A velha torre escrita por DanyMellark


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa estória, por favor comentem e me deem suas opiniões vou adorar dialogar e fofocar com vcs ;)



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Acordei sentindo a viva sensação do vento gelado naquela fria manhã de inverno. Podia quase sentir o frio corta minha pela por debaixo de meu capuz quando consegui fugir de casa sem que nenhum dos criados me denunciasse a minha mãe, me fazendo quem sabe ficar trancada no meu quarto pela eternidade.

 Porque sim eu sabia, para todos, eu era a grande culpada de tudo que estava acontecendo e dos problemas da família.

 Caminhei em passos largos pela cidade que ainda acordava vendo alguns homens desembarcando no cais, algumas caixas com mercadorias que não sabia o que era e na verdade naquele momento não tinha interesse algum em saber. Eu tinha que chegar a Torre da Igreja na hora marcada, pois sabia que ele não poderia esperar muito por mim.

 A velha Torre daquela igreja abandonada era nosso lugar de refúgio, ninguém mais freqüentava aquele lugar e a muitos e muitos anos, praticamente desde a infância nos encontrávamos ali quando queríamos fugir de algum castigo ou no caso dele de uma boa surra que o pai dele sempre lhe dava.

  Atravessei a cidade rápida como sempre, ao menos o frio diminuíra, pois estava usando minha capa preta com capuz, e como ela era de veludo bem grosso, servia para tanto para me proteger como para evitar que eu fosse reconhecida por alguém que pudesse me denunciar mais tarde.

 Abri a porta da igreja abandonada e subi os degraus da escada em forma de arco que dava pra Torre e abri um enorme sorriso quando consegui vislumbrar mesmo de longe os primeiros traços do corpo dele. Como eu estava com saudades, Deus como eu o amava. Parecia realmente que fazia uma eternidade que não o via.

  Quando ele me viu, caminhou rápido até a escada me puxando em seus braços e me apertando tão forte contra seu corpo que eu podia sentir cada batida do seu coração acelerado se confundindo com as do meu próprio coração.

    - Não tenho muito tempo... Meu pai volta hoje de viagem e logo minha mãe irá ao meu quarto me acordar... - disse quando finalmente consegui me separar dele.

    - Se eu soubesse que teria tantos problemas não teria te pedido para vir hoje, América.  – disse Maxon voltando a me abraçar forte como se não quisesse aceitar que logo teria que me deixar ir.

    - Não diga isso, eu não ia suportar mais uma semana ou mais tempo sem te ver. Não consigo mais suportar isso, a todo o momento eu vivo só para contar os dias para ver você de novo. Eu me arrisquei porque não podia esperar mais uma semana para ver você.

    - Seu pai nunca vai me aceitar, e você sabe disso muito bem. Ele nunca vai aceitar que a filha dele se case com o filho de um ex-empregado dele. Mesmo sabendo que meus pais tem tanto dinheiro quanto sua família agora.

    - Meu pai não liga para o dinheiro, ele só está pensando em que acordo político vai conseguir com meu casamento.

    Eu odiava tão fortemente tudo aquilo. Não queria ser baronesa, nem ter título algum, a única coisa que eu sempre quis foi ser livre. E ali era o único lugar do mundo que desde a infância conseguia me fazer me sentir assim. Fui despertada dos meus devaneios quando senti os lábios dele nos meus e fechei automaticamente os olhos, e abrindo de leve meus lábios dando permissão para que ele explorasse toda minha boca.

   Pude sentir-me flutuando, protegida nos braços de Maxon, me deixando esquecer que provavelmente a essa hora meu casamento estaria sendo negociado para salvar as dívidas da família e arranjar mais um título de nobreza a ser exibido no hall da nossa velha biblioteca.

  - Tenho que voltar... – disse tentando me separar dos braços dele sendo ao invés disso apertada ainda mais forte contra seu corpo. – Maxon...

 - Se você voltar, quem sabe nunca mais nos vejamos. Não vou poder suportar isso, Méri.

  - Eu tenho que ir... Mas eu vou voltar te juro pelo nosso amor não será a última vez.

   Corri descendo os degraus depressa antes que perdesse as forças para me afastar dele mais uma vez. Eu não tinha certeza de muita coisa, mas tinha de que não seria a nossa última vez. Consegui chegar a casa antes que alguma criada viesse me acordar, ou pior, que minha mãe viesse me dar notícia de que meu pai chegara trazendo algum pretendente junto com ele.

  Joguei minha capa dentro do meu baú e desalinhei meu cabelo para parecer que havia acabado de acordar. Anos de prática faziam com que meus gestos fossem já quase automáticos.

   Tirei todas minhas vestes e estava arrumando minha camisola quando minha mãe entrara no meu quarto, não demorando mais de cinco minutos e mandando-me apressar para receber meu pai.

  Ele não trazia convidados. Aquilo me deixou profundamente aliviada, teria uma trégua e mais alguns momentos de paz com Maxon antes de fugirmos juntos.

   Abri a janela do quarto deixando que o frio da manhã cortasse mais ainda meu rosto, agora sem a proteção do meu capuz. Nem o frio nem os últimos dias que me esperavam naquela casa me desanimavam. Toquei meus lábios e relembrei do forte aperto dos braços dele ao não querer me deixar partir.

    Logo fugiríamos só precisávamos de um pouco mais de paciência até o dia planejado. Ele só precisava acreditar em mim e confiar que tudo daria certo.

    - Eu também não posso te perder... – falei apertando o relicário que ele havia me dado entre as mãos e começando depois a me arrumar para o longo dia que me esperava...


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