A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 29
A Batalha Final - Último Episódio


Notas iniciais do capítulo

Pessoal é isso ai, o grande final chegou, mas não acabou por aqui, o próximo já vai começar a ser postado.
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O corpo de Cristian foi queimado no pátio, onde todos poderiam ver, Richard de início não conseguiu acreditar que ele não era seu irmão, não completamente. Ele decidiu ficar no quarto enquanto queimávamos Cristian. Todos se reuniram no pátio, mas eu e Kely tínhamos outros planos. Nós seriamos as peças finais daquela guerra, se tudo ocorresse como o planejado claro. Fomos então organizar os últimos preparativos, ela pegou um armadura dourada que estava dentro do baú no seu quarto, provavelmente aquele quarto era do filho de minha tia, que mesmo tendo morrido cedo, já tinha sua armadura preparada. Coube perfeitamente em Kely, ela pegou uma das espadas que estava pendurada na parede do meu quarto por fim.

— Agora eu estou pronta para a guerra – Disse ela – Só falta você Clarisse, vá logo e pegue a armadura que era de sua tia – Não sabia se ela tinha uma armadura de combate, mas não custava tentar né, então comecei a procurar, enquanto Kely olhava em um canto do quarto eu olhava em outro, olhamos em cada pedacinho do quarto e nada, nenhuma armadura – Sua tia não tinha nada – Kely disse cansada de tanto revirar as coisas – Sinceramente, ela deveria achar que nunca seria atacada. Qualquer rei ou rainha tem sua armadura de guerra.

— Mas pelo visto minha tia não pensava dessa maneira – Olhei ao redor do quarto, esperando ver alguma coisa, algo que poderia ter passado despercebido, algo como.... – É claro – Me levantei da cama e fui para a parede ao lado da janela, onde se encontrava o guarda roupa – Kely venha cá e me ajude com isso – Sem intender nada Kely se levantou e foi me ajudar.

— Acha que sua tia iria esconder uma armadura atrás do guarda roupa? - Disse ela em tom incrédulo. Mas mesmo assim ela continuou a empurrar o guarda roupa, quando conseguimos empurrar ele o suficiente para ver a outra parede, já estávamos ofegantes pelo grande esforço – Bem receio que ela não escondeu nada aqui – Disse Kely olhando para a parede – Tem apenas esse desenho, mas por que alguém esconderia o desenho do seu Clã? – Na parede tinha um grande círculo negro e no centro tinha uma estrela branca envolta de milhares de estrelas menores, mas uma em especial chamou minha atenção, ela era minúscula, menor que todas e estava solitária, uma coisa insignificante perto das outras, mas ela tinha uma característica própria, ao invés de ser branca essa era um tom mais para o prateado. Kely seguiu meu olhar para ela – Por que ela mandaria desenhar isso e depois esconderia? – Perguntou Kely novamente.

— Talvez por que ela não quisesse que ninguém além de um Cronariano encontrasse – Apertei aquela estrelinha e milagrosamente ela entrou mais para dentro da parede e as outras começaram a brilhar, inclusive a estrela maior, todas brilharam em um tom azulado, até que a parede começou a se mexer, ela parecia estar se abrindo para algum tipo de porta, quando aquela luz parou Kely olhou para mim e sorriu.

— Você é incrível – Disse ela empurrando a porta, dentro tinha alguns lances de escada que levavam para baixo – Vamos – Disse Kely. Passei a sua frente e comecei a descer as escadas, descemos durante uns dez minutos, tinha perdido as contas de quantos degraus tínhamos descido. Chegamos até uma outra porta, essa parecia ser de ferro, ela era gélida ao toque, não tinha desenho algum, apenas um pequeno formato de uma mão onde deveria haver uma maçaneta. Kely olhou para mim com expectativa, não tinha ideia do que fazer, então como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer em um caso desses, eu coloquei minha mão naquele formato, que por incrível que parecesse coube perfeitamente. A porta deu um rangido e então deu um clique, informando que tinha sido aberta. Kely me olhou com mais expectativa ainda, não sabia o que poderia ter ali dentro e certamente estava com um pouco de medo de descobrir, mas mesmo assim eu empurrei a porta, e o que eu vi foi a coisa mais incrível de todas. Atrás da porta tinha um grande salão e ele estava repleto de ouro, todo o tipo de joia preciosa, todo o tipo e tamanho de moedas e barras de ouros, metros e mais metros, montanhas e mais montanhas de ouro e no centro de tudo estava a Coroa das Estrelas, ela era branca, tinha cerca de três torres pontiagudas na sua frente e na do meio tinha uma pedra, igual à do meu anel, ela era metade negra e metade branca, mas essa tinha o formato de uma estrela, tinha outra torre pontiaguda, mas essa ao contrário da outra era inversa, ela apontava para baixo. Deveria ir até a divisa das sobrancelhas. Tinha um caminho que levava para a coroa, eu e Kely fomos para ela, quando cheguei lá reparei que ao lado do pedestal que a coroa estava, tinha um cetro, mas ele parecia estar quebrado, a ponta dele tinha duas asas douradas, que deveria segurar alguma coisa, que tinha sido arrancada dele bruscamente. Peguei a coroa e quando fui para pegar aquele cetro outra coisa chamou minha atenção e era o que eu estava procurando, a armadura de minha tia. Kely e eu fomos até ela, entreguei a Coroa a Kely e abri o vidro que guardava a armadura, ela era tão branca, que parecia reluzir uma luz, ao seu lado dobrado estava a capa, que deveria prender nos ombros da armadura, deu para ver a ponta da espada que estava embaixo da capa, peguei a capa e depois a espada, como a armadura ela tinha o capo branco e era repleto de pedras pretas. Olhei ao redor da armadura, para ver se achava algum elmo, mas pelo visto não tinha nenhum.

— Segure para mim – Entreguei a espada e a capa a Kely – Vou vestir a armadura – Disse a ela.

— Mas aqui? E melhor e levarmos lá para cima – Não prestei muita atenção em Kely, tirei o vestido e vesti a roupa que estava do lado da armadura, ela era um pouco pesada e seu tecido era mais grosso, peguei a armadura e vesti ela de pouco a pouco, quando finalmente terminei aquela parte, eu peguei a capa com Kely e pedi a ela para colocá-la em mim, por fim peguei a coroa e a coloquei na cabeça e a espada coloquei em uma bainha ao lado da armadura, tudo coube perfeitamente em mim – Como você não me ouve, vamos subir e não quero ouvir reclamações de que esta pesado demais ok?! – Temi que ela estivesse certa e eu chegasse lá em cima ofegante e cansada demais para a batalha, mas a armadura parecia uma pena no meu corpo, todo aquele peso parecia ter se fundido com meu corpo tornando tudo apenas um. Kely e eu voltamos para o quarto já prontas para a batalha – Será que todos já estão prontos?

— Eu espero que estejam – Fui para a porta, mas antes que a abrisse o guarda colocou a cabeça para dentro, ao me ver sua reação foi a mais engraçada que já vi na vida, ele deu um pulo e gritou alto, não era para mim rir, mas não consegui me conter, foi muito engraçado – Sor. sou eu Clarisse, acalme-se – Disse indo para a porta, mas o guarda já havia sumido, provavelmente tinha se amedrontado demais. Deveria rever quem coloco para guardar as portas do meu quarto – Espero que corra mesmo – Gritei, sabendo que ele não ouviria – Pois amanhã você não voltara para essa posição – Kely ao meu lado quase se dobrava de tanto rir – Acalme-se, isso não são modos para uma Senhora de um grande Clã – Disse imitando a voz de Geséle, ela tinha me dito isso quando comecei a reunir meus seguidores, ela falou: “Isso não são modos para uma Rainha de porte alto, acalme-se minha querida” — Vamos, receio que ele já deva estar atravessando os portões de tanto medo – E com isso descemos as escadas rindo, quando chegamos no pátio percebemos que todos estavam lá reunidos e prontos, eles conversavam revendo as táticas da batalha, quando me viram eles se calaram.

— Você...está belíssima – Disse o Lorde Kemp.

— Tenho que concordar que para uma rainha, você está no estilo “Não me toque, se não te mato” – Disse Clery sorrindo, Brindigite deferente dos outros se aproximou um pouco de mim e disse baixo o suficiente para apenas eu ouvir.

— Onde você achou essa armadura? – Perguntou ela.

— Por que a Senhora deseja saber?

— Essa armadura Clarisse é a coisa mais forte já feita, nem mesmo os Mino conseguiriam recriar ela – Ela então olhou para a minha cabeça e reparou que estava com a coroa – Você a encontrou – Disse ela com surpresa – Achei que ninguém nunca fosse encontrar.

— Eu não sou ninguém – Disse a ela um pouco ríspida, apenas o suficiente para mostrar que não erámos amiguinhas de fazer confidências uma as outras – Sou uma Cronariana – Com isso eu me afastei dela e fui para o centro onde estavam os outros, eles também repararam na coroa, falaram que tinha ficado bela em mim, nenhum deles perguntou onde tinha encontrado, pois sabiam que se eu quisesse falar eu falaria – Todos então já sabem sua formação?

— Sim sabemos – Disseram todos juntos.

— Serei a primeira a atacar – Disse Brindigite voltando a se juntar ao grupo.

— Sim e depois vem a Senhora Clery, Lorde Justino Koly vem logo depois, mas creio que não haja necessidade de repassar tudo de novo, todos nesse momento sabem suas posições, agora vão e se coloquem nelas, eu irei estar na minha assim que a hora chegar.

Todos assim saíram, cada um indo para um lado. Fui para o topo da muralha, onde poderia observar tudo e aguardar a minha hora. Como o previsto Prometheus já estava a menos de vinte minutos daqui, suas tropas estavam paradas, podia ver seu rosto, seu novo corpo de demônio. Brindigite foi para a sua posição, na parte Norte da muralha, era lá que ela iniciaria a batalha. Ela olhou para mim a espera do sinal, mas não era hora ainda, ele continuava ali parado, olhando fixamente para mim, senti como se ele quisesse ler minha mente. Ele estava esperando que eu desse o primeiro passo, esperava que eu atacasse primeiro, mas isso não iria acontecer, pretendia esperar durante dias se fosse preciso, mas ele que atacaria primeiro. Se passados quinze minutos Kely subiu para ver o que estava acontecendo.

— Por que a batalha já não começou Vossa Alteza?

— Ele está ali parado – Disse a ela – Olhando para mim.

— Como sabe que está te olhando? Estamos a metros de distância, ele não deve estar vendo a senhora – Virei meu olhar para Kely.

— Não se engane, ele sabe que estou aqui, ele pode me ver, do mesmo jeito que eu posso ver ele – Voltei meu olhar novamente para Prometheus – Tem alguma coisa errado, alguma coisa muito errada – Olhei todo o seu exército, de canto a canto e ninguém se mexia, estavam todos parados, vidrados no castelo – Ele não ficaria ali parado durante vinte minutos apenas esperando que o atacássemos.

— Talvez seja por que temos pessoas a mais – Disse Kely – Ele deve estar pensando se ataca ou não.

— Não ele nem cogitaria em pensar nessa hipótese – Disse olhando mais uma vez para aquele exército petrificado – Mas é claro – Disse de repente, assustando Kely.

— O que?

— Aquilo é apenas uma distração – Disse – Tem alguém que ele trouxe de volta que sabe conjurar pedras em forma de gente ou alguma coisa assim? – Kely parou pensativa e então seus olhos se iluminaram em alerta.

— Bruna Grinter, ela consegue clonar as pessoas, mas seus clones nunca fazem nada, são clones petrificados – Disse ela. Aquilo foi é apenas uma distração para fazer o ataque. Olhei para Brindigite apressada.

— Senhora Brindigite – Gritei – Rápido, comece agora mesmo – Disse meio desesperada, não sabia por onde eles estariam chegando, teria que proteger o castelo e agora. Brindigite então iniciou seu feito, ela levantou as mãos pouco acima do peito e conjurou a maior nevoa já vista. A nevoa obedecia todos os movimentos de suas mãos, indo de lugar a lugar, até que um campo com flores venenosas, espinheiros assassinos, terra que sugava as pessoas e um labirinto enorme, tudo rodou o castelo, tornando impossível chegar até ali sem passar por aquele labirinto todo. Como um presentinho a mais ela conseguiu colocar também guardas de pedra, terra e água na frente dos portões, tudo não fazia parte de uma ilusão, mas uma ilusão que era solida o suficiente para matar. Com isso a Senhora Clery saiu pelos portões do castelo, ela já estava modificada, seu corpo reluzia, ela era toda de prata, ela seu exército e o de Brindigite saíram juntos. Olhei de novo para Brindigite, ela não poderia ser interrompida, qualquer coisa que atrapalhasse sua concentração, acabaria com todo o plano – Kely vá para perto da Senhora Brindigite, ninguém pode chegar até ela, qualquer um que tentar mate.

— Mas eu deveria ficar com você – Disse ela.

— Mudanças de plano – Falei para ela – Eles sabem que Brindigite que está fazendo aquilo e tentaram derrubar ela dali, eu posso cuidar do final sozinha, por isso quero que você cuide de que a guerra continue nesse campo que ela criou e para isso preciso que faça sua segurança, você entendeu bem? – Olhei para ela esperando sua resposta.

— Claro Vossa Alteza – Com isso ela desceu da muralha e foi para o lado norte, onde estava Brindigite, ficando ao seu lado. Voltei os olhos para o campo, para ver o que estava acontecendo, o exército de Clery e Brindigite tinham se encontrado com o exército de Prometheus, que era bem maior que mil homens, deveria ter no mínimo cinquenta mil homens, nem todos era Lordes e Senhoras, a maioria era guerreiro normal. Pude ver o homem que Kely tinha falado que controlava o tempo, ele trazia furacões e uma chuva com relâmpagos por todo o labirinto, estava tentando aproximar do castelo e isso não poderia acontecer, fechei meus olhos, deixando um pouco de lado o plano, voltei a abrir ele pronta para o que iria fazer, senti o vento ao meu redor rodopiar, minhas mãos baixas começaram a brilhar, mas um brilho fraco, então um grande muro redondo começou a se formar em volta da fortaleza, ele foi aumentando, ficando em forma de cone até que se encontrou e se fechou no centro, aquela cúpula brilhava como se o sol fizesse parte dela. A nuvem negra e os tufões mandados por aquele Lorde colidiram com a barreira, pude sentir o baque mais que os outros e tive que aumentar a força para que ele não fosse derrubado – Clarisse o que está fazendo? – Gritou Kely do outro lado – Isso não estava no plano.

— Não posso deixar aquilo chegar até aqui – Gritei de volta, mas não surtiu muito efeito, pois saiu ofegante minha voz, quase incompreensível, mas Kely conseguiu entender, pois acenou a cabeça e virou a cabeça.

— Eles pararam – Gritou ela de repente, voltei um pouco minha atenção para baixo, e ela estava certa, Clery e o exército tinham paralisado, pararam de se movimentar e o inimigo estava massacrando eles sem a menor dificuldade – Glinda, ela que dever estar parando o tempo – Gritou Kely – Mas nós aqui dentro não fomos atingidos – Disse ela sem intender – Seu escudo, é claro, ele está nos protegendo dela também, continue com ele – Gritou ela.

— Pretendo fazer isso – Gritei já me sentindo um pouco cansada – Mas não podemos deixar eles morrerem daquela forma, temos que fazer algo.

— Pode deixar, nossa velha Brindigite aqui vai fazer algo – Dito e feito, mesmo Glinda parando o tempo Brindigite conseguiu movimentar o campo que tinha criado, uma gigante barreira se formou na frente dos guerreiros, dividindo-os, pude ouvir um uivo de ódio e alguém golpeando furiosamente o muro. Mas antes que conseguissem ultrapassar, cipós saíram do chão e se enroscaram nos pés dos guerreiros inimigos, subindo cada vez mais, até alcançar o pescoço, quando chegou nesse limite espinhos gigantes brotaram deles, furando profundamente cada um deles, consegui ver o corpo de Glinda e Jason, caírem no chão, com isso os guerreiros voltaram ao normal e aquela tempestade toda desapareceu, então pude deixar aquele escudo cair. Olhei ao redor a procura de Prometheus, mas nada, o restante de seus seguidores avançavam com tudo, mais de quarenta mil homens, não sabia como, mas parecia estar brotando pessoas do chão... ou melhor parecia estar vindo de algum lugar, chamados por alguém, aquilo não eram homens, mas sim demônios, como pude me esquecer de Safira Creir, ela deveria estar invocando aqueles demônios. O restante do exército saiu do castelo quando o escudo caiu, todos foram se juntar a Clery, que lutava bravamente. Nós não ganharíamos nada com Safira conjurando aqueles demônios todos, matávamos mais do que morriam dos nossos, mas sempre que dez deles morria, ela levantava vinte, mas onde que poderia estar? Onde alguém poderia se esconder, sem que ficasse a vista dos outros?  Meus olhos de repente se voltaram para uma parte da floresta, onde tinha um pequeno vulto vestido de negro, seus cabelos brancos eram visíveis de longe.

— Kely ali – Apontei para onde estava Safira – Temos que acabar com ela, ela está conjurando os demônios.

— Pode deixar – Gritou Kely de volta. Vários corpos de líderes estavam estendidos no chão, os demônio de pouco a pouco iam virando pó. Estava na hora, desci as escadas da muralha e fui para o centro do pátio, quando uma grande explosão me fez virar a cabeça. Onde eu estava tinha acabado de explodir em chamas e sobrevoando a muralha como um cometa entrou Eryna Loriel, os arqueiros não foram pareôs para ela, que conseguiu passar facilmente por eles, ela olhou em volta e me avistou, pude ver seu sorriso se formar no rosto, ela então desceu calma e lentamente, como se nada a preocupasse.

— Que bom ver você aqui queridinha – Disse ela sorrindo – Agora posso te matar – Ela avançou para cima de mim, em suas mãos estava uma espada, ela pretendia lutar corpo a corpo. Peguei minha espada e me defendi do golpe que ela deu, graças a Richard que me ensinou a usar uma espada corretamente, ela era rápida e melhor do que eu, mas estava conseguindo manter o ritmo, bloqueando suas investidas – Quem diria, você conseguiu aprender algum coisa – Disse ela se afastando um pouco – Mas não será o suficiente para me derrotar.

— Eu sei disso – Falei ofegando – E não é isso que quero, você é mais valiosa viva do que morta – Dessa vez eu que ataquei, investi contra ela vários golpes, todos eles foram bloqueados com facilidade por ela, até que sua espada veio ao meu encontro, dessa vez não fui rápida o suficiente e a espada cortou meu rosto, senti o sangue escorrendo quente pelo meu rosto e pingando no chão, minha coroa caiu da minha cabeça, rolando para os seus pés. Ela abaixou e a pegou.

— Sabe, você nunca teve chances de ser uma rainha de verdade Clarisse – Disse ela girando a coroa em suas mãos – Até você tem que admitir isso. Não consegue nem mesmo me derrotar, quem dirá Prometheus – Me levantei e olhei bem em seus olhos.

— Essa é a diferença Eryna – Disse a ela – Eu não quero derrota-la, quero aperfeiçoar você – Só então ela intendeu o que eu estava fazendo, tentou se apressar e me golpear mais uma vez na cabeça, mas já era tarde demais, senti meu corpo esquentar um pouco e sair um brilho dele, senti como se a paz tomasse conta daquele lugar, como se estivesse purificando o ar, o tornando mais puro. Eryna foi jogada para trás, caindo no chão, andei até ela, que rastejava para longe – Sabe, você não é tão durona assim Eryna, uma garota de dezenove anos está te derrotando – Seu dentes exibiram um sorriso vermelho, na queda ela deveria ter mordido a língua, coloquei minhas mãos em seus ombros e a levantei como se fosse um pena, senti o mau que estava dentro dela, senti ele lutando contra mim, lutando contra a própria Eryna que estava começando a acordar. Usei minhas forças para acabar com aquilo, para queimar aquele sangue de demônio em Eryna. Seu corpo começou a esquentar, ela estremeceu em minhas mãos e começou a se contorcer, seu corpo agora estava quase em chamas de tão quente, até que de sua boca saiu uma água negra, que ao tocar no chão pegou fogo e sumiu, olhei então novamente para dentro dela, sem sinal de sangue de demônio, sem sinal de qualquer coisa relacionada aquilo, então a soltei, ela caiu no chão desmaiada , senti minhas forças indo embora e quase fui no chão também, mas não poderia me dar ao luxo de me sentar para descansar, observei o pulso dela, que estava batendo forte, o que era bom. A deixaria ali por enquanto, depois voltaria e a pegaria, me abaixei e peguei minha coroa novamente. Virei e comecei a ir para o Grande Salão, onde tudo terminaria, mas um grito e um barulho de alguma coisa desmoronando chamou novamente minha atenção, olhei de volta para a muralha, mas não tinha nada, pelo menos não do lado onde tinha explodido, então olhei para onde estavam Brindigite e Kely e foi naquele momento que vi a flecha que acabara de atravessar o peito de Brindigite, ela começou a cambalear a muralha, Kely não tinha visto o que acontecera ainda, e não conseguiria ver a tempo, ela estava andando para trás, cairia antes que Kely pudesse ajuda-la, corri para a ponta onde elas estavam, na esperança de conseguir pegar ela, mas então ela despencou, e eu estava longe demais para chegar a tempo, seu corpo atingiu o chão com um baque horrível, seu corpo foi despedaçado em vários pedaços, deixando respingos de sangue por todo o lado. Kely olhou para baixo vendo o que tinha acontecido e depois olhou para mim, com suas mãos na boca ela se virou, pude apenas ouvir seu grito de fúria e com isso o rugido de vários animais juntos. O barulho de desmoronamento que ouvi deveria ser o labirinto caindo quando Brindigite foi acertada. Não poderia fazer mais nada, então voltei minha atenção para o Grande Salão, cheguei até suas portas e com um chute as abri, lá dentro estava Prometheus, Luliana Bongolis, Lorde Bron Reivel e seu filho Victor Reivel, que parecia um pouco abatido. Luliana estava sentada no trono ao lado de Prometheus, ela sorria para mim.

— Sentimos sua falta Clarisse – Disse ela – Oh desculpe, Rainha Clarisse – Ela falou com abuso.

— Pare com isso Luliana – Prometheus falou, sua voz era macia, diferente daquele sonho que tive, ela parecia pluma de tão suave – Nossa convidada de honra acabou de chegar.

— Vocês perderam, seus queridos Lordes e Senhoras ressuscitados estão caindo de pouco a pouco – Prometheus parecia estar se divertindo com aquela situação toda.

— Acha mesmo que me importo com eles – Disse ela com desdém – Eu já sabia que eles acabariam derrotados, mas eu também sabia que você viria me procurar pessoalmente, meu plano nunca foi entrar à força com aqueles inúteis, eles apenas serviriam para me atrapalhar, não, eles foram apenas a distração, tudo para que pudesse desfrutar do meu pequeno troféu – Disse ele olhando mais atentamente para mim – Está armadura lhe caiu bem, me lembro até hoje quando ela foi feita – Aquilo sim era uma surpresa, ela não era de minha tai antão – Foi feita especialmente para minha filha Clarisse, depois de sua morte eu a escondi junto com a verdadeira coroa das estrelas, para que apenas um verdadeiro Cronariano a encontrasse, e olha para você, me surpreendendo cada vez mais encontrando ela, nem mesmo sua tia foi capaz disso. Ela sempre achou que tinha a coroa verdadeira, mas era apenas uma réplica mal feita, mas você não, você conseguiu encontrar elas – Disse ele se levantando – Mas receio que não será isso que irá lhe salvar – Prometheus apontou a palma de sua mão para mim e eu voei para o outro lado do salão, a coroa caiu novamente no chão, o rabo de cavalo que tinha feito se desfez. Senti como se minhas costelas tivessem se partido ao meio, o sangue brotou em minha boca, cuspi um pouco dele para fora e me levantei. Prometheus mais uma vez com um movimento de suas mãos me lançou para o outro lado do salão, como se fosse uma marionete, bati contra a parede, senti o ar deixando meus pulmões, tentei me levantar, mas minha perna estava doendo demais, deveria ter torcido ela, senti meu rosto arder todo, passei a mão por ele e senti os arranhões por toda a parte, o sangue ainda escorrendo da minha boca. Prometheus com mais um movimento me jogou para o centro do Salão, bati no chão e ali fiquei, não aguentava me levantar, Prometheus então se aproximou de mim, segurou meu queixo e levantou minha cabeça – Olha só para você, fez o plano perfeito para a vitória, matou meu filho bastardo e chegou aqui, no final e perdeu, tudo caiu Clarisse, você já era, seu plano já era – Foi ai que eu sorri para ele, que sem intender largou meu queixo – Está sorrindo por que? Acha que conseguira alguma coisa sendo assim abusada?

— Não seja tolo Prometheus – Disse a ele me levantando, ele se afastou um pouco, achando que pudesse atacar ele a qualquer momento com a espada – Nunca foi meu plano te derrotar daquela forma lá fora, depois que descobri Cristian eu soube que deveria haver mais alguém aqui dentro que estaria ao seu lado, sabia que te contaria tudo o que ouvisse, que te matéria informado dos meus passos, por isso tomei o maior cuidado possível de manter isso entre apenas eu e Kely. Sempre soube que você estaria aqui, sempre soube que me atacaria dessa forma, não pense que me pegou de surpresa, pois não pegou, eu sempre soube, esse era o me plano, sempre foi – Seu sorriso saiu de seu rosto, eu comecei a andar para frente, avançando devagar para ele – Nunca se perguntou por que eu ficaria aqui no Grande Salão me protegendo? Francamente Prometheus para um grande Lorde das Trevas você está se saindo muito mal, está me decepcionando – Prometheus então elevou sua mão apontando ela para meu peito, fiz o mesmo, e ao mesmo tempo eu um raio negro saiu de sua mão um branco saiu da minha, ao se encontrarem uma pequena explosão jogou as mesas na parede, fazendo elas se despedaçarem, mas nem eu e nem ele recuou, sentia o vento balançar meus cabelos. “Era ali o lugar onde a luz e as trevas se encontrariam, para a batalha final, seria ali que tudo acabaria, apenas um pode vencer, apenas um ficara de pé e esse será você Clarisse”, me lembrei dessas palavras, que uma vidente uma vez me falara, ela tinha previsto tudo, mesmo antes de eu descobrir quem realmente era, mesmo antes de ser uma Cronariana, mesmo antes de nascer, ela já sabia, sabia que ali a luz entraria em um combate com as trevas, tudo para um vencer. Prometheus começou a perder espaço. “A luz vencera, ela sempre vence, o mal acha que dessa vez será diferente, mas não será, nunca será, você é diferente de tudo, você é a vida”, aquelas palavras que a um ano achei maluquice, agora ecoavam em minha cabeça, me dando força para ir mais além, para conseguir mostrar que era capaz, para ser o caminho na escuridão, agora eu intendo o lema do meu clã, ele nunca foi apenas palavras, mas sim significados, eu sou a lanterna, eu sou aquela que guia todos durante as trevas, eu sou a luz. Senti meu corpo explodir, mas nesse momento senti algo estranho, como se carrega-se um peso na minha barriga. O raio de Prometheus do nada se extinguiu, sentia como se pudesse flutuas, não estava mais da mesma forma que antes. Meu corpo tinha realmente explodido, não tinha sido apenas a minha impressão, mas outro entrou no seu lugar, um corpo de luz, um corpo onde não corria sangue, mas sim a luz, um corpo sem impurezas e sem pecados. Senti alguma coisa brotar nas minhas costas, percebi então que eram asas, brancas e com pontas duradas, meus cabelos deixaram de ser ruivos e se tornaram loiros, minha pele ficou um pouco mais pálida e mais brilhante, foi ai que percebi que não era mais uma mera mortal, aquele corpo, aquela alma tinha explodido, tinha ido embora e no lugar um corpo novo e imortal surgiu. Voltei meus olhos para Prometheus que parecia estupefato, seu rosto estava aterrorizado, ele ia mais e mais para trás, até que sem ver tropeçou nos degraus do palanque e caiu sentado – Mas como? – Perguntou ele – Isso é....é impossível.

— Não para mim – Disse elevando minhas mãos para ele, que começou a gritar, ele se levantou, tentando fugir, mas eu não deixei, quanto mais tentava mais eu o queimava, agora eu intendia o que minha mãe queria dizer, quando falava que a morte da luz para um demônio era a pior coisa do mundo. Prometheus gritava cada vez mais, a pele de seu corpo começou a se dissolver, até virar carne viva e então essa explodiu também, se tornando um corpo negro, um corpo de demônio. Agora era a hora, já tinha trago ele a sua forma natural era hora de acabar com isso de uma vez só. Fechei a mão em um aperto, e ele explodiu em milhares de pedacinhos, seu corpo se desfez em uma poeira negra, até que se dissipou completamente. Olhei de volta para Luliana e Lorde Bron, que estavam com uma cara de horror e medo, ergui minas mãos ao alto e como uma cortina de luz, saiu de mim e rodeou não apenas o castelo, mas tudo e todos ao redor, eliminando qualquer mal e salvando a aqueles que ainda tinham uma parte boa dentro de si, Lorde Bron deveria ter tomado sangue demais, pois explodiu assim que a luz o tocou, Luliana por outro lado estremeceu, fazendo assim uma enxurrada de sangue negro sair de sua boca e cair no chão, assim que ele tocava o chão, pegava fogo. Então senti um grande alivio, uma grande paz, como se tudo tivesse acabado, como se o ar estivesse limpo e então soube que a guerra tinha acabado e eu tinha vencido ela. Senti aquela manta voltar diretamente para mim, logo depois meu corpo celeste se contraiu e voltou a forma humana, mas eu sabia que não era a mesma, que não voltaria a ser quem era, sabia que eu não era uma mortal mais. Os machucados estavam todos curados. Fui até Luliana, que estava desmaiada no chão, verifiquei seu pulso e por mais incrível que fosse, ela estava viva. Deixei ela ali e fui para fora, Kely vinha correndo para o salão, seu rosto sangrava, tinha cortes por todos os lados.

— Ganhamos – Gritou ela com uma euforia gigante – Eles caíram logo depois que uma manta branca passou sobre nós, alguns explodiram e outros vomitaram o sangue negro de demônio – Ela então me abraçou – Você conseguiu, você encontrou a lanterna dentro de você – Já tinha ouvido aquilo antes, mas não seria possível, ela estava morta ainda.

— Era você que falava comigo?

— Sim, sempre fui eu – Disse ela – Sabe, sempre soube que Prometheus me traria de volta, pois os planetas haviam me contado, eles conversavam comigo, me diziam para te proteger, para te guiar e te ajudar a encontrar sua lanterna, e olha só, trabalho feito e muitíssimo bem feito – Disse ela – Parece que a imortalidade lhe fara muito bem.

— Psiu – Chamei sua atenção, ninguém deveria saber daquela parte – Ninguém pode sabre lembra?

— Claro, claro – Disse ela – Meus parabéns a nova Rainha de Morbidus e a primeira a ser imortal.

— Kely cala essa boca – Chamei sua atenção de novo – Onde está Richard, preciso ver ele.

— Primeiro me conte o que aconteceu.

— Depois eu te conto, teremos muito tempo para isso – Disse a ela – Agora quero ver mesmo o Richard, preciso dizer uma coisa a ele – Quando disse aquilo Richard apareceu na entrada do castelo, corri até ele, que me abraçou com força, me afastei dele e percebi que estava machucado, mas nada que fosse muito grave – Você está bem? – Perguntei assim mesmo.

— Sim estou – Disse ele me beijando – Mas e você como está? O plano funcionou perfeitamente pelo visto né – Ele também sabia de tudo.

— Sim funcionou – Disse rindo.

— Nós vencemos tá, mas muitos de nós morreram hoje, não e momentos para felicidade – Disse ele com razão, mas não estava feliz pela guerra e sim por outra coisa.

— Venha comigo, tenho uma coisa para te contar – Disse puxando ele para a torre onde ficava meu quarto, quando chegamos na entrada ele parou.

— Clarisse não é hora para isso – Disse ele meio ríspido.

— Terei que falar aqui mesmo então – Disse eufórica – Richard eu estou grávida – A reação de Richard foi a que eu esperava, seu rosto se abriu em um largo sorriso e ele então me abraçou e me beijou.

— Você tem certeza disso? Ah meu Deus essa batalha toda deve ter feito algum mal a ele ou ela.

— Não ela está bem – Disse.

— Ela?

— Sim é uma menina – Disse a ele, que sorria mais ainda – E seu nome é Ângela, Ângela Cronarius.


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