Dissidia: Final Fantasy – O fim de uma guerra? escrita por Warrior of Light


Capítulo 8
Batalha na cidade esquecida


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora da postagem desse capítulo. Uma boa leitura a todos!



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      Uma cidade que era a capital primária da antiga civilização Cetra até a calamidade dos céus, JENOVA, atingir o planeta, a Cidade dos Anciões tem sido uma ruína abandonada há muito tempo. Com seus edifícios com aparência de concha e um solo que se parece com o fundo do mar, Cloud sabia que naquele lugar encontraria nada mais que seu inimigo, que o aguarda, e dolorosas lembranças. Ele vai passando pelo cenário rapidamente com sua moto, relembrando a cada segundo a grande perda que passou quando naquele lugar. Sephiroth já tirou uma pessoa importante de sua vida, e talvez pretenda fazer o mesmo agora. Ele sabe do que seu oponente é capaz de fazer, sabe que ele não tem limite, e por isso passa em grande velocidade pelo solo cheio de árvores tão claras que parecem serem feitas de luz em um chão sem nenhum mato. Eram ruínas e mais ruínas, como da última vez em que esteve ali. Mesmo assim, ainda era um lugar brilhante, ficando ainda mais bonito considerando que agora é lua cheia. É um tanto quanto... Doloroso estar ali, porém. Será que apenas salvar Tifa vai ser o suficiente para que ele possa se perdoar?

      ...

      Na mesma cidade, pouco a frente de onde Cloud estava, em um “castelo” escondido entre torres de estilo medieval ligado a superfície por escadas feitas de luz, três seres ali esperavam pela chegada de seu oponente.

      -Ele chegará em breve. Afinal de contas, ele não passa de mais um inseto de Cosmos.

      -Ele sempre faz o que lhe é mandado – Sephiroth responde a Emperor.

      -Nós podemos matá-lo facilmente. Mesmo não sendo o que o principal servo de Chaos deseja, tudo está condenado a morte – Cloud of Darkness também estava presente.

      -Ele não pode mandar naquele que já é um imperador. Só pode haver um soberano. – Emperor responde, fazendo gestos de desprezo com a mão.

      -Ainda continua presumindo que possui o papel de conquistador. Deseja reinar em um mundo condenado a morte? – Cloud of Darkness ri e olha pra Emperor como se ele fosse apenas mais uma patética criatura que pensa que pode ter tudo sobre controle.

      -Alguém sem desejos me entendia. – Sephiroth diz fazendo clara referência a Cloud of Darkness, ficando pouco a frente dos dois e agindo como se a conversa entre eles fosse banal – E realmente, só pode haver um escolhido pra conquistar o planeta.

      -O “todo poderoso” Sephiroth... Você também é controlado por outra força, embora você não seja nada se não um falso herói. – Ela fala demonstrando claramente saber quem é ele, provavelmente devido aos dois já terem sido convocados em vários ciclos e, mesmo com suas memórias ainda incompletas, lembrou deste detalhe. Mas mesmo assim... Sephiroth não se lembra de ter falado nada com Cloud of Darkness sobre seu passado, o que acaba por deixá-lo sem resposta por alguns segundos. Mesmo tendo pensado em falar algo depois, os três são interrompidos quando sentem que Cloud estava pra chegar, virando as cabeças e olhando pra frente.

      -O inseto realmente veio. Ele é ainda mais tolo do que eu pensava. – Diz Emperor.

      -Os Manikins estão em quantidade mais do que o suficiente para distraí-lo e facilitar sua inevitável derrota. Ele está em completa desvantagem. – Cloud of Darkness olha para o céu, e some dali, quase como um rápido teleporte, deixando uma espécie de fumaça preta e vermelha por poucos segundos.

      -Não existe necessidade pra equilíbrio. – Emperor completa, e começa a andar na direção onde vai batalhar com Cloud. Sephiroth vai até o local da luta voando.

      ...

      Entre a lua cheia e as claras árvores da cidade esquecida, Cloud continua avançando com sua moto, sentindo a presença do inimigo pouco adiante, mesmo considerando que não ouve nada se não apenas o som de sua moto. Um silêncio que, para ele, fala muito, e alto. Aquilo começa o distrair, e então ele começa a sentir como se o lugar estivesse passando por uma transformação diante de seus olhos. Uma forte luz branca que cresce mais e mais até cercar todo o cenário. Ele é levado para outro lugar, sem árvores, ruínas ou mesmo um solo, apenas uma luz forte. Não existia nada ali, mas mesmo assim era... Gratificante e puro. Trazia-lhe paz, mas ao mesmo tempo dor. Já sabia o que era, e levanta a cabeça lentamente, não sabia mais o que sentir... Até ouvir uma voz.

      -Você veio aqui novamente, mesmo que ainda carregue incerteza. Já é um bom começo. – Sente uma mão segurar levemente seu braço em um gesto de carinho. Do branco vazio começam a nascer flores com pétalas amarelas rapidamente, como se a presença dela trouxesse bons frutos, paz e alegria por onde quer que passe. Era Aerith. – Então, por que você veio até aqui?

      -Eu acho que quero ser perdoado. – A voz de Cloud demonstra dúvida, mas ao mesmo tempo satisfação por estar por perto dela mais uma vez, mesmo que seja provavelmente apenas sua mente mexendo com ele. Ele continua falando sem se virar, com ela atrás dele. Lembra-se de cada detalhe de sua roupa que usava, vendendo flores por 1 gil, com seus cabelos castanhos e seus olhos verdes. Por mais que sua memória estivesse falha, de algumas coisas ele nunca esquece. – Sim, mais do que tudo.

      -Por quem? Por quê? Você tinha vindo por mim aquele dia, é tudo que importa. Eu nunca te culpei, nenhuma uma vez. – Cloud então vira seu rosto pra direção em que ela estava, mas ao fazer isso... Volta para o lugar onde deixou Aerith morrer. Mesmo tendo durado apenas alguns segundos, parecia tão real... Muitas vezes ele pensa se não seria melhor viver na fantasia do que na fria e crua realidade. Ele ainda não recuperou a memória completamente, mas o que lembra já é o suficiente pra saber disso. Seu momento de pensar é interrompido quando vê uma espécie de energia laranja vindo em sua direção. Ele inclina sua moto pra direta, desviando da magia lançada contra ele, que explode logo depois. Ao olhar na direção de onde o ataque veio, ele enxerga aquele desconhecido que viu quando no deserto há algumas horas atrás, e junto dele estava Sephiroth.

      No momento em que saiu do deserto e se dirigiu até a cidade esquecida, Cloud sabia que estava indo para uma armadilha. Seu inimigo não o “convidaria” a ir aquele lugar por motivos banais, usando Tifa para obrigá-lo a ir. Não esperava, porém, que Sephiroth estivesse acompanhado de outro ser provavelmente tão desprezível quanto, julgando pelo primeiro encontro que tiveram. Isso só o faz pensar também na batalha que viu ocorrer quando em Midgar. Poderia tudo isso ter conexão com a guerra que o outro guerreiro no deserto citou? Talvez, mas isso não é o mais relevante agora. A batalha que ele trava no momento é por alguém importante, então não importa quantos oponentes Cloud tenha que lutar, ele tentará o máximo possível pra conseguir o que quer. Pensando nisso logo após se defender do primeiro ataque, Cloud, ainda na sua moto, pega duas das seis espadas individuais interconectadas que juntas formam uma grande espada similar com a Buster Sword, arma dada por Zack antes de morrer e que usou durante um longo tempo. Aumentou ainda mais a velocidade da moto, indo com tudo na direção de seus inimigos.

      Com Cloud preparado para a luta, era hora dos servos de Chaos colocarem em prática a estratégia deles. Antes que chegasse perto de Sephiroth e Emperor, Manikins começaram a aparecer, alguns pularam das árvores e outros vieram correndo de outra direção, eram muitos. Cloud, apesar de não saber quem eram, atacou mesmo assim, virando a moto rapidamente e atacando com sua espada, dando em seguida seqüências giratórias para atacar quem viesse de qualquer lado. Ao mesmo tempo, tentava chegar cada vez mais perto de seu verdadeiro inimigo, atropelando as criaturas que o atacavam. No meio disso, antes que alcançasse seu objetivo, percebe outra criatura que desconhece emergindo do chão, mostrando uma forma mais humana que os outros, possivelmente mais forte. Tentou atacar antes que a mesma fizesse, mas não foi rápido o bastante, e o ser desconhecido atacou, convocando esferas que soltavam feixes de energia do chão até o ar. Em uma tentativa de defender, Cloud virou sua moto rapidamente, juntou as suas seis espadas em uma para contra-atacar, mas parte do golpe o acertou e o derrubou, enquanto sua moto caiu do outro lado e sua espada um pouco mais longe. Estava em total desvantagem, pois, enquanto que Sephiroth já é um oponente conhecido, nunca duelou com nenhum dos outros dois presentes, não sabendo seus golpes nem padrão de ataques. Caído no chão, Sephiroth e outro com armadura de ouro se aproximam.

      -Eu sabia que viria. Tudo que você sempre quis foi se livrar de memórias passadas, por isso que veio, com minha ajuda. Você ainda não é capaz de tomar decisões por si próprio.

      -Eu só vim aqui pela Tifa. Eu vim aqui por vontade própria. – Cloud responde, levantando sua cabeça e olhando firmemente nos olhos do monstro que sempre esteve presente tentando manipulá-lo e arruinar ainda mais sua vida.

      -Tifa? O tolo ainda não entendeu nada. – Emperor começa a dar risadas, achando Cloud um completo estúpido que é facilmente manipulado. – Você não vai encontrar ninguém aqui. Você apenas veio aqui pra ser esmagado como o inseto que é.

      -Será que você vai ainda pode encontrar seu caminho pra fora do desespero? Aqui não. – Cloud of Darkness aparece levitando. Cloud então percebe onde realmente se meteu, mas agora não tinha mais volta: se ele quiser sobreviver, teria que lutar.

      -Cloud, você nunca se desfez da escuridão. – Sephiroth continua a falar, mesmo com Cloud o mandando ficar quieto. – Você nunca se desfez do seu passado.

      -Cala boca! – Cloud manda ele se silenciar pela última vez, desta vez com um tom de voz mais grave, demonstrando clara raiva, tanto por ter caído facilmente na armadilha, quanto por saber que ali não encontraria quem procurava.

      -Se é medo que você deseja... – Sephiroth coloca sua Masamune no pescoço de Cloud – Então eu irei lhe proporcionar.

      Quando Sephiroth levanta sua espada para atacar, todos no cenário são surpreendidos com uma forte onda de água que veio e tomou conta de uma boa parte do cenário, vindo com forte intensidade, mas, curiosamente, apenas os inimigos de Cloud foram atingidos... Mesmo se questionando quem ou o que foi responsável por isso e o porquê, ele aproveita a chance, se levanta o suficiente para dar um pulo e pegar sua espada, e responde para Sephiroth antes de atacar.

      -O que mais desejo, eu mesmo acharei. – Ele ataca Sephiroth que, mesmo que também tenha sido pego de surpresa, ainda mantém sua guarda e consegue desviar rapidamente e com sua asa voar para o lado, onde a água não estava batendo. Com a onda de água cessando, Emperor ataca, à distância, usando uma magia que forma um circulo de luz no chão e disparam raios, esses rebatidos com sua espada. Mas Cloud teria que se preocupar com mais do que apenas isso, já que Cloud of Darkness vem rapidamente até ele, desaparecendo no ar e então aparecendo em sua frente. Ela ataca com seus tentáculos e ele tenta rebatê-los, porém, sua oponente usa dois dos tentáculos para segurá-lo e jogá-lo para trás, fazendo com que ele caia quase que na frente de Emperor, que o ataca e desvia dos contra-ataques com seu bastão. Enquanto luta com eles, Cloud tenta os analisar, embora seja um pouco difícil com tanta coisa acontecendo. Não conhece nenhum dos dois, mas o de armadura dourada claramente é alguém que luta melhor à distância, e também parece ser muito arrogante, levando em conta o jeito como fala dos outros, os menosprezando a nada mais que insetos. A outra, porém, parece nem ter sentimentos, e é ainda mais perigosa, visto que luta não apenas a distância, mas quando próximo do oponente também. Enquanto Sephiroth, seu verdadeiro rival, parece ter sumido do local, não conseguindo achar ele. Ao fundo do cenário, percebe também que alguém ou algo está usando golpes usando o elemento água para atacar os Manikins, fora alguns tiros dados por entre tais golpes.

      A luta continua no solo por mais alguns intensos segundos, até que Cloud of Darkness joga Cloud na direção de uma árvore. Em seguida, Emperor destrói a árvore, tentando trazer a luta pro chão, já que, diferente da outra, ele não aparenta poder voar. Ele então pula alto, desviando dos múltiplos golpes de tentáculos, enquanto seu outro oponente apenas observa. Em seu último golpe, Cloud é jogado contra outra árvore. Antes de atacar novamente, ele enfim acha Sephiroth, do outro lado do cenário. Usando a árvore como impulso, ele pula na direção de seu maior inimigo, tentando atacar. Ele pode não saber do paradeiro de Tifa, mas é ainda um perigo pra ela ou qualquer um que lhe seja precioso. Porém, Cloud já não está com força total devido à luta com os outros dois, enquanto seu inimigo está com fôlego total, resultando em um ataque falho que é facilmente contra-atacado, logo em seguida sendo jogado no chão por outro golpe.

      Tinha perdido a luta, não tinha como ganhar contra os três. Mesmo com os Manikins tendo sido derrotados por outra força, dois de seus oponentes são novos pra ele e o outro foi criado pra ser o monstro perfeito. Cloud estava despreparado, agiu de forma impulsiva, e foi ingênuo em acreditar no Sephiroth. E mais uma vez, ele não conseguiu o que queria, falhando em achar Tifa. Antes que fosse atacado de novo, uma serpente azul aparece e usa a água para distrair os servos de Chaos, seguidos por tiros disparados por um homem com cabelos escuros de roupa azul e calça marrom. Enquanto isso, uma mulher de cabelos verdes com roupas da mesma cor pega ele o coloca em cima da serpente, que após isso foge rapidamente dali usando uma onde de água que convoca, levando consigo Cloud, a mulher e o homem misterioso.

      ...

      Fora da batalha, Cloud enfim tem tempo pra saber quem são aqueles que o salvaram. Isso não faria muita diferença, ele foi ali à toa, usado, manipulado novamente, mas talvez possa conseguir uma informação útil, pra finalizar bem à noite, já que estava pra amanhecer.

      -Quem são vocês?

      -Sabe, a gente ficaria satisfeito se você agradecesse. – Diz a mulher.

      -Ah, Rydia, dê um tempo pra ele, lembre-se da luta que ele acabou de travar. – O homem, que é claramente mais velho que Cloud, estendeu a mão, se apresentado – Laguna, prazer em conhecê-lo.

      Cloud não responde, nem estende a mão. Apenas continua a olhar pra esse tal de Laguna, que começou a coçar o cabelo e ficando um pouco sem graça com a grosseria de Cloud.

      -Ei, eu também posso ser maneiro desse jeito igual você, sabe. Quem sabe se eu mudar de visual. – Cloud fica quieto diante das coisas sem sentido que esse homem fala. O que tem de maneiro nele? Em poucos segundos, chega à conclusão que Laguna deve ser daqueles que nunca calam a boca. – Você parece quieto, lembra alguém próximo de mim, sabe.

      -Cara, sua mãe nunca te ensinou a respeitar os mais velhos? – Fala Rydia.

      -O que é essa criatura? – Cloud pergunta, olhando pra serpente azul que controla o elemento água.

      -É um ser igual a todos nós! Não tem diferença entre os humanos e os Eidolons. O que importa é o que está dentro de nós. – Ela fala como se tivesse ficado ofendida, como se Cloud tivesse sido preconceituoso ou algo do gênero. Ele não sabe o que responder, mas se sente com muita falta de sorte de ter sido salvo justamente por dois infantis. Mas deixou de lado esses pensamentos e aproveitou pra perguntar sobre Tifa.

      -Estou atrás de alguém com cabelo castanho, com olhos vermelhos que às vezes podem parecer marrons. Ela usa uma blusa branca e uma mini-saia preta.

      -E que também usa os punhos pra bater nas pessoas? – Laguna pergunta, complementando.

      -Isso! Onde viu ela pela última vez? – Cloud ficou com um tom de voz um pouco menos sério ao perceber que pode enfim ouvir uma informação útil.

      -Na verdade ela está com a gente em uma casa de pedra branca. Viemos aqui em busca de comida, e ela ficou por lá, juntando com mais alguém. Daí te encontramos e achamos que você precisava de ajuda, já que parecia que ia apanhar feio, e não parecia também um dos caras maus, apesar desse jeito mal encarado.

      -Me leve até ela. – Cloud ordena.

      -Sabe, ser um pouco educado ajudaria. – Pelo visto, Cloud vai ter que aturar esse Laguna por mais um tempo, mas ao menos é por uma boa causa.

      -...Pode me levar até ela? – Ele tenta ser gentil a sua maneira só pra que o outro homem que realmente era chato fale de uma vez.

      -Melhorou. Vamos lá, assim você aproveita e descansa, afinal o sol já está pra chegar daqui a pouco.

      Apesar de todos os desafios, da perigosa luta que travou e o do fato de ainda estar se sentido culpado por tudo, a noite parecia que ia se encerrar bem pra ele. Mesmo com Laguna e Rydia tendo personalidades muito diferentes da dele, julgando pela primeira impressão, eles estão com Tifa, então isso é o suficiente pra ele. Cloud enfim vai poder vê-la novamente, mas percebe que isso é apenas o começo de sua jornada. A guerra que o outro guerreiro do deserto falou parecia mesmo séria, e isso afetará a todos, e ele precisa estar perto daqueles que ama, para protegê-los, mesmo sentindo que talvez não seja capaz disso.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Cloud enfim se encontra com Tifa.



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