Silver escrita por Isabelle


Capítulo 13
Capítulo 12 – Wade


Notas iniciais do capítulo

"Fala pra ele
Que ele é um sonho bom
Que mudou o tom da tua vida
Comprida"
— Cícero



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— A gente podia fazer alguma coisa sábado, o que acha?

Alex estava deitado no meu sofá, enquanto eu estava deitado no chão com um ventilador redirecionado exatamente para mim. Era uma quarta feira a tarde, e eu não conseguia suportar o calor que estava fazendo, acho que nenhum ser humano realmente poderia suportar porque ele realmente estava inviável. Eu sabia que no momento em que me levantasse dali haveria uma poça de suor formada pelo meu corpo.

— Daqui uma semana é o aniversário da Charlie, eu vi no facebook esses dias. — Disse, em intervalos, pois estava extremamente quente até mesmo para falar. — Então estava pensando em fazer uma festinha surpresa pra ela no sábado, o que acha?

— Claro, acho ótimo. — Alex disse ironicamente. — Nós podemos chamar os vários amigos dela, como o ex namorado que a traiu, a amiga que ficou com o namorado enquanto eles estavam namorando, o garoto que ela conhece a duas semanas, e o garoto bêbado que a conheceu atrapalhando ela a entrar no apartamento, acho ótimo. — Ele concluiu. 

— Cala a boca, Alex. — Bufei, mas depois cedi a uma risada na qual ele me acompanhou. 

Aquilo realmente fazia sentido. Charlie não tinha muitos amigos na cidade, ela até tinha as pessoas conhecidas que havia nos apresentado na festa aquela vez, mas não eram tão próximos a ponto de chamarmos para uma festa de aniversário surpresa, além que ficaria obvio se pedíssemos o contato de algumas amigas suas, ou talvez não.

— Mas falando em Charlie, como ela tá? — Alex se abanava com um folheto de supermercado. — Não falei com ela desde o que aconteceu.

— Ah. — Disse suavemente. — Ela ainda tem uns pesadelos de vez em quando e eu a deixo dormir aqui, mas nada que ela não consiga lidar, aquela menina é mais forte do que você imagina. — Eu soltei um sorriso lateral.

— Ela sabe que você vai viajar para outro hemisfério semana que vem?

— Ainda não, eu preferi não falar isso, agora que ela está precisando de mim, eu só estou tentando ajudar ela a ficar com menos medo para que ela possa lidar com isso. De qualquer forma você ainda vai estar na cidade, pode cuidar dela de vez em quando.

Charlie tinha achado aqueles dias um inferno, mas preferi não contar isso para Alex, ela não parecia querer admitir nem para mim, mas o medo a cercava em todos os lugares. Na segunda-feira de madrugada, Charlie bateu na minha porta tão forte que eu quase cai da cama ao acordar. Ela estava parada lá com um cobertor enrolado nas suas costas, o cabelo prata estava começando a ter um tom mais natural na raiz, e seus olhos estavam vermelho, eu não soube se era por conta da insônia ou por conta de chorar, porém não quis perguntar, apenas sorri para ela e a deixei dormir na minha cama. Os dias tinham sido assim, e minhas costas já estavam me matando de dormir no sofá. Charlie tinha percebido, pois na noite anterior havia permitido que eu dormisse ao seu lado, sem nenhum tipo de maldade, ela apenas se encolheu de um lado da cama, enquanto eu me esparramei pelo outro. Não tínhamos falado sobre aquilo mais e eu achava melhor assim.

— Mas... — estiquei os braços me espreguiçando. — Por que você tem tanto interesse repentinamente? — Eu o encarei. 

— Porque sei lá, está cuidando dela e de repente não vai estar mais cuidando.

— Ela vai ficar bem, e sempre existe a internet, podemos nos comunicar por lá. — Dei de ombros.

Alex ficou fitando o teto em silencio, e eu rolei os olhos pelo apartamento tentando entender qual era a daquilo. Ele não era uma dessas pessoas que ficavam fitando o silencio. Não mesmo. Estar na presença de Alex era como estar ao lado do burro do Sherek que não para um segundo de falar, e aquele silencio demonstrava que a qualquer momento ele faria uma pergunta que eu não saberia como responder, como sempre. 

— Qual é o seu lance com a Charlie? — ele perguntou enfim, tirando o olhar do teto e o levando até mim.

Ali estava. 

— Como assim qual é o meu lance com ela? — Não entendi a pergunta de verdade. — Somos amigos, isso não é claro para você? 

— Sim, mas vocês ficaram próximos tão rápido, sabe? E ela está dormindo aqui — A voz dele soava séria. — Acho que vocês dois formariam um bom casal.

— O que? — Falei como se ele fosse louco.

— Já viu o jeito que vocês ficam um perto do outro? — Ele riu. — É como se… não sei, é estranho, eu nunca te vi com ninguém como você é do lado dela. É mais leve, não é aquele garoto que eu conheci que não se abre sobre nada, você até fica de bom humor quando ela tá perto.

— Você está falando merda, de verdade.

— Wade, estou tentando ter uma conversa séria com você, festa surpresa para Charlie, sério? — Ele se sentou, em vez de ficar deitado, para que pudesse me olhar melhor.

— Ela é minha amiga, eu realmente gosto dela, e não quero que isso..

— O que? — Os olhos dele me penetravam de uma forma excruciante. — Não quer o que?

— Não quero confundir isso, Alex. — Disse enfim.

— Mas, vocês já dormiram juntos não? 

— O que? — eu olhei para ele como se aquilo não fizesse sentido.

— Ah fala sério, ela está dormindo aqui, vocês tem uma sintonia ótima, eu acho que... — Ele estava tagarelando, e de repente a porta se abriu. Eu realmente devia começar a tranca-la. 

Charlie entrou carregando uma bolsa marrom no braço usando uma blusinha verde regata e uma calça jeans meio surrada, mas não demais. Seu cabelo estava solto e tinha algumas ondas que ele não costumava ter, eu simplesmente não entendi como ela conseguia mantê-lo solto naquele calor, mas preferi não comentar nada.

— Eu odeio meu… — Ela parou nos encarando, e seu rosto mudou de cor.

Os olhos deslizaram por todo o ambiente, e ela deu um sorriso de lado engraçado, como se conseguisse ler nossos pensamentos, principalmente os meus, isso realmente fazia com que eu pensasse nas palavras de Alex, mas eu sabia que não. Não tinha nada a ver.

— Vocês estavam falando sobre mim. — Acusou. — O que estavam falando de mim?

— Não estávamos falando de você.

— Então simplesmente cortaram o assunto quando eu entrei na sala?

— Basicamente. — Eu disse, mas ela não engoliu.

— Estavam falando do que então? — Os olhos delas nos observou como se ela fosse uma caçadora e nós a caça.

— Da viagem de Wade vai fazer semana que vem. — As palavras deslizaram da boca de Alex e acertaram o rosto de Charlie.

— Você vai viajar? — Ela tirou o olhar de Alex, e depositou-os em mim. 

Caminhou até a poltrona onde meus pés estavam apoiados, e os empurrou, jogando sua bolsa no chão ao lado e sentando na poltrona, ainda mantendo os olhos verdes e gigantes em mim. Aquela menina causava arrepios em mim que me assustavam.

— Sim, e eu ainda não tinha te falado sobre isso. Sei que está bem frágil nesses dias, e que estamos bem próximos, não queria te deixar mal.

— Não tem problema, Wade, você também tem uma vida. — abriu a bolsa e começou a vasculhá-la. — Então, não vai estar aqui pro meu aniversário? — Ela pareceu chateada, enquanto ainda procurava alguma coisa na bolsa.

— Acho que não. — disse baixinho.

— Pelo menos vai ser aqui perto? — Ela perguntou.

Alex soltou uma risada.

— Vai sim, pertinho, é só para Nova Iorque, não é muito longe não. — Ele deu um sorriso.

— Vai para Nova Iorque? — Ela retirou o celular do que parecia ser um portal pra Nárnia, e não uma bolsa.

— Isso é a bolsa da Hermione? — Alex perguntou encabulado.

Charlie apenas revirou os olhos e olhou para mim.

— Sim, mas eu volto para a última semana livre, antes das suas aulas começarem. — Abri um sorriso fraco, bem falso por conta do calor, pois infelizmente eu não sabia ser feliz quando se tratava de calor.

— Muito bem então.

— Estávamos pensando em sair sábado para comemorar, o que você acha? — Alex disse, e eu o fitei.

— Sábado eu vou cuidar da Mandy, lembram? — Ela disse.

— Verdade. — Alex e eu dizemos em uníssono.

— A vizinha gostosa. — Alex completou.

Charlie nem perdeu o tempo de mover seus olhos até ele, apenas os revirou e continuou mexendo no celular. Tinha ficado um pouco bravo por Alex ter falado sobre algo para comemorar, mas foi bom ele tê-lo feito, pois senão prepararíamos algo que seria em vão. Estava tentando encontrar algo para que pudesse fazer para ela, e percebi que talvez Alex estivesse parcialmente certo. Havia “um lance” com Charlie, eu apenas não sabia exatamente qual era, e se deixaria isso ir para frente. Não queria me envolver com ela e acabar machucado, ou pior ainda, machucar ela.

— Bem, gracinhas, estou indo para meu apartamento tomar um banho e talvez comer algo. — Ela se levantou. — Te vejo depois quando formos dividir a cama. — Ela mandou um beijo para mim junto com uma piscadinha antes de sair, e eu não consegui conter uma risada.

— Oh, meu Deus, se beijem logo, fazendo um favor a humanidade. — Alex transformou seu leque feito de folheto de supermercado em uma bolinha e tacou um mim.

— Cala a boca, Alex. — Revirei os olhos e tentei afastar minha mente daquilo.

☯ ☯ ☯

Charlie parecia ter algum tipo de percevejo no corpo a noite, pois ela simplesmente não conseguia parar de se mover. Seu corpo ficava deslizando pela cama, ou apenas girando em voltas que atrapalhavam totalmente com meu sono. É claro que eu ainda estava dormindo, mas sabe aquele estado em que você está dormindo, mas consegue perceber tudo que está acontecendo a sua volta? É basicamente este o estado, e facilitava muito as coisas ter um diabo da tasmânia dançando axé ao meu lado na minha cama. Por algum motivo, isso parou subitamente, todo o movimento do seu corpo, e eu finalmente achei que iria dormir. Meu corpo estava todo encolhido no lado esquerdo da cama, e o de Charlie parecia finalmente ter encontrado a posição perfeita para dormir. Pelo menos era o que eu achava.

Escutei um murmúrio baixinho, e achei ser apenas alguma coisa vinda de fora. Uma mão tocou meu braço que estava dobrado abraçando o travesseiro, mas eu apenas ignorei. Não que eu soubesse exatamente o que eu estava fazendo, afinal, eu estava meio dormindo. Outro murmúrio baixinho, acompanhado de uma mão ao meu braço, que deslizou até meu rosto, mas já não era uma mão, mas sim um dedo. Então eu abri os olhos, e Charlie estava me encarando com aqueles grandes olhos verdes. Ela estava sorrindo, ou era o que parecia, não dava para saber no escuro. Seu rosto estava amassado no travesseiro e mesmo assim ela estava linda, como eu odiava ela por ser tão linda. Ela tinha um semblante calmo no olhar, eu não entendia porque ela não conseguia dormir.

— Wade? — A voz de Charlie se tornava cada vez mais clara agora. — Está acordado? — Ela disse enfim, depois de me acordar.

— Não estava, mas você fez isso acontecer, não é mesmo?

Ela olhou meio preocupada para mim com medo de ter me aborrecido, mas a única coisa que ela tinha feito era ter me acordado de um ótimo sono com o barulho da chuva lá fora. Uma chuva que realmente tinha deixado o clima mais ameno.

— Me desculpe. — Ela murmurou baixinho.

— Sem problemas. — murmurei de volta.

— Está chovendo. — Ela sorriu, como se aquilo fosse uma novidade imensa.

— Eu percebi. — Disse.

— Me desculpe, não conseguia dormir, e queria conversar com alguém. — Ela deu uma risada baixinha. — Acho que eu devia saber que fica de mau humor quando alguém te acorda assim.

— Não estou de mau humor.

— Eu percebi. — Ela repetiu a minha fala, contudo, com ironia.

Eu não pude deixar de soltar um sorriso.

— Obrigada, por tudo isso, vou te deixar voltar a dormir. — ela disse baixinho e deitou o corpo de barriga para cima.

— Não, o que você queria falar? — Eu perguntei, olhando atentamente para ela.

Ela tirou os olhos do teto e os trouxe de volta para mim. Seu corpo todo parecia estar se mantendo afastado do meu, por algum motivo, mas eu não quis perguntar. Apenas continuei a fitando esperando por uma resposta que parecia não chegar.

— Charlie? — Eu disse.

— Não é nada. — Ela balançou a cabeça. — Sério.

— Charlie? — Sussurrei.

— Boa Noite, Wade. — Ela se virou para o outro lado.

— Charlie? — Eu cutuquei-a nas costas da mesma forma que ela havia feito comigo.

Ela se virou novamente, trazendo o corpo um pouco mais para perto dessa vez. Sua respiração estava um pouco mais rápida do que o comum, e eu tinha certeza que se minha mão fosse até seu coração, eu conseguiria sentir ele batendo forte. Eu queria poder pausar aquele momento, e ficar ali, com o corpo dela próximo ao meu, com nossas pernas se encontrando, enquanto os olhares estavam presos ali. Naquela linha eterna.

— Quando eu era pequena minha mãe costumava me comprar sorvete de limão quando acontecia alguma coisa ruim comigo. — Ela sorriu de lado. — Uma vez, o meu primo Carlos saiu correndo atrás de mim com um galho falando que ia me bater, é claro que era somente uma brincadeira, e eu estava rindo tanto que nem me preocupava com nada, mas ai eu caí.

Espreguicei meu corpo me foquei na história dela.

— Nossa casa era grande, mas era bem afastada no portão sabe? Havia dois caminhos cimentados como duas estradinhas para chegar até a porta, e separando esses caminhos havia apenas um gramado. Eu cai em uma dessas estradinhas, e meu joelho todo ficou ensaguentado, além de eu ter acabado de rasgar uma meia-calça nova que a minha mãe havia comprado para mim. Ela era preta cheia de corações, eu não gostava muito dela, era muito quente, me impedia de correr direito, mas eu não queria que ela rasgasse, porque eu sabia que mamãe ia ficar uma fera e realmente. — Os olhos dela desceram até os meus lábios, mas depois voltaram para meus olhos.

— Minha mãe ficou tão brava, mas eu estava chorando demais porque doía, então ao mesmo tempo que ela me dava um sermão, ela também tentava me apaziguar, mas nada parecia fazer a dor ir embora. — Ela continuou. — Então, depois dela lavar meu machucado e colocar um curativo, ela sugeriu que fossemos todos tomar sorvete.

Eu apenas a observava, não ousava dizer nada. Aquilo era quase como um sonho, sabia que não era com qualquer um que você divide memórias de quando você é criança.

— Todos os meus primos vieram correndo para o carro, e eu me sentei na frente ao lado da minha mãe. Eu era muito pequena, não devia sentar naquele banco, mas naquele dia ela disse que era uma ocasião especial, e que eu podia. Fiquei tão feliz por ela ter falado aquilo, e mesmo sendo a mais nova, e me senti a mais adulta entre meus primos, mesmo assim, a dor não ia embora, entende? Ela ainda estava ali, eu conseguia sentir ela pulsando no meu joelho, fazendo tudo arder.

Ela ergueu o corpo, e apoiou a cabeça na mão ainda virada em minha direção. As memórias pareciam brilhar nos seus olhos claramente como os relâmpagos que brilhavam pela janela.

— A gente chegou na sorveteria e eu fiquei encarando aquele pote de sorvete de limão. Todo mundo pediu de chocolate, leite ninho, ou kinder-ovo, mas meus olhos ficavam no sorvete de limão, rodeado por todos aqueles outros sabores, enquanto a minha mãozinha permanecia no meu joelho, tentando diminuir a dor. Minha mãe chegou ao meu lado e disse, “você quer desse sabor?” Eu fiquei meio indecisa, eu nunca tinha tomado aquele sorvete e se eu não gostasse? Então ela virou para moça e disse, “ela pode provar uma colherzinha do sorvete de limão?” A moça colocou um pouquinho numa colher, e minha mãe pegou, mas ela me olhou e disse,” você precisa tirar a mãozinha do joelho para pegar a colher.” Eu briguei com ela, dizendo que eu ainda tinha a outra mão. — Charie abriu um sorriso, soltando uma leve risada. — Ela apenas riu, e me deu a colher, e quando eu coloquei na boca foi simplesmente o melhor sabor de sorvete que eu já tinha provado.

Ela passou a mão no rosto levemente, parecia que estava limpando lagrimas que ameaçavam descer, mas eu não tinha muita certeza.

— Ela comprou um pote grande, mas um potezinho pequeno com um pouco de sorvete para mim e eu tive que usar as duas mãos para tomar. Uma ficou envolta do potezinho e a outra na colher. E enquanto eu tomava o sorvete eu nem percebia que o machucado tinha parado de doer, só fui perceber muito depois. Aí, você sabe, virou uma tradição, toda vez que acontecia algo ruim, ela me dava um pouco de sorvete de limão e tudo simplesmente parecia ficar melhor.

Ela bateu o dedo levemente pela cama trançando as linhas do lençol, aproximando sua mão do meu corpo, fazendo com que meu corpo todo retesasse com aquele simples movimento.

— Sabe… — ela mordeu o lábio inferior, e um leve choque percorreu por todo o meu corpo. Lento, mas efetivo, eu realmente eu senti meu coração palpitar um pouco mais rápido do que o costume. — Sabe quando você conhece alguém e… não sei, essa pessoa é uma das melhores pessoas que você podia conhecer? Ela só entra na sua vida no momento, certo?

— Acho que sei. — sorri, não sabia o que falar, ainda estava paralisado por tudo que aquela menina representava. Eu mal conseguia respirar na presença dela.

— Então… — Ela jogou a cabeça para o lado como se aquilo tivesse algum significado para mim e se deitou de barriga para cima fitando o teto. — Você é como um sorvete de limão, Wade.

Meu coração parou, eu sorri, e também me deitei de barriga de cima, sem conseguir soltar uma palavra. Meus olhos percorreram a extensão do teto, e eu deixei que a chuva que caia por aquela janela ser a única testemunha que conseguira realmente ver minha mão deslizando pelo lençol até encontrar a de Charlie. A mão dela estava fria quando eu a toquei levemente, e também parecia tremer um pouco. Eu deslizei meus dedos pela palma de sua mão, e vi ela fechando os olhos e soltando um suspiro breve. Meus dedos foram tomando espaço até encontrar os espaços entre seus dedos, percorri aquele espaço sem pressa, até finalmente entrelaçar os dedos dela aos meus, selando aquele segredo entre nós dois.




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