que Alex fazia da vida para conseguir manter um estilo de vida daquela forma. Nunca ousei perguntar. A realidade era que, mesmo que Alex e eu tivéssemos passando muito mais tempo junto desde então, parecia que sua vida ainda era mantida a sete chaves. Como se por um acaso ele começasse a falar sobre si mesmo, falaria coisas que não deveria, e isso fosse de alguma forma muito ruim.

Puxei minha bolsa, que estava jogada no banco traseiro do seu carro, com o braço bom, e a joguei em meus pés. Alex locomoveu o carro por entre as ruas, até o hospital, onde tudo ocorreu normalmente. Senti uma liberdade comovente de mim quando pude mexer meu braço novamente, poderia chorar de alegria, se eu não me sentisse tão estúpida por aquela noite ridícula em que eu passei um pouco dos limites, e agora até mesmo liberta, tinha que mover o braço com o maior cuidado possível.

Antes de me levar para a faculdade, Alex resolveu voltar para seu apartamento para que pudéssemos comer alguma coisa. Sugeri que passássemos em algo drive-thru, mas ele apenas revirou os olhos afirmando que aquilo não era comida. Poderia rir bem na sua cara, se sua expressão não fosse tão convicta.

Algumas bandejas com todo o tipo de comida fora entregue no apartamento no momento em que nós nos sentamos em seu sofá. Eu adorava deleitar meus olhos sobre a sala imensa, enquanto Alex se focava fazendo qualquer outra coisa, como naquele momento, ao buscar a comida. Deixava que minha imaginação dançasse por seus lugares mais distintos para tentar imaginar como Alex poderia ser tão meticuloso sobre suas coisas, e minha ficha nunca, nem por um segundo havia caído.

— Você pode comer todas esses troços…

— Troços? — Indignação na minha voz. — Alex está me mimando muito, você sabe disso?

Revirou os olhos, e me fez um cara de desaprovação.

— Só não coma tudo enquanto eu tomo um banho, por favor. — Disse, indo para o banheiro.

Uma risada caiu dos meus lábios quando cogitei aquela ideia, mas apenas me foquei naquela frase, enquanto me aproveitava de todos os alimentos contidos naquela bandeja bem ao meu alcance. Se estivesse na biblioteca aquele dia, o máximo que conseguiria comer seria bolachas velhas e emborrachadas, com um café que nesta hora já estaria frio para acompanhar.

O telefone de Alex começou a discorrer suas melodias incessantes enquanto ele ainda estava enfiado dentro do banheiro. A melodia que tocava deveria ser alguma música do The Cure, mas eu não estava concentrada o bastante para me lembrar o seu nome, porém, tinha certeza que já havia escutado, pois até mesmo a banda que morava dois andares acima de mim já havia tocado em seus ensaios que me preenchiam de dor de cabeça nas noites em que eu só queria simplesmente me jogar na cama e dormir, enquanto eles pareciam bem felizes em continuar tocando.

Virei meu corpo de lado, e fiquei observando o celular insistente com a boca preenchida por comida.

— Alex, seu celular está tocando. — Gritei.

Ninguém pareceu me escutar.

Bufei em desagrado, e ergui a mão, e apanhei o aparelho que não ficava em silêncio. Abri sua tela, e observei o nome “Amor” no contato. Olhei para a porta do banheiro e Alex ainda parecia não querer sair dali tão cedo, então apenas apertei o botão de atender.

— Amor? — Uma voz masculina soou do outro lado da linha.

Minha garganta se fechou por um momento.

— Ahn, não, aqui é a Charlie, amiga do Alex. — Mordi meu lábio.

A porta do banheiro de abriu lentamente, e Alex manteve um olhar no chão ao vir até mim, com uma vergonha no rosto que eu não compreendia aonde ele havia a encontrado.

— Oh, me desculpe, acho que liguei errado. — E a chamada teve fim.

Fechei a tela do celular e olhei para Alex. Seus olhos ainda estavam focados em seus próprios pés, e eu tentei telepaticamente dizer para que ele olhasse para mim, mesmo assim, ele não o fez. Suas bochechas pareciam estar sendo tomadas por um rubor eterno, e podia jurar que haviam lagrimas ameaçando descer pelos seus olhos.

Procurei as palavras certas para dizer, mas não sabia como iniciar aquela conversa. Queria que ele entendesse que não tinha motivo nenhum para ficar com todo aquele rubor em seu rosto, mesmo assim, ele parecia tomado por uma dor, que eu queria poder tirar dele.

— Por que não contou para ninguém? — Minha voz saiu falhada da garganta.

Deu de ombros, e se sentou no sofá, ainda sem olhar para mim.

— Alex, por que você… Gabi e… todas as meninas que você já ficou, por que simplesmente… por que não contou?

— Você ainda quer que eu te leve para a faculdade? — A voz saiu rouca.

— Alex…

Ergui meu corpo, e me sentei ao seu lado prendendo meu braço junto ao seu e deitando minha cabeça sobre seu ombro. Seus cotovelos estavam apoiados em suas coxas, e as mãos cruzadas em cima de seus lábios. Olhos focados retamente, ameaçando a qualquer momento desabar as lágrimas; Meu coração doía por ele, e eu não sabia mais como passar a força que eu estava sentindo para ele. Depositei um beijo em seu braço e esperei qualquer palavra sair de seus lábios, mas ele simplesmente permanecia em silencio.

— Wade sabe disso?

Negou levemente com a cabeça.

— Porque… você sabe. — Os olhos dele cruzaram os meus pela primeira vez. Definidamente ele estava prestes a chorar. — Eles não compreendem. Eles… — Lagrimas escorrendo dos seus olhos. — Eu tenho medo que simplesmente se afastem porque…

— Eu sei. — Soltei um suspiro, e foquei seus olhos nos meus. — Eu estou cansada destas pessoas, sabe? Que determinam quem você deve amar, ou quem você deve ser. Você é uma pessoa maravilhosa, Alex, a melhor pessoa que eu conheço. Meu melhor amigo. Nada no mundo faria isso ser diferente, e tenho certeza que para Wade também não. — Brinquei com meus dedos em sua pele. — Mas você não tem que se preocupar com o que vão achar de você, Alex. Esse é você, e você não tem o menor direito de sentir vergonha disso, porque não é um motivo para se ter vergonha. Essa pessoa é quem você é. É o que você sente. É isso que está dentro de você, e é maravilhoso. Esconder isso não vai magoar as pessoas aqui de fora, porque que se foda todas elas, e para o que elas pensam, mas vai magoar você. Vai magoar esse seu coração que não cabe dentro do peito, e isso meu amigo, eu não desejaria nem para meu pior inimigo. Não posso aguentar você cometer essa violência consigo mesmo.

Os seus olhos vermelhos por conta das lágrimas estavam focados em mim, e seu coração estava tão acelerado que tinha medo que a qualquer momento Alex simplesmente explodisse.

— Amar não deveria ser uma coisa errada, Alex. Não deveria ser momento algum um momento de vergonha.

Os lábios dele se juntaram em um só, e

— Me desculpe. — A frase socou meu coração.

— O que? — Lagrimas começaram a descer de meus olhos. — Você que tem que me desculpar, por ter te colocado no meio dessa merda, Alex, fui tão egoísta com meus problemas com Wade, que nem ao menos vi o quanto você está sofrendo.

— Não é culpa sua. — Sua voz estava mais leve. — Eu não queria que ninguém soubesse, ainda não quero, se tiver como não contar para ninguém ainda, Charlie...

— Mas, Alex, eu não acho..

— Não quero que ninguém saiba ainda, quero que descubram de outra maneira, e preciso que você me ajude.

— Claro, é, nossa, sim, não vou contar para ninguém, Alex, de verdade, se é isso que você quer.

Segurei sua mão na minha, e ele assentiu com a cabeça.

— Tudo bem, vamos te levar para a faculdade.

Um desanimo repentino bateu em mim, e joguei meu corpo o espalhando pelo sofá onde eu queria ficar deitada por um longo tempo. Minha cabeça pendeu para trás, e Alex soltou uma risada falha, ainda com os olhos marejados. Respirei tão profundamente que consegui escutar minha respiração, enquanto Alex tentava puxar meus braços, num processo de me reanimar.

— Suas primeiras aulas de quarta-feira também são com Wade?

— Por alguma piada desse grande universo, sim, elas são. — Olhei no relogio em meu celular. — E eu estou atrasada, vai ser ótimo chegar na sala.

Ergui meu corpo, e Alex tombou a cabeça.

— Mas eu definidamente cansei desse draminha, não estou nem a ponto de conseguir voltar a ser sua amiga normalmente, ou voltar a ter qualquer coisa com ele, mas cansei de nem na minha própria faculdade ter paz, então, eu vou tentar entrar com uma nova disposição na sala de aula.

— Não de falsas esperanças para o garoto. — Alex brincou.

— Nem se eu quisesse. — Dei uma risada.

Coloquei minha bolsa em meu braço que antes estava enfaixado, e senti uma leveza na alma por conseguir movê-lo sem ser barrada por uma camada gigante de gesso. Sorri para Alex ao me sentar ao seu lado no carro, e apertei o botão do rádio, dando de ombros ao escutar a melodia desconhecida que começou a tocar.

O carro fora se locomovendo por entre as ruas até que em uma distancia razoável eu já conseguisse ver a extensão da minha faculdade. Passei a mão no rosto levemente, tentando jogar todas aquelas coisas ruins de dentro de mim fora, e dei um beijo leve da bochecha de Alex antes de sair do carro. Seus olhos se reviraram quando eu o fiz, mas, mesmo assim, apenas tombei a cabeça, soltei um murmúrio e segui meu caminho por entre os corredores que não estavam infestados de pessoas.

Conversar com Alex havia tomado uma parte de meu tempo, mas não tinha o menor problema com aquilo. Ainda tinha muitas coisas para falar para ele, contudo, precisaria de um momento menos tumultuado. Talvez no sábado eu tivesse mais tempo para contar para ele algumas coisas, e entender outras coisas sobre o que ele sentia no coração. Sabia que a vergonha o predominava e queria afastá-la dele. Não tinha nada de errado com ele. Não era errado ser como ele. Queria que toda a sociedade simplesmente entendesse isso, e deixasse as pessoas abrirem seu coração para quem diabos elas quisessem. Não conseguia nem por alguns segundos entender o que se passava na cabeça de pessoas que são “intolerantes”.

Passei pelo bloco que estava por algum motivo meio desativado, e travei um olhar com uma das salas vazias. Ela tinha um tamanho perfeito, e me lembrava muito quando Wade havia me levado para a sala que tinha as paredes preenchidas por frases. Meu coração doeu um pouco ao lembrar disso, mas apenas joguei as memórias para longe.

A porta da sala estava fechada, e eu realmente não conseguia acreditar em meus olhos ao vê-la assim. Ela nunca estava fechada, por que diabos no único dia que eu havia inventado de chegar atrasada, ela tinha que estar fechada? Já conseguia visualizar os olhares de todos caindo sobre mim. Não queria nem pensar na possibilidade, então me foquei no nada, ao deixar minha mão encontrar a maçaneta da porta.

O olhar de todos caiu sobre mim como se todos estivessem compartilhando um segredo. Travei um olhar com o de Wade, que abriu um sorriso tão leve que seus ombros até caíram. Ele estava mais como ele aquele dia. Seu corpo não fedia a álcool como tinha fedido nas outras aulas, e a barba que estava quase criando vida em seu rosto, parecia ter sido podada, ao menos para um tamanho bom. Olhei para todos que começaram a rir, e fiz uma cara de quem não estava entendendo nada, porque realmente, eu não tinha ideia do que estava acontecendo ali.

— Me desculpe. — Deixei as palavras saírem dos meus lábios enquanto seguia o caminho para meu lugar. — Mas o que está acontecendo?

— Não querem nos deixar utilizar a sala que Wade havia dito em que faríamos o trabalho.

— Entendi, mas eu acho que a vida pode ter me dado uma solução. — Me sentei, e todos os olhos pareciam cair em mim.

Olhei para Wade com uma confiança pura e total, e não pensei em desviar o olhar. Eu era muito mais forte que uma paixão que não havia dado certo, e mesmo que doesse, não iria me deixar abater por aquilo. Não mesmo.

— O bloco desativado, tem uma sala perfeita, o que precisaríamos fazer era comprar alguns troços de tinta para poder, sei lá, tampar as manchas de infiltração, e até o lodo que cresceu na parede, mas tirando isso, acho que seria um bom lugar.

As pessoas trocaram olhares uma com as outras, e um tumulto de vozes cresceu por entre a sala, mas meu olhar continuou preso no de Wade que deixou seu sorriso de canto de lábio florescer tão facilmente. Senti um peso no coração quando ele começou a acelerar, mas sorri de volta, tentando não demonstrar o quanto ele me afetava, levantando os ombros em uma demonstração de que não era nada.

Não queria deixar que meus sentimentos estivessem tão expostos de novo, mas estava disposta a parar de fingir que Wade não existia. Aquele teatro já tinha me cansado, e se ele fosse ser meu professor por aqueles últimos meses, além de ser meu vizinho por um longo tempo, eu precisava mesmo aprender a lidar com toda aquela situação, e sabia que naquele dia, o que eu tinha feito, havia sido um ótimo começo para aprender a controlar meus sentimentos que brigavam dentro de mim. Eu precisava somente de mais algum tempo para organizar todas as gavetas que ele havia bagunçado, por cima de uma outra bagunça que eu nem ao menos havia concluído. Sabia que não tinha sido certo colocá-lo em meu coração daquela forma, mas, mesmo assim, estava pronta para lidar com o que estivesse me aguardando. Só precisava garantir que aquele sorriso ou aqueles olhos não brincassem com meu coração daquela forma tão fácil.

 


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