Silver escrita por Isabelle


Capítulo 23
Capítulo 22 – Charlie


Notas iniciais do capítulo

"Estou muito a fim de você, mal consigo respirar
E tudo o que eu quero é me jogar nas profundezas
Mas ainda não estamos perto até cruzarmos a linha
Então fale um jogo para jogarmos e eu vou jogar os dados"
— Ariana Grande



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Havia simplesmente virado divertido ir até a minha casa.

Meninas que eu nunca cheguei a ter intimidade simplesmente acharam que seria realmente uma coisa legal se fizéssemos trabalhos juntas, que nos aproximássemos mais ou que meu apartamento se tornasse o mais novo barzinho famoso da faculdade em que ela iam quase todos os dias, e tudo isso porque Wade tinha simplesmente encalhado de ser um professor. Não somente um professor, mas sim um professor jovem e bonito, e eu simplesmente queria poder bater forte nele.

Meus dias com ele haviam se tornado extremamente limitados. Passávamos as horas na faculdade, e com meu trabalho na biblioteca ficava realmente difícil. Ele tinha algumas aulas a tarde em um curso integral, então nos víamos geralmente na hora do almoço quando levávamos Alex para almoçar conosco, e quando chegávamos da faculdade. Nos fins de semana as meninas havia começado a circular minha casa, e eu tive que começar a inventar desculpas de que sairia com Alex ou Jessica, que depois da noite do bar simplesmente havia me dito que sabia de tudo o que estava acontecendo e que eu poderia abrir o jogo com ela, então eu abri, e depois disso, ela resolveu totalmente me apoiar com aquela situação maluca para que eu simplesmente não enlouquecesse. Infelizmente, eu já estava enlouquecendo.

Não que eu estivesse com ciúmes. Por algum motivo surpreendente eu confiava em Wade com uma força que eu sei que não deveria, mas eu simplesmente não me importava delas ficarem o rodeando como abutres quando avistam um animal morto. Na verdade, o que me fazia mal era meu apartamento, e o dele terem passado de nosso santuário escondido para uma casa cheia de meninas que queria ver o professor Wade.

— Por que ele contou? — Passou uma toalha menor no cabelo.

Wade saiu do banheiro enrolado na toalha, e diferentemente de antes, meu olhos devoravam seu corpo sem o menor tipo de pudor. Já tinha que fingir nem ligar para a presença dele na sala de aula, não faria aquilo quando ele estava de tão boa disposição dançando pela casa coberto por apenas uma fina camada de toalha.

— Porque… — Eu bufei.

Estava deitada no seu sofá, de barriga para cima encarando-o. Seu olhar prendeu no meu, e eu queria pular em cima dele bem ali agora.

— Porque eu meio que entendo Alex, sabe? — Me sentei ereta. — Uma hora ou outra elas descobririam onde você mora, e ai seria mais difícil explicar o porque não contamos a todo mundo que eramos vizinhos e … — Me joguei de volta no sofá. — Eu odeio elas.

Wade fez seu caminho até mim, e inclinou seu corpo sobre o meu. Tudo que estava nos separando era meu pijama que mal conseguia disfarçar minhas curvas, e a toalha que ele usava envolta da sua cintura, e eu não sabia por quanto mais tempo conseguiria ficar ali naquela posição com ele, sem puxá-la.

— Está com ciúmes? — Ele riu, e desceu o nariz deslizando pela minha bochecha.

— Sim, elas se apossaram do meu apartamento, eu gostava muito dele. — Revirei os olhos.

O sorriso convencido dele sumiu, seu corpo começou a subir, mas prendi minhas mãos envolta do seu pescoço o puxando de volta para mim. Seus olhos cerraram e seus lábios estavam centímetros do meu. Abri um sorriso para ele, e colei seus lábios aos meus. Doces e macios, tão firmes contra o meu. Fazia tanto tempo que não conseguíamos ficar sozinhos daquela forma que queria aproveitar cada segundo daquela explosão no meu estômago, nas minhas veias, no meu coração.

Puxei a toalha envolta de sua cintura e ele travou seu corpo, puxando o meu para ficar sobre o dele enquanto estávamos sentados. Sua boca percorreu meu pescoço nu e os choques usuais percorreram toda a minha extensão enquanto eu prendia sua cabeça naquele movimento. As mãos dele tiraram minha blusa, e voltaram a tatear meu pescoço, contudo desta vez explorando uma área maior. Seu peito descia e subia rapidamente, e parecia ter uma fúria em seus olhos ao me ver ainda com todas aquelas vestes. Enquanto seus beijos se espalhavam pelo meu corpo, ele deslizou a mãos lentamente até a barra do meu short. Seu sorriso de abriu em um gesto malicioso, e eu me deitei para facilitar o ato de tirá-lo. Suas mãos tatearam a barra lentamente, e entraram dentro do short, espalhando um calor pela minha barriga que poderia me fazer desmaiar, os botões dele se abriram, e de repente uma voz.

Simples assim

Uma voz

falando

Professor Wade?

E eu quis gritar em puro ódio.

Me levantei em total e pleno descontentamento e agarrei minha blusa que estava jogada no chão. Quis bater a cabeça de Erica na parede tantas vezes que ela nunca mais conseguiria chegar perto de mim, quem diria do meu apartamento. Wade me seguiu indo para seu quarto colocar uma roupa e meus olhos não tatearam seu corpo como haviam feito antes, estava sendo redirecionada pelo mais puro de raiva dentro de mim, então apenas segui em silencio, enquanto o via colocar uma bermuda cinza com uma blusa azul escura por cima do abdômen.

— Acho que seria melhor você se esconder no banheiro. — Disse.

Soergui uma sobrancelha quando ele o disse, e coloquei minha blusa de volta no meu corpo, após fechar os botões do short. Os olhos dele estavam cheios de decepção pelo meus ato de colocar a roupa novamente, mas eu simplesmente tinha perdido o total clima para aquilo.

— Meu celular está em cima do balcão. — Bufei.

Me virei e ele segurou meu braço. Meu corpo virou ao dele, e eu estava novamente parada na porta do apartamento na noite em que ele me beijou pela primeira vez. Tateei seu rosto com os olhos, e deixei ele me beijar uma última vez, antes que eu corresse para me esconder no banheiro. Queria gritar.

Deitei a cabeça a cabeça na parede e observei os azulejos meio desbotados, enquanto tentava não matar alguém em total exasperação. Meu coração tinha desacelerado, e queria voltar para as férias novamente. Recomeçar as férias todas, talvez se Wade e eu nunca tivéssemos nos conhecido…

— Ei, professor Wade...

— Pode me chamar só de Wade, Erica, é estranho ficar me chamando de professor fora da escola.

— Oh, tudo bem. — Uma risadinha forçada. — Você está sozinho aqui? Passei para ver se Charlie queria fazer alguma coisa, mas ela não está.

Mentirosa. Mentirosa. Mentirosa.

— Sim, Charlie saiu com o Alex. — Podia visualizar Wade dando de ombros como quem não se importava de ficar sozinho.

— Eles estão passando bastante tempo juntos, você não acha?

— É, acho que sim.

— Então, você costuma ficar sozinho no sábado? — Outra risadinha falsa.

— Geralmente sim.

— Estava pensando que a gente não podia ver um filme juntos já que Charlie não esta aqui para isso. — Alguma coisa fez barulho, e eu imaginei ser uma sacola com DVDs dentro.

— Bem, eu tenho alguns trabalhos para corrigir, Erica, e por mais que esta seja oferta ótima, eu vou ter que recusar.

— Ah, tudo bem então, a gente deixa pra outro dia.

— Sim. — Ele disse seco.

— Então, até segunda na escola, ou antes. — Conseguia ver aqueles dentes se alinhando em um perfeito sorriso.

— Claro. — E a porta fechou.

Ouvi os passos de Wade e sai do banheiro ficando naquele corredor espremido com ele há poucos metros de mim enquanto minhas costas estavam presas na porta do seu quarto. Seu corpo estava ereto olhando para mim, e eu apenas o fitei tentando o que se passava em sua mente. Ele não tinha um olhar firme, nem um sorriso provocativo de canto de lábio como na maioria das vezes, seu olhar estava duro, a coluna ereta demais, e os olhos vagavam pelo meu rosto como se não soubessem como encarar meus olhos. Meu estômago todo pesou, queria falar alguma coisa, mais parecia haver um nó na minha garganta.

— Bem…

— Ela está louca em você. — Minha voz saiu firme.

— Ela não está louca em mim. — Revirou os olhos, e bufou. O sorriso apareceu novamente. — Você está louca em mim.

— Ah pare, ela tinha me mandado mensagem perguntando se queria ver filme com ela, falei que não podia pois ia ver filme com Alex. — Cruzei os braços. — Ela está completamente louca por você, e você é o único que não vê isso.

Ele soltou aquele sorriso cafajeste de canto de lábio, eu apenas revirei os olhos. Os passos vieram firmes até mim, e suas mãos se prenderam em meu short. Seus olhos dançaram pelo meu rosto, sua respiração batia em minha face, a qualquer momento parecia que iria empurrá-lo para longe de mim, contudo, eu não sabia se era realmente capaz. Travei minhas costas, e ele passou ambos os polegares na minha cintura mal coberta por aquele fino pedaço de pijama. Meu corpo inteiro arrepiou, mas eu tentei me manter firme, precisava que as borboletas não começassem a ficar desesperadas agora, e simplesmente voarem por todo o meu estômago, e entalarem na minha garganta. Precisava ficar firme. Estávamos tendo uma conversa séria agora.

— Uma pena você não acha? — Sussurrou bem no meu ouvido. — Eu estar louco por outra.

— Oh, meu Deus, você usa essa toda vez que…

Seus lábios prenderam nos meus, e de repente eu não estava no chão, mas sim na sua cama. Minhas mãos presas em seu cabelo, meu coração batendo tão rápido quanto um trem em movimento. Roupas no chão, corpos unidos, horas passando como se não ligassem que tínhamos somente aquele momento juntos, que a qualquer momento ele poderia acabar. Estava presa com Wade naquele quarto onde parecia ser o único lugar que ninguém poderia realmente me alcançar, e queria aproveitar aquilo. Cada momento com ele queria deixar gravado em mim. Eu precisava daquela paz que ele espalhava pelo meu corpo.

Erica havia me mandado milhões de mensagem na tarde seguinte e Wade achou que seria melhor chamá-la para ir no cinema comigo, ele, e Alex. Revirei os olhos quando ele disse isso, mas o fiz mesmo assim. Estava cansada disso. Erica tinha se tornado minha sombra. Tinha achado divertido me seguir para todo o lado se isso significasse que eu falaria algo para Wade, ou até mesmo faria ela ter algum tempo extra com ele, e isso realmente estava me fazendo perder a paciência. Eu não fazia ideia de quando eu poderia explodir e contar tudo a ela, mas do jeito que as coisas iam, parecia ser bem breve.

Queria entrelaçar meus dedos aos de Wade, mas Alex estava no nosso meio, enquanto a sua atenção estava totalmente voltada para ela que falava sobre literatura portuguesa com uma paixão que eu nunca havia visto em nenhuma aula. Tentei não deixar aquilo me afetar. Não iria. Apenas voltei meus olhos para Alex, e comecei a falar sobre algumas coisas nada a ver que ele entendia. Os olhos deles dançavam entre mim e Erica, e ele parecia quase infeliz quanto eu. No cinema, Alex fez o favor de colocar Erica ao seu lado, criando uma barreira entre ela, eu, e Wade que entrelaçou sua mão a minha sem que nem mesmo Alex chegasse a notar.

Saímos do cinema, e paramos algumas horas para comer alguma coisa. A presença de Erica a nossa volta fazia com que tudo ficasse mais sem graça, mas tentei sorrir normalmente como se ela não me afetasse. Ela não precisava me afetar. Ela não sabia da minha relação com Wade, eu não poderia culpá-la por querer pular em cima dele.

Wade sugeriu que ela fosse embora com Alex já que seria mais fácil por ambos morarem na mesma região, e perguntou se gostaria que ele me desse uma carona para casa. Tentei não deixar um sorriso gigante cobrir meu rosto, e apenas assenti fracamente, enquanto a face de Erica não possuía a mesmo brilho. Ela tinha ficado sem graça de dizer algo sobre, então apenas assentiu também e acompanhou Alex.

Deitei a cabeça na porta do carro e encolhi minhas pernas para perto do peito. Meus olhos ficaram visualizando as luzes da cidade ao longo que o carro andava pelas ruas, e meu peito sentia um aperto. Aquelas semanas estavam sendo daquela forma, com aquele aperto no peito. Eu sentia como se Wade estivesse a quilômetros de distancia de mim, mesmo que estivéssemos tão próximos, e tudo isso porque ele tinha se tornado meu professor.

Era estranho as vezes estar sentada na sala fazendo alguma atividade e soerguer o olhar sem poder realmente encontrar com o de Wade. As vezes eu ficava parada encarando em silencio me certificando que ninguém estava olhando para mim, e ele parecia tão focado, como se aquilo caísse como uma luva para ele. Wade tinha falado 6 meses, mas saiamos que era menos que isso. Tínhamos somente 3 meses pela frente. Somente três meses. Eu sabia que conseguiríamos lidar com isso.

— Você está bem? — Os olhos ainda presos na estrada.

— Estou. — Respondi, sentindo meu celular vibrar.

Não esqueça, por favor, de levar os casacos adicionais que você falou sexta”

— Droga! — Guardei o celular novamente na bolsa.

— O que aconteceu? — Ele virou, consegui visualizar nosso prédio. — Quem era?

— Era só a Jessie, tenho que pegar alguns casacos que esqueci.

— Precisa de mais alguns meus? — Ele entrou com o carro no estacionamento. — Pode levar aquele da Lorena, não vou usar ele mais.

Meu coração parou.

Lentamente.

E foi acelerando

a medida que ele ia estacionando o carro.

Sentei reta com as pernas tocando o chão do carro, e arrastei os pés nus pelos jornais que estavam por cima do material preto que costumava sempre ficar por cima. Soltei um sorriso leve e movi meus olhos para Wade. Ele não tinha cortado os cabelos em todo esse tempo, e mesmo assim, não parecia desleixado. A barba estava recém feita, e ele tinha um cheiro envolvente. Os olhos dele focaram na vaga, e quando ele desligou o carro, seus olhos vieram para os meus. Ele não conseguiu conter um sorriso.

— O que foi?

— Eu estou tão feliz.

O sorriso morreu em seu rosto, e ao invés disso, uma pitada de compreensão caiu sobre ele, como se ele entendesse exatamente do que eu estava falando. Seu peito se encheu de ar e suas mãos caçaram a minha se prendendo ali como se estivéssemos fazendo uma promessa naquela escuridão que nos cobria. Sua outra mão tateou meu rosto, e deslizou por ele lentamente. Abaixou seu rosto e soltou o sorriso. O sorriso que eu nunca tinha visto na minha vida.

— Eu sinto o mesmo, amor. — Sua mão apertou a minha. — E olha, pensei que isso não seria possível tão cedo assim...

— Não, não. — Eu afastei suas mãos da minha, ele ficou tenso. — Eu estou tão feliz, mas estou com muito medo. Todas vez que…

Ele colocou um dedo nos meus lábios, e eu fiquei encarando seus olhos.

— Não vamos pensar mal sobre isso, Charlie, porque quero isso mais do que tudo. Quero que isso de certo, e vou fazer isso dar certo. Vamos fazer isso dar certo, entendeu?

— Entendi. — Sorri.

— Ótimo.

Entramos no elevador, mas ao contrário de Wade não fui para nosso andar, subi até a cobertura para conseguir os malditos casacos que Jessie tinha me enchido o saco toda a semana para não esquecer, e eu simplesmente havia esquecido. Então, dessa vez, achei melhor consegui-los, pois sabia que se aparecesse segunda sem eles, ela simplesmente me enforcaria, e esta era a última coisa que eu queria.

Um barulho infernal explodia por entre o andar quando eu entrei, não parecia estar ali, mas sim no andar debaixo, e mesmo assim estava muito alto, muito alto mesmo. Queria saber como estavam lindando, contudo, ao longo que eu iria andando, o barulho se tornava quase como um sussurro impercebível. Ele estava muito mais alto perto do elevador.

Bati na porta do apartamento de Cely, e Will abriu a porta. Ele era um homem forte, com uma barba no rosto onde estampavam dois olhos profundamente azuis. O tipo de olho que você poderia encarar por horas e nunca se cansaria. Senti uma timidez tomar meu rosto, e perguntei por Cely que apareceu logo em seguida. Perguntei sobre casacos adicionais que ela poderia ter, e ela ficou feliz em me dar alguns, não somente dela, mas também de Will e Mandy, da qual veio correndo prender na minha perna.

Troquei de lado e bati na porta de Noah, ganhando como resposta um berro de que a porta estava aberta e era só entra. Não achei aquilo estranho, já que Wade e eu fazíamos o tempo todo, menos nesses dias, que tinha sido impossível deixar a porta aberta. Sua porta não estralava como a nossa.

— Noah?

O apartamento era bem maior que o meu, e os cômodos eram muito mais bem divididos, e espaçosos. Sua cozinha não tinha somente um balcão separando-a da sala, mas sim toda uma parede, além de uma porta. Havia uma escada que levava o apartamento para outro andar, e eu quase poderia querer trocar. É claro se eu não soubesse que não tinha dinheiro.

— Charlie? — Ele perguntou descendo as escadas.

— Noah?

Soergui uma sobrancelha para ele quando ele finalmente chegou ao chão, e não pude deixar de receber um olhar tímido. Ele não estava vestido seu uniforme, nem jeans surrados. Estava trajando uma espécie de camiseta azul coberta por uma jaqueta por cima, com calças pretas. Tentei decifrar o que se passava por entre aquela cabeça coberta por aqueles fios ruivos, mas apenas esperei até que houvesse uma explicação.

— O que? — Me olhou como se fosse louca.

— Onde está indo?

— Não importa para você. — Ele cruzou os braços, e correu até uma mesa onde havia suas chaves. — Sem soar grosso, doce.

— Vai sair com a suicida, não vai? — Abri um sorriso.

Ele bufou.

— Você vai! — Sentei em seu sofá.

— O nome dela é Sally, e não suicida.

— Eu não acredito que vai sair com ela, isso não é errado? Tipo você sair com uma civil que você ajudou quando ela estava tentando se matar?

— Não é errado namorar com o professor? — Ele estava focado no celular, mas seus olhos subiram até os meus para observar minha reação quando ele o disse.

— O que? — Me levantei. — Você…

— Não, vão vou contar para ninguém, mas é bem obvio quando essas estudantes circulam meu prédio e o motivo delas não tem a ver com a estudante que aqui preside já que elas nunca se habituaram a vir aqui antes.

— Mass…

— O que veio fazer aqui? — Passou os olhos por mim. — Com essas blusas de frio?

— Preciso de casacos. — Pisquei os olhos para ele. — Tipo, se você tiver algum para doar ficaria bem grata.

— Tenho alguns separados em uma sacola lá em cima, você deu sorte, organizei eles hoje para achar alguma coisa para vestir que não fosse minha farda.

— O que o amor faz com as pessoas, você não acha?

Revirou os olhos para mim.

— Você pode pegar?

— Querida Charlie, estou atrasado, e agradeceria se você pudesse pegar os casacos, trancasse meu apartamento e entregasse a chave para a Cely. — Ele me deu um beijo rápido na bochecha e saiu em disparada.

Apoiei os casacos que tinha em mão em cima do sofá, e subi levemente as escadas. O cômodo de cima não era tão vasto como os debaixo, mas, mesmo assim, deixavam o meu apartamento no chinelo. Havia uma sala com um sofá, outra TV, alguns livros empilhados, e uma escrivania.

Vi a sacola que Noah tinha falado próxima a um dos quartos (eram dois) e a agarrei sem perceber que estava rasgada deixando os casacos deslizarem pelo chão um a um. Respirei profundamente ao me agachar para organizá-los novamente, eles eram muitos e agora eu não tinha mais uma sacola para levá-los, seria realmente bem complicado chegar até meu apartamento. Comecei a dobrá-los, e um papel amassado meio pardo caiu do bolso de Noah. Desdobrei-o, e encontrei uma lista com vários nomes listados. Queria poder perguntar para Noah o que significava, mas para mim não parecia nada muito alarmante, então apenas empilhei as blusas em uma mão, e coloquei a lista em cima de sua escrivania antes de sair do apartamento e entregar a chave para Cely.

Entrei no elevador tentando imaginar o que faria aquela noite. Não sabia se seria seguro dormir no apartamento de Wade agora que Erica tinha se tornado nossa nova “melhor amiga”, nem mesmo queria pensar que teria que aturá-la no outro dia. A única coisa que eu queria para aquele momento era paz antes da tempestade, porque mal sabia eu, mas ela logo chegaria.


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Notas finais do capítulo

desculpem a demoraney ♥



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