A Herdeira do Infinito escrita por Cabeça de Alga


Capítulo 14
Clarisse


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pessoal, mas ai esta mais um....
Espero que gostem.



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Não conseguia mover nada, estava ali, mas tinha alguém a mais, alguém mais poderoso e obviamente me controlando. Tentei voltar ao comando, mas toda a vez que parecia conseguir ele voltava ainda mais poderoso, nesse momento estávamos em Brimoudo e eu estava em alguma especie de passado agora. Me lembrava de estar no orfanato, onde meu antigo nome era Clarisse Sarthon Borties, era tudo mais simples do que agora que sei a verdade sobre quem eu sou, uma Cronarius, ou pelo menos era o que deveria ser, mas estou mais pelo visto como uma Cronarius Possuída, nova classe. O som de alguém falando me trouxe meio que de volta a realidade, podia ver ouvir e só, não podia falar, me mexer e nem andar. Tinha certeza que ele também poderia saber o que eu estava pensando, mas dane-se, que saiba. QUERO QUE VOCÊ MORRA DE NOVO, fiz como se fosse um grito em minha própria cabeça. Nada respondeu de volta, consegui ver quem estava se aproximando e adivinha quem eu vi, Luliana Bongolis, o que não deveria ter sido surpresa alguma, já que seu clã tinha sido destruído por ter ficado ao lado de Prometheus.

 

— Ah Clarisse que bom te ver de no… - Como se tivesse percebido algo de errado, ela parou de falar e começou a olhar bem para o meu rosto, até que deu um sorriso – Olha olha o que temos, Lorde Prometheus Cronarius e Clarisse Cronarius juntos, uma dupla e tanto. Me fale senhor é mito difícil controlar ela ?.

— Você sabe por que estou aqui, não gaste meu tempo com perguntinhas idiotas. E quanto a Clarisse, logo logo ela estará morta e, eu estarei de volta com força total. Você contatou Lorde Bron Reivel ?.

— Ah! Sim, aquele idiota vai vir, ele teme você ate hoje – Disse ela.

— Isso é bom, você fez com que ele tomasse seu sangue ?.

— Foi difícil, mas sim eu fiz, tive que forçar meu pulso pela garganta dele.

— Agora você tem o controle dele ?.

— Bem tenho quase por completo, agora para que possa controlá-lo ele precisa tomar o sangue de meu pai. Mas me fala o que achou de toda a guerra que eu causei aos Loriel ?— Senti um sorriso se abrir no meu rosto.

— Sim eu amei, Onde esta ela ?.

— Lá – Apontou ela para a montanha onde estava a casa bonita que eu tinha visto – Presa e guardada como o meu soberano mandou. Se não for te incomodar, por que você precisa dela ?.

— Isso não é da sua conta garota, mas como estou de bom humor e como você é minha mais fiel seguidora te contarei. Pretendo usar o sangue dela para trazer Eryna Loriel de volta.

— Ainda não superou a derrota ?— Perguntou ela com um sorriso no rosto.

— Cale-se, você ainda continua abusada como sempre, ainda bem que encontrei logo essa hospedeira, ficar junto de você é a pior coisa que eu já fiz – Aquilo sim arrancou um sorriso gigante de seu rosto.

— Assim eu fico constrangida, tantos elogios assim – Disse ela ficando realmente vermelha, senti meus olhos revirarem, o que foi até engraçado – Mas me fala o que você fara quando Eryna Loriel voltar ?, matar ?.

— Irei trazer ela para o nosso lado – Aquilo sim tinha sido uma surpresa tanto para mim quanto para Luliana, que não fez questão de esconder.

— Isso é impossível, ela nunca aceitara isso e mesmo se aceitasse que utilidade ela terá – Luliana estava visivelmente incomodada com a situação ou até mesmo assutada.

— Você sabe qual sera a utilidade dela, sabe tanto quanto eu que ela é muito mais forte que você, que só não te matou da outra vez por que eu não permiti. Com ela eu poderei finalmente vencer.

— E como você fará com que ela venha para o nosso lado ?, se posso saber claro.

— Isso você terá que esperar para ver – Disse eu que era ele – Agora vamos tratar da mãe de Clarisse, onde ela esta ?— O que ele queria com minha mãe ?.

— Aquele idiota do Reivel a esta trazendo para cá, novamente te pergunto, qual é a utilidade dessa mulher ?.

— Você é cega mesmo, tenho que explicar tudo. Descubra sozinha, não te falarei.

— Tá né – Disse ela emburrando a cara.

— Me leve até o castelo.

— Você sabe onde fica, vá você mesmo – Senti a raiva percorrer “meu” corpo.

— Estou começando a me arrepender de ter te salvado e de ter dado meu sangue para você.

— Tarde demais, agora já foi papai.

— Não sou seu pai, sou seu criador, meu filhos estão todos mortos.

— Já que você pensa dessa maneira, não posso fazer nada. Mas enfim preciso do seu sangue para aquele idiota.

— Se vire, não te darei nada, de todo o seu sangue se for preciso.

— O que !?, você só pode estar brincando né ?.

— Não querida eu não estou. Agora vá ver por que ele esta demorando tanto – Com isso ela se virou e saiu pisando fundo – Agora somos só eu e você Clarisse – Disse ele – Você já deve saber que posso saber o que você pensa – Vá se danar, pensei – Ha queria muito que você fosse minha filha, você é forte, mesmo que não saiba, é corajosa, tem tudo o que eu queria em um filho meu - Quero meu corpo de volta – Você o tera em breve, prometo. Nenhum mal acontecera a você, tenho outros planos para você – Você não conseguira nada de mim, não te obedecerei nunca – Eu sei e é isso que me faz querer ainda mais que você seja minha futura herdeira e filha claro - Isso nunca acontecera, prefiro morrer – Não, você não vai morrer. Como presente e um incentivo te darei sua mãe – Sabia que ele a usaria, mas não para me influenciar, fiquei quieta, não daria o gostinho a ele – Bem você terá que dizer sim uma hora ou outra, por que se não você e sua mãe morreram e, eu terei que ficar com Luliana para sempre, o que eu não quero.

— Lorde Prometheus, então é verdade o senhor esta de volta – Disse Lorde Bron Reivel.

— Lorde Bron, como esta ?.

— Surpreso tenho que admitir, Clarisse hospedeira e em pensar que eu quase a matei – Promethesu riu, o que deixou Bron meio confuso.

— Matar!, você não tem poder para matar uma Cronariana como ela, ela sim o teria matado se eu não a tivesse prendido naquele portal – Lorde Bron Reivel ficou um pouco vermelho, o que deveria ser de raiva – E seu filho sem dom, onde ele esta ? .

— Cuidando de Susana.

— Aquilo esta de olho em Susana, ela o matará em segundos, Luliana vá e fique lá, para que ela não fuja e mate aquele bastardo – Lorde Bron estava visivelmente enfurecido, ele não gostava do filho, mas também não gostava que falassem mal dele.

— Ele não é um b….

— Bastardo, sim ele é. Pelo que sei você teve um caso com Chirley Xeryran, uma mulher desprezível, nunca mereceu o titulo do clã Xeryran, como ela esta agora ?— Bron ficou espantado com aquilo.

— Morta, ela morreu a oito anos atrás.

— Sem herdeiros pelo visto e qual era o dom co clã Xeryran mesmo ?.

— Eles podiam copiar o poder de outras pessoas, só que um pouco mais fraco.

— Pelo que sei seu filho consegue criar labaredas com as mãos, o que deveria ser impossível até mesmo para um mago poderoso, já que nem mesmo magos podem refazer o poder de seu clã – Lorde Bron ficou sem palavra quanto aquilo, pelo visto tinha sido pego de surpresa.

— Ele é meu único herd…

— Não, não é, ele é um Xeryran e você sabe disso.

— Ma..mas eu não tenho herdeiros.

— Sim mas ele é herdeiro de Chirley. Arrume alguma mulher, se ainda der tempo e faça algum filho.

— Sim senhor – Falou ele desolado.

— Bem agora vamos, tenho que arrumar meus planos direito.

 

Prometheus e Lorde Bron saíram andando para uma das fissuras, quando chegaram na borda eles pularam, aquilo poderia ter me assustado se eu tivesse o controle do meu corpo. Parecia que não tinha fim, quando o chão se tornou visível uma força parou a queda. O fundo era de larva quente, mas nós não estávamos lá, alguma ponte invisível nos separava da larva, começaram a andar. A paisagem, se é que pode ser chamada assim, era horrível, com montes caindo aos pedaços e cachoeiras de larvas por todo o lugar, andamos por pelo menos vinte minutos, até que dava para ver ao longe um castelo negro. Suas torres mesmo de longe davam medo, seus anjos eram visíveis mesmo daqui, suas asas estavam abertas e eles tinham lanças douradas na mão, elas apontavam diretamente para nós. “Gostou ? perguntou uma vozinha na minha cabeça, então percebi que era Prometheus, “Você não me deixa em paz nem em minha cabeça”, disse ou pelo menos pensei dizer, “Querida você algum dia entendera os meus motivos, saberá que eu estou fazendo isso pelo nosso clã, para que ele seja glorificado, você sabe que temos o poder celeste não sabe ?, não, não responda é claro que você sabe, sua mãe te contou tudo. Mas quero que saiba a escuridão é linda é perfeita, deixe que ela entre em você, abandone a luz e venha comigo por completo, que você saberá o quanto é bom, saberá o poder que você pode ter sucumbindo as trevas.” Ele estava tentando me levar para o seu lado, tá isso já era esperado, “Nunca, eu nunca te seguirei, nunca me deixarei ser levada para as trevas, se você acha mesmo que algum dia eu poderei ser persuadida esta muito enganado, nunca, entendeu NUNCA”. Ele não respondeu, estava obviamente decepcionado comigo, o que era bom para mim, já que eu nunca faria o que ele tinha pedido. “Cuidado” , uma voz falou, dessa vez eu sabia que não era ele, essa era a voz que falava comigo quando estava em momentos ruins, “Quem é ?, perguntei, “ Clarisse você é mais forte que ele, mas forte que as trevas, lute, não desista, uma Cronariana uma vez me disse uma coisa e agora eu quero que você saiba, ela disse o seguinte: Quando estiver desolada, com raiva e triste feche os olhos, pense em algo feliz, em algo que te ilumine, mesmo que por apenas um segundo, mesmo que você seja perseguida para que tentem contra você, feche seus olhos e encontre sua lanterna, pois A Escuridão é o seu Caminho, mas a Luz é sua Lanterna. Vamos Clarisse ache-a, encontre sua lanterna, ela esta dentro de você basta achar. Apenas a sinta, use-a e nos salve, não só eu mas como muitos outros precisamos de você, mais do que nunca agora”. A voz do nada parou, “Ola, você ainda esta ai ?”, perguntei na esperança de que ela estaria ali, mas ao invés dela responder quem respondeu foi Prometheus, “Claro que estou, você não pode me expulsar”, não respondi, naquele momento eu sabia que ela tinha ido embora, afinal de contas quem era ela ?, sabia que era uma mulher, pelo som da voz, fina e suave, já a de Prometheus era grave e forte, mas vinha obscura e cheia de ódio por tudo e todos, acho que ele odiava até a si mesmo. Mas por que ele era assim, não era apenas por ter usado demais o poder das trevas, tem que ter algum motivo a mais. “Prometheus, porque você sucumbiu as trevas ?, perguntei, “Já disse, as trevas é linda demais, foi ela que trouxe grande parte da minha vingança, foi ela que me manteve vivo até hoje”, “Não é isso que eu perguntei, quero a verdade, já que vou ficar aqui para o resto da minha vida”, por um segundo pensei que ele tinha ficado estressado comigo fazendo perguntas demais e se calou, ma logo depois eu senti um suspiro e ele falou, Você não desiste mesmo, até parece minha primeira filha, o nome dela também era Clarisse, esse seu nome é antigo e muito usado pelos Cronarianos, ela era corajosa, a filha perfeita e como eu tinha herdado a luz e as trevas, mas decidiu abandonar as trevas e viver da luz. Os outros clãs não aceitavam que tivéssemos o esse poder e eles não, eles tinham inveja de nós, então como que para mostrar que eles eram superior a nós, eles se juntaram e marcharam contra nosso castelo, eu não estava lá, estava aqui em Brimoudo, o pai de Luliana sempre tinha sido um amigo leal, meu filho mais novo tinha vindo comigo, ele era prometido a Luliana, sim, mesmo ela ainda na barriga de sua mãe. Minha mulher Julie Cronarius estava com Clarisse, quando os Gonums invadiram o nosso castelo, eles nem mesmo tiveram pena de minha mulher, que estava grávida de novo, eles mataram minha filha, minha mulher e nosso bebe, que nem tinha nascido, como não me encontraram eles foram embora. Quando voltei percebi que tinha algo de errado, meus portões estavam abertos e sem guarnição alguma, foi ai que vi os guardas mortos do outro lado da muralha estelar, nem mesmo pensei em ver se tinha alguém vivo, fui direto para os aposentos de minha esposa, foi lá que a encontrei, ela segurava nosso filho morto, sua barriga estava aberta, ela ainda estava viva, corri para ela e gritei por socorro, mas estavam todos mortos, ela sorriu, um sorriso vermelho e disse: Eu te amo mais que tudo, saiba disso, irei encontrar nossa filha e nosso filho agora e direi que os ama. Saiba que nada nesse mundo pode me afastar de você, sempre estarei ao seu lado, meu Prometheus, disse ela e então sua cabeça caiu de lado já morta, peguei nosso filho no colo, ele tinha oito meses, era gordinho e fofinho, tinham feito um corte fino em sua garganta, para que morresse mais devagar. Vi que não tinha jeito para eles mais, então fui para o quarto de minha filha e la estava ela, minha pequena, deitada em sua cama, como se fosse um anjo, seus cabelos eram loiros, mas o sangue tinha deixado eles vermelhos, suas mãos aviam sido cortadas e sua garganta também, corri até ela e a abracei e ali eu chorei tudo o que podia, pedi para que elas voltassem, para que o tempo voltasse, sabia que elas nunca mais voltariam. Peguei ela em meu colo e levei para os aposentos onde estava o corpo de meu filho e minha mulher, coloquei ela ao lado da mãe e abracei os três, naquele momento senti como se meu coração estivesse quebrado, como se estivesse em pratos, soltei elas e jurei naquele momento que não descansaria até ter matado todos aqueles que tinham feito isso, naquele momento eu aceitei as trevas, pois a luz não poderia me oferecer o que eu queria. Apenas um filho meu sobreviveu a isso, depois de minha morte ele que assumiu o clã. Aposto que ninguém falou essa história para você não é ?, senti uma dor em meu peito, como se estivesse sendo amassado, não sabia se era por mim ou por Prometheus, mas de uma coisa eu sabia, que a crueldade o tinha tornado assim e eu não posso julgar ele, eu teria feito o mesmo ou melhor ia fazer o mesmo, ia matar aqueles que tinham matado minha família, mas agora, ouvindo essa história eu me pergunto, que paz isso ira me trazer (pergunta), não, eu não usarei aquilo que tenho para ser comparada a aqueles que tentaram contra a mim e a minha família, vingança não é a resposta. “Não, não me contaram nada disso, mas Prometheus ainda da tempo desista e parta em paz, vá para perto de sua família, eles não iriam querer isso. Você mesmo disse que sua filha tinha largado as trevas para ficar com a luz, então siga o exemplo dela, largue as trevas”, “Sei que sua intenção é boa, mas sinto muito Clarissa, não desistirei até que todos estejam mortos. Prometheus Cronarius não quebra suas promessas, não abandonarei as trevas, sinto muito, mas eu preciso fazer isso”, falou pela última vez, agora já estávamos entrando pelos portões da fortaleza negra, eles eram recheados de guardas igualmente vestidos de negro, eles tinham arcos vermelhos da cor da larva e suas pontas eram negras, deveria conter o veneno daquelas rosas, suas torres eram gigantes, eram oito no total, uma maior que a outra, todas em mármore negro, o salão principal ficava a frente, fomos direto para lá, se fosse a uns minutos atrás agora eu ficaria com medo, mas de alguma forma o medo tinha me abandonado e uma paz tinha se instalado em meu peito. Poderia não saber muito sobre os planos dele, mas pelo menos agora eu sabia o que realmente o tinha levado para aquele caminho, agora eu não sentia mais tanto ódio por Prometheus, sentia mais pena e compaixão, eu conseguia entender ele, mas não poderia deixar fazer o que ele queria, tinha que ter um jeito de acabar com isso sem mais mortes, eu encontrarei, encontrarei esse jeito em minha lanterna, será nela que eu acharei a solução e será nela que eu salvarei a todos, até mesmo meus inimigos.


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