A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 18
Clarisse




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— Senhor – Disse Luliana da porta do quarto – Ela acordou e fiz o que me mandou e deu sei recadinho a ela.

— Ela foi atrás deles ?.

— Sim ela foi – Disse ela sorrindo – Foi com uma alegria enorme, ainda mais depois que soube que era para matar o pai de Clarisse – Como assim meu pai ?, ele estava morto, bem minha mãe também estava a um mês atrás e agora esta viva. Se isso fosse verdade eu não poderia permitir que isso acontecesse, isso já foi longe demais. Comecei a resistir a Prometheus e acho que ele sentiu.

— Vá embora daqui agora sua idiota – Luliana ficou confusa, mas saiu assim mesmo – Pare agora – Parei como se sua voz tivesse alguma coisa, que me paralisava – Você não conseguira tomar esse corpo de mim garota - “Meu pai esta vivo ?” — Sim ele esta, bem estará por pouco tempo - “Seu canalha covarde, vou te matar, como ousa fazer isso, seu monstro sem escrúpulos”— Obrigado pelo elogio, espero continuar assim. Bem já que a idiota da Luliana começou agora vou terminar, não apenas seu pai vai morrer, mas seu amigo Luis, o pai dele e seu namorado Cristian e depois claro sua mãe. Preciso do meu corpo de volta - “Você não tera mais nada, por que eu acabarei com você entendeu, não deixarei isso acontecer” - E o que você pretende fazer garota ?, me purificar com sua luz ? - “Bem, é exatamente isso que eu irei fazer”, voltei a resistir a ele – Pare – Novamente parou – Você é fraca demais para isso, sua luz não faz nem cocegas em mim - “CHEGA”, gritei, “Você passou de todos os limites, já CHEGA”, disse com firmeza e ele pareceu recuar as minhas investidas – Parece que alguém ficou um pouquinho mais forte – Disse ele zombando de mim, mas não estava nem ai, ele estava tentando me distrair e não conseguiria, não agora, não hoje – Pare – Disse ele, mas dessa vez não surgiu tanto efeito – PARE – Gritou ele e dessa vez parou e eu voltei a congelar – Sera mesmo que terei que batalhar com você ?, você perderá, você não conseguiu nem mesmo salvar sua mãe de Bron, que é um idiota garota, quem dirá me vencer - “Você acha mesmo que não sou capaz ?, acha mesmo que sou fraca ?, pois bem, tenho uma novidade para você, eu não sou” fechei os olhos, ou pelo menos tentei fazer isso mentalmente, pensei em minha família, não Susana e meu pai, mas sim Luis e seu pai, eles sim foram minha família por todo esse tempo. Não deixaria nada de mal acontecer a eles, não poderia. Prometheus se curvou e gritou, as coisas do quarto saiu voando, um para cada lado do quarto – PARE COM ISSO CLARISSE – Gritou ele desesperado, mas não pararia, não agora. Continuei a pensar naqueles com quem me importava, naqueles que amava, abri os olhos e senti um calor na pele, Prometheus começou a gritar e gritar.

— Senhor o que esta acontecendo – Gritou Luliana do outro lado da porta, ela tentou abri-la, mas estava trancada – Abra a porta, agora – Prometheus continuou gritando e eu fiz força, senti meus braços novamente, senti minhas pernas e por último e finalmente senti meus olhos se abrirem para eu mesma, estava de volta e não deixaria ninguém mais me possuir, Prometheus tinha saído do meu corpo, sua alma negra esta em um canto do quarto, seus olhos vermelhos me encaravam, antes eu poderia até sentir medo, mas agora não, eu não sentia medo, mas pena dele.

— Você se meteu com a pessoa errada – Disse.

— Você me pagara, te cassarei e te matarei, juro que farei isso – Disse ele – Lembre-se, Prometheus Cronarius nunca quebra seus juramentos.

— Quero ver você tentar – Fechei os olhos novamente e reuni tudo aquilo de bom que sentia, as lembranças de minhas amigas no orfanato, das irmãs que cuidavam de mim, de Luis me ajudando quando ninguém mais me ajudou e de minha mãe, que mesmo tendo sumido me protegeu e me ajudou.

 

Abri meus olhos e meu corpo começou a irradiar uma aura de luz, comecei a flutuar, mas não tinha medo, eu sentia paz, então transmiti isso para todo o quarto, Prometheus começou a irradiar uma aura negra, como que contraposição a minha, a dele era muito mais forte que a minha claro, tentei forçar ela para ele, mas não dava, ele estava tomando espaço cada vez mais, até que a luz negra dele se chocou comigo, me jogando para o outro lado do quarto, fazendo com que eu batesse na parede, senti algumas costelas minhas se quebrando. Senti como se o sangue entrasse em minha cabeça, minha visão ficou turva e eu fiquei tonta pela dor.

 

— Achou mesmo que poderia me vencer ?, mesmo como um espirito negro eu sou mais forte que você, serei mais ainda quando meu corpo estiver de volta e quem me ajudará a trazei ele é você, queria trazer minha filha a partir de você, mas já vi que não vai dar certo.

— Vo..você é um canalha sanguinário, realmente você é um demônio – Disse sentindo a dor de minhas costelas quebradas.

— E você é minha anjinha, minha pequena parte celeste – Disse ele acariciando meu cabelo, suas “mãos” eram como ar tóxico, onde passavam queimavam – Não sinta medo, logo estará morta e eu vivo.

— Você nu..nunca vencera, sempre terá alguém para acabar com você, sempre entendeu ?.

— A única pessoa que tinha essa capacidade esta prestes a morrer – Disse ele e começou a avançar, ele tocou meus cabelos de novo, mas dessa vez senti minha pele queimar, ele passou aquela fumaça negra pelo meu braço e deixou uma marca vermelha, gritei de dor, enquanto ele ria – Essa é a melhor parte, sinta o que a escuridão faz – Ele colocou sua mão em meu queixo e puxou para que eu o olhasse – Olhe em meus olhos Clarisse, mas olhe bem fundo – Olhei para aqueles olhos vermelhos, queria desviar, mas não conseguia, sentia minha alma sendo sugada para aqueles olhos vermelhos, comecei a sentir falta de ar, meu corpo estava ficando mole e frio, sentia minha vida fluindo de mim. Não poderiam dizer que morri como covarde, eu tentei ao menos. Prometheus de repente foi jogado para trás, e eu fui levantada, que dizer fui carregada, não conseguia mexer minhas pernas, elas estavam moles demais para isso, a pessoa me arrastou para a porta onde tinha um corpo, que pela cor do cabelo era Luliana, avançamos mais alguns metros no corredor até que Prometheus nos alcançou, do nada ele apareceu na nossa frente – Nossa, que ousadia sua vir atrás dela Belona – Disse ele, minha cabeça estava doendo demais, não conseguia focar direito no rosto dela, mas dava para ver que era ela, sua pele morena e seus cabelos eram inconfundíveis – Entregue-me ela e talvez eu te mate bem rápido.

— Só por cima de meu cadáver.

— Ah isso não é justo, você nunca tera um – Disse ele sorrindo – Uma deusa nunca fica com cadáver depois que morre – Belona ficou meia assustada, deu para perceber, mas eu não conseguia entender nada, deusa ?, como assim ?.

— Você sabe o que sou ?.

— Claro que sei – Disse ele – Seu pai aquele deus canalha, estou atrás dele faz anos, mas posso me contentar com sua filha por enquanto, agora você pagaram pelo que fazem, sempre criando e matando clãs inteiros.

— Você nunca entendera o por que disso – Disse ela. Prometheus a olhou de cima em baixo.

— Mas agora uma coisa me veio a cabeça, por que você veio atrás dela ?, já que ela vai morrer daqui a alguns anos mesmo.

— Não Prometheus, ela não morrera, você não vê – Disse ela – Clarisse é aquilo que esperávamos, sua filha era a escolhida, mas sua vida foi tirada antes que a encontrasse, então quando Clarisse nasceu eu percebi que ainda existia esperança.

 

Prometheus parecia obviamente perturbado com aquilo, ele a olhou e avançou, ela me jogou para trás, onde cai e fiquei, só ouvi ela e ele brigando, depois ouvi explosões, senti madeira raspando em meu rosto arranhando ele, minha última lembrança é de alguém pegando no meu braço e me puxando para fora do palácio em chamas.

 

************

 

Acordei com o vento no rosto, abri os olhos e acima de mim tinham arvores, virei o rosto ou pelo menos tentei, meu pescoço doía, quer dizer, na verdade tudo doía, ouvi um barulho de água corrente, então provavelmente estava perto de algum rio, estava deitada em algum lugar macio, senti meus braços pesados, tentei levantar ele, mas eles estavam enfaixados até os cotovelos. Estava em uma floresta, aparentemente estava sozinha, mas tinha outros dois colchonetes ao meu lado, então alguém a mais tinha ficado ali.

Não conseguia me lembrar muito bem do que tinha acontecido, o que me lembrava era que Belona tinha me salvo de Prometheus e que finalmente tinha o controle do meu corpo novamente, que Prometheus tinha me atacado depois que me livrei dele e que eu estava quase morta quando Belona chegou. Também me lembrava de Prometheus falando sobre meu pai estar vivo, o que não dava para entender, só falta agora minha tia e meu tio estarem vivos também.

 

— Que bom que acordou – Disse alguém atrás de mim – Estava começando a ficar preocupada com você – Disse uma mulher de cabelos encaracolado castanhos e de pele escura.

— Belona é..é você mesmo ? – Disse me sentindo rouca.

— Sim sou eu – Disse ela sorrindo – Mas me fale como esta se sentindo agora ?.

— Muita dor e náusea, além da queimação, como se tivesse entrado dentro de alguma lareira ardente.

— Pelo que aconteceu isso é normal. Você foi forte, aquilo foi o olhar da alma, ele captura seu espirito e o suga, naquele caso ele estava sugando para que pudesse voltar a ser de carne e osso.

— O..onde estamos ? – Minha voz estava rouca, parecia que tinha engolido água fervente.

— Fora de Brimoudo – Disse ela – Estamos perto de sua casa, estamos em Morbidus – Sera que era verdade ?, depois de tudo finalmente iria conhecer o lugar de minha família ?.

— Belona, c..como você sabia que eu tinha reassumido o controle ?.

— Clarisse, eu sei de muita coisa – Disse ela sorrindo – Meu pai me deu o dom do futuro, presente e passado, o dom que me permite viajar no tempo e até mesmo mudar alguns acontecimentos, como por exemplo a morte de seus pais.

— E..então quer dizer que foi você que salvou eles ?.

— Sim fui eu, se eles tivessem morrido, você agora estaria provavelmente morta.

— M..mas por que ?.

— Por você Clarisse. Antes desses quatro planetas existirem, aconteceu uma batalha, a batalha de Orium, essa batalha foi travada pelo meu pai e seu irmão. O irmão de meu pai, Glondem, se voltou contra ele por ter herdado o reino e os poderes de seus pais, ele tentou matar Orium, mas não tinha forças para isso, então depois de oitenta anos sua derrota foi decretada e ele foi banido para o lado negro das galaxias, onde ficou aprisionado por milhares de anos. Quase oito milênios meu pai conheceu minha mãe, uma mundana comum, ele a transformou em imortal e ela deu a luz a mim, estávamos todos felizes, mas dai aconteceu, Glondem conseguiu se libertar. Ele voltou para o reino de meu pai e tentou novamente atacar, mas dessa vez ele tinha algo novo, ele possuía um poder maligno, forte o suficiente para acabar com todos, ele atacou nosso castelo e matou minha mãe, meu pai e eu fugimos de lá, mas ele continuou a nos caçar, até que chegou em um momento em que não tínhamos mais alternativa se não lutar, meu pai sabia que não conseguiria vencer sozinho, por isso criamos os quatro mundos, de inicio apenas para nos escondermos dele e de seu exercito por um tempo, até estarmos preparados, mas uma coisa inusitada aconteceu, meu pai depositou tanta força e fé naqueles planetas que acabou dando vida a eles. Dos planetas nasceram os primeiros homens e mulheres, eles tinham habilidades incríveis, alguns podiam mover os céus e fazer seu próprio inferno, outros podiam controlar a morte e tinha aqueles especiais os mais poderosos, aqui nasceu Quérya, a primeira Bloodmers, ela podia controlar tudo, os cinco elementos, os céus, as estrelas, as constelações, as trevas e a luz. Nasceram outros três que controlavam o espaço e tempo, mas não poderia alterá-los, que podia controlar os planetas, tanto sua rotação, quanto seu criamento ou sua extinção e aquele que poderia criar seres humanos do fogo. Todos eles se juntaram a meu pai, quando Glondem chegou nós estávamos preparados para acabar com ele, lutamos por vinte mil anos, vários morreram, incluindo os quatro mais fortes, no final sobrou apenas um Glondem derrotado, meu pai e eu, o resto estava tudo morto. Meu pai estava muito ferido, então fui ajudá-lo, Glondem aproveitou isso e fugiu, pensamos que tinha acabado, que por nossa culpa os planetas tinham perdido seus preciosos habitantes, mas oito meses exatos nasceram mais e mais, como da outra vez veio aqueles que eram os quatro mais fortes e como da outra vez Glondem veio para a batalha, que sempre acabava com a morte de todos e a fuga de Glondem. A 750 anos atrás eu percebi que algo estava errado, sempre acontecia a mesma coisa, nada mudava, então decidi voltar no tempo, para quando Glondem foi banido, fui atrás dele e descobri como ganhou os poderes, prefiro que ninguém nunca faça o que ele fez por aqueles poderes, fui para a época em que ele atacou pela terceira vez meu pai, voltei um dia antes e segui ele. Descobri que ele estava em um planeta distante de todos os outros, que lá ele conseguia seus exércitos e que ele tentava descobrir como Orium, meu pai, conseguia repor todos os seus guerreiros, descobri também que ele tinha adquirido a habilidade de voltar no passado sem alterá-lo, tudo pelas trevas, que era dessa maneira que ele estava reunindo informações sobre os planetas e seus habitantes que nascem morrem e renascem em formas diferentes e com poderes novos. Depois disso eu voltei para a época original e falei com meu pai, mas ele apenas disse que não importava, contanto que Glondem sempre perdesse para ele estava bom, eu por outro lado não poderia esperar, voltei para a última batalha e descobri que Glondem já sabia que os planetas tinham vida própria e que era eles que davam a vida para aqueles que faziam o exército de Orium, mas ele não sabia como acabar com a vida dos planetas e era isso que ele estava tentando descobrir até a última batalha, a 250 anos atrás ele descobriu como fazer isso. Por isso precisamos de você, Clarisse seu dom é único e raro, nem mesmo meu pai poderia possuir um dom dessa magnitude, não sabemos o como você e a filha de Prometheus conseguiam fazer isso.

— Não deposite suas confianças em mim, se não consegui acabar nem mesmo com Prometheus acha que vou conseguir acabar com Glondem ?.

— Eu não acho enho certeza – Disse ela confiante – Quando você me atacou, eu pude sentir a força de sua luz, até que as trevas tomaram o controle.

— Ah, sobre isso desculpe, é que pensei que você fosse uma Reivel.

— Eu! Uma daqueles lá – Disse ela pasma – Nunca diga uma ofensa dessa a mim. Quanto a Prometheus, não se preocupe muito com ele, você deve se preocupar mesmo é com Glondem, ele sim esta furioso por você ter nascido. Ele tentou de várias formas para obter você, mas todas deram erradas no final – Ela parou por um minuto, como se quisesse falar algo que não podia – E foi ele quem matou Clarisse Cronarius, a filha de Prometheus.

— E seu filho e sua mulher também ?.

— Não seu filho e sua mulher foi obra dos outros clãs mesmo.

— Temos quanto tempo ?.

— Bem de acordo com os meus cálculos, temos exatamente doze anos, começando a partir de hoje – Não sabia mais o que dizer, a dois meses atrás eu era uma zé ninguém e agora eu estou predestinada a salvar quatro planetas da destruição eminente, sendo que um já foi destruído e banido.

— M..minha m..mãe, ela esta… - Não consegui completar a frase.

— Estou aqui Clarisse – Disse minha mãe indo para o lado de Belona, seu rosto estava todo arranhado, no seu braço tinha uma marca de roxo, mas seus olhos emitiam uma aura viva e bela, ela veio até mim e me abraçou, resmunguei de dor, mas não queria que ela me soutasse nunca mais – Senti tanta a sua falta minha filha, mesmo não ter visto você crescer, sempre te amei.

— Também te amo mãe – Falei – Você é a única coisa que me resta de uma família – Foi ai que lembrei do que Luliana tinha falado – Mãe papai esta vivo – Sua reação não foi a que esperava.

— É eu sei – Ela falou meio triste – Eu e Belona fomos lá na casa dele, já que Prometheus tinha mandado Eryna lá para matar eles, fomos lá ajudá-los, mas quando chegamos lá eles tinham fugido e ela estava lá rindo deles, eu e Belona entramos e atacamos, ela não teve reação, pois não sabia que íamos atacar, a casa explodiu, mas tenho certeza de que ela não morreu.

— Por que ele não nos procurou ? e por que ele me deixou em um orfanato ?.

— É isso que quero saber também – Ela se virou e olhou para Belona – Se você me contasse né!.

— Já disse são regras eu não posso revelar o passado a vocês, tentem descobrir por si própria.

— Tá e o que vamos fazer agora ? – Perguntei.

— Bem os Gonums e alguns outros clãs te juraram lealdade, não foi ? – Falou minha mãe.

— Sim – Disse.

— Então, vamos buscar sua lealdade para retomarmos Morbidus e a Coroa de Estrelas.

 

 


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