Silver escrita por Isabelle


Capítulo 24
Capítulo 23 – Charlie


Notas iniciais do capítulo

"Anjos enviados lá de cima
Sabe que faz meu mundo brilhar
Quando eu estava para baixo, quando estava machucado
Você veio para me levantar"
— Coldplay



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— Eu procurei em um desses sitezinhos, sabe? — Erica sussurrou para Dani de uma forma bem indiscreta, enquanto Wade passava alguns exercícios no quadro. — Aparentemente, relação de aluno e professor não é proibido, é difícil, mas não proibido.

Dani abriu um sorriso convencido para ela e tentei contar todos os números que eu pudesse naquele momento para não ousar abrir a boca sobre nada. Minha mão tremia enquanto eu segurava a caneta, mas eu apenas mantive meus olhos nas costas de Wade enquanto focava no pensamento que não tinha nada a temer. Ela só tinha uma paixãozinha por ele, não era nada mais do que isso, eu poderia lidar com aquilo. Era uma adulta. Wade e eu sabíamos resolver problemas como aquele.

Dani tinha passado a semana toda me provocando, e ainda era quinta-feira. Minhas mãos tremiam em vontade de poder bater nela, mas após horas e horas desabafando com Alex, Jessica, e Wade, tudo parecia simplesmente desaparecer, até o outro dia em que ela retomava as briguinhas todas de novo.

— Bem, esses são os exercícios que eu gostaria que você fizessem e me entregassem hoje, mas como eu enrolei hoje falando sobre o José Saramago, então… — Olhou no relógio em seu celular. — É, já tá na hora, podem sair.

Ele abriu um sorriso, e trocou um olhar comigo. Meus olhos encontraram o dele rapidamente, e se locomoveram para meus cadernos que estava espalhado pela mesa. Tentei o máximo não ruborizar, mas não tinha possibilidade, respirei fundo, e comecei a organizar meus cadernos dentro da bolsa.

Erica e Dani saíram conversando, enquanto eu ainda terminava de arrumar meus materiais Queria simplesmente poder ignorar a presença das duas, mas parecia ser uma tarefa completamente impossível.

— Charlote? — A voz de Wade rompeu, levantei a cabeça. — Preciso falar sobre seu trabalho com você.

— Oh, claro. — Me levantei e vi as últimas pessoas deixando a sala.

Dei um leve sorriso para Bruna que me encarou ansiosa antes de sair da sala, e ela retribuiu. Ela sentava ao meu lado, e as vezes conversávamos já que tinha me isolado das pessoas que um dia eu chamei de amigas.

— Algum problema? — Eu puxei uma cadeira para perto dele. — Eu sei que não ficou bom, mas eu escrevi sem tempo na biblioteca, com a Jessie me falando sobre…

— Ei, calma. — Outro sorriso, e um toque leve na minha mão antes de pegar o trabalho e me entregar.

Meus olhos pararam na nota, e ficaram travados bem ali. Minha mão começou a suar, e eu movimentei meus olhos para Wade que me estudava com atenção. Abri um sorriso gigante, e coloquei a mão na boca para tampá-lo.

— Espera, você não me deu isso só…

— Não, nunca, imagina. — Os olhos dele pareceram assustados.

— Oh meu Deus, Wade. — Quis abraçar aquele trabalho.

— Eu estava pensando que você poderia desenvolver o começo da sua monografia com uma introdução parecida, você soube ser tão atenta as normas, e discorreu tão precisamente e bem, amor, que… — Ele não deveria me chamar daquilo quando qualquer um poderia entrar na sala, mas eu não me importava. — Você escreve muito bem, tem isso em seu favor para fazer sua monografia. Além de que você soube usar as citações, e, realmente, estou tão orgulhoso, nem um pouco surpreso porque sabia que você era capaz disso.

— Você acha? — Meus olhos focaram nos dele.

— Olha, sei que quer focar na literatura brasileira, e abranger ela, contudo, você pode começar trazendo esse percurso que você usou para mostrar a influencia da portuguesa. Sei que tem que ser algo novo, mas eu tenho certeza que vai se sair muito bem.

— Eu estava pensando em uma introdução mais detalhada, e trazer mais pra histórias infantis sabe? Eu não sei, eu to muito insegura ainda sobre tudo isso, mas eu quero focar em algo legal que de um trabalho que eu realmente ache legal para levar em uma pós e até um mestrado.

— Sua cabeça vai longe, e eu tenho toda fé nisso. — O olhar dele fazia meu coração parar.

— Tudo bem, agora vou para o intervalo.

— Tudo bem, também vou.

Pegou suas coisas da mesa já organizadas na bolsa e a colocou no ombro. Sua mãos deslizou lentamente pelo meu rosto, tentei não ruborizar, mas a presença dele já fazia isso comigo. Pensei que quando me acostumasse com ele isso pararia de acontecer. Contudo minhas mãos ainda tremiam, e meu coração batia muito forte. Queria que nunca tivesse fim.

Dani e Erica estavam paradas ao lado de várias meninas que costumavam ser minhas amigas junto com André, Gui e outros garotos bem na porta para passar pela passarela para ir para o outro bloco. Wade virou a esquerda e desceu pelas escadas do nosso bloco que descia diretamente no refeitório, mas eu não gostava delas, preferia ir ao outro lado para descer logo na pracinha e encontrar Jessica que sempre estava me esperando, contudo, naquele momento fiquei tentada a mudar minha rota se não fosse o fato de eu saber que elas ficariam comentando, e me pirraçando sobre o fato de eu ainda gostar de André. O que, felizmente não era nenhum pouco verdade. Então, respirei profundamente, e abaixei a cabeça indo reto.

Meus olhos não cruzaram com todos eles até eu chegar próxima a porta, e Dani me parar.

— Ei, Charlie. — Ela falou.

Eu ficava impressionada em como ela conseguia ser tão bonita por fora, e ao mesmo tempo tão horrível por dentro. Os olhos amêndoas ficaram dançando por cima de mim, enquanto sua cabeça tombou para o lado como se ela estivesse lendo meus pensamentos. Sua mão foi para sua cintura, e quando ela o fez o casaco cinza que tinha um corte menor na frente e mais longo atrás se movimentou. Observei sua roupa, e ela estava usando somente uma blusa branca e um short jeans meio rasgado, mas, mesmo assim, conseguia ficar deslumbrante. Eu realmente não entendia.

Fiquei arrependida mortalmente de ter pegado aquele caminho.

— Ei. — Acenei a mão levemente, encarando todos eles, e após isso me virei para sair, mas a mão de Dani prendeu em meu braço.

— Sabe…

Ela alinhou aquela cara cínica em um sorriso, e me analisou de cima a baixo. Sabia que aquilo me deixava desconfortável. Por algum motivo um medo frio passou por entre meu peito. Estava começando a achar que ela poderia saber qualquer coisa sobre mim e Wade, quando ela abriu aquela boca mais uma vez, mas desta vez para me surpreender mais do que eu achava que poderia ser surpreendida depois que tudo que ela e André haviam feito.

— André sente sua falta, não sente, André? — Revirou os olhos.

Não entendi o que estava fazendo e não queria ficar ali para entender.

— Bem… legal?

Assenti com a cabeça, e tentei sair novamente, mas ela ainda mantinha as mãos presas em meu braço. Troquei um olhar com Guilherme que parecia tão confuso quanto eu estava, e quase gritei por socorro. Ele era a única pessoa dentre todas aquelas ali que eu realmente teria alguma confiança.

— Oh, Charlezinha, não precisa ficar tão tímida, nós todos já fomos seus amigos aqui, sabemos que você também sente saudade dele. — Olhou para todo o grupo rindo, mas ninguém ria, todos estavam tensos.

— Além de fingir que é minha amiga e fuder com meu namorado pelas minhas costas, você quer me humilhar na frente de todas essas pessoas? — Bati uma palma, soltando uma risada falsa.

Os olhos dela cravaram em mim tensos.

— Oh, então vamos brincar de humilhar as pessoas, bem, pra quem não sabe, Dani e André, esses dois aqui — apontei para eles, e as pessoas que iam passando paravam para nos observar, mas eu estava cansada daquilo. Cansada dela achar que poderia fazer aquilo comigo. — Fodiam a mais de anos, até mesmo quando estávamos namorando. Para ser mais exata, eles pararam quando começamos a namorar, mas na noite em que minha irmã morreu, ele achou engraçado voltar a transar com ela enquanto eu estava no hospital desesperada e chorando. Então, se você ainda não entendeu Dani, eu não sinto a falta dele. Para ser mais sincera, vocês poderiam transar em cima da minha mesa enquanto eu estou prestando atenção na aula que eu não ligaria. — Sorri para eles, e somente Gui me olhava com um sorriso no rosto. — Então Dani, se ele sente minha falta não é problema meu, se você quer humilhar alguém, escolha uma pessoa que não esteja saturada das suas mentirinhas.

Soltei os ombros pesados, e virei para ir embora.

— Mas, o que? — A voz de Amanda soava mais alta do que de costume. — Dani tinha dito para a gente que André tentava terminar com você há anos, mas você ameaçava ele.

— Eu fazia o que? — Tenho certeza que tinha ódio transparecendo nos meus olhos.

Minha cabeça começou a raciocinar, e tudo fez mais sentido em um minuto.

— Oh meu Deus, você ameaçou ele, não ameaçou? — Tapei minha boca para não rir. — Ameaçou ele que se terminasse não terminasse comigo, você contaria para mim do casinho de vocês, que tinha começado na noite em que Mallu morreu. Oh meu Deus, como tudo faz sentido. Por isso você veio contar para mim aquela noite, por isso trouxe essa memória terrível para mim.

Todos olharam para Dani com olhar de repudio, e eu me senti brevemente culpada. Não queria falar daquela forma, mas eu estava fora de controle. Queria que ela parasse com as provocações estúpidas e sem sentido que ela fazia no meio da aula. Havia cansado de ser o seu brinquedinho. Não queria mais ser motivo de chacota.

— Não acredito que fez isso. — Manu, uma garota loira, que namorava Rafa que estava parada ao seu lado, contestou-a, ela tinha um tipo de dor no olhar, como se me entendesse. — Eu realmente não acredito que tentou jogar todas nós contra a Charlie, quantos anos você tem? Acha que está num seriado americano?

— Eu… — Dani olhou para André como pedisse ajuda, mas ele parecia tão perdido quanto ela.

— Venha, Charlie, vamos te pagar uma pipoca como pedido de desculpa. — Rafa falou dessa vez, prendendo o cabelo em um coque enquanto ia até mim. — Eu realmente sinto muito por termos te ignorado.

— Um pipoca parece o preço certo.

Ela sorriu para mim, me senti mais acolhida.

Nunca tinha sido próxima o bastante delas, mas nos outros anos havia passado meus intervalos todos com elas, e até mesmo saído com elas. Eu sabia segredos, e elas sabiam os meus, mas nunca haviam chegado a realmente sermos amigas. Agora eu realmente achava que aquilo tinha mudado, e tudo porque Dani tinha achado engraçado me transformar em motivo de chacota para suas amigas. É, acho que ela não esperava aquilo.

A única que não veio com a gente fora Erica. Ela olhou para mim como se estivesse se desculpando, mas eu sabia que Dani era sua melhor amiga. Era como Gabi. Mesmo que eu estivesse extremamente errada, ela não iria me abandonar para vir atrás da menina com que eu havia brigado, e sim ficaria parada me abraçando, enquanto todos os outros se afastavam de mim. Troquei um sorriso com ela, mas prossegui.

Jessica nos encontrou quando descíamos a escada. Olhou para todas aquelas pessoas a minha volta, rindo e contentes e eu apenas dei de ombros, enquanto os outros já tinham se dispersado falando sobre assuntos que eu nem fazia ideia. Eles me pagaram a pipoca e fizeram amizade com Jéssica tão rápido que quando Wade passou e nós viu, seus olhos não podiam acreditar. Me senti feliz de uma maneira diferente aquela noite. Me senti mais forte. Não queria que aquilo acabasse nunca. Era uma sensação nova que eu queria aproveitar antes que ela fosse tirada de mim, porque azar era algo que eu estava habituada.

Deixei Jéssica na volta, e fui direto para o prédio. Em menos de segundo eu estacionei o carro na vaga, e sai. Uma menina com os cabelos escuros e olhos claros me fitava de longe. Pareciam ser verdes como os meus, mas eu não tinha certeza. Ela olhava o prédio um tanto apreensiva, e eu fiquei com medo de quem ela poderia ser e o que ela poderia fazer, mas apenas abaixei a cabeça, e segui reto.

Ao longo que eu iria andando ela vinha me seguindo. Meu coração foi pesando, e estava pronto para atacá-la, quando sua voz macia recobriu meus ouvidos. Ela parecia tão assustada quanto eu. Seus olhos eram realmente verdes, parecidos com os meus, e neles se passavam coisas que eu nem poderia imaginar. Era quase se em um instante eu precisasse abraçá-la para todas as coisas ruins irem embora.

― Ei, este é o apartamento do Noah... ― Insegurança. ― O policial, certo?

— Oh meu Deus, você é a suicida! — As palavras saíram da minha boca antes que pudesse contê-las. — Me desculpe, meu Deus, de verdade me desculpe, é que o Noah disse que você estava pulando e que era a madrugada das garotas, e talvez nem seja você, e eu esteja pagando um mico.

Ela riu, genuinamente, e eu relaxei.

— Conhece o Noah? — Os olhos verdes se prenderam nos meus, era tão estranho.

— Claro, nós somos amigos. — Ponderei aquela afirmação por alguns instantes. — Se você contar várias cantadas baratas e encontros no elevador de amizade…

Ri, e ela me acompanhou.

— Eu te entendo muito bem. — Me acompanhou até a recepção. — E eu não estava tentando me jogar na noite em que nos conhecemos, ele exagera um pouco nas coisas.

— Oh, é ele exagera as vezes. — Entramos no elevador. — Alias, eu sou a Charlie.

— Sally. — Soltou um sorriso de canto de lábio para mim.

— Você vai para o apartamento do Noah?

— Sim.

— Oh, então. — Apertei primeiramente o meu andar, e logo após o andar da cobertura. — Nunca vi ele como ele estava no dia em que vocês iam sair, ele parecia até nervoso. — Soltei uma risada.

— Sério? — Parecia incrédula.

— É, tipo, sei como ele pode ser as vezes, mas, as pessoas mudam de vez em quando não é mesmo. — Minha voz saiu fraca.

— Acho que sim. — Demos de ombros juntas, e rimos por esse gesto.

A porta do elevador se abriu e eu olhei para ela.

— Bem, essa é minha deixa, mas foi um prazer te conhecer.

— O mesmo. — Sorriu.

Deslizei lentamente pelo chão branco encardido, e bati na porta de Wade. Demorou alguns segundos, mas ele logo abriu, então apenas me joguei em cima dele. Sua boca abriu em um sorriso, e eu o beijei, fitando aqueles olhos escuros que podiam me consumir por inteira que eu nem ao menos me importaria. Aquele era nosso lugar.

— Ainda não acredito que me deu aquela nota. — Tirei meus tênis e transitei para meu apartamento, enquanto ele me seguia trazendo agora o que percebia ser uma vasilha com alguma coisa.

— Por que não? Para mim foi merecido, e o que era aquelas pessoas te seguindo hoje?

Ele se sentou no balcão enquanto eu transitei para o quarto colocando meu pijama que me esperava em cima da minha cama que nem ao menos estava desfeita. Havia dormido no apartamento de Wade, então não havia muita necessidade.

— Oh, eu tive a maior discussão com a Dani que tinha mentido para eles sobre mim, mas não quero falar sobre isso. Quero pensar em como o dia de hoje foi ótimo.

— Tudo bem então, capitã. — Ele voltou para seu apartamento, e eu o segui, trancando a porta do meu.

— Você gosta de Yaksoba?

— Você sabe que eu amo, por quê? — Me sentei no balcão, e ele entregou a vasilha para mim.

— Bom apetite. — Sorriu. — Oh, eu tive uma ideia do que podemos fazer sábado.

— Sério? — Abri a vasilha, e senti o aroma me envolver.

— Podemos ir sexta para um hotel em Uberaba e podemos voltar no domingo a noite. Você pode falar que vai ficar o fim de semana na casa de Jéssica, e eu vou para uma reunião em relação a uns negócios de família em São Paulo.

— Alguma ocasião especial para essa fuga? — Ri.

— Oficializar que estamos nessa juntos, e que não vai se livrar tão fácil de mim. — Deu de ombros. — Ou mais formalmente falando, oficializar isso como um namoro? Sei que não queria ir rápido, mas isso já é meio um namoro, a gente só…

Olhei para ele com o garfo parado na boca, meus ouvidos simplesmente não acreditavam no que eu estava ouvindo. Coloquei o garfo na vasilha novamente, e olhei para ele, travada em um movimento. Estava com medo que se fizesse algo muito bruto de repente eu acordaria em uma noite após um sonho.

— Você está falando sério?

— Seríssimo. — Continuava comendo, ao mesmo tempo que me encarava.

Ergui minha coluna, e passei o cabelo espalhado pelo rosto atrás da orelha, minhas mãos recaíram na minha nuca e eu soltei uma respiração que estava presa nos meus pulmões. Umedeci meus lábios com a língua, e desci as mãos até meu colo, e Wade percebeu o que estava acontecendo, pois soltou um sorriso, e pegou minhas mãos. Depositou um beijo levemente por cada uma, e depois beijou minha testa.

— Estou falando sério, Charlie. — Ele olhou para a palma da minha mão na dele, e deslizou o dedão por cima. — A não ser que você…

E eu o beijei.

Estar com Wade era aquela queda que você não se importava de estar caindo, pois parecia que quando você fosse atingir lá embaixo você encontraria apenas uma água calma e confortante iria me acolher, não pedras que acabariam com você. Eu sabia que qualquer coisa que acontecesse comigo ou com nós dois, ele nunca faria nada que realmente fosse me machucar. Contudo, não poderia afirmar isso em relação a todas as pessoas. Seria um sonho se aquilo dependesse somente de ambos para funcionar.


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Notas finais do capítulo

Gente, vocês viram o negocio do estupro coletivo? Eu to tremendo, meu coração ta doendo mto.



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