Risos, risadas, sorrisos. escrita por AliceDelacour


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

VAI TER NOTAS INICIAIS SIM
MAS VAI TER DEPOIS PQ AGORA TENHO QUE REVELAR MINHA AMIGA
BJS



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(Leiam escutando Innocence da Avril Lavigne, essa música transmite Lily Evans em essência)

CAPÍTULO ÚNICO – RISOS, SORRISOS, RISADAS.

Por: Alice Delacour

Não fora o vento que acordou Lily. Também não havia sido o barulho da chuva contra a janela de seu quarto. Nem mesmo o ronronar suave de seu gato tinha a incomodado, afinal, ela havia se acostumado com tudo isso há muito tempo. O que acordou Lily foi a batida ritmada do coração de James, que ela sentia ao ter o rosto deitado sobre o peito dele.

Poderiam passar meses, anos, que ela nunca se acostumaria a sentir o corpo dele contra o seu, ter os seus pés gelados sendo esquentados pelos quentes de James ou com os cabelos confusos dele fazendo cocegas em baixo de seu nariz. Ela ama – amou, amará – esticar a mão e poder enrolar os seus dedos com os de James, mas ela nunca vai conseguir se acostumar com isso. Lily sempre irá esperar o vazio – e é por isso que ela ama tanto James, porque ele sempre está lá para preenche-la, mesmo quando ela espera por nada.

                Era uma manhã fria de fevereiro, eles estavam formados há mais de meio ano, e ela agradecia a Deus ao lembrar que era sábado e eles não precisavam ir ao Departamento de Aurores. James continuava dormindo, sua respiração batendo no topo da cabeça ruiva de Lily, e ela tentou voltar a dormir. Alguns resquícios do ultimo sonho que ela teve ainda dançavam pela sua memória, mas só serviam para fazê-la pensar e levar embora o pouco de sono que ela tinha.

                Seus dedos se arrastavam pela camisa de algodão de James, os movimentos circulares distraídos que a mente faz quando os pensamentos estão muito longe. Lily pensou em Hogwarts, pensou em Severus, pensou em Deus, pensou em Morte. Ela pensou em tudo e ao mesmo tempo pensou em nada. Fez planos para um futuro que ela não sabia se iria acontecer. Como viver sem saber onde seu próximo passo vai dar? Bem que Lily gostaria de saber.

                Afundando o nariz na camisa do namorado, Lily permitiu-se sentir o cheiro de camomila (e ela lembra que na noite anterior James havia derrubado chá nesta mesma camisa) e o cheiro próprio dele. Ela sabia que era madrugada ainda – o quarto continuava escuro, ela nem precisava de um feitiço tempus— e que precisava voltar a dormir, mas o silencio da noite a ajudava a pensar. E se tinha algo que Lily precisava fazer naquele momento, era pensar. Pensar nela, pensar em James, pensar neles. E o mais importante: pensar no que fazer.

                A chuva batia forte contra o telhado, quase como uma canção de ninar. Lily queria ser embalada pelo barulho e esquecer de vez todas as dificuldades da vida. Suspirando, ela afastou o rosto do corpo de James e sentou-se na cama. O quarto estava escuro e mesmo que Lily murmurasse Lumus, a luz vinda de sua varinha não bastava para iluminar o breu. Ela não conseguiria voltar a dormir, não com tantos pensamentos pesados em sua mente, então arrastou o corpo até a borda da cama e pegou sua varinha no bidê, decidida a fazer um chá para si e acalmar o coração e a mente.

                Com um ultimo olhar para a cama, onde James dormia tranquilamente, Lily desapareceu pelo corredor em direção a cozinha, no primeiro andar, seus pensamentos ainda desfocados. Andar pela casa de James, como se fosse dela, era muito estranho para Lily, pensar em James como seu namorado, na verdade, ainda era muito estranho também. Os dois haviam vivido juntos por sete anos em Hogwarts, então porque ela achava tão diferente viver com ele depois de formada?

“Talvez porque você queira viver por completo com ele.” Lily nem se deu conta que havia sido ela mesma que tinha murmurado as palavras no silencio da noite.

                E, bem, era verdade. Ela nunca havia se sentido tão bem quanto se sentia agora que tinha James na vida dela. Suas mãos fizeram o chá de forma automática já que sua mente estava distraída com James. Não havia tido nenhum momento em que ela tinha se sentido tão segura, tão bem, tão amada. Lily queria continuar ao lado de James para sempre. Ou até quando conseguisse. Empurrando os cabelos da franja para longe dos olhos, ela viu algo no calendário colado na parede da cozinha que a fez rir. Seria coincidência ela estar tendo uma reflexão de seus sentimentos justo na madrugada do Valentine’s Day?

                Existiam muitas razões para amar James Potter. O sorriso dele era uma delas. Deus, o sorriso dele. Um repuxar de lábios, discreto, quando ele achava que Lily não estava assistindo. Ou uma gargalhada exagerada, toda vez que algo o divertia. Lily amava todos esses risos, sorrisos, risadas. O calor de James. Seja o físico ou o psicológico. Toda vez que ela o via, era aquecida por dentro, quase como se estivesse engolindo fogo. Seu estomago revirava e subiam arrepios pelas costas dela. Como não amar? Como não amar James Potter? Lily não queria saber.

                As mãos dela se fecharam ao redor da xícara de chá, seus olhos fixos em sua varinha, deixada sobre a mesa para que iluminasse toda a cozinha pequena. Seu coração acelerava só de pensar em James, pensar em ficar com ele por todo o tempo que conseguisse. Ela o amava exageradamente, demasiadamente, excessivamente. E ela se importava com isso? Inferno, não.

                Lily Evans queria tudo que James Potter pudesse oferecer.

                Pôs-se de pé antes mesmo que a xícara estivesse vazia, largou-a na pia e pegou a varinha assim que se virou para caminhar de volta para o quarto o mais rápido que conseguia. Lily estava decidida. Iria passar o resto de sua vida com James. Com o homem que ela amava – e que a amava do jeito que ela merecia. Murmurou Nox antes de chegar ao quarto, jogando a varinha no chão coberto por um tapete felpudo. Seus joelhos bateram de encontro a cama e logo Lily estava sobre o colchão, suas pernas enroladas nos lençóis e edredons.

Lis?

                O tom de voz de James continuava o mesmo. Talvez um pouco confuso por conta do sono, mas ainda assim, o mesmo. Ajoelhada no colchão, Lily retirou os cabelos do rosto, empurrando as mechas para trás da orelha. Estava muito escuro e era difícil enxergar mais do que a silhueta do corpo de James.

“Desculpe te acordar” Lily respondeu, deitando o corpo ao lado do namorado. “eu fiquei sem sono.”

                Um murmúrio de entendimento preencheu o silencio do quarto, James rolou de volta para a posição que estava antes, puxando o corpo de Lily junto com ele. Deitando novamente a cabeça sobre o peito do amado e escutando o ritmo calmo do coração, ela fechou os olhos e procurou os dedos de James sobre o colchão. Lily sentiu-se surpresa ao ter seus dedos enrolados pelos dele e ela esforçou-se para começar a acreditar que James sempre estaria ali – e nunca a abandonaria, porque ele é assim, estupidamente apaixonado por ela.

                E enquanto ela sente a respiração de James diminuir até cair em um suspiro leve de sono, seus dedos arrastam-se pela camisa do pijama. O aroma de camomila e James invadem seu nariz, deixando-a com um sorriso bobo no rosto – e como não ficar boba, meu Deus? Como não querer ficar deitada para sempre ao lado dele?

“James?” Sua voz cortou o silêncio.

                Por alguns instantes, ela acreditou que ele não a responderia. E talvez fosse bom que não respondesse. Era uma ideia maluca essa a dela. Talvez Lily devesse deixar para lá, para outro dia, para outro momento.

“Hm...”

                No entanto, James a respondeu. Ele sempre respondia, não respondia? Sempre estava ali para ela. Sempre. Sempre. Sempre. Não havia uma vez... Nenhuma vez que ele não...

“Eu quero casar contigo.”

                As palavras eram tão simples, não eram? Tão fáceis, tão rápidas, tão... Simples. O sentimento também era simples. Amar James Potter era a coisa mais simples, mais fácil, mais tranquila, que Lily Evans já havia feito na vida.

“Uhum...”

                Um sorriso serpenteou os lábios de Lily. Com os olhos fechados, ela enrolou a mão livre na camisa. Ela já sentia o sono nublando seus pensamentos, sua respiração bem mais devagar, o corpo dormente. James soprou em seus cabelos e os dedos dele apertaram um pouco mais forte a sua mão. Lily já estava dormindo quando ele sacudiu o ombro dela, sussurrando seu nome.

“James?” Os olhos dela procuraram os dele, mesmo na escuridão da noite.

“Você falou sério antes?”

                Foi preciso só um esticar de rosto e que Lily encostasse seus lábios nos dele, para James abrir-se em risos, sorrisos, risadas.


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Notas finais do capítulo

Migxs desculpe o drama e fazer vcs sofrerem, mas a vida tem dessas, não tem? Hahahah
Então, depois eu volto pra editar essas notas e revelar quem é a minha amiga secreta nessa segunda edição de amigo secreto. Bjs no coração de vcs!